domingo, 31 de agosto de 2014

Que as universidades se espelhem na Igreja

Católico, quase nada praticante atualmente, há muito provoco meus colegas das universidades brasileiras. Digo que há três entidades tão tradicionais uma quanto a outra: a Igreja (para mim sempre a que eu pertenço, a Católica), o exército e a universidade. No discurso, a universidade sempre se nos apresenta como a mais progressista de todas elas. Só no discurso! Na prática, o que se tem é uma universidade (brasileira, não me refiro aqui especificamente à Universidade Federal do Amazonas, na qual trabalho), dos corredores, preconceituosa, reacionária e que não tem coragem de assumir tal face. Ontem, porém, a Arquidiocese de São Paulo divulgou uma nota que me fez sentir imenso orgulho em ser católico:
"Nota da Comissão Justiça e Paz da Arquidiocese de São Paulo
Fiel à sua missão de anunciar e defender os valores evangélicos e civilizatórios dos Direitos Humanos, a Comissão Justiça e Paz de São Paulo (CJPSP) vem a público manifestar-se por ocasião da 18ª Parada do Orgulho LGBT que se realiza na Av. Paulista no próximo domingo, dia 04 de maio de 2014.
Nosso posicionamento se fundamenta na Constituição Pastoral Gaudium et Spes, aprovada pelo Concílio Vaticano II, que diz: “As alegrias e esperanças, as tristezas e angústias dos homens de hoje, sobretudo dos pobres e de todos aqueles que sofrem, são também as alegrais e as esperanças, as tristezas e as angústias dos discípulos de Cristo; e não há realidade verdadeiramente humana que não encontre eco no seu coração.”
Assim, a defesa da dignidade, da cidadania e da segurança das pessoas LGBT – lésbicas, gays, bissexuais, travestis e transexuais – é imprescindível para a construção de uma sociedade fraterna e justa. Por isso não podemos nos calar diante da realidade vivenciada por esta população, que é alvo do preconceito e vítima da violação sistemática de seus Direitos Fundamentais tais como a saúde, a educação, o trabalho, a moradia, a cultura, entre outros. Além disso, enfrentam diariamente insuportável violência verbal e física, culminando em assassinatos, que são verdadeiros crimes de ódio.
Diante disso, convidamos as pessoas de boa vontade e, em particular, a todos os cristãos, a refletirem sobre essa realidade profundamente injusta das pessoas LGBT e a se empenharem ativamente na sua superação, guiados pelo supremo princípio da dignidade humana.
São Paulo, 30 de abril de 2014."
A comentar: que as universidades, na prática, comecem a se espelhar na Igreja (Católica).


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sábado, 30 de agosto de 2014

A convivência salutar entre universidades

Fico a me perguntar o porquê de ainda existirem pessoas na Universidade Federal do Amazonas (UFAM) que encaram a Universidade do Estado do Amazonas (UEA) como adversária e vice-versa. Choca-me que, depois de tanto tempo, ainda haja quem fale, de ambos os lados, em concorrência. São duas organizações que se complementam e, se assim agiram, conseguem contribuir muito mais para o desenvolvimento social e econômico do Estado. E poderiam ser complementadas, também, por uma universidade municipal, sem nenhum problema. E fariam um trabalho excepcional se fizessem, inclusive, o planejamento estratégico em conjunto com o fim de minorar o grave problema de acesso à Educação Superior do Estado e do Município. A convivência entre universidades mantidas com recursos públicos é salutar. Aliás, vou além: esta convivência salutar deveria ser entre todas as instituições de educação superior do Estado. Para o bem da comunidade.


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Por uma Educação centrada no estudante

Estou convicto de que não haverá nenhuma mudança radical na Educação brasileira enquanto o processo educacional for centrado na figura do professor (ou professora). Há um corporativismo impregnado em cada decisão que se toma. O estudante, com raras exceções, é estereotipado como alguém com pouca responsabilidade, quase nenhum comprometimento, inclusive sem consciência política para cobrar, sequer, a presença do professor (ou da professora), em sala de aula. Fica-se com a impressão que o professor é um ser perfeito, cumpridor de todas as obrigações, infalível. Qualquer fracasso no processo é sempre atribuído ao estudante. Esquecem, porém, que o processo é centrado no professor e na sua capacidade de "transmitir" conteúdos. É preciso, porém, mudar essa lógica. Transferir, definitivamente, o centro do professo para o estudantes. Fazê-lo é um desafio coletivo que envolve todos os participantes do processo. Nada fácil quando a visão está centrada em si, o professor.

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OBS: Post do dia 29/08/2014

A Ciência do oba, oba e o oba, oba da Ciência

Às vezes me pego a refletir sobre algo que estou envolvido até às vísceras: a Ciência. E fico a me perguntar se, como resultado dos padrões e modelos de avaliação existentes, inclusive cruciais para a obtenção de financiamento, não se tem a Ciência propriamente dita, a Ciência do oba, oba e, até, o oba,oba da Ciência? E por que fico com tantas dúvidas? Pelo fato de que, atualmente, existem tantas associações, confederações que nenhum pobre, ou rico, pesquisador é capaz de fazer parte de todas elas e participar de seus eventos "científicos". Se todos fossem tão importantes quanto o é a Ciência, deveríamos participar de todos. Se o fizermos, porém, não teremos tempo suficiente para ministrar as disciplinas para as quais fomos contratados nas universidades. Por outro lado, se não participarmos pelo menos da metade deles, nosso Lattes se torna "uma coisinha muito acanhada" em comparação com os Lattes dos nossos pares bem articulados. Resta, ainda, a parte mais importante, certamente, para as entidades: o pagamento das anuidades, mensalidades, inscrições e sabe-se mais o quê. E dura a vida de um pesquisador na era da produtividade em série!

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OBS: Post do dia 28/08/2014

quarta-feira, 27 de agosto de 2014

Salas de aulas tradicionais na Internet

É inegável o avanço no número de matrículas e na oferta de cursos na modalidade a distância no Brasil. Entre 2007 e 2011, por exemplo, o crescimento da modalidade foi de 156% contra 25% dos cursos presenciais. O problema é que, até hoje, o que se tem, com raríssimas exceções, é uma mera transposição da sala de aula tradicional para os pomposos Ambientes Virtuais de Aprendizagem (AVAs). As múltiplas e complexas possibilidades de interações e de usos do quase-infinito banco de dados que é a Internet são jogadas foras. Em alguns momentos, chega a dar saudades do velho Instituto Universal Brasileiro (IUB) no qual até eu fiz um curso de eletricista, por carta. AVAs tão tradicionais quando as salas de aulas reais terminam por incentivar apenas a obtenção de um diploma no atacado. Mas, no fundo, porém, não mudam a visão atrasada a respeito do processo de aprendizagem.


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terça-feira, 26 de agosto de 2014

Aprendizagem longe da sala de aula

Faz algum tempo que defendo a ideia de que sala de aula tradicional é o pior ambiente de aprendizagem. E não se precisa sem nenhum especialista em Educação para perceber que a sala de aula tradicional distancia o estudante do mundo e cria um ambiente de falso saber por parte da escola quando, na verdade, a escola, mal e parcamente, dá conta do saber tradicional. A postagem de ontem, neste mesmo espaço, "Aulas tradicionais abolidas" parece confirmar a tese de que a sala de aula tradicional, enfim, começa a ser vista como um espaço completamente inadequado à aprendizagem. É de uma prepotência sem tamanho da nossa parte imaginar que somos capazes de reproduzir o mundo em sala de aula. E esta visão retrógada que nos faz exigir que só as atividades realizadas em sala de aula podem ser validadas. Enquanto não vencermos o atraso na perspectiva do olhar pouco inovaremos em Educação no Brasil.


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segunda-feira, 25 de agosto de 2014

Aulas tradicionais abolidas

Foi com felicidade imensa que recebi, da professora Michele Aracaty, um link para a matéria "Brasileiro fará parte da 1ª turma de universidade cursada em seis países". FEliz porque vejo que em algum lugar do mundo há que não tenha receio de inovar. De implodir a sala de aula tradicional em prol de uma ousadia que jamais os pedagogos tradicionais e afins poderiam imaginar. Não é de hoje que defendo: a sala de aula é o pior ambiente de aprendizagem. Ler que o espaço será abolido em uma experiência denominada Universidade Minerva. É uma escola com, no máximo, 19 estudantes por curso. É uma escola que só oferece seminários baseados na interação dos estudantes e não nas aulas dos professores. Os estudantes precisam trabalhar antes para ir aos Seminários com conteúdos suficientemente adquiridos para poderem participar efetivamente das discussões. Vale a pena sonhar que o projeto pode dar certo.


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domingo, 24 de agosto de 2014

Portas abertas para 21 países

O Programa Ciências Sem Fronteiras está com inscrições abertas para estudantes de graduação que desejem fazer parte do curso no exterior em 21 países. As inscrições serão encerradas nos dias 29 e 30 de setembro, respectivamente. Os países com oportunidades abertas são Alemanha, Austrália, Áustria, Bélgica, Canadá, China, Coréia do Sul, Espanha, EUA, Finlândia, França, Holanda, Hungria, Irlanda, Itália, Japão, Noruega, Nova Zelândia, Polônia, Reino Unido e Suécia. Os estudantes aceitos no Programa recebem uma bolsa mensal na moeda do lugar para o qual foi selecionado e mais os seguintes benefícios: auxílio instalação, seguro-saúde, auxílio deslocamento para aquisição de passagens aéreas e auxílio material didático para compra de computador portátil ou tablet. Maiores informações são obtidas diretamente no site do Programa Ciências Sem Fronteiras.


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sábado, 23 de agosto de 2014

A internacionalização da Pós da UFAM

A após participar do XXII Congresso da Brasilian Satudies Association (Brasa), cujo encerramento ocorreu hoje com a participação da Reitora da Universidade Federal do Amazonas (UFAM), Márcia Perales Mendes Silva, e da Pró-reitora de Inovação Tecnológica, Maria do Perpétuo Socorro Rodrigues Chaves, que apresentaram trabalho na mesa "Ciência e Meio Ambiente na Amazônia Brasileira, coordenada pela professora da Universidade do Estado do Pará, Rosineide da Silva Bentes, faica mais evidente que os programas de Pós-graduação da UFAM precisam, urgentemente, vencer a barreira da língua estrangeira e mostrar o trabalho de pesquisa que fazem fora do Brasil. É de suma importância que haja um trabalho de prospecção de oportunidades, como o feito pela Pró-reitora de Pesquisa e Pós-graduação (PROPESP) da UFAM em conjunto com a Assessoria de Relações Internacionais nesta viagem, para que se possa, de forma institucionalizada, unir forças junto aos programas de Pós-graduação a fim de que o processo de internacionalização seja parte da cultura organizacional (da UFAM e dos Programas). Algumas experiências pontuais começaram a ser feitas, como a ida do professor Massimo Canevacci a Manaus para ministrar uma disciplina no Programa de Pós-graduação em Ciências da Comunicação (PPGCCOM) da UFAM. As pesquisas produzidas no Brasil geram interesse em grandes universidades do mundo. É preciso fazermos um movimento oposto ao das grandes navegações, à época do descobrimento. Quem sabe não chegou a hora!


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sexta-feira, 22 de agosto de 2014

Chances de Dilma avaliadas no XII BRASA

As perspectivas da reeleição da presidente Dilma Rousseff (PT) nas eleições deste ano foram o tema da Sessão Plenária de hoje no XXII Congresso da Brasilian Satudies Association (Brasa). "The political moment" começou às 16h45 e foi até às 18h30, no Edmond J. Safra Lecture Theatre. no King´s College London, no Strand Campus. O tema foi desenvolvido pelo Diretor do programa de estudos brasileiros da universidade de Oxford, Timothy Power e pela diretora do Centro de Estudos de Opinião Pública da Universidade Estadual de Capinas (UNICAMP), Rachel Meneguello. A se levar em contra o que os especialistas apresentaram, apesar dos problemas pontuais do início de campanha e do "fator Marina Silva", com a morte de Eduardo Campos (PSB), a presidente tem boa chances de reeleição.


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quinta-feira, 21 de agosto de 2014

O jornalismo em crise no mundo

Não sei se me cobro demais, ou se cobra demais das práticas que do jornalismo, mas, de uma coisa tenho certeza: precisamos rediscutir, ainda mais a formação do jornalista no Brasil. E mais: é bem possível que o jornalismo enfrente uma crise mundial sem precedentes. Talvez provocado pela ascensão das Mídias Digitais. Ou pela crise no processo de formação, que não é um fenômeno brasileiros, mas, o certo é que o jornalismo, no mundo, precisa se reinventar. E a escola tem papel essencial neste processo de reinvenção. Tratar o processo de formação com um mero desenvolvimento de habilidades técnicas pode transformar os cursos de jornalismo, no Brasil, em candidatos à morte. Ao que parece, há uma crise mundial daquele jornalismo praticado em épocas românticas. Ou se muda, ou se morre!


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quarta-feira, 20 de agosto de 2014

Abertura do XII BRASA em Londres

Ocorre hoje, às 18h de Londres (13h de Manaus), a abertura do XXII Congresso da Brasilian Satudies Association (Brasa), no Tutu´s Macadam Building, Strand Campus, King´s College London, Strand WC2R 2LS. Herique Cazes e Clube do Choro de Londres serão as atrações artísticas do evento. De acordo com o próprio site da Associação, a "BRASA é um grupo internacional de acadêmicos interdisciplinares, que apoia e promove os estudos brasileiros em todas as áreas mas especialmente as áreas de Ciências Sociais e Humanas. A BRASA se dedica à promover os estudos brasileiros no mundo todo mas em especial nos Estados Unidos. O Congresso da entidade ocorre a cada dois anos em países e cidades definidas previamente durante o Congresso em andamento. A "BRASA tem atualmente mais de 600 membros nos Estados Unidos, Brasil, Europa e muitos outros países na América Latina." Além das contribuições dos seus membros, a BRASA recebe " generoso suporte do Lemann Institute for Brazilian Studies no Universidade de Illinois em Urbana-Champaign (UIUC)".


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terça-feira, 19 de agosto de 2014

As políticas públicas e a fixação de doutores

Há sempre um iluminado a tentar jogar mais luzes sobre o problema da formação e fixação de doutores na Amazônia. Há uma complexidade tão imensa neste processo que não depende única e exclusivamente das universidades e Institutos de pesquisa, muito menos das agências de Fomento à pesquisa. Só pode ser enfrentado com possibilidades de solução se houver uma ação conjunta entre os governos Federal, Estadual e Municipal para reduzir a pobreza e a falta de condições de vida digna nos municípios do interior do Amazonas e dos demais estados da Região Norte. Enquanto persistirem as diferenças brutais de vida entre as capitais e seis municípios, haverá sempre a possibilidade de busca da melhoria pelos professores e professoras. A mobilidade de doutores não se observa apenas entre os que moram nas capitais e no interior de cada estada, mas, entre os que moram em capitais diferentes. Logo, só com uma mudança radical nas políticas públicas para os municípios do interior de cada estado da Amazônia será possível se pensar na efetiva formação e fixação de doutores.


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segunda-feira, 18 de agosto de 2014

Espaço da criação e da ousadia

Ou a escola brasileira se transforma em um espaço da criação e da ousadia ou quaisquer discursos relativos à necessidade de se investir em Educação não passarão de folhas ao vento. Os estudantes até ingressam nas escolas em busca de uma surpresa, de um lugar de ruptura. Mas, são obrigados a se deparar com ambientes opressores, de pouco espaço para a criatividade, no qual a ousadia, ao que chega a parecer, é proibida. Jovens desta nova geração não querem mais a o pressão como regra. Desejam se sentir útil, ter o que fazem reconhecido e se comunicar com o mundo. Quando a escola o oprime, é quase como proibi-lo de respirar. E sem respiração, a vida morre, como pode morrer a escola. Ou nos conscientizamos disso e mudamos ou seremos cobrados, no futuro, pelo que deixamos de fazer no presente para mudar a escola brasileira.


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domingo, 17 de agosto de 2014

O jornalismo de volta ao passado

As novas Diretrizes Curriculares Nacionais (DCNs) para os curso de Jornalismo são de uma insensatez que não se pode nem imaginar. É como se negássemos a história e retrocedêssemos aos anos 70. Enquanto o mundo caminha para derrubar as "caixinhas" do conhecimento, nós, os jornalista, inventamos uma profissão que não se correlaciona com nenhuma outra. Trazer de volta o "estágio supervisionado" é outro erro inaceitável. Desde sempre, principalmente no Amazonas, sabemos que as empresas usam a mão-de-obra barata dos estagiários para promover um turne over que tende a substituir profissionais de carreira por estudantes, a um custo menor. Quando esses estudantes se tornam profissionais, tornam-se vítimas do próprio "veneno do estágio". Este jornalismo que se volta para o passado, do ponto de vista da formação, é inaceitável por carregar experiências fracassadas ao longo do tempo. Ou repensamos o que se propôs ou seremos direcionados ao fracasso com data marcada.


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sábado, 16 de agosto de 2014

Versões fantasiosas de um acidente

Não me espanta que um estivador do Porto de Santos e uma dona de casa do bairro Boqueirão tenham espalhado dúvidas Brasil afora a ponto de se levantarem hipóteses de que um acidente aéreo fora um atentado. O primeiro, na maior cara-de-pau do mundo, enganou a maior emissora de televisão do País com uma versão fantasiosa de que vira, até, o corpo do presidenciável Eduardo Campos, "seu amado candidato". Tanto o estivador quando a moradora espalharam a versão de que uma bola de fogo desceu, seguida de uma explosão. O delegado que conduz as investigações praticamente descartou a possibilidade de ter havido alguma explosão antes da queda do avião. E sou capaz de apostar que o delegado está correto. Durante a cobertura do acidente e depois dela lembrei-me de algumas dicas que passava aos meus estudantes de Jornalismo da Universidade Federal do Amazonas (UFAM). Faço questão de alertá-los para o fato de que o Jornalismo, ao contrário do que pregam muitos teóricos, não publica ou divulga fatos, mas, versões dos fatos. Portanto, se várias versões fantasiosas de fatos são publicadas, o que se tem, ao longo do dia, e a cobertura do acidente comprova isso, é uma grande mentira apresentada como verdade. Jornalismo não é Ciência. No máximo, um conjunto de técnicas investigativas que nos auxiliam a captar versões mais próximas dos fatos. Nada a mais que isso! E na era das Mídias Digitais, até o mais experiente dos jornalistas pode ser engolido pela necessidade de aparecer das pessoas. A distinção entre a realidade e a fantasia dificilmente é captada, nem mesmo quando os fatos são escandalosamente distorcidos. Risco de quem opta por ser jornalista.


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sexta-feira, 15 de agosto de 2014

A universidade sucateada sempre por algum Governo

Encontrei hoje um colega das lutas sindicais e ele me fez a clássica pergunta:"E aí, como vai a UFAM (Universidade Federal do Amazonas)?" Eu disse que enfrentava os mesmos problemas das universidades brasileiras. E ele me respondeu com o velho discurso de sei lá quando: "É, e ficou muito pior no Governo de FHC". Trocamos algumas avaliações pessoais a respeito do tema e saí dali a me perguntar: será que os problemas enfrentados pela Universidade brasileira estão centrados no Governo de Fulano ou de Beltrano? Se não é o Banco Mundial, há sempre alguma turma a conspirar contra o nosso bezerro de ouro. Quando, porém, nós voltaremos os olhos para o nosso próprio umbigo e nos perguntamos qual é o nosso percentual no processo de sucateamento? Será que nós, os professores e professoras, fazemos tudo certinho, cumprimos todos os nossos deveres, inclusive, a jornada de trabalho, e só não conseguimos sucesso, por conta deste boicote governamental articulado com o capital internacional? Quantas vezes, no dia a dia, praticamos efetivamente a inclusão nas nossas disciplinas? Que tal olharmos a taxa de retenção e abandono nas universidades brasileiras? Ontem, no Painel "Acesso e retenção no ensino superior", do Seminário Inovações em Práticas, Gestão e Políticas Educacionais", no Subsolo 1 do prédio da Coordenação de Aperfeiçoamento de Pessoal de Nível Superior (Capes), o representante da Secretaria de Educação Superior do MEC (SeSU), Dilvo Ristoff, apresentou um dado que é escandaloso: nos últimos 21 anos, a maior taxa média de sucesso na Educação Superior brasileira foi de 55%. Hoje a média beira os 40%. E. em muitas, mal chega aos 30%. Tais números revelam uma universidade extremamente efetiva em reprovar e expulsar. Somos a universidade do fracasso há 21 anos e atribuímos aos governos e às conspirações internacionais a culpa por desempenho tão pífio. É mais cômodo. Reforço: deveríamos voltar os olhos para os nossos umbigos. Com um olhar crítico. E, inclusive nos sindicatos, discutirmos se nós, professores e professoras, não temos nenhuma participação nesses escandalosos números do fracasso escolar no Brasil.


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quinta-feira, 14 de agosto de 2014

Seminário de inovação em Políticas Educacionais

Começa hoje, às 10h, no Subsolo 1 do prédio da Coordenação de Aperfeiçoamento de Pessoal de Nível Superior (Capes), o Seminário Inovações em Práticas, Gestão e Políticas Educacionais". Trata-se de um evento promovido pela PGV Projetos em parceria com a Capes. Quem estiver interessando em conhecer toda a programação do evento pode fazê-lo por meio e um clique aqui.
Na abertura, está prevista a presença do Ministro da Educação, Henrique Paim, do presidente da Capes, Jorge Guimarães, e do presidente da Fundação Getúlio Vargas, Carlos Ivan Simonsen Leal. Eles falarão sobre o tema " INOVAÇÕES NA EDUCAÇÃO: QUALIDADE, RETENÇÃO, ACESSO E TECNOLOGIA". Depois da abertura serão realizados dois painéis paralelos: PAINEL I: Inovações na educação: qualidade, retenção, acesso e tecnologia; PAINEL II: Práticas de incentivos, escolas
livres e o papel da iniciativa privada. À tarde serão discutidos os temas "Educação virtual", "Qualidade no Ensino Básico", "Acesso e retenção no ensino superior" e "Recrutamento, formação e avaliação de professores e gestores escolares".


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quarta-feira, 13 de agosto de 2014

IMPA: o mais avançado Instituto brasileiro

O prêmio ganho pelo matemático brasileiro Artur Ávila, de 35 anos, é um exemplo lapidar de que o Instituto Nacional de Matemática Pura e Aplicada (IMPA) deveria servir de modelo para a Educação brasileira pela ousadia e capacidade de derrubar os muros do preconceito e inovar. O primeiro dado que deve chocar profundamente os carolas da Educação brasileira é o do próprio Presidente do IMPA, César Camacho. Doutor em Matemática em Berkeley, nunca obteve um diploma de graduação. Chegou ao doutorado por competência, sem ter de "passar" pela Graduação. Para os reacionários que defendem a ideia atrasada de que, na Educação, se deve subir degrau por degrau, o exemplo de Camacho é um golpe com uma cruz de madeira no coração de um vampiro. No IMPA, 20 estudantes concluíram o Mestrado sem que tenha "terminado" a Graduação. Para deixar os reacionários ainda mais em polvorosa, o o IMPA também possui 10 estudantes de Doutorado que cursam paralelamente a Graduação com Bolsas da Coordenação de Aperfeiçoamento de Pessoal de Nível Superior (Capes). Para se ter uma ideia do nível de excelência do IMPA, há duas vagas para Pesquisador da Instituição. Há 85 candidatos do mundo inteiro. Com a ousadia e tudo o que a nossa visão reacionária e preconceituosa de Educação rechaça, o IMPA conseguiu o "Nobel" de Matemática com Artur Ávila, doutor no IMPA aos 21 anos. Talvez seja necessário mudarmos a nossa visão tosca de Educação antes que tenhamos de chegar ao fundo do poço. E, se chegarmos, é bem possível nunca mais sairmos.


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Brasileiro ganha prêmio mundial em Matemática

O pesquisador carioca Artur Ávila, de 35 anos, foi um dos ganhadores da Medalha Fields, considerado o maior prêmio na área de Matemática, comparado por muitos ao Nobel. O feito do brasileiro é notável por se juntar a matemáticos do mundo inteiro considerados primordiais para o avanço da Ciência. Cotado para o prêmio desde 2010, finalmente o brasileiro vence ao lado do canadense Manjul Bhargava, do austríaco Martin Hairer e da iraniana Maryam Mirzakhani. O brasileiro se destaca nos estudos dos "sistemas dinâmicos" conhecido popularmente como "teoria do caos". O desafio dele é descreve e prever como evoluem os sistemas que mudam com o transcorrer do tempo. Trata-se de uma área da matemática de altíssima complexidade, o que coloca o brasileiro entre os maiores cientistas do mundo.

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OBS: Post do dia 12/08/2014

segunda-feira, 11 de agosto de 2014

Sobre o ser educador e não apenas professor

Há muito prego que existe uma diferença muito grande em ser apenas professor e ser educador. O educador vai além. Não se preocupa apenas em cumprir sua obrigação em sala de aula. Mas, se preocupa com o estudante, com o seu futuro, com a sua vida. Hoje encontrei a seguinte imagem na Internet:


"Ser professor é ver potencial onde os outros só enxergam um caso perdido". Essa não é a melhor definição de professor, mas, de educador. Pelo menos da forma que sempre imaginei: o educador sim, tem a capacidade de ver além. De enxergar o que os outros não conseguem ver. Professor eu consigo ser desde que entrei no magistério. Meu amadurecimento, no entanto, é um caminho longo para chegar a ser um educador. É um desafio que espero vencer.


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domingo, 10 de agosto de 2014

A teoria da complexidade em um pai que se foi

Hoje me pequei a refletir sobre os caminhos que tomei na pesquisa científica e quais relações tinham como a minha formação ou como meu pai. Certamente, por se trata do "Dia dos Pais", data comercialmente perfeita para gastar em obviedades e pouco usada para refletirmos sobre nós mesmos, inclusive, sobre o papel de pai. Pedro Paulo Guedes Monteiro, filho de Alfredo Guedes Monteiro, o Fredó, e Petronilha da Silva Monteiro, ao final das contas, apesar do consumo excessivo de qualquer tipo de bebida alcoólica, era um homem à frente do seu tempo. Saxofonista, considerado o melhor do Acre, chegou a cair de um avião lá pelas bandas do Purus. Vinha de uma festa de Carnaval em Rio Branco e continuou a tocar seu Sax Tenor no meio da floresta até ser encontrado. Era, também, alfaiate profissional. Dizem, o melhor de Sena Madureira. Ainda aprendi com ele a reparar bicicletas e quaisquer tipo de aparelhos eletrônicos, especialmente rádios. Talvez, só hoje, consiga entender que meu pai era um cientista nato: ou um curioso por intuição. Só depois de muito tempo que criei o Grupo de Pesquisa em Linguagens, Expressões Humanas, Mídia e Moda (MIMO) fui me lembrar que me arriscava a auxiliar meu pai a desenhar os moldes e recortar os tecidos. Talvez eu tenha convivido com a teoria da complexidade, na prática, desde a minha infância, e não tenha me dado conta. Paulo Guedes considerava o choro "Espinha de Bacalhau", de Severino Araújo, a melhor música da época. No entanto, tinha uma música que mais gostava de tocar: Saxofone porque choras?, de Ratinho. Quem sabe meu gosto pela complexidade pela dita "Nova Ciência" não tenha raízes na vivência cultural promovida pelo meu pai?


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sábado, 9 de agosto de 2014

A aversão ao controle externo

Parece haver, no Brasil, uma aversão, digamos, ao controle externo. E se este controle vem da Controladoria Geral da União (CGU), a aversão é ainda maior. Como entender, porém, um a aversão tão grande, principalmente por parte das universidades brasileiras, à atuação da CGU? Ou é uma concepção equivocada do conceito de autonomia, confundido com soberania, ou somos uma País do Faz-de-conta. A CGU existe para que as decisões administrativas sejam tomadas de acordo com o marco legal existente. Como imaginar uma universidade contra o marco legal? Não é possível entendermos que, pelo fato de ser uma universidade, uma organização não se deve submeter ao marco legal existente? Se não é a questão da visão equivocada sobre o conceito de autonomia, há, de fato, uma prepotência e uma arrogância ímpar. Mais ainda: uma vala entre o que se prega e o que se pratica. Talvez, se confirme, mais uma vez, o que abordamos ontem neste mesmo espaço. Temos um discurso diametralmente oposto à prática. Grave erro para uma universidade que "vende" para a sociedade a imagem de democracia plena.


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sexta-feira, 8 de agosto de 2014

A práxis só como discurso

Talvez uma das maiores dificuldades que nós, os professores e professoras das universidades brasileiras tenhamos de enfrentar, seja a distância quase intransponível entre o discurso e a práxis. Se não é a versão, digamos, pós-moderna do "faça o que eu digo mas não faça o que eu faço", estamos diante de um reversão da própria tese de que se educa pelo exemplo. A práxis só como discurso beneficia os acomodados. Aqueles que se escondem nas chamadas zonas de conforto. Daí a importância crucial de se discutir o tema como parte da busca de uma solução para se vencer o desafio de tornar a sala de aula tradicional um ambiente mais saudável para a aprendizagem. Quando a práxis é mero discurso as chances de mudanças deixam de existir.


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quinta-feira, 7 de agosto de 2014

O desafio de formar para a saudabilidade

Há tempos defendo, neste espaço, que a universidade não pode se limitar a formar para o mercado, precisa formar para a vida. Hoje descobri que, talvez, eu esteja equivocado. Não no todo do que pensava, mas, faltava um complemento fundamental: a universidade não deve formar apenas para a vida, mas, para uma vida saudável. E no completo sentido que o termo saudável possa ter. Antes, imaginava que se deveria formar para a vida: uma vida feliz. Mas, como se pode mensurar a felicidade? Como podemos efetivamente atingir o objetivo se o conceito de felicidade, e por ser conceito, é amplo e pode varia de pessoa para pessoa. Então, conclui que se deve formar para uma vida saudável. É preciso pesquisar e estudar profundamente como se pode nascer, viver e envelhecer de forma saudável. E nós, nas universidades, temos o dever de fazê-lo. Para que não nos tornemos meramente formadores de técnicos para o mercado de trabalho. Formar para a vida é, portanto, formar, digamos, para a saudabilidade, conceito inventado agora e que se nos apresenta mais importante, até, que o de sustentabilidade.


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quarta-feira, 6 de agosto de 2014

É preciso trazer a vida para a Escola

Não temos futuro como humanidade se não vencermos o desafio de a vida ser parte da escola e não a escola um ente isolado e distante da vida. Face a esse isolamento, as crianças e jovens detestam a escola. Sentem-na como se fosse uma tortura frequentá-la. Clamam por algo novo, algo que vos atraia. Algo que torne a sala de aula não apenas uma tortura em três turnos, ou turno a turno. Não basta trazer o mundo da vida para a escola. É preciso que a escola se torne uma extensão da vida. Transformá-la em um espaço de criação, de prazer, de trocas saudáveis é um desafio constante para nós, professores e professoras. Não faremos a mudança necessária se não mudarmos a nossa perspectiva do olhar em relação à própria escola. Pensar que "antigamente era melhor" é um retrocesso. O que temos é de tornar a escola atual muito melhor. Ao mesmo tempo que trabalharmos para a escola do futuro ser ainda melhor que a escola atual. Isso, porém, só será possível se, ao invés de prisão, a escola se tornar espaço de libertação.


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terça-feira, 5 de agosto de 2014

O receio da avaliação entre professores

Professores e professoras, no fundo, talvez tenham receio de ser avaliados, inclusive pelos estudantes, por meio dos mesmos critérios com que professores (e professoras) vos avaliam. É a única explicação que se pode ter para tanta rejeição ao processo de avaliação por parte dos nossos colegas professores e professoras. E isso se cristaliza a cada vez que se "toca" na questão da avaliação. Muito provavelmente, este é mais um fator de "atraso" na educação brasileira. Enquanto o processo de avaliação não se tornar algo culturalmente aceitável, em todos os níveis, não conseguiremos avançar no processo de aquisição de conhecimentos. Está mais do que na hora de entendermos que o conhecimento não pertence a ninguém e só teremos condições crescer juntos se conseguirmos encarar a avaliação como algo natural e normal na vida de quem educa e é educado. É um desafio a ser enfrentado por todos nós.


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segunda-feira, 4 de agosto de 2014

A retenção que destrói a universidade pública

De um lado os mais radicais dos sindicatos dos docentes tratam o problema como se fosse uma conspiração do Governo Federal com o fim de privatizar de vez a universidade pública brasileira. Do outro, reitores e reitores ficam sem saber como enfrentar o problema que, se visto ao pé da letra morta dos números é uma prova cabal de ineficácia. Não acredito em "teoria da conspiração" por parte do Governo Federal. Tão pouco diria que reitores e reitores, bem como suas equipes, são ineficazes. Tenho uma convicção: a retenção (e seus variantes o abandono e o jubilamento) destrói a universidade pública brasileira. E nós, professores e professoras, como a nossa visão estreita sobre o processo de Educação, somos os maiores predadores da instituição na qual trabalhamos. Não é mais possível a visão preconceituosa, tacanha e tão antiga que cheira a mofo, de que o estudante tem de vencer série por séria, período por período, semestre por semestre, para poder "se formar". Acreditar na homogeneidade das turmas, da formação, é um erro crasso. E um dos fatores que mais interfere na retenção. Não permitir que os estudantes "adiantem" seus cursos é outro erro ainda maior. Investir em cursos longuíssimos, em pré-requisitos absurdos, e uma carga horária em sala de aula aviltante são demonstrações de que o problema não é do Governo Federal nem dos reitores e reitoras. É nosso. É da nossa atuação como professores e professoras. É da nossa visão extremamente estreita do processo de aprendizagem. Permitir que se acelerem os cursos não tem nenhuma relação com "deixar passar à vontade". Temos de ser criativos, encontrar novas formas de avaliar o conhecimento que não sejam meras "provas". Ou mudamos a forma de olhar o processo de aquisição de saberes ou não teremos mais condições de jogar para o Governo Federal ou para as administrações superiores um problema que é nosso: de cada 10 estudantes que ingressam em uma universidades brasileira, três, no máximo quatro, se formam. Os sete ou seis restantes ficam retidos, abandonam ou são jubilados. O máximo que podemos dizer é que a ineficácia pode ser dividida. Podemos, no entanto, fazer muito para mudar esse quadro vergonhoso da universidade pública brasileira.


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domingo, 3 de agosto de 2014

Formar para a empregabilidade

Dos desafios que as universidades públicas brasileiras enfrentam, há um que gera conflitos internos inimagináveis: a meta de formar para a empregabilidade. Isso porque não é tão fácil equilibrar a empregabilidade com o formar para a vida, para a felicidade. Afinal, empregabilidade é uma variável diretamente ligada ao mercado, cujo preconceito ainda não foi vencido na universidades brasileira. A empregabilidade é a capacidade que a universidade tem, em função da excelências dos seus cursos, de os estudantes saírem e ingressarem imediatamente no mercado de trabalho. De forma mais simples é o fato de o estudante já sair empregado. Não é, porém, tarefa das mais fáceis uma vez que, na universidade brasileira, há uma aversão ao cumprimento de metas. Mais ainda, ao acompanhamento da vida dos estudantes após se tornarem egressos. E só se é capaz e medir, com exatidão, a empregabilidade de uma instituição, se houver preocupação em se manter próximo do antigo estudante. Se, após a formatura, a universidade esquecê-lo, será impossível detectar a efetiva contribuição dela para a vida profissional do seu egresso.


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O público e o privado na Educação Superior

Ao que tudo indica, ainda não se compreendeu que, do ponto de vista do cumprimento da função social, pouco há de diferença entre as instituições públicas e particulares na Educação Superior brasileira. Em alguns casos, as instituições privadas cumprem função similar as públicas. Quando se trata, por exemplo, da inclusão de pessoas, as particulares o fazem, inclusive, por necessidade. Como seus clientes são estudantes das classes C, D e E, são obrigadas a promover nivelamento para manter os clientes. Talvez o façam, inicialmente, com a única intenção de "manter os clientes". Com isso, porém, promovem a inclusão social que, em alguns casos, as instituições públicas não fazem. Enxergar este benefício é fundamental para não olharmos sempre as particulares com a lente do preconceito. Talvez o melhor seja entendermos que hoje possuímos um sistema misto e tentar com ele conviver para promover maiores benefícios para a sociedade.

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OBS: Post do dia 02/08/2014

sábado, 2 de agosto de 2014

A falta de estrutura que espanta

Um dos mais graves problemas enfrentados pelas cidades do interior do Amazonas e que impactam diretamente na debandada de doutores das instituições públicas como a Universidade Federal do Amazonas (UFAM) é falta de estrutura médico-hospitalar. E isso espanta completamente que se arrisca a mudar de cidade. Morar em uma cidade do interior do Amazonas nem sempre é uma "aventura" agradável. Quem tem problemas de saúde mais graves enfrenta uma maratona de viagens a Manaus. Sem contar com a falta de medicação adequada para alguns casos. Esses são fatores que pouco dependem da instituição empregadora. Mas, demonstram, no entanto, a necessidade de um tratamento salarial diferençado. Se o Governo Federal não voltar os olhos para o problema da atração e fixação de mestres e doutores na Amazônia, o esforço hercúleo de interior a graduação e a pós-graduação pode se revelar em vão ao longo do tempo.

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OBS: Post do dia 01/08/2014

A fixação de doutores na Amazônia

De quando em vez retomo o tema da fixação de mestres e doutores na Amazônia. Muito mais complexo do que parece, nenhum doutor, ou doutora, vem e fica nas cidades do interior da Amazônia se não houver um reconhecimento básico de que é preciso compensar, de alguma forma, as diferenças regionais, principalmente infraestruturais, a serem enfrentadas. E um dos pontos cruciais do problema é a variável Educação. Um mestre ou doutor que venha para uma cidade do interior do Amazonas, pode se manter somente com o salário que ganha? Não seria justo que recebessem um adicional de localidade que, ao menos, compensasse a diferença brutal de preços que existe entre quem mora em Parintins, por exemplo, e Manaus? Ou se leva em contra fatores como esses ou as universidades terão sempre dificuldades em atrair e fixar doutores nos Campi fora da sede. Principalmente se forem localizadas na Amazônia.

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OBS: Post do dia 31/07/2014