sexta-feira, 30 de outubro de 2015

A Ciência de joelhos no Congresso

Pesquisadores da Universidade de São Paulo (USP), de São Carlos, tiveram de se ajoelhar no Congresso Nacional para que, após 20 anos, a fosfoetanolamina sintética, capaz de imitar células do corpo humano e sinalizar as que são cancerosas, possa ser usada em testes, nos seres humanos. Nos últimos 20 anos, é a única substância com probabilidade de dar esperanças a quem possui células cancerosas no corpo. O líder do Grupo de Pesquisa que estuda a substância há 20 anos, Gilberto Chierice, hoje se encontra aposentado pela USP de São Carlos. Ainda assim, esteve no Congresso Nacional para defender o uso da substância em humanos. Laboratórios do mundo inteiro já se interessaram pela compra da patente, mas, os pesquisadores querem desenvolver a substância e distribuí-las em laboratórios públicos, como deve ser em caso de patentes financiadas com recursos públicos. Talvez aí esteja a chave para o descaso com a pesquisa até então: a não geração de lucros para empresas. A pesquisa de joelhos jamais servirá a sociedade. O caso da fosfoetanolamina sintética deve ser basilar para repensarmos a própria Ciência no País. Com um alerta: caso seja comprovada a eficácia da substância, o Brasil tem a chance de, efetivamente, ter o seu primeiro Prêmio Nobel.


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