domingo, 31 de março de 2013

O tamanho da faixa e da canalhice


O professor Henrique Pereira, candidato que terminou em terceiro lugar no primeiro turno da disputa pela reitoria da Universidade Federal do Amazonas (Ufam), foi o autor de uma das frases mais profundas e incisivas sobre o que se transformou o processo de escolha do Reitor (ou da Reitora) da Instituição. No último debate, realizado no Auditório Eulálio Chaves, na noite do dia 25 de março de 2013, Pereira foi cirúrgico: "Tenho certeza absoluta que a comunidade da Ufam não se deixará levar por apelos populistas e jamais decidirá seu voto pelo tamanho da faixa". Manterei a mesma crença de Henrique Pereira para o segundo turno da disputa, que ocorrerá no dia 04 de abril de 2013. Sigo, firme, na crença do professor Henrique Pereira de que não se pode decidir o voto pensando meramente em faixas ou no tamanho do benefício que se receberá como indivíduo. É preciso pensar na Ufam como instituição e no papel que ela desempenha na cidade, no Estado e no País. Acredito que a comunidade da Ufam tem discernimento suficiente para não cair na armadilha de decidir seu voto não apenas pelo tamanho nem pela cor. E digo mais: estou convicto de que a comunidade da Ufam é suficientemente madura para não se deixar fisgar pelo "tamanho da canalhice" de quem paga espaço publicitário para denegrir a imagem de adversários. É o que me reconforta!

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Os donos-da-verdade na Ufam


É impressionante o número de pessoas que se julga dono-da-verdade no momento atual da Universidade Federal do Amazonas (Ufam), na chamada de Consulta Pública. São tantos os "especialistas" que dá vontade de rir para não ter de chorar. Depois que se decidiu a primeira fase do processo, quando a Chapa 10, encabeçada pela reitora licenciada, Márcia Perales, obteve, 48,62% dos votos, e ficou em primeiro lugar e a Chapa 33, de Sylvio Puga, teve 33,14% dos votos, todo o tipo de "palpite" passou a ser dado. Mais do que a fanfarronice de muitos, chama-me a atenção o silêncio sepulcral de uma turma de "aloprados" (e covardes), que sempre se esconderam por trás de avatares, e atacaram covardemente não a administração da professora Márcia Perales Mendes Silva, mas, a própria professora. Diziam que ela seria "enxotada" da Reitoria, que não teria nem coragem de se candidatar e coisas do gênero. Após a fala das urnas no primeiro turno, ainda não abriram o bico. Política não se faz dessa forma extremamente desonesta, baseada em ataques pessoais, em disse-me-disse e tentativas torpes de denegrir a imagem e a vida pessoal de quem quer que seja. Quando a crítica é baseada em ideias, antigos aliados podem virar adversários e antigos adversários transformam-se em aliados, pois, impera o respeito, como aconteceu comigo e com o professor Nélson Noronha em relação à professora Márcia Perales, por exemplo. Nem eu nem ele somos "donos-da-verdade". Nem consideramos que a professora Márcia Perales o seja. E, em nenhum momento, sentamos, os três, para superar nossas divergências. Mesmo em separado, porém, mantivemos a essência da vida em universidade: o respeito ao outro, à diversidades, àqueles que não pensam como nós. Diferentemente de quem considera que a verdade tem dono, qualquer que seja o resultado do segundo turno, manteremos, os três, nossa autonomia e nosso direito à divergência. Acima de tudo isso, porém, está o respeito à Ufam e à universidade pública, gratuita e de qualidade. É isso que nos une e nos faz, paradoxalmente, diferentes. E é por isso que nos respeitamos. Sem, em nenhum momento, temos a petulância de nos julgarmos donos-da-verdade. Para o bem da própria Ufam.

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OBS: Post do dia 30/03/2013

sábado, 30 de março de 2013

A miopia de alguns jornalistas de Manaus


Alguns jornais de Manaus (e reservo-me ao direito de não citá-los) abrigam profissionais que, ou padecem de miopia ou possuem extrema dificuldade em analisar números. Principalmente quando envolvem uma eleição, que no caso da Universidade Federal do Amazonas (Ufam) é chamada de Consulta Pública, uma vez que o resultado tem de ser confirmado pelo Conselho Universitário (Consuni). Digo isso porque o resultado da Consulta foi o seguinte: A Chapa 10, encabeçada pela reitora licenciada, Márcia Perales, obteve, 48,62% dos votos, e ficou em primeiro lugar, a Chapa 33, de Sylvio Puga, teve 33,14% dos votos, seguida pela chapa 44, com o professor Henrique Pereira, que obteve 18,22% dos votos. Com o resultado, a Consulta terá segundo turno, de acordo com as regras internas aceitas por todos os candidatos que participaram da disputa. Sem qualquer tipo de fundamento, jornalistas passaram a divulgar que "a Ufam está dividida". Isso só pode ser uma tentativa desastrosa de manipular os números. Somar os votos dos dois candidatos e chegar à conclusão de que a Instituição está dividida se não é má-fé, é uma conclusão estapafúrdia. Simplista por ser estreito, esse tipo de raciocínio só teria lógica se todos os votos obtidos pelo professor Henrique Pereira migrasse para a chapa de Puga. Antes disso, dizer que a Ufam está dividida só pode ser interpretado como uma tentativa grosseira de manipular eleitores para o segundo turno. Seria muito mais honesto se o jornalista assumisse logo que faz campanha aberta em prol de determinada candidatura. Se não o faz, termina por tentar manipular quem lê esse tipo de notícia.

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OBS: Post do dia 29/03/2013

sexta-feira, 29 de março de 2013

Baixa participação na consulta da Ufam


A consulta pública realizada ontem na Universidade Federal do Amazonas (Ufam) foi marcada por ter ocorrido com uma das mais baixas participações dos últimos anos. Essa abstenção altíssima não pode ser creditada apenas à "falta de interesse da comunidade". Um dos fatores que mais pesaram, com certeza, para que as pessoas não tenham comparecido, pode ter sido o fato de a data da votação ter um dia antes da quinta-feira, dia útil, porém, seguido da Sexta-feira da Paixão. Apesar de a própria Reitoria da Ufam ter alertado, em Nota Oficial, que quinta-feira não seria decretado Ponto Facultativo, ficou no ar a sensação de que as pessoas decretaram o Ponto Facultativo por conta própria. O ambiente se torna mais desfavorável ainda por se tratar de final de período letivo. Paralelo a tudo isso, fica-se com a impressão de que os estudantes, principalmente, entraram em uma fase de letargia e despolitização como jamais se viu na Instituição. Os poucos que foram às urnas ficaram divididos entre os que se deixaram atrair e seduzir pelo discurso da troca de lâmpadas e limpeza dos banheiros e os que avaliaram com mais profundidade as propostas de cada uma das chapas. Para piorar, os representantes dos estudantes foram impedidos de participar da mesa de apuração dos votos. Dia para ser esquecido pelo episódio tão lamentável.

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OBS: Post do dia 28/03/2013

quarta-feira, 27 de março de 2013

Pelo direito de ser livre na Ufam


Hoje é o "Dia D" para os próximos quatro anos da Universidade Federal do Amazonas (Ufam). Em tese, a comunidade deveria exercer o pleno direito à liberdade de escolher, sem nenhum tipo de pressão, cobrança ou patrulhamento, quem administrará a Instituição nos próximos quatro anos. Na prática, isso não ocorreu. Pelo menos em relação ao mim. Talvez por já ter concorrido duas vezes, na primeira terminei em segundo e, na última, em 2009, em quarto lugar, fui severamente patrulhado e vítima de cobranças das mais diversas em função da decisão que tomei. Quem lê meus escritos diariamente sabe: MEU VOTO É 10, Márcia Perales e Hedinaldo Lima. E se for um leitor ou uma leitora mais atenta sabe, inclusive, quais os motivos. Não os explicarei novamente pois já o fiz aqui mesmo, neste espaço. Em resumo, porém, avaliei as propostas, as atitudes e o quanto das ideias que defendo poderiam ser "utilizadas" no próximo mandato e optei pela Chapa UFAM SEMPRE MELHOR. Por conta disso, porém, vivi situações, no mínimo, curiosas. Alguns colegas do Comando Local de Mobilização (CLM), com os quais tive uma relação intensa e de proximidade, passaram a me tratar como se eu tivesse algum tipo de doença contagiosa. Não falam mais comigo nem no Facebook nem nos corredores. O tão propagado direito à liberdade, defendido com unhas e dentes, principalmente por alguns representantes da ala que ainda tenho a ousadia de denominar "esquerda barulhenta", só existe se você estiver ao lado deles (ou delas). Há aqueles mais afoitos que cobram explicações. Outros (e outras) chegam a perguntar, com todas as letras, qual o cargo que irei ocupar na "nova administração" da professora Márcia Perales, caso ela vença a disputa. Como se não fosse possível alguém tomar uma decisão dessas sem que haja nenhum tipo de negociata ou negociação. Ao decidir participar ativamente da campanha da professora Márcia Perales, não fiz nenhum tipo de barganha. Não trabalhei até agora troca de nenhum cargo, mas, deixei muito claro: se ela precisar de mim e considerar que mereço confiança e tenho competência técnica para ajudá-la na construção de uma UFAM SEMPRE MELHOR, pode contar comigo. Não faz parte da minha índole ser omisso, ficar neutro. Quem cobra uma posição dessas de mim não me conhece. Além disso, abomino pessoas que apoiam alguém, depois de passada a disputa, lavam as mãos como se nada tivessem com o projeto coletivo. Hoje sou parte deste projeto coletivo da chapa UFAM SEMPRE MELHOR. E não abro mão disto. No entanto, também não faz parte da minha índole, exercer qualquer tipo de pressão para assumir ou não um cargo. Sou convicto de que quem deve decidir os ocupantes ou não de um cargo é o dirigente maior, no caso, a reitora. Nas duas vezes que disputei a Reitoria da Ufam deixei isso muito claro: se eu não tiver autonomia para decidir nem que ocupará ou não os cargos de confiança da Instituição, serei reitor para quê? Penso, aliás, que seria um ato de altíssimo valor ético e extrema grandeza se, ao final da disputa, cada um dos Pró-reitores atuais pusesse o cargo à disposição, caso a reitora seja reeleita, para que ela tenha toda a tranquilidade do mundo para decidir quem reconduzirá ou não ao cargo. Dar ao administrador o direito de exercer a liberdade de escolha e praticar esta liberdade ao longo do processo é o mínimo que se espera dentro de uma universidade. E que os membros da comunidade da Ufam exerçam este direito hoje, nas urnas. E que não o façam sob pressão nem sejam patrulhados qualquer que seja a decisão tomada.

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terça-feira, 26 de março de 2013

As cotas geográficas usadas pela Ufam


Muito antes de a Presidente Dilma Rousseff sancionar a lei número 12.771/2012, em agosto do ano passado, que "determina que, até 2016, 50% das vagas sejam para alunos que fizeram todo o ensino médio em escola pública" a Universidade Federal do Amazonas (Ufam) já aplicava uma espécie de cota geográfica, ao decidir, por meu do Conselho Universitário (Consuni) que 50% das suas vagas seriam destinadas a quem cursar o ensino médio no Amazonas. A diferença é que o sistema implantado pela Ufam não reserva as vagas apenas para estudantes das escolas públicas e sim para escolas públicas e particulares. Na prática, é uma política geográfica que cotas com alguns pontos bastantes positivos. Um deles é evitar que fraudes de localidade ocorram, Isto é, pessoas fraudem documentos para comprovar que "moram em Manaus". Evita-se isto, por meio do Processe Seletivo Contínuo (PSC), a Instituição seleciona, ano a ano, durante três anos seguidos, quem nela vai ingressar. O estudante acumula os pontos obtidos nos três anos e, de acordo com a pontuação obtida, escolhe o curso que vai fazer. Não há impedimento nenhum em se participar apenas no terceiro ano, ou do segundo e do terceiro, no entanto, as chances ficam reduzidas. Ao meu ver, trata-se de um sistema que contrabalanceia os problemas que poderiam ocorrer da adesão ao Sistema de Seleção Unificada (Sisu), que usa as notas do Exame Nacional do Ensino Médio (Enem) para o ingresso dos outros 50% de estudantes nos cursos da Instituição. Por outro lado, a Ufam precisará apenas fazer adaptações para se adequar à aplicação da Leia 12.771/2012. As cotas geográficas da Ufam devem ser avaliadas com menos paixão. A visão mesquinha e xenófoba embora o olhar de quem não tiver esse cuidado ao avaliar a política implantada pela Instituição.

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segunda-feira, 25 de março de 2013

As míopes visões sobre a Educação Superior


Hoje, às 14h, houve uma Audiência Pública na Câmara Municipal de Manaus (CMM) com os candidatos è Reitoria da Universidade Federal do Amazonas (Ufam) proposta pelo vereador Gilmar Nascimento (PDT). Não tive dúvidas de que o único tema que interessava era contestar a Ufam por participar do Sistema de Seleção Unificada (Sisu) do Ministério da Educação (MEC). Por meio deste Sistema, as universidades federais brasileiras usam as notas do Exame Nacional do Ensino Médio (Enem) para selecionar parte dos estudantes que nelas ingressarão. Por conta de apenas um caso raro, o do curso de Medicina, que este ano não teve nenhum estudante do Amazonas nas 50% das vagas destinadas ao Sisu, criou-se uma cantilena populista, oportunista e desonesta. Populista e oportunista, por ser, exatamente, desonesta. A série história registrada pela Pró-reitoria de Ensino de Graduação (Proeg) da Ufam é de uma clareza inquestionável: em 2010, foram matriculados 85% do Amazonas e 15% de outros estados. Em 2011, o número ficou em 70,50% para estudantes do Amazonas e 29,50% para estudantes de outros estados. Em 2012, a relação foi de 89% para estudantes do Amazonas e 11% para estudantes de outros estados. Em 2012 aconteceu, porém, o que muitos usam como argumento para tentar forçar a Ufam a mudar a decisão do Conselho Universitário (Consuni) que destinou 50% das vagas da Instituição para estudantes que fazem o Enem, portanto, concorrem nacionalmente. Com isso, inclusive estudantes de uma das mais famosas escolas particulares de Manaus, não conseguem ingressar no curso de Medicina da Ufam. Trata-se, porém, de um caso isolado. Defender que a Ufam volte a realizar o Processo Seletivo Macro (PSM) para "proteger" estudantes do Amazonas é uma visão estreita e canhestra do papel da Educação superior. Espero, sinceramente, que a comunidade da Ufam não se deixe enganar por este "Canto da Sereia" de que se deve proteger estudantes do Amazonas. O que o vereador Gilmar Nascimento deveria fazer era cumprir sua obrigação como parlamentar e cobrar dos governos municipais, e solicitar dos deputados da sua legenda que cobrem do governos do estado, que nada fizeram para melhorar a qualidade da Educação no Amazonas desde o início da história, providências. E não fazer lobby e tentar manipular audiências públicas para defender interesses particulares. Quero ver o vereador convocar uma Audiência Pública para discutir, de forma séria e honesta, a Educação no Estado e no Município. Não com essa visão enviesada e estreita que ele tem. Patrocinar uma visão xenofóbica em relação a estudantes de outros estados chega a ser criminoso. Não conseguir enxergar um palmo além do nariz é um direito que todo ser humano tem. E respeito o sagrado direito do vereador. Tentar interferir na autonomia da Ufam e nas suas decisões, porém, merece meu repúdio. Ainda mais manipulando audiência pública, como o fez Nascimento, em época de sucessão na Ufam. Uma coisa me deixa aliviado: o vereador Nascimento não corre o risco, nunca, de ter o meu voto.

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O trote como relação de poder


Por mais que insistam na "tradição" do trote para justificar a realização deles nas Universidades, Faculdades e Centros Universitários, os estudantes que o praticam, em verdade, escondem (ou tentam fazê-lo) a relação de dominação e poder simbolizada pelos atos de violência. Os trotes, em geral, são demonstrações claras de violência física ou psicológica. Um site ouviu especialistas no assunto em função do último episódio envolvendo estudantes de Direito da Universidade Federal de Minas Gerais (UFMG). Eles arrastaram uma colega amarrada em uma corrente, pintada de negro, com os dizeres:"Caloura Chica da Silva". No mesmo trote, estudantes faziam saudação nazista ao lado de um rapaz amarrado a uma pilastra. A reportagem traz o registro de uma série de trotes . Como por exemplo, na Universidade Federal do Rio Grande do Sul (UFRGS), estudantes calouros do curso de engenharia civil foram obrigados a segurar uma cabeça de porco com as mãos. Não contentes, os colegas e ainda jogaram neles "um líquido que continha vísceras de peixe, ovos vencidos e farinha." Os estudantes que praticaram tamanha violência legam que "a participação foi voluntária." Esse tipo de alegação não se sustenta e deve provocar sim, a revolta de todos. A sociedade não pode relativizar fatos como esses e o estudo do tema é fundamental para desvendá-lo.

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sábado, 23 de março de 2013

A atração e fixação de doutores na Amazônia


O problema da atração e fixação de doutores para as unidade localizadas fora de Manaus, da Universidade Federal do Amazonas (Ufam), é um tema recorrente nos debates deste ano para a sucessão à Reitoria da Instituição. Trata-se, porém, de um problema antigo, cuja solução não depende única e exclusivamente de quem for o gestor da Ufam. De 2004, quando fui candidato a reitor pela primeira vez, até hoje, muita coisa mudou, é bem verdade. O Governo Federal, por meio das suas agências de fomento, iniciou uma política de descentralização dos programas de Pós-graduação, passou a lançar editais exclusivamente destinado aos pesquisadores estabelecidos nas universidades da região Norte e, em alguns casos, quando o edital é de concorrência nacional, destinou cotas aos projetos oriundos da Amazônia. É um avanço e tanto. Não soluciona, porém, o problema, tanto da atração quanto da fixação de doutores, nem mesmo em Manaus. Por mais atrativo que fossem os salários, e, no caso dos professores federais, não o são, ainda assim, um doutor não "vive" apenas dos rendimentos mensais. É preciso oferecer condições dignas de trabalho e moradia, portanto, é fundamental garantir o que se convencionou chamar de "qualidade de vida". Como atrair alguém qualificado se o ambiente propício à pesquisa não existir? Sem moradia e serviços, como alguém se fixa em uma cidade? Nessa categoria dos serviços incluo, no mínimo, alimentação e telefonia, que deve propiciar uma banda de acesso à Internet suficiente para suprir, por exemplo, a falta de uma boa livraria na cidade, bem como falta de uma cinema e de um shopping ou cadeia de lojas. O complexo estabelecimento dessa cadeia de relações requer um olhar mais apurado do próprio Governo Federal para o problema. Atrair e fixar doutores não é tarefa apenas para a administração superior das universidades localizadas na Amazônia. Requer uma séria de ações interconectadas com políticas públicas dos  Estados e dos Municípios nos quais as universidades possuem unidades. Aumentar o número de doutores, de editais e de bolsas resolve parte do problema. Mas, ainda está longe de solucioná-lo!

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sexta-feira, 22 de março de 2013

O enterro do jornalismo no Jornal da Adua


Recebi, ontem, a cópia de uma carta indignada do diretor do Instituto de Ciências Humanas e Letras (ICHL), professor Nélson Noronha, endereçada ao presidente da Adua, Belizário Neto. Tive o cuidado de entrar em contato com o professor Noronha para solicitar autorização para publicar o texto neste espaço a fim de provocar a reflexão da comunidade da Ufam, principalmente dos filiados à Adua, em relação ao ocorrido. No JORNAL DA ADUA, n  51, de fevereiro de 2013, publicaram uma "matéria" intitulada “Irregularidades: CGU aponta 33 falhas em procedimentos da UFAM”. Ao ler a matéria, chamou a atenção a coincidência das coincidências: o número de "falhas" ser, exatamente, o mesmo número de uma das chapas concorrentes à reitoria da Ufam, por um merco acaso, justamente o da chapa que faz oposição à reeleição da professora Márcia Perales e do professor Hedinaldo Narciso, que contam com o meu apoio. Conversei com os dois e me foi explicado que esse tipo de procedimento da CGU ocorre anualmente e que, detectada alguma falha, o procedimento da Administração Atual tem sido sempre o de corrigi-las. Diante das explicações e do quadro de disputa pela reitoria da Ufam, e da decisão dos dois candidatos de não interpelarem a Adua, preferi manter-me calado diante de tamanho absurdo perpetrado por meu colegas da Adua, pois, o que se tem ali sob aquele título eivado de coincidências, pode ser tudo, menos jornalismo. Diante da manifestação do professor Nélson Noronha, não fazia mais sentido esperar o fim do processo de consulta para me manifestar. Encaminhei o e-mail do professor Noronha ao presidente da Adua com o seguinte comentário: " Li, envergonhado, o texto publicado no Jornal da ADUA. Lastimável! O mínimo que aprendi com o meu querido colega e professor Antônio José Valle da Costa, o Tom Zé, ainda quando aluno dele, é que não se pode fazer uma denúncia de tamanha gravidade como aquela que foi feita, como bem disse o nosso colega, Nélson Noronha, pela ADUA, sem que a parte "acusada" seja ouvida. Só tenho a lamentar o "enterro" de qualquer resquício de jornalismo (ainda que sindical) praticado pela ADUA! Aquilo que foi publicado é um lixo. Um lixo manobrado em favor de um candidato! Pela primeira vez sinto vergonha de fazer parte desta ADUA VELHA DE GUERRA pela qual tanto trabalhei. Que cada um assuma suas preferências na disputa pela reitoria da Ufam, tudo bem. Aparelhar o Jornal da ADUA, sem o direito de manifestação de quem é acusado, é, além de tudo, criminoso!" Em seguinda, e com autorização do autor, publico a manifestação de protesto do Professor Nélson Noronha:
"CONTRA O APARELHAMENTO DA ADUA
Prezados Senhores Diretores da ADUA,
Dirijo-me a vossas senhorias para expressar meu veemente protesto contra a forma com foi publicada a matéria intitulada “Irregularidades CGU aponta 33 falhas em procedimentos da UFAM” no JORNAL DA ADUA, no. 51, de fevereiro de 2013.
Trata-se de matéria maculada por declarações infundadas. Além disso, sob a forma de notícia, o texto é, na verdade, um material de publicidade eleitoral travestido dos acessórios de seriedade que lhe são dados pela credibilidade da ADUA e de seu veículo de comunicação, construída ao longo de décadas por nossa categoria docente.
A referida “matéria” consiste tão somente em uma suposta análise de um “especialista” do qual se identificam as qualificações acadêmicas, mas ocultam-se as suas conhecidas ações em favor da candidatura do Professor Dr. Sylvio Puga.
Cada um de nós, associados, dirigentes ou não da ADUA, temos o dever de declarar e manifestar publicamente nossas escolhas nesse processo eleitoral a fim que os atos cometidos na esfera política sejam públicos. O que é um requisito essencial para a vida democrática.
Não foi o caso da matéria acima cogitada. Como se trata de texto não assinado, a responsabilidade de seu conteúdo recai integralmente sobre os ombros da Diretoria da ADUA.
Ora, gostaria de interrogar os senhores Diretores de nossa querida Associação se, em seu perfeito juízo, estão de acordo com aquelas declarações. Se os mesmo têm CORAGEM de levá-las diante de um tribunal?
Pergunto se, no tribunal de suas consciências, tais declarações têm alguma consistência?
O Jornal da ADUA, pelo que sei, é editado por uma equipe de jornalistas. Gostaria de perguntar a eles se a referida “reportagem” interrogou os dirigentes da UFAM sobre as supostas notícias da CGU? No que consta, para o público, uma “verdade” veio à luz. Ainda que possamos mostrar ou retificar a falta de fundamento de tal informação, o desastre já alcançou seus resultados.
Quais são tais resultados?
1.       Como ninguém engana o público, tornou-se claro, com essa “matéria”, que  a ADUA está sendo utilizada como aparelho para beneficiar uma candidatura a reitor.
2.       A intriga, que tem vida própria, haverá de se espalhar e, com isso, não será a atual administração que receberá a infâmia, mas toda a UFAM, malhada por sua associação de docentes.
3.       A VERDADE tornou-se vítima de um grave atentado a sua integridade factual e espiritual em um ambiente cujos habitantes supostamente são seus guardiães.
Justifico minha veemência, apesar de que isso não seja necessário, por motivos óbvios.
Aqui não venho em defesa de uma candidatura, mas em defesa da ADUA, nossa ADUA VELHA DE GUERRA. Tenho orgulho de ter cerrado fileiras junto aos companheiros em defesa de nossas causas históricas. O legado de seriedade e credibilidade de nossa Associação não pode ser jogado fora. No entanto, esse é o risco que corremos ao permitir que aquele ato infame tenha sido cometido.
Por isso, estou interpelando vocês, meus queridos amigos, a providenciarem uma rigorosa investigação da pertinência daquelas declarações, a abrir o espaço do Jornal da ADUA para o contraditório. Caso sejam provadas tais irregularidades, serei o primeiro a exigir que elas sejam corrigidas, que sejam advertidos ou punidos os responsáveis por seu cometimento.
Advirto, porém, que não será possível apagar a leviandade com que foi publicada a referida reportagem, pela falta do contraditório e pelo uso eleitoral de uma informação enviesada.
Com renovada amizade, reitero meu compromisso com nossas lutas históricas.
Atenciosamente,
Professor Dr. Nelson Matos de Noronha

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quinta-feira, 21 de março de 2013

Dia 28 de março não será ponto facultativo


Uma boataria de que no dia 28 de março de 2013 seria decretado Ponto Facultativo espalhou-se como um barril de pólvora e muita gente correu em busca das agências de viagens para aproveitar o que seria uma espécie de "feriadão", talvez pela prática que era adotada há alguns anos nas universidades federais brasileiras. Esse tipo de fofoca tem o poder de desmobilizar a comunidade da Universidade Federal do Amazonas (Ufam) e induzi-la a participar o mínimo possível da Consulta à Comunidade, a ser realizada no dia 27 de março de 2013, quarta-feira, das 9h às 21h, tanto na capital quanto em todos os cinco campi do interior. Acontece que, diferentemente do que ocorria em anos anteriores, da última vez que as universidades federais brasileiras decretaram Ponto Facultativo na chamada "quinta-feira santa", foram alertadas pela Controladoria Geral da União (CGU) de que estavam proibidas de manterem a prática. Para todos efeitos leigas, o feriado da "Semana Santa" é apenas a chamada "Sexta-feira da Paixão". Não que as universidades brasileiras tenham perdido totalmente a autonomia para decretar ou não ponto facultativo no caso dos feriados locais, por exemplo. No entanto, o Governo Federal centralizou na Secretaria Executiva do Ministério do Planejamento, Orçamento e Gestão toda e qualquer decisão de decretar ou não ponto facultativo nas organizações do Executivo. Assim sendo, somente se houver uma determinação explícita da Secretaria Executiva do MPOG, a Ufam será obrigada a cumpri-la. Caso não, seria, inclusive, uma incoerência sem tamanho esvaziar a Consulta Pública marcada para o dia 27 com a decretação de ponto facultativo no dia 28, algo que, seguramente, desta vez, não ocorrerá.

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quarta-feira, 20 de março de 2013

Os pesos e medidas nas reações da sociedade


Causa-me estarrecimento e estupefação a reação das pessoas, nas redes sociais e fora delas, em relação a dois fatos divulgados recentemente, que envolvem a comunidade universitária brasileira: um deles foram os erros nas provas de Redação do Exame Nacional do Ensino Médio (Enem) e o outro o "Trote inaceitável na Federal de Minas Gerais", comentado, ontem, neste mesmo espaço. A mim ficou a nítida impressão, principalmente pelas "reações indignadas", que o preconceito linguístico tem muito mais peso na sociedade brasileira que o preconceito de raça e cor. Enquanto o "pessoal do MEC" que corrige as redações do ENEM foi tratado de forma feroz, não notei a mesma reação em relação aos calouros da Faculdade de Direito da Universidade Federal do Minas Gerais (UFMG) que pintaram uma colega de negro, mantiveram-na acorrentada e circularam com ela, puxada pela corrente por um colega estudante. Ao que parece, é mais grave cometer um erro gramatical e ser aceito que praticar cenas de tamanha violência simbólica. Em mim fica uma sensação de estarrecimento. A cena daquela estudante revoltou-me tanto que nem cheguei a publicá-la. Quando vi as cópias das redações com receitas de miojo e partes do hino do Palmeiras, que ganharam notas equivalentes a cinco serem massacradas e reações tímidas à violência praticada pelos calouros de Direito da UFMG fiquei a me perguntar: que universidade é esta que estamos a vivenciar? Equívocos no uso da Língua-Padrão não podem ter peso maior que o preconceito racial e a violência sexista cometida pelos estudantes mineiros. Se assim o for, estamos fadados à intolerância como regra.

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terça-feira, 19 de março de 2013

Trote inaceitável na Federal de Minas Gerais


As imagens do trote promovido por estudantes da Faculdade de Direito da Universidade Federal do Minas Gerais (UFMG) são chocantes, indignas e inaceitáveis. A atitude deve ser repudiada e combatida ferozmente por toda a sociedade brasileira. Não se pode admitir, nem por brincadeira, o tipo de coisa que foi fomentado, justamente por estudantes de Direito, da UFMG. Circulam pela Internet inúmeras imagens do evento. Todas chocantes. Reservo-me ao direito de não republicar nenhuma delas. Comento, porém, a que mais me causou indignação, sem publicá-la, por respeito aos nossos leitores e leitoras. É de causar asco a imagem de uma mulher, pintada de negro, acorrentada, puxada por um estudante pela corrente, com uma "placa" de papelão pendurada ao pescoço, com os seguintes dizeres escritos à mão: "Caloura Chica da Silva". Não posso admitir que nenhum estudante, por mais "sem noção" que possa ser, não veja que se trata de um tipo de manifestação violenta e sexista inaceitável. É impossível acreditar que tal tipo de ato seja visto como uma "mera brincadeira". A Reitoria da UFMG divulgou Nota Oficial repudiando o trote praticado pelos estudantes e prometendo apuração e punição rigorosa dos responsáveis. Que a universidade deve ser o espaço da plena liberdade, não tenho dúvidas. Entendo, porém, que todos somos responsáveis pelos ônus e bônus resultantes dos nossos atos. Como a questão dos cotistas e não cotistas, é mister que não se deixe proliferar a intolerância entre os estudantes. Nem que, para isso, medidas duras, e até punitivas, sejam tomadas. Nesses casos, talvez, combater a intolerância com medidas carregadas de intolerância seja o caminho para que novos trotes inaceitáveis como esse não ocorram.

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segunda-feira, 18 de março de 2013

A difícil arte de lidar com estudantes


Lidar com estudantes, tanto em sala de aula quanto fora dela, principalmente em casa, trata-se de uma arte. Para professores e pais. Nem todos, professores e pais, estamos efetivamente preparados para lidar com o espírito contestador dos jovens. Poucos de nós sabemos enfrentar situações nas quais eles literalmente "testam" nossa paciência tanto na escola quanto na vida. Essas considerações foram postas para levantar um problema que considero essencial no processo educacional, do Ensino Básico, passando pelo Ensino Médio, e chegando ao Ensino Superior: a relação entre a escola e o mundo. Aliás, tenho sérios problemas, inclusive, com a conceituação desses níveis. Não sei que o nosso papel de professor seja meramente de "ensinar". Modernamente, fala-se em troca de saberes. Em um processo constante de aprendizagem de ambas as partes: professor e estudante. Dá para desvincular a escola, também em todos os níveis, do mundo? Muitos teóricos pregam que o "método Paulo Freire" daria conta desta relação entre o mundo e a escola. Fico a me perguntar: quem, efetivamente, pratica essa relação no dia-a-dia da chamada sala de aula? Lidar com estudantes e inseri-lo nesta relação complexa de aprendizagem e troca de saberes não é um simples exercício didático-pedagógico. Ao que parece, o professor atual não pode ser mais um mero "transmissor" de conhecimento. É preciso entender as interconexões de afeto, bem-querer e generosidade envolvidas na própria complexidade humana. Talvez, só assim, sejamos capazes de compreender até mesmo o espírito contestados do jovem. Quem sabe nós, os mais antigos, não tenhamos muito a aprender com eles?

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domingo, 17 de março de 2013

O problema das políticas públicas nas universidades


Não sei se trata de ingenuidade ou uma visão extremamente equivocada da realidade, mas, os burocratas de Brasília, ao lançarem uma política pública, parecem imaginar que a adesão será ampla, total e irrestrita em todas as universidades públicas brasileiras. Promover a inclusão de pretos, índios e estudantes oriundos nas escolas públicas nas universidades brasileiras não é algo que se consiga apenas por decreto. A reação negativa enfrentada pela política de cotas nas universidades brasileiras não parte apenas dos estudantes, que se consideram prejudicados, mas também, de parte dos professores e professoras. Há, inclusive, uma reação silenciosa, porém, manifesta por meio de políticos e de pessoas ligadas à mídia, das escolas particulares. Isso porque, na visão dos empresários dos negócios educacionais, ao limitar o ingresso de estudantes das articulares nas universidades públicas, o Governo ataca o filão desses empresários prestadores de serviços educacionais, representado, nas universidades, pelas mesmas pessoas que reagem ferozmente em relação as estudantes cotistas. Aparentemente os técnicos do Governo Federal não perceberam que se trata de um problema muito mais complexo, portanto, mais grave, do que se nos apresenta. Inegavelmente, uma política de ações afirmativas é essencial nas universidades brasileiras. Ao que parece, no entanto, não se pode resumir meramente à abertura de vagas, por meio de cotas, levando-se em conta apenas o local de formação (a escola) e a cor da pele. Deverasmente mais complexo, o problema tem inúmeras angulações que foram deixadas de lado e, agora, estouram nas mãos dos reitores (e reitoras) como uma bomba de efeito retardado. Como bem-frisou a Reitora licenciada da Universidade Federal do Amazonas (Ufam), Márcia Perales Mendes Silva, não se pode permitir que haja uma divisão entre cotistas e não cotistas. Esse será o maior desafio dos gestores das universidades brasileiras: não deixar que se crie essa espécie de apartheid acadêmico.

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sábado, 16 de março de 2013

Universidades paulistas adotarão cotas até 2016


As três universidades paulistas, a Universidade de São Paulo (USP), a Universidade Estadual Paulista (Unesp) e a Universidade de Campinas (Unicamp) adotarão uma política de cotas similar à adotada pelo Governo Federal a partir do ano de 2014. Os reitores das três universidades participaram de uma audiência pública na Assembleia Legislativa de São Paulo (Alesp), dia 13 deste mês de março, para discutir formas de como incluir estudantes negros e de escolas públicas nas três universidades. O programa receberá o nome de Programa de Inclusão com Mérito no Ensino Superior Público (Pimesp). Há perspectivas de que a Faculdade de Tecnologia do Estado (Fatec) e as faculdades de Medicina de Marília e de Rio Preto também aderirem ao Pimesp. As discussões não foram nada fáceis, pois há resistência de estudantes, professores e representantes dos movimentos sociais. Embora esses grupos defendam que deve existir uma política de ações afirmativas, não concordam com o formato com que elas foram propostas. Curioso nisso tudo é que o projeto é muito similar ao do Governo Federal. E recebe, pelo jeito, as mesmas críticas duras dos professores e estudantes que não se conformam, em verdade, que haja uma política nacional e estadual, no caso, de ações afirmativas. De acordo com a proposta do Pimesp, até 2016, 50% das matrículas em cada curso das três universidades e das que aderirem serão destinadas aos estudantes que cursaram integralmente o ensino médio em escolas públicas – 35% desse total devem ser pretos, pardos ou indígenas. Até 40% desses estudantes devem ingressar a partir do Instituto Comunitário de Ensino Superior (Ices), que vai oferecer cursos preparatórios com duração de dois anos. Esses cursos garantem o diploma universitário e o ingresso automático nas universidades públicas estaduais, desde que o aluno tenha aproveitamento mínimo de 70%. Para se ter uma ideia da necessidade urgente de uma política de ações afirmativas, hoje apenas 7% dos alunos da USP são pretos, pardos ou índios e egressos de escolas públicas. Na Unesp, o índice é 10% e na Unicamp, 9%. O caso mais grave é o da Faculdade de Medicina de Marília. Lá, não há nenhum estudante que preencha os dois requisitos simultaneamente.

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sexta-feira, 15 de março de 2013

Ufam não quer apartheid entre cotistas e não cotistas


A reitoria licenciada da Universidade Federal do Amazonas (Ufam), Márcia Perales Mendes Silva, que disputa a reeleição juntamente com o seu vice, Hedinaldo Narciso Lima, ao ser perguntada, hoje, no debate realizado no Auditório do Instituto de Educação, Agricultura e Ambiente (IEAA), em Humaitá, sobre "o que fazer para que os estudantes quotistas permaneçam na Instituição" levantou um problema dos mais graves que já começo a sentir até mesmo na minha sala de aula: a divisão entre cotistas e não cotistas. Ela foi enfática: "Não se pode analisar o problema nem implementar políticas específica para cotistas criando uma divisão entre cotistas e não cotistas. Isso levaria a uma posição discriminatória e a um apartheid que é tudo o que essa administração não quer". O problema, aparamente simples, criado pela política de cotas imposta pelo Governo federal às universidades públicas brasileiras é de uma gravidade extrema. A Ufam tomou uma decisão prudente ao adotar o percentual mínimo para avaliar os problemas que enfrentaria na adoção do processo. E eles estão postos e demonstram, em alguns casos, uma ira latente da classe média alta contra a possibilidade de conviver com pessoas das classe C, D e E no espaço da universidade. É como se, com a política de cotas, parte de uma "propriedade" tivesse sido surrupiada ou vilipendiada. Implementada com a intenção de acolher pessoas e dar oportunidades de melhoria na qualidade de vida, a política de cotas, se não for bem administrada nas universidades, corre sim o risco de criar um apartheid que pode chegar ao fundamentalismo e ao ódio extremo. Já tive de suspender o conteúdo das minhas discussões em sala de aula para abordar o problema. Vejo que se começa a criar, inclusive, por meio de deputados e vereadores mal intencionados, uma xenofobia em relação aos "estudantes de fora", bem como aos "cotistas". Esse tipo de ódio não pode ser fomentado. No entanto, começa a se manifestar, em sala de aula, nos depoimentos de alguns estudantes. Esse tipo de discurso odioso precisa ser combatido ferozmente. A Ufam não é propriedade apenas das elites. Não se pode esquecer o mérito acadêmico e implementar uma política de cotas meramente assistencialista. Acima de tudo, porém, é preciso ter um ambiente de acolhimento para essas pessoas que leve em conta, também, o mérito de elas terem conseguido ingressar na universidade. Acolhê-los e cumprir a meta do Governo Federal de melhorar a qualidade de vida dessas pessoas é fundamental. Sem que o ódio insano ganhe qualquer espaço.

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quinta-feira, 14 de março de 2013

Espaços de convivência necessários à Educação


Tenho ouvido absurdos durante a campanha para a Reitoria da Universidade Federal do Amazonas (Ufam). Um dos que mais me incomodaram foi a defesa de que a área de convivência seja transformada em "sala de aula". Resumir o processo de Educação à sala de aula é uma visão tão estreita a respeito do papel da universidade na vida das pessoas que só pode ser visto como brincadeira. Uma universidade não se faz apenas com salas de aulas, professores, técnicos e estudantes. O processo de Educação vai além das paredes e dos prédios. No caso da Ufam, é bem verdade que o espaço proposto mais parece o Shopping Center e, talvez, por isso, recebe a ira de quem se posiciona contra. Eu, inclusive, não aprovo, até hoje, a construção nos moldes que foi projetada. No entanto, abomino o pensamento reducionista de que se tem que transformar o espaço em novas salas de aulas. O espaço físico, por si, não modifica a qualidade da Educação. Pensar uma universidade centrada na questão meramente do espaço para as aulas é reduzir ao extremo o papel de educador dos professores e professoras. Posicionar-se politicamente contra o processo de derrubada das árvores e o descuido que houve em relação aos animais é louvável. Não se pode, porém, desconhecer a necessidade que professores, técnicos e estudantes têm de uma área de lazer e convivência. A sala de aula não se completa por si. A vida da universidade é muito mais complexa do que as paredes da sala de aula.

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quarta-feira, 13 de março de 2013

A democracia universitária existe?


Ontem, aqui mesmo neste espaço, usei o termo "democracia universitária" na postagem "O direito à escolha na Democracia" como se houvesse uma Democracia para a vida e outra para a universidade. De ontem para hoje passei a refletir sobre o assunto e a me perguntar: mas, será que existe uma Democracia para consumo interno e outra para consumo externo dentro da universidade? Talvez não exista! Nos corredores, ao se falar desta tal "democracia universitária", o que se quer mesmo é reforçar a velha e atrasada visão do que denominei, há tempos de "assepsia política". É como se na universidade não se devesse praticar a política em toda a sua essência. O que não se deve, e esse foi o sentido que dei ao termo "democracia universitária", é trazer para a universidade as práticas condenáveis e nocivas da política praticada fora dela. Hoje, por exemplo, presenciei uma cena hilária se não fosse trágica. Um técnico, cujo nome reservo-me o direito de não revelar, conversava com o vice-reitor licenciado, professor Hedinaldo Narciso Lima, sobre o fato de estar com o material de outro candidato. O dito senhor se explicava tanto que dava dó. Era como se pedisse licença ao vice-reitor para fazer campanha para outro, algo completamente desnecessário. Polidamente, Hedinaldo Narciso explicou que não havia nenhuma obrigação de ele (o servidor) votar na chapa no qual ele é candidato a vice. O servidor ressaltou que aquela era uma disputa de respeito, apenas em torno de ideias. Não demorou, no hall do Instituto de Ciências Humanas e Letras (ICHL), encontro o mesmo servidor, a praticar toda a disputa "de respeito e em torno de ideias" que ele tanto aclamara em frente ao vice-reitor licenciado. Dizia ele:"A Márcia é perseguidora e não ajuda a ninguém". O que mais fez com que pessoas como eu e o diretor do ICHL, professor Nelson Mattos de Noronha, tenham se posicionado em favor da candidatura de Márcia Perales e Hedinaldo Narciso foi o fato de terem feito uma administração republicana, sem nenhum tipo de perseguição aos adversários ou até aos desafetos. Não encontrei nenhum tipo de sustentação para o argumento "...e não ajuda ninguém". Será que o assistencialismo personalizado é algum tipo de marca desta "democracia universitária". Ou essa dita democracia é aquela que você jura "jogar limpo" em um lugar e, ao virar as costas, passa a jogar sujo imediatamente? Talvez precisemos repensar esse conceitos e unificá-los em torno de práticas efetivas de respeito ao outro e às suas decisões. Parece mais razoável que proclamar uma "limpeza" pouco usada na prática diária.

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terça-feira, 12 de março de 2013

O direito à escolha na Democracia


Creio que, na Democracia, inclusive não tão propagada e libertária "democracia universitária", o direto à escolha é pétreo. E, ainda que a escolha do outro não seja igual a nossa, tem de ser respeitada. Não deve haver nenhum tipo de policiamento quanto às escolhas de A, B ou C. Há anos, havia um patrulhamento ideológico dos mais ferozes. Hoje em dia, porém, em um momento de escolha dos dirigentes da instituição, como o vivido pela Universidade Federal do Amazonas (Ufam), aceitar patrulhamento em função das escolhas é de uma covardia sem tamanho. Ignoro qualquer tipo de manifestação que tente avaliar minha escolha nestas eleições. Fiz uma escolha e respeito a escolha dos outros. Defenderei as propostas construídas pelo grupo do qual participo hoje. Não creio que seja nosso papel desmerecer as propostas das outras chapas. Somos uma universidade, em essência, plural. A melhor hora de demonstrar, na prática, o exercício desta pluralidade é agora. Que tenhamos o equilíbrio e a sensatez de não nos tornarmos inimigos em função do voto para a Reitoria da Instituição. Abomino veementemente as manobras escusas para aplicar a este ou aquele candidato (ou candidata) determinado tipo de "carimbo". Ainda mais quando a prática parte de quem não tem coragem de enfrentar o debate de cara limpa. Não dou o direito a nenhum covarde de julgar quaisquer das decisões tomadas por mim. E tem de ser assim para todas as pessoas que fazem parte da comunidade da Ufam. Corro o risco até de ser agredido novamente, como o fui em 2009, em pleno Auditório Rio Negro, do Instituto de Ciências Humanas e Letras (ICHL), mas, não abro mão do meu direito à autonomia e a escolher o caminho que quero ou não seguir. E que cada um faça o mesmo e respeite o que o outro fizer. De cara limpa, porém. Pois, o anonimato é um câncer que corrói a Democracia.

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segunda-feira, 11 de março de 2013

O esvaziamento dos debates para a Reitoria da Ufam


Preocupa-me muito a pouca participação dos estudantes nos debates para a sucessão à Reitoria da Universidade Federal do Amazonas (Ufam). Tanto o ocorrido no Instituto de Ciências Humanas e Letras (ICHL) quanto nos polos de Itacoatiara, Parintins e Coari. Somente o último, ocorrido em Coari, começou com um número muito maior de estudantes, inclusive, com gente ao lado de fora de Auditório. No entanto, ao final do debate, parte do auditório já se encontrava esvaziado. Não sei se o formato dos debates afasta as pessoas ou se os estudantes não se empolgam com as propostas, mas, o certo é que a desmobilização assusta-me. Penso que o fato de o bloco de perguntas da plateia não poder ser diretamente aos candidatos termina por afastar que comparece no início. Ao descobrir que não podem perguntar diretamente aos candidatos, os estudantes terminam por perderem o interesse e vão embora. É preciso, porém, resgatar o motivos pelos quais as comissões eleitorais anteriores mudaram as regras do debate e esta regra já permanece por duas consultas. Antes, as torcidas organizadas compareciam no início do debate, pegavam todos os blocos de perguntas e só um candidato respondia às 12 perguntas, uma vez que são quatro blocos de três perguntas cada. No final das contas, havia, ainda que indiretamente, manipulação das perguntas, o que tornava o debate injusto. De todas as fórmulas, a atual, com perguntas gerais, respondidas por todos os candidatos, é a que se nos apresenta mais democrática e com menos possibilidade de manipulação.

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domingo, 10 de março de 2013

O bem e o mal na universidade brasileira


Não sei se a universidade brasileira deveria ser divididas entre pessoas do bem e pessoas do mal. Talvez, o mais sensato seja dividirmos as pessoas que nos cercam, inclusive, os nossos colegas de trabalho técnicos e professores, entre pessoas que concordam com o que pensamos e pessoas que discordam  da forma como pensamos. Mais sensato, ainda, seria não transformarmos essas escolhas em um cabo de guerra que nos transforme em inimigos mortais. Todo ser humano move-se por ideias ou por dinheiro. O problema é que ninguém consegue detectar que age de uma ou de outra forma. O velho e odiado senador pela Bahia, Antônio Carlos Magalhães, quando era um dos homens mais poderosos do Brasil, dizia: "não dê informação a um jornalista que quer dinheiro nem dinheiro a um jornalista que quer informação". A máxima talvez possa ser adaptada para quaisquer tipos de eleições, inclusive, para a escolha dos reitores das universidades brasileiras, momento vivido agora pela Universidade Federal do Amazonas (Ufam). Enquanto uns votam conscientemente e decidem seus apoios baseados em análises de propostas e formas de trabalhar, outros o fazem em função dos cargos prometidos para logo após as eleições. Uns são mais admiráveis pelo caráter por alguns, outros, se não fizerem o jogo pragmática da troca de apoio por cargos, são considerados pouco inteligentes. Ao fim de tudo, a vida segue e teremos de conviver com todo o tipo de pessoas. Prefiro, portanto, acreditar, como propaga Edgar Morin, que somos razão e emoção ao mesmo tempo. Por analogia, o bem e o mal está em nós na mesma proporção. Que tenhamos responsabilidade com a Ufam na hora da escolha e que respeitemos as escolhas dos outros!

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sábado, 9 de março de 2013

Decisões colegiadas e os fluxos administrativos


As universidades brasileiras em geral, e a Universidade Federal do Amazonas (Ufam), em particular, padecem de um problema grave: os fluxos administrativos terminam por serem "cadenciados" (ou quase lerdos) em função da necessidade de as decisões serem colegiadas. Parece haver uma espécie de descompasso entre o que se poderia chamar de "tempo administrativo" e "tempo democrático". Mais grave que esse descompasso, porém, é a universidade brasileira insistir na estrutura colegiada sem, porém, dar a contrapartida da participação nos três segmentos. Acontece que raros sãos os colegiados nos quais as representações comparecem efetivamente. Nos atuais conselhos terminam por predominar as ideias de quem os dirige ou, quando é de interesse de algum grupo organizado, tende-se para uma oposição descabida. E quando esse tipo de oposição é bem organizada, os fluxos administrativos tornam-se ainda mais lentos. Há que se pensar em um modelo administrativo que não destrua as conquistas democráticas, porém, que tenha agilidade administrativa necessária para vencer os desafios de uma organização moderna. Em assim não sendo, quando chega a época das consultas para a Reitoria, como agora ocorre na Ufam, grande parte das reclamações gira em torno da lentidão da máquina administrativa. Não é para menos. Instituições que possuem todas as decisões colegiadas, do menor ao maior escalão da administração, jamais serão ágeis o suficiente para acompanha a velocidade do mundo moderno. Essa dissonância talvez seja corrigida com a adoção de um modelo misto de tomada de decisões. Como está, porém, as reclamações sobre lentidão serão sempre maiores que as soluções.

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sexta-feira, 8 de março de 2013

Livro marca estudos sobre Ecossistemas Comunicacionais


O lançamento do livro 'Estudos e perspectivas dos ecossistemas na comunicação', organizado pelos professores Gilson Vieira Monteiro, Mirna Feitoza Pereira e Maria Emília Pereira de O. Abudd, lançado ontem e editado pela Editora da Universidade Federal do Amazonas (Ufam) tem uma importância pessoal incomensurável e marca uma conquista coletiva do Programa de Pós-graduação em Ciências da Comunicação (PPGCCOM) da Ufam. Do ponto de vista pessoal por materializar um sonho individual desde que voltei do doutorado em Ciências da Comunicação, concluído em 2003 na Universidade de São Paulo (Usp): o de conseguir implantar um Programa de Pós-graduação em Comunicação no Amazonas, especificamente na Ufam. De visionário a louco, tudo a mim atribuíram um pouco. Não desisti. E eis o primeiro livro com a produção das pesquisas do PPGCCOM da Ufam. Uma conquista individual sim, mas, graças ao trabalho coletivo de todos os professores que fazem e fizeram parte do corpo docente do PPGCCOM, especialmente as colegas Mirna Feitoza Pereira e Maria Emília Pereira de O. Abudd, organizadores do livro. Sem trabalho em grupo nenhum Programa de Pós-graduação consolida-se. E essa é a maior vitória simbólica de se lançar o primeiro livro do PPGCCOM da Ufam: representar o esforço coletivo de se vencer os obstáculos. Compromissos me impediram de participar do lançamento. Não me impedem, porém, de reconhecer o trabalho árdua de estudantes e professores que fizeram o PPGCCOM nos últimos anos. Que o livro passe a marcar uma página de vitórias coletivas acumuladas até chegarmos à meta do Doutorado em Comunicação na Ufam. Pode ser sonho? Coisa de visionário? Com o apoio de cada um de nós o Doutorado também deixa de ser mero sonho, em breve.

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quinta-feira, 7 de março de 2013

A modernização da universidade brasileira


A modernização da universidade brasileira não passa meramente por mudanças "de perfumaria" na estrutura administrativa. É preciso, antes de tudo, que se mudem as mentes e corações. Que os corredores deixem de ser espaço para meras fofocas e aleivosias. É mister que haja, antes de tudo, uma mudança cultural das mais radicais para que alguns princípios se transformem em regra para quaisquer dos grupos que nela convivem. Um deles é o princípio da liberdade, inclusive de cátedra. Esse deve ser defendido com unhas e dentes. Não se pode admitir, por exemplo, que governos municipais, como é o caso dos cinco municípios nos quais a Universidade Federal do Amazonas (Ufam) possuem campi, interfiram na autonomia da universidades e exijam quaisquer tipos de punição aos professores, técnicos e até estudantes por se "sentirem ofendidos". A Ufam inteira deve repudiar veementemente a pressão vinda das prefeituras e não ceder a nenhum tipo de chantagem ou ameaça. Descontentes com o que se fala em sala de aula, alguns prefeitos, que se consideram os donos da cidade, ameaçam cortar convênios caso a sanha ditatorial deles não seja aceita pela universidade. Convênios estabelecidos entre prefeituras e a Ufam, por exemplo, nas cidades do interior, possuem como objetivo final o bem-comum. Estão acima de quaisquer "picuinhas" e "zangas" dos prefeitos. Nenhum dos diretores deve se sentir ameaçado ao receberem "pressão". Modernizar, portanto, é, antes de tudo, garantir a autonomia da universidade diante de todos os poderes constituídos no Estado. Sem isso, os modelos administrativos, por mais modernos que os sejam, servirão apenas para maquiar o pensamento atrasado que reina em algumas universidades, inclusive, em parte da Ufam.

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quarta-feira, 6 de março de 2013

A permanência do estudante na universidade


O estágio obrigatório, em muitos casos, como o é, agora, na área de jornalismo, principalmente no Amazonas, ao invés de ser uma forma de o estudante se preparar para o exercício da profissão no mercado, transforma-se em mais um dos fatores cruciais da evasão escolar. Se em outros locais do País contribui para a formação, em Manaus tira estudantes das salas de aulas desde cedo. Aqui, nos primeiros períodos, pelo menos no curso de jornalismo da Universidade Federal do Amazonas (Ufam), estudantes são recrutados por rádios, jornais, televisões e portais para "estágios". Os estudantes, porém, realizam o mesmo trabalho que deveria ser realizado por profissionais da área e, ao chegarem no quinto período, começam a reclamar que não conseguem mais "dar conta do curso". É evidente que, quem vai para o mercado de trabalho precocemente, começa a absorver todos os defeitos das práticas jornalísticas (quando existem). Alguns ainda encontram na família suporte para se afastar das "arapucas dos estágios" e terminam o curso. A grande maioria, porém, passa a engordar as estatísticas tanto da retenção quanto da evasão. A transformação deste "estágio-de-faz-de-conta" em estágio obrigatório não mudará o quadro em Manaus. O nó da questão é este: dentre os vários fatores de retenção e evasão, o estágio, pelo menos em jornalismo, é ponto central. Enquanto o estudante não optar pela permanência no curso nos períodos iniciais, terá sempre problemas para concluí-lo. Ainda que, modernamente, não haja nenhum pré-requisito no curso de Jornalismo da Ufam. A permanência do estudante na universidade é essencial para a qualidade do processo educacional. E qualquer variável que interfira neste processo deve ser estudada para que sejam encontradas estratégias capazes de mudar o quadro. Como está, definitivamente, não pode mais ficar.

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terça-feira, 5 de março de 2013

Estágio obrigatório: retrocesso no jornalismo


O Conselho Nacional de Educação (CNE) aprovou recentemente as novas Diretrizes Curriculares Nacionais (DCNs) para o curso de Jornalismo. Com a mudança, os cursos não mais receberão o nome de Curso de Comunicação Social, com habilitação em Jornalismo. Passam a se chamar Curso de Bacharelado em Jornalismo. A Universidade Federal do Amazonas (Ufam) antecipou-se ao projeto do Governo e já denomina de Curso de Jornalismo desde o ano de 2009. Não incorpora, porém, em seu Projeto Pedagógico de Curso (PPC) uma exigência das novas DCNs: a do Estágio Obrigatório. Particularmente, aliás, como professor de jornalismo e sindicalista atuante em tempos idos, sempre contra a exigência do estágio obrigatório, considero um dos maiores retrocessos da proposta aprovada exatamente. O retorno da exigência do estágio obrigatório é uma porta aberta para práticas patronais escusas. Em qualquer das áreas do conhecimento, esse tipo de estágio necessariamente tem de ser supervisionado. Até na área médica existe o problema da falta de "preceptores", ou seja, de professores habilitados a acompanhar os estudantes no período do estágio. Essa é a única forma que um estágio se justifica como parte do processo de formação profissional. Caso não, o que se produz, com a exigência, é um exército de mão-de-obra barata e de alta rotatividade que, em último caso, só beneficia os patrões, os donos das empresas. Sem contar que as instituições, nem as públicas nem as particulares, possuem número suficientes de professores para supervisionar estagiários. Oficializar-se-á, certamente, uma relação medíocre e cínica: professores passam a fingir que supervisionam e estagiários fingem-se supervisionados. Oficializar este tipo de prática, a mim me parece, um retrocesso sem tamanho. No campo das mudanças de nomes, pouco influem se o processo de formação for o mesmo. E o retorno do estágio obrigatório deixa-me com certo receio de que essa mudanças tão propagadas não passem de perfumaria.

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segunda-feira, 4 de março de 2013

A indissociabilidade entre Ensino, Pesquisa e Extensão


Ha uma mantra na universidade brasileira, desde a criação, de que Ensino, Pesquisa e Extensão são indissociáveis e formam o tripé da universidade. Este triunvirato, porém, não se nos apresenta tão uno assim como se prega. Nos próprios regulamentos internos, ao longo dos anos, ações que combinassem os três pilares eram preteridas incondicionalmente. No discurso, porém, a tal indissociabilidade era sempre pregada. Na prática, projetos que possuíssem este "olhar integrador" não prosperavam. Atualmente, algumas instituições avançaram na direção deste olhar mais, digamos, "integrador". Ainda perdura, porém, em algumas universidades ou setores de universidades, a prática "desintegradora". O desafio da maioria delas, as universidades, é vencer essa barreira de a prática ser diferente do que se propaga em teoria. Ações de Ensino, Pesquisa e Extensão, conjuntamente, são da mais alta complexidade. Não saem do papel se não forem efetivamente trabalhadas ao longo dos anos para que se mude a perspectiva do olhar. Mudar a perspectiva do olhar, portanto, significa, também, mudar a cultura organizacional. Pregar que Ensino, Pesquisa e Extensão são indissociáveis não promove a indissociabilidade caso, na prática, cada uma dessas dimensões seja realizada separadamente. É preciso pensar a universidade com a convicção de que esses três pilares podem ocorrer de forma integrada. Caso não, essa tão propagada indissociabilidade será sempre uma utopia. Que não percamos a capacidade de sonhar, mas, que nossos regulamentos sejam indutores dessa aproximação efetiva entre os três pilares.

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domingo, 3 de março de 2013

A crítica que não deve cegar


Uma das coisas que aprendi ao longo da vida é basilar para o comportamento que, aos poucos, molda minhas atitudes: ser crítico não significa fechar os olhos para o mundo. Embora muitos digam que já fui assim, não consigo me ver uma pessoa que se nos apresenta contra tudo. E se um dia assim fui, aprendi, não apenas com a vida, mas, principalmente, com os estudos, com a Ciência, com os autores. E dei um salto de qualidade na vida ao cair, de cabeça, nos estudos de Maturana e Varela, Edgar Morin, Fritjof Crapa e, sobretudo, Maria Luiza Cardinale Baptista. Ela me iniciou no mundo da "paixão-pesquisa", que passei a denominar "emoção-pesquisa", embalado pela afirmativa de Morin:"somos 100% razão e 100% emoção". Foi a partir dele, dos estudos mais profundos sobre a complexidade, que passei a entender que não há nenhum ser (humano ou não) que seja totalmente bom ou totalmente ruim. Temos falhas, faz parte da nossa própria condição de humanos, mas, não devemos cobrar dos outros, nem de nós, a perfeição. Nossa base educacional judaico-cristã, ao invés de ver, no erro, o critério fundamental para o processo de aprendizagem, encara-o como se fosse a variável essencial para a punição. E quando o erro é visto única e exclusivamente como base para a punição, geramos culpa e passamos até a nos punir quando consideramos que erramos. O crítico extremo, portanto, termina cego em função do próprio olhar crítico. Nem as verdades científicas podem ser tão extremas a ponto de nos cegar. A se levar em conta que Morin está certo, bondade e maldade existem em qualquer um de nós e convivem harmoniosamente como faces da mesma moeda. A vida, na academia como na sociedade, talvez seja menos dolorosa se tomarmos Morin como base para nossas decisões. Pelo menos torna-se menos sofrida.

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