Nem deu tempo de Feder

Quando eu imaginava que ninguém poderia ser mais rápido que Carlos Alberto Decotelli da Silva no Ministério da Educação, aparece Renato Feder, que não dura nem meio-dia. Desde antes da indicação de Decotelli para o cargo, Feder, então, Secretário de Educação do Paraná, fora cotado para assumir o MEC. Não deu tempo. O pastor Silas Malafia não deixou Feder nem dormir convidado. Com o perdão do fedorento trocadilho, meus caros leitores e leitoras, mas, “não deu nem tempo de feder” o Feder no MEC.

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Sobreviver

Doutorado

É quase um arado

Abre portas

Como abre covas.

Extrema necessidade

Para o pesquisador

Coisa redentora

Para a pesquisadora.

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Título é uma questão de sobrevivência

No Brasil, título acadêmico não é só questão de competência, é questão de sobrevivência. Faz muito tempo, e todas as pessoas que conhecem a história do movimento sindical brasileiro sabem disso, que o título acadêmico não é apenas um atestado de excelente desempenho acadêmico: é uma forma de garantir a sobrevivência. Dos pesquisadores e da Ciência. Dos primeiros, para garantir a própria sobrevivência: quando mais título obtido, mais dinheiro no posso; mais alimento para a família e para o espírito (acadêmico). Da Ciência, da mesma forma, porque os investimentos em Pesquisa, dentre outras coisas, são garantidos pelo número de doutores que as universidades e institutos de pesquisa possuem. É preciso entender isso para poder avaliar melhor a “briga de foice” por doutores e pelo doutorado. Não é tão simples quando parece.

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Conservadores

Somos conservadores

Conservadores professores

Às vezes, mentes opressoras

Até das professoras.

Talvez seja para conservar

O poder de mandar

E ser, também, obedecido

Conservador empedernido.

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O conservadorismo em Educação

Fico com a impressão de que o conservadorismo que tomou conta do Brasil foi gestado nas universidades brasileiras. Várias vezes, nem sempre muito compreendido, afirmei que a universidade brasileira é tanto conservadora quanto as Forças Armadas ou a Igreja. O conservadorismo, que para mim, salta aos olhos, é o da sala-de-aula. Por mais que do ponto de vista pessoal, haja muitos professores e professoras tentando mudar essa realidade, o que se vê é um conservadorismo que até irrita. Pouco se faz, estruturalmente, para mudar a relação mecanicista ensino-aprendizagem. Eis, na minha visão, a maior característica deste conservadorismo na Educação do País.

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Sem rumo

Fora do prumo

Sem rumo

A Educação brasileira

Desce a ladeira.

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A Educação brasileira sem rumo

Talvez até eu tenha ido além da conta no processo de linchamento do ministro que nem chegou a ser, Carlos Alberto Decotelli da Silva. Nada, porém, o exime de ser o exemplo, quando se trata do cargo que iria ocupar. Deveria ser para qualquer um que ocupasse o cargo. No entanto, desde o início deste (des) governo, o que temos é uma área sem rumo, sem política, sem ter uma direção de como sair da pandemia. Justamente porque temos um (des) governo que não leva a sério nem saúde, nem educação. Estamos sem rumo como país, com uma Educação mais sem rumo ainda. Lamentável! Nada além!

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