terça-feira, 30 de abril de 2013

CNPq regulamenta acúmulo de bolsas


O Conselho Nacional de Desenvolvimento Científico e Tecnológico (CNPq) regulamentou as possibilidades de acúmulo de bolsas no País. A decisão foi publicada no Diário Oficial da União de terça-feira, dia 23 de abril de 2013. Poderá acumular bolsas quem atuar como coordenador de programa de pós-graduação, como professor do Sistema Universidade Aberta do Brasil (UAB) ou no Plano Nacional de Formação de Professores (Parfor). O órgão de fomento tentou explicar as exceções, em nota oficial, sem convencer muito. Diz a nota que "o regulamento não permite o acúmulo de bolsas de agências públicas quando relacionadas à mesma atividade." Porém, os três programas citados "têm como finalidade específica envolver docentes e pesquisadores em atividades distintas daquelas desenvolvidas no seu cotidiano habitual de pesquisa." "As atividades exercidas por estes profissionais nos programas já mencionados, serão basicamente, administrativas ou de extensão de ensino e todas elas contribuindo para o avanço da educação, ciência e tecnologia do país", termina a nota que, na humilde interpretação deste que vos escreve, leitores e leitoras, é uma tentativa de "tapar o sol com uma peneira". O que o CNPq, no fundo, faz, é oficializar a política governamental de complementar o salário dos professores com "bolsas de estudo, pesquisa e extensão" em atividades específicas, com avaliação constante e cumprimento de metas. A nota que tenta explicar, ao que parece, abre possibilidades para todos os professores das federais acumularem bolsas, muito embora, na regulamentação, fique claro que só poderá acumular as bolas quem for "desenvolver pesquisa científica e tecnológica".

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OBS: Post do dia 29/04/2013

domingo, 28 de abril de 2013

Hoje é o Dia da Educação: há o que comemorar?


Hoje é uma daquelas datas que se convencionou dar um nome pomposo. E virou o "Dia Internacional da Educação". Na Educação superior, o País convive com uma nova carreira que nem mesmo a Coordenação de Aperfeiçoamento de Pessoal de Nível Superior (Capes) concorda. Afora a falta de condições de trabalho em muitos dos campi para os quais o Governo Federal empurrou as universidades a se expandirem. No campo, a situação é mais catastrófica: de cada 10 escolas, uma não tem banheiro, água encanada ou rede de energia elétrica. Já sabe, em todos os níveis da Educação, que a falta de infraestrutura interfere diretamente no desempenho dos professores e no processo de aprendizagem dos estudantes. Não sou daqueles que considera um desastre o Governo do Partido dos Trabalhadores (PT) na área da Educação. Há avanços sim! Só não sei se ainda temos motivos para comemorar. O passivo deixado por governos anteriores é tamanho que se precisa investir muito mais. Só não pode ser apenas na expansão de vagas. É preciso cuidar, urgentemente, da qualidade sob pena de aumentarmos em números a base dos que estudam mas, com isso, criar uma base ainda maior de analfabetos funcionais.


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Sexualidade: tabu na Educação brasileira


É com espanto que ainda ouço, vejo e percebo as discussões sobre sexualidade na Educação brasileira. O espanto aumenta quando se nota que são raras discussões feitas de forma madura e livres em quaisquer dos níveis: Fundamental, Médio e Superior. Felicianamente, o ranço do preconceito ainda é a tona. Se o tema sexo ainda é encarado como tabu em todos os níveis, quando se trata da sexualidade, mais ainda. Posso estar equivocado nas minhas avaliações, mas, ao conversar com professores, de todos os níveis, sinto "gotas" de preconceito inaceitáveis. e fico a me perguntar: "Como uma pessoa que trata a sexualidade de alguém fora das salas de aulas dessa forma trataria de modo diferente no trabalho?" Ou uma questão complementar:"É possível ser extremamente preconceituoso e tratar profissionalmente o tema?" Defendo, junto aos estudantes de Jornalismo da Universidade Federal do Amazonas (Ufam), que a nós, os jornalistas, não cabe exercer a profissão com nenhum tipo de preconceito. Podemos até tê-los (e aceitá-los é um dever de quem defende o direito à liberdade do outro), mas, não nos é dado o direito de demonstrá-los nas notícias e reportagens que fazemos. Penso que, na escola, em todos os níveis, tem de funcionar da mesma forma. Temas como a sexualidade devem ser tratados com extremo cuidado. Para, ao invés de combatermos o preconceito, não o incentivar. A prática vale para qualquer tipo de tema que seja visto como tabu pela sociedade. Ou se faz assim ou a escola, principalmente a universidade, será sempre um espelho da sociedade e não a precursora da mudança.

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OBS: Post do dia 27/04/2013

sexta-feira, 26 de abril de 2013

A universidade ideal e a universidade possível


Tenho a nítida impressão que todos nós temos uma universidade imaginada, criada na mente, a conviver, conflituosamente, com a universidade real, a qual chamo de universidade possível. A universidade ideal é feita de pessoas perfeitas, todas éticas, que não comentem nenhum tipo de erro ou deslize. Já a universidade possível, ou seja, a universidade real, é aquela feita por pessoas que padecem de um problema que é a essência dos humanos: a falibilidade. Essa universidade não pode ser perfeita em seus procedimentos porque os seres humanos não são perfeitos em essência. A universidade que temos, portanto, é resultado desse constante conflito, individual e coletivo, entre a universidade ideal e a universidade possível. Não entender isso é criar problemas constantes para si e para o grupo do qual você faz parte. Recentemente conclui a disciplina Fundamentos de Administração em Jornalismo. Um dos pontos mais lembrados pelos estudantes, ao final do curso, no processo de avaliação, foram as "lições" sobre a falibilidade das pessoas. O exercício de quem administra, alertei a eles, é conseguir que as habilidades sejam incentivadas e as falibilidades sejam recolhidas, ao máximo. Sem isso, administrar será sempre um exercício de estresse pessoal e coletivo. Jamais teremos condições de ter nas mãos uma organização perfeita, ideal. Ela é feita por pessoas, que falham. O desafio é sempre diminuir as falhas e otimizar os acertos. Na universidade, na vida e em qualquer organização.

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quinta-feira, 25 de abril de 2013

Professores de Mato Grosso ganham 28,86%


Os professores e professoras da Universidade Federal de Mato Grosso(UFMT) conseguiram, na Justiça Federal garantir, em 90 dias, o acréscimo de 28,86% de aumento dado aos militares. A ação, que tramita há quase 20 anos, foi julgada, no dia 17 de abril, pela 3ª Turma do Tribunal Regional Federal, que a julgou procedente e deu ganho de causa à apelação do ANDES-SN/Adufmat-S.Sind. A turma exigiu a imediata incorporação aos salários dos professores e professoras em até 90 dias. Para quem não se lembra, em 1994 o Governo Federal concedeu aumento de 28,86% ao salário dos militares. Os professores da Federal de Mato Grosso, em Assembleia Geral, entenderam que o percentual também deveria ser destinado aos servidores civis e decidiram brigar na Justiça. Os advogados autores da ação, Eleny Alves Pereira e Alexandre Luiz Lozano Pereira, esclareceram que a ação só será executada após a publicação do Acórdão. Da ação ainda cabe recurso. No entanto, nesse tipo de caso, o Governo Federal o faz apenas para protelar o pagamento ou negociar como fazê-lo. A vitória obtida pelos professores e professoras de Mato Grosso pode gerar uma enxurrada de ações nas demais universidades federais e "engordar" os salários com um aumento além do proposto pelo Governo Federal até 2015.

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quarta-feira, 24 de abril de 2013

Críticas técnicas não são pessoais


É impressionante na universidade brasileira, e na Universidade Federal do Amazonas (Ufam) não é nada diferente, como professores, técnicos e estudantes possuem extrema dificuldade em separar os problemas pessoais dos técnicos. Nas avaliações, por exemplo. os estudantes reagem com "pedras à mão" se são criticados. Consideram-se, tão cedo, "donos-da-verdade", o que dificuldade ainda mais o processo de aprendizagem. Só se consegue crescer quando se admite as fraquezas e, a partir disso, se parte para transformá-las em fortaleza. Estar aberto às críticas é essencial para o crescimento pessoal e profissional. O mesmo acontece com os professores e professores. Qualquer crítica aos procedimentos é tomada como uma crítica pessoal. O professor moderno jamais pode se considerar proprietário do saber. Na era da Internet, dos computadores pessoais, dos smartphones e tabletes, a informação circula em uma velocidade inimaginável. Se humildade para reconhecer a nossa incapacidade de "saber tudo", teremos dificuldades em avançar. Do ponto de vista da administração ocorre o mesmo problema. Sabe-se que todas as pessoas são passíveis de erros. No entanto, no serviço público, o erro parece ter virado regra. Quem tenta fazer as coisas da forma mais correta é chato ou considerado um "estranho no ninho". Críticas, então, são tomadas como se fossem pessoais, da mesma forma que estudantes e professores as recebem. É uma contradição quando se fala em maturidade e crescimento, tanto do ponto de vista pessoal quanto técnico, tomar para si críticas que se referem aos procedimentos tecnicamente equivocados. Saber conviver com as críticas e não tratá-las como ofensas pessoais é fundamental para a própria maturidade pessoal e institucional.

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terça-feira, 23 de abril de 2013

O processo de escolha do orientador


Um dos momentos mais importantes para a realização de um trabalho acadêmico-científico, a escolha do orientador, em verdade, guarda poucos vestígios de Ciência. Desde 1998, quando lancei meu livro "Guia para elaboração de projetos, trabalhos de conclusão de curso (TCCs), dissertações e teses", pela Edicon, de São Paulo, dediquei-me a pensar sobre o assunto. Uma das coisas que mais me incomodaram quando fui decidir quem me orientar, tanto no mestrado quando no doutorado, feitos na Universidade de São Paulo (Usp) foi, exatamente, a falta de critérios objetivos para a escolha do orientador ou orientadora. À época, no livro, aconselhava as pessoas:"Diante da falta de critérios comprovadamente científicos para a escolha do orientador, só resta ao ingressante de um curso de Pós-Graduação buscar o maior número possível de informações para reduzir as incertezas. Não é tão fácil, principalmente se o curso de Pós-Graduação for em uma cidade diferente da cidade de origem do candidato selecionado. Certamente, haverá um choque de culturas, ou seja, um choque entre a prática da universidade na qual o curso de graduação foi concluído e a prática da universidade onde se vai cursar o Pós-Graduação. A Secretaria de Pós-Graduação é o melhor caminho para diminuir esse choque. É na Secretaria de Pós-Graduação que o aluno sabe como o curso irá se desenrolar, quais os prazos regimentais, as modificações que por ventura ocorrem nos regulamentos no decorrer do programa de Pós-Graduação, etc. Por isso, antes mesmo da escolha do orientador, é fundamental que o aluno de Pós-Graduação tenha bom relacionamento com alguém da Secretaria, que pode ser a primeira pessoa a ajudá-lo no processo de escolha do orientador. Às vezes, as pessoas que trabalham nas secretarias de Pós-Graduação das instituições de ensino superior são de uma educação exemplar e fornecem todas as informações necessárias. Nem sempre, porém, quem trabalha na Secretaria de Pós-Graduação é um primor em educação e sociabilidade. Só resta, então, ao ingressante, buscar informações junto aos alunos mais antigos, de preferência o representante dos alunos junto à Comissão de Pós-Graduação. Esse aluno pode ter informações valiosas para quem está ingressando em um curso de Pós-Graduação. Ele certamente saberá dos prazos regimentais, informes sobre bolsas de estudo, quais são os professores mais indicados para determinadas linhas de pesquisa, enfim, saberá decifrar boa parte das informações que não são claramente especificadas nos manuais e nos regimentos dos programas de Pós-Graduação. Colher o máximo possível de informações sobre os professores que trabalham na área na qual se pretende desenvolver um trabalho, ou em áreas afins, é essencial para a escolha de qual professor será seu orientador. Não se deve, porém, buscar essas informações de forma acintosa. Professores, mestres e doutores podem não gostar desse tipo de averiguação. Assim, o ingressante precisa agir com parcimônia, para obter as informações sem ferir susceptibilidades. De posse das informações, deve-se analisá-las, detalhadamente, e escolher um, dois ou três professores (embora as informações possam diminuir os riscos de erro, essa é uma decisão mais intuitiva que científica), que serão, pode-se assim dizer, candidatos a orientador." As orientações que dou no meu livro reduzem as incerteza, mas, no entanto, ninguém terá garantia de que seguir tais passos culminará com a escolha bem-sucedida de um orientador ou orientadora.

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A autonomia com responsabilidade


A comunidade universitária parece ter uma visão equivocada do conceito de autonomia. Existe a crença de que autonomia significa "fazer o que bem entender". Gestores, em alguns casos, também se valem desta interpretação (sem cabimento) para cometerem desmandos administrativos inadmissíveis. Fico sempre com uma dúvida: será que a sociedade, nosso principal financiador, investe recursos para que sejam geridos "da forma que bem entender um gestor" ou a sua equipe em quaisquer organização pública? Não sou daqueles que defendem que a autonomia deve existir para servir de escudo. É preciso exercê-la sempre com muita responsabilidade. A fim de não incorrermos em equívocos que prejudiquem a principal interessada em tudo o que se faz com recursos públicos: a própria sociedade. O exercício da autonomia, na vida como nas instituições, pressupõe responsabilidade, ou seja, temos ônus e bônus ao exercermos as atividades em uma organização, assim como na vida. Nas universidades, é preciso ter consciência disso para que, no dia-a-dia, a autonomia não seja confundida com arbitrariedade e desmando. Só assim se pode cumprir a efetiva missão de servir à comunidade e não dela servir-se.

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OBS: Post do dia 22/04/2013

segunda-feira, 22 de abril de 2013

Política de cotas amplia oportunidades


A política de cotas implantada pelo Governo nas universidades públicas federais aumentou sete vezes a mais as oportunidades para que jovens pobres ingressassem nas universidade federais brasileiras. Os dados fazem parte de uma matéria divulgada no site da Rede Brasil Atual e demonstram que a política de cotas mudou a vida de muitos estudantes, principalmente dos que passaram somente pela escola publica. Reafirmam, também, a certeza de que a política de cotas tem de ser temporária a fim de "dar tempo" de os governos estaduais e municipais investirem na elevação da qualidade dos ensinos Fundamental e Médio. As polêmicas localizadas em torno do uso das notas do Exame Nacional do Ensino Médio (Enem) para ingresso nas universidades, por exemplo, são claramente resultado do péssimo desempenho dos estudantes, mesmo das grandes particulares, no Exame. Como não conseguem ingressar nos curso de ponta, como é o caso do curso de Medicina da Universidade Federal do Amazonas (Ufam), surgem políticos e professores com ideias completamente anacrônicas de se voltar a fazer o Processo Seletivo Macro (PSM) para selecionar estudantes que ingressarão na Ufam. A política de cotas do Governo Federal tem essa vantagem: desnudar a má qualidade da Educação nos estados e municípios e forçar a melhoria com urgência.

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sábado, 20 de abril de 2013

Governo recua na nova carreira do Magistério Superior


Não adiantou muito a greve de 120 dias dos professores e professoras das universidades federais realizada no ano passado. O Ministério da Educação (MEC) apegou-se a uma entidade fantasma que diz representar os professores das universidades brasileiras, uma tal de Federação de Sindicatos de Professores de Instituições Federais de Ensino Superior (Proifes-Federação), e deixou de ouvir o tradicional representante dos professores e professoras das universidades federais, o Sindicato Nacional dos Docentes das Instituições de Ensino Superior (ANDES-SN) e deu no que deu: recebeu uma saraivada de ataques vinda de dentro do próprio Governo, inclusive da Coordenação de Aperfeiçoamento de Pessoal de Nível Superior (Capes), bem como da Associação Nacional dos Dirigentes das Instituições Federais de Ensino Superior (Andifes) contra a Lei 12.772, que reestrutura a nova carreira de Magistério Superior País e recuou. Mudará o texto da Lei que determina a não exigência dos títulos de mestres e doutores nos concursos públicos. Com isso, as universidades estão, por lei, obrigadas a praticamente desestruturar todo o desenho da Pós-graduação no País. E foi por isso que a Capes reagiu com fúria. A Lei esvazia o papel da entidade e joga na lama o esforço de qualificar professores e mudar a cara da universidade brasileira do ponto de vista da Pesquisa. O MEC voltará atrás e devolverá às universidades a decisão de traçar o perfil do professor a ser contradado, inclusive, referente às exigências de titulação. Outro ponto que é polêmico na Lei e que o MEC admite rever e "a determinação de que todos os docentes, independentemente da titulação, ingressem no cargo de professor Auxiliar I e só possam pleitear uma promoção para adjunto após o término do período probatório, de três anos." O recuo do Governo tem um ponto altamente positivo: desmoraliza de vez a Proifes e demonstra com toda a clareza que a proposta de Carreira do Governo foi muito pior do que estava em vigor. Tem, também, o poder de dar fôlego ao Andes para tentar renegociar outros pontos desastrosos da nova carreira.

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sexta-feira, 19 de abril de 2013

A universidade que não se aventura


No livro "A aventura da universidade", lançado em 1994, o então professor Cristovam Buarque, hoje senador pelo PDT do Distrito Federal, elaborou uma crítica ácida sobre a crise que a universidade enfrentava. Mas, na obra, defendia que a universidade tinha um papel transformador da sociedade. No entanto, esse papel transformador, só poderia ser exercido se houvesse ousadia, se a universidade "se aventurasse". Ocorre que os anos se passaram a universidade, não apenas a brasileira, não se liberta do ranço, do cheiro de mofo que a afeta mais e mais. A premissa de Buarque para que a universidade assumisse um papel libertador parece não ter sido entendida pela comunidade, nem pela própria universidade. Rígida nos regimentos e avessa ao sonho, as pesquisas nela produzida, como ressaltei no texto de ontem denominado "A metodologia como nota promissória", pouco apresentam de novo, de descobertas. Quando a pesquisa se burocratiza a ponto de a aventura ser engolida pelos formulários, a universidade deixa de cumprir o papel transformador que tanto chama a atenção Buarque no seu livro. É essencial que a pesquisa seja o fio-condutor de um olhar para o sonho, para a aventura das trocas de experiências entre a academia e os saberes tradicionais. Sob pena de a universidade se isolar e, ao invés de ser transformadora, se transformar em um aparelho ideológico do Estado com o fim de referendar o modelo de Ciência pré-existente. Há que se investir na ousadia e na inovação como forma de vencer a letargia e fazer com que a universidade efetivamente volte a ser vanguarda.

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A metodologia como nota promissória


Sou de um tempo em que os professores de metodologia da pesquisa defendiam que as hipóteses (ou questões de pesquisa) eram notas promissórias que deveriam ser resgatadas ao final do trabalho. Durante anos rezei por esta cartilha, pratiquei, e obriguei meus estudantes orientados a praticar, um tipo de pesquisa que, finalmente, passei a contestar: a pesquisa extremamente tradicional e cartesiana. Não que este tipo de pesquisa tenha de ser totalmente abandonada. Acontece que, com o tempo, se percebe que a pesquisa tradicional é mais um dos aparelhos ideológicos do estado com o fim de manter o status quo. Aliás, nem sei se o olhar da "nova ciência" é capaz de libertar-nos de alguma coisa no campo da pesquisa, portanto, da Educação. Só sei que hoje integro o time dos inconformados com as metodologias tradicionais que empurram a prática científica para atos tão burocráticos que se assemelham a preenchimento de um formulário. Aliás, na pesquisa, a burocracia é tamanha que se poderia dizer que vivemos a "era do não pode". Um estudante de Pós-graduação, ao chegar ao programa para o qual foi aprovado, recebe uma espécie de "lista do não pode": não pode isso, não pode aquilo, não pode aquil´outro. As práticas burocráticas da pesquisa como noto promissória são transferidas o processo administrativo, também extremamente burocrático, o que tira, quase que totalmente, o prazer da descoberta. Não tenho saída efetivas para este nó ao qual somos submetidos. Penso, porém, que temos, urgentemente, de nos rebelar contra a tradição do olhar com a qual se faz pesquisa nas universidades brasileiras.

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OBS: Post do dia 19/04/2013

quarta-feira, 17 de abril de 2013

Quando a administração vale mais que a Educação


A universidade brasileira precisa, urgentemente, ter o olhar estratégico para a atividade fim, o processo de formação, ou seja, a Educação, e não para a atividade meio: a administração. Durante o processo de consulta realizado na Universidade Federal do Amazonas (Ufam), falou-se muito em "reforma administrativa". Acontece que nenhuma mudança na estrutura administrativa pode (ou deve ser feita) sem se levar em conta que a universidade, pelo menos na minha visão, deve formar para a vida, para o exercício da cidadania. Não pode ser confundida, com todo o respeito que se deve ter, com uma escola que "forma apenas para o mercado". Não posso admitir a visão de que a universidade existe como um reflexo da sociedade. Entendo que a sociedade só financia a universidade por entender que pode ser modificada por ela. E para melhor! Isso, porém, só ocorrerá se as mudanças administrativas ocorrerem a partir de uma discussão sobre os processos pedagógicos. A estrutura pesada, burocrática e lenta da universidade brasileira não serve mais à sociedade nem a própria universidade. A máquina é lenta, emperrada e não leva em conta a indissociabilidade que deve existir entre ensino, pesquisa e extensão. Ora, quando os processos administrativos de cada um desses elementos do tripé existem de forma separada, a tal indissociabilidade não passa de utopia. Aparece sempre nos discursos mas nunca ocorre no dia a dia. Por isso defendo que é preciso pensar uma reforma administrativa sim, porém, que levem em conta o processo educacional em primeiro lugar e a estrutura administrativa como meio para se chegar ao fim: a indissociabilidade entre ensino, pesquisa e extensão. Enquanto as mudanças ocorrerem levando em conta as gratificações e as funções administrativa em detrimento do processo, a universidade brasileira patinhara.

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terça-feira, 16 de abril de 2013

O Comitê de Ética em Pesquisa nas universidades

Sou daqueles que avalia, desde o início, existir uma interferência indevida dos Comitês de Ética em Pesquisa (CEPs) nas demais áreas do conhecimento. Criados por uma decisão Conselho Nacional de Saúde (CES), por meio da Resolução 196, de 1996, os Comitês de Ética passaram a intervir de forma equivocada em todas as áreas do conhecimento a partir de uma interpretação extremamente larga da expressão "que envolvem seres humanos". A mim me parece, com muita clareza, que a preocupação inicial era com a manipulação genética e clonagem de seres humanos. Como o estado brasileiro se diz laico mas sofre pressões religiosas e a Ciência, há muito, não é laica, o Conselho Nacional de Saúde se achou no direito de regulamentar as pesquisas "que envolvem seres humanos". Acontece que fizeram uma interpretação elástica demais da expressão e todas as pesquisas, de todas as áreas do conhecimento, foram obrigadas a passar pelo filtro de um Comitê que tinha a finalidade inicial exclusiva de regulamentar as pesquisas nas áreas médicas, das Ciências Biológicas. Se as questões envolvidas dissessem respeito à manipulação genética de seres humanos, ficaria calado. Acontece que os Comitês de Ética, na prática, passaram a fazer uma espécie de intervenção em todas as pesquisas, dando palpite até nas questões metodológicas. Há uma burocratização da pesquisa no Brasil a ponto de o engessamento obrigar muitos professores e estudantes a mudarem o objeto de estudo para não ter de passar anos e anos a se submeter aos caprichos de alguns caprichosos colegas membros dos Comitês de Ética. O Instituto Nacional de Pesquisas Educacionais Anysio Teixeira (Inep) lança uma luz sobre a discussão a apresentar como item de avaliação, nos seus formulários de reconhecimento de cursos, uma interpretação lapidar: "O Comitê de ética em pesquisa é obrigatório para os cursos de Medicina e "Não se aplica' (NSA) a todos os demais cursos nos quais não conste, no Projeto Pedagógico de Curso (PPC), a exigência de um Comitê de Ética em Pesquisa. Assim deveria ser sempre: somente os cursos nos quais constasse a exigência de se submeter as pesquisas ao Comitê de Ética, no PPC, deles deveria ser exigida a submissão. Na Medicina e demais áreas afins, aí sim, os trabalho deveriam ser submetidos. No mais, trata-se de uma herança intervencionista sem sentido que faz da Ciência brasileira um calvário burocrático intransponível. Até quando aceitaremos passivamente essa intervenção literalmente branca em nossas pesquisas?

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segunda-feira, 15 de abril de 2013

A burocracia que emperra e acovarda


A burocracia, muitas vezes, é usada como escudo para a falta de ousadia nas universidades públicas brasileiras. Em nome dessa burocracia as pessoas não avançam e limitam-se ao mantra dos próprios burocratas: não pode! É isso mesmo, meus caros leitores e leitoras, a universidade brasileira, ao invés de ser o reino da liberdade, há muito, passou a ser a "terra do não pode". Com isso, a burocracia passa a comandar o processo de tomada de decisões e emperra, inclusive, os avanços do processo pedagógico da troca de saberes. Os regulamentos tornam-se tão nocivos que engessam os avanços em vários campos do conhecimento. É como se uma nuvem de burocracia, de forma subliminar, pairasse sobre os avanços, que deveriam ser a regra, e passam a ser a exceção. Creio ser essencial que as universidades brasileiras levem em conta os processos pedagógicos de aprendizagem como fundamentais para balizar as tomadas de decisão. Enquanto as questões administrativas, portanto, a burocracia, forem consideradas primordiais, a gestão pedagógica será emperrada e sobreposta pelos burocratas que, definitivamente, não entendem que a existência da universidade deve ser centrada nos estudantes e não nos professores e técnicos administrativos. Essa mudança de visão, pelo jeito, ainda levará tempo para ser aceita por inteiro.

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As Mídias Digitais e a exposição da vida


Há quem dia que as Mídias Digitais, principalmente as redes sociais, tais como Twitter e Facebook, causam danos irreversíveis à vida das pessoas. E a explicação para esses danos estaria na exposição excessiva, confundida com aproximação e comunicação. Essa exposição excessiva, no entanto, é o ponto que considero de maior discórdia. Se há exposição excessiva, talvez, seja resultado da pouca experiência que as pessoas têm com uma comunicação que provoca sim, aproximação entre as pessoas. E é, ao meu ver, essa experiência com uma nova forma de comunicação, mais livre, que, também, induz à exposição excessiva. As Mídias Digitais, em si, não são danosas. O que me parece danosa é a exposição excessiva. Tão danosa a ponto de provocar descuido com a segurança pessoal. A exposição da vida privada constantemente, essa sim, é extremamente danosa para algumas pessoas. Trata-se, porém, de um direito individual exercido ao extremo. Quem não impõem nenhum tipo de limites à exposição de tudo o que faz no Facebook e no Twitter, por exemplo, passa a demonstrar uma certa patologia: a da necessidade extrema de exposição. Ao que parece, quem assim age, precisa de tratamento psicológico. Nem por isso as Mídias Digitais podem ser condenadas. Até que se encontre um ponto de equilíbrio, os problemas persistirão.

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OBS: Post do dia 13/04/2013

sábado, 13 de abril de 2013

Estudante carentes não paga mais taxas


A presidente Dilma Rousseff (PT) sancionou, no último dia 10, a Lei 12.799/2013, que estabelece a isenção de taxas de inscrição em processos seletivos das universidades federais. Candidatos que comprovarem cumulativamente, ter renda familiar per capita igual ou inferior a 1,5 salário mínimo e ter cursado o ensino médio em escola pública ou como bolsista integral de escola privada serão dispensados do pagamento de qualquer tipo de taxa. A isenção foi uma proposta do deputado Fábio Souto (DEM-BA). No Senado, durante a tramitação, o texto sofreu modificações. Com isso, passa a exigir do candidato a inscrição no Cadastro Único para Programas Sociais do governo federal e possibilitando, como alternativa, a isenção para quem recebesse o BPC (Benefício de Prestação Continuada da Assistência Social). A Câmara dos Deputados, no entanto, rejeito as alterações propostas e manteve apenas as exigências inicialmente propostas. A Universidade Federal do Amazonas (Ufam) já pratica a isenção de taxas para todos os estudantes do interior do Estado que participam do Processo Seletivo Contínuo (PSC). Com isso, terá poucas dificuldades em se adaptar às exigências da nova Lei.

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quinta-feira, 11 de abril de 2013

Yin e Yang da Pós-graduação: o comprometimento dos professores


Há uma crença, quase uma lenda, de que a Coordenação de Aperfeiçoamento de Pessoal de Nível Superior (Capes) é a responsável pela qualidade (ou não) da Pós-graduação no Brasil. É como se a Capes fosse uma entidade abstrata, com toque de Midas, capaz de transformar programas medíocres em programas de excelência. Trata-se de um engano histórico e conceitual. A Capes é resultado de um trabalho coletivo acumulado ao longo dos anos com a finalidade de construir indicadores capazes de avaliar os programas de Pós-graduação e servir de base para a autorização de novos programas. A Capes, portanto, não é uma abstração terrorista que centra o foco em torturar constantemente professores em seus locais de trabalho. O dito produtivismo é uma exigência dos próprios pares (professores e professoras) para avaliar "quem pesquisa e quem publica artigos, livros ou capítulos de livros" no Brasil. Acontece que a produção é apenas um dos componentes da complexa cesta de critérios da "avaliação" da Pós-graduação no Brasil. Há componentes tangíveis e intangíveis. Dentre os tangíveis, a produção se nos apresenta, sim, com um peso, talvez excessivo, a se levar em conta as demais atividades, principalmente administrativas, desenvolvidas por um doutor (ou doutora) dentro de uma Instituição de Educação Superior (IES). E porque digo talvez? Pelo simples fato de, também, não concordar que seja exagero cobrar de um doutor, ligado a um programa de Pós-graduação, que publique, pelo menos, dois artigos, ou capítulos de livros (ou um combinado com o outro) a cada ano. Desde quando manter uma média dessas ao longo de três anos é "produtivismo"? Aqui, entra um componente fundamental, que ousei chamar de intangível: o comprometimento dos professores e professoras que fazem parte dos programas de Pós-graduação em cada uma das universidades públicas brasileiras. E vem acompanhado de uma pergunta basilar: o que leva um professor ou professora a se credenciar em um programa de Pós-graduação? O gosto (melhor falar em amor) pela Pesquisa? A oportunidade de desenvolver um valoroso trabalho em equipe? Ou o simples desejo de ostentar a marca "Pós-graduação" para engordar seu Lattes e, com isso, conseguir ampliar as possibilidades de realizar consultorias e negócios particulares? Quando entram em jogo as duas primeiras questões, dificilmente o professor (ou a professora) reclamará acintosamente da "obrigação" de publicar dois artigos por ano. Quem efetivamente ama o que faz, envolve-se com a pesquisa e seu objeto. Logo, publicar será um prazer e não uma tortura. Assim como, se o comprometimento é com o trabalho em equipe, é pouco provável que publicar dois artigos por ano passe a ser visto como uma tortura. Resta um componente que tem a possibilidade de funcionar como uma bomba de efeito retardado e minar, até implodir por dentro, todo o esforço coletivo que houver para que os programas de Pós-graduação atinjam a excelência nas universidades brasileiras: o uso da marca "pós-graduação" com fins particulares. E sabem quando isso acontece? Quando o professor (ou a professora) cumprem fielmente os editais de credenciamento dos programas, apresentam os projetos de pesquisa e prometem, de pés juntos, que cumprirão à risca tudo o que constar nos Regimentos Internos. Fazem-no, porém, como aquele pecador que, diante do padre, jura (ao padre e a si mesmo) nunca mais pecar. Sai, no entanto, da Igreja, a rir do padre e de si mesmo por acreditarem em mais uma promessa vã: não publica, não comparece às reuniões, não colabora diretamente com a Coordenação dos Programas e age como se fosse mero "ministrador de aulas" (quando se digna a ministrar alguma disciplina) ou orientador. Não seria mais justo e honesto pessoas com este tipo de perfil pedirem para sair? Não o fazem, no mais das vezes, porque perder a etiqueta no programa de Pós e da Universidade no qual o programa funciona é reduzir quase ao nada a possibilidade de realizar consultorias. Quem assim age enterra os programas de Pós dos quais participa e, indiretamente, transforma a Capes em uma entidade abstrata que só cobra produtividade dos programas, consequentemente dos seus professores. Esquece que a Capes não tem vida. E que os que a formam são professores e professoras como nós, que já participaram (ou ainda participam) de algum programa de Pós-graduação. Suas regras e seus indicadores são estabelecidos por nós, em cada um dos Comitês de Área. Ora, se os critérios e indicadores são excessivos, irreais, que os nossos pares, em cada Comitê, sejam instigados a modificá-los. Eles são a face tangível de uma moeda que tem na outra face, o intangível, ou seja, o comprometimento dos professores e professoras que fazem parte dos programas. Só se atinge a excelência quando, como na Filosofia Chinesa, Yin e Yang, essas duas energias extremamente poderosas, entram em equilíbrio. Sem isso, o "produtivismo" e, por tabela a Capes, serão sempre o vilões.

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quarta-feira, 10 de abril de 2013

Capes, só agora, critica a nova carreira de professor


Durante a greve de 120 dias este ano, um dos maiores empecilhos para o movimento foi, no discurso de muitos coordenador de Pós-graduação, pelo menos na Universidade Federal do Amazonas (Ufam) a Coordenação de Aperfeiçoamento de Pessoal de Nível Superior (Capes). Eles (e elas) os coordenadores, alegavam q8e a Capes tinha um calendário, que deveria sem cumprido. Ninguém teve a coragem de "peitar" a Capes e ficar ao lado da categoria dos professores que, dentre outras coisas, alertava para os problemas graves que a "nova carreira" proposta pelo Ministério da Educação (MEC), conjuntamente com um arremedo de Federação, a Proifes, tinha problemas gravíssimos. Agora, totalmente de forma extemporânea, o Conselho Superior da Capes se manifesta. Menos mal. Mas, será que ainda é possível alguma mudança; Certamente, não. Porém, fica, pelo menos o registro da manifestação da Capes contra a "nova carreira": "O Conselho Superior da CAPES, coerente com sua missão de zelar pela qualidade da pós-graduação no país e sintonizado com a prioridade nacional de aumentar consideravelmente a atividade de inovação, vem apontar sérias deficiências na recém-implementada Lei 12772/2012, que redefine a carreira docente nas Universidades Públicas Federais. Essa lei representa de fato um retrocesso para essas instituições, vai em direção contrária ao Plano Nacional de Pós-Graduação e mina os esforços de inovação em nosso país. Em particular, destacamos aspectos da lei que precisam ser modificados com urgência:
1 A Lei prevê que o ingresso na carreira docente só ocorrerá no primeiro nível da classe de Auxiliar, mediante concurso para o qual se exige apenas diploma de graduação. Quem já tem título de doutorado será Auxiliar por 3 anos, podendo ser promovido para Adjunto somente após o estágio probatório. Essa exigência, por um lado, desvaloriza o doutorado, ignora o número crescente de doutores formados e já disponíveis no Brasil, e ameaça a qualidade das instituições federais de ensino superior. Por outro lado, desestimula a atração de jovens qualificados, atualmente realizando estágios de pós-doutorado no Brasil e em outros países, para as instituições federais. O sistema anterior permitia a entrada no nível de Adjunto e não vedava a solicitação, por algumas Unidades, de vagas nas classes de Assistente ou de Auxiliar. Tem sido prerrogativa da instituição a definição da classe de ingresso. Essa flexibilidade deve ser mantida, com o entendimento de que as vagas para Auxiliar e Assistente devem ser solicitadas em caráter excepcional, com justificativa sólida e compromisso de que os docentes contratados para as mesmas serão incentivados a se qualificarem para a obtenção de título de doutor.
2 A exigência de 20 anos de experiência ou de doutorado, no tema do concurso, para o ingresso no cargo de Titular-Livre, deve ser suprimida. Ela impede a contratação de pesquisadores brilhantes, que embora não atendendo a esse critério, já tenham dado contribuições marcantes em sua área de conhecimento e pesquisa, um procedimento adotado nos países que têm tido maior sucesso em seu desenvolvimento científico e tecnológico. É fundamental para o desenvolvimento de nosso país reconhecer e premiar a competência; ao invés disso, ela é desencorajada pela Lei atual.
3 A Lei, em seu art. 21, que enumera as atividades remuneradas compatíveis com o regime de DE, deixou de incluir uma situação prevista no sistema anterior, que é a colaboração esporádica em assuntos de especialidade, devidamente autorizada pela instituição e de acordo com regras próprias. Essa possibilidade, no entanto, é a que respalda uma série de contratos em vigor – que são de interesse do país e têm sido prática corrente na Universidade --, inclusive práticas incentivadas pela Lei de Inovação Tecnológica (Lei 10.973/2004), voltadas para estimular a participação ativa de docentes das Instituições Públicas de Pesquisa em projetos que envolvam as instituições de ciência e tecnologia e empresas. A Lei aprovada está portanto em sentido contrário aos importantes passos dados na Lei de Inovação.
Apelamos para o Ministro Aloizio Mercadante que envide esforços no sentido de reverter essa séria ameaça ao desenvolvimento científico e tecnológico de nosso país.
Brasília, 26 de março de 2013."

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terça-feira, 9 de abril de 2013

A metáfora do espelho em frangalhos


Durante o processo de consulta à Reitoria da Universidade Federal do Amazonas (Ufam) para o Quadriênio 203-2017, ouvi, inúmeras vezes, que eu deveria me conformar pois "a universidade é um espelho da sociedade". Não posso crer em uma metáfora dessas. A não ser que seja a metáfora do espelho destruído. Jamais irei aceitar a vilania e o patrulhamento como regra. Muito menos a defesa pública do pensamento livre e do não-preconceito, porém, na prática, uma velada aceitação das duas coisas. Percebi isso, com clareza, em três episódios fora da universidade, mas, que pululam no ambiente acadêmico, muitas vezes, encoberto por nuvens de discursos ambíguos. O primeiro deles foi quando Thammy Gretchen resolveu assumir a homossexualidade. Até hoje, nas Mídias Digitais, principalmente em redes como o Twitter e o Facebook, piadas jocosas são feitas constantemente. E elas voltaram com maior força por ocasião da mesma decisão tomada pela cantora Daniela Mercury que, também, assumiu a homossexualidade. De outro lado, tanto nas Mídias Digitais quanto na vida real, percebo que há um universo de pessoas a concordar com as aberrações propagadas pelo pastor e dublê de deputado Marcos Feliciano. Somos espelho desta sociedade? Devemos aceitar, sem nenhum tipo de reação demonstrações, muitas vezes explícitas, de preconceito? Nessas horas, os mesmos que promovem um patrulhamento interno assombroso levantam a voz em defesa da "liberdade de expressão" como demonstração de que, na universidade, não se deve impor limites à liberdade. Será, porém, que a liberdade de expressão deve atingir a integridade moral das pessoas? Quando essa liberdade atinge o extremo, não deixa de ser liberdade e passa a ser agressão? Ou será que, em função de estarmos na universidade, devemos aceitar a agressão, de qualquer tipo (física ou moral), como expressão plena da liberdade? Não posso crer! Penso que a universidade deve ser propulsora de comportamentos que, inclusive, mudem a sociedade na qual está inserida. Que tenha a tolerância como pedra fundamental. No entanto, no caso da violência, creio que devemos ser intolerantes constantemente como valor essencial para a vida em comunidade. Quer dentro, quer fora da universidade. Sob pena de o espelho ficar em frangalhos.

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segunda-feira, 8 de abril de 2013

A sinergia dos mídias e o fechamento de jornais


Na tese defendida por mim, em março de 2003, na Escola de Comunicações e Artes (ECA) da Universidade de São Paulo (Usp) denominada “Por um clique: o desafio das empresas jornalísticas tradicionais no mercado da informação – Um estudo sobre o posicionamento das empresas jornalísticas e a prática do jornalismo em redes, em Manaus” há uma das seções nas quais apresente uma tendência mundial, bem antes de 2003: a sinergia dos mídias. Enquanto, nos Estados Unidos, principalmente, o processo provou uma união malfada entre o grupo Time Warner e o maior provedor de Internet de lá, o América On Line (AOL). Ainda assim, já naquela época, o processo provocou demissão de jornalistas e o fechamento de algumas "posições" consideradas tradicionais no jornalismo. O que os dois grades grupos tentaram, mas fracassaram, porém, transformou-se em tendência mundial. E um movimento inevitável, que provocaria o fechamento de jornais tradicionais e o desemprego. Há dez anos, portanto, a pesquisa por mim realizada na Usp, já apontava o que só chegou ao Brasil com mais "força" agora. O Grupo Estadão, que edita os jornais O Estado de S. Paulo e Jornal da Tarde, anunciou o fechamento desse último e um completo programa de "reestruturação" que culminou com a demissão de 35 jornalistas e uma modificação no próprio O Estado de S Paulo. Antes dele, o Jornal do Brasil, do Rio de Janeiro, deixou de circular e passou a manter apenas a edição on-line. Entre as revistas científicas, poucas são as que ainda possuem a versão impressa. Ao que tudo indica, o mercado brasileiro de jornais tradicionais começa, efetivamente, a sentir o impacto das Mídias Digitais. Empregos tradicionais, certamente, serão substituídos por novos postos de trabalho nessas Mídias Digitais. O mercado brasileiro do jornalismo tradicional, dez anos depois, sente o baque. Ao longo desses anos, as empresas bem que poderiam ter se preparado melhor, com base nos estudos vindos das universidades.

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domingo, 7 de abril de 2013

O cínico discurso da liberdade na Universidade


Na universidade brasileira, em muitos casos, o discurso em favor da liberdade plena mais parece um exercício diário de cinismo coletivo. Tive exemplo recente disto na disputa pela reitoria da Universidade Federal do Amazonas (Ufam), ao decidir apoiar a reeleição da professora Márcia Perales Mendes Silva. Fui tratado por inúmeros membros de uma esquerda barulhenta, que mostra a cara, e de uma esquerda covarde, que faz barulho por trás de máscaras e perfis falsos nas Mídias Digitais, como se fosse portador de doença contagiosa. Meu sagrado direito à liberdade, mais uma vez, foi patrulhado escandalosamente justamente por quem passa dias e dias, nos corredores da Ufam, cinicamente, a defender o "direito à liberdade". Hoje, dia 07 de abril de 2013, quase cinco anos depois, o deputado federal Francisco Praciano (PT), lembrou, no Facebook dele, um texto por mim publicado, aqui mesmo, no dia 07 de junho de 2011, cujo título era "Liberdade de araque". É com imensa tristeza que constato, após esses anos, que nada mudou. No campo da liberdade, a se levar em conta as mentiras e o cinismo com que se portaram alguns professores, jornalistas e blogueiros de aluguel, durante a Consulta Pública terminada quinta-feira, dia 04 de abril de 2013, os cinco anos foram de retrocesso. Por se tratar de uma das datas na qual se comemora o Dia do Jornalista, vale, porém, reproduzir o texto publicado em 2011 e bem-lembrado pelo deputado federal Francisco Praciano:"Do episódio da agressão por mim sofrida, no dia 11 de maio de 2009, no Auditório Rio Negro, do Instituto de Ciências Humanas e Letras (ICHL), da Universidade Federal do Amazonas (Ufam), uma das frases que mais me marcou foi do sociólogo Carlos Santiago. “A universidade é o único lugar que você pode até duvidar da existência de Deus e não ser punido por isso”. Foi uma bela defesa. No entanto, parafraseando uma conhecida propaganda de um falido banco: “o tempo passa, o tempo voa, e universidade é a mesma numa booooaaaaaaaa!” É preciso que, na prática, as universidades, e não apenas a Ufam, pratiquem a liberdade com respeito às diferenças de credo, raça, sexo. O que vejo hoje é uma liberdade de araque, de discurso, desconexa da prática. Posso estar equivocado, mas, gostaria muito de sentir-me livre até para duvidar da existência de Deus. No entanto, duvido, se assim o fosse, ter a posição individual plenamente respeitada." Em 2011, já previa que jamais teria minha "posição individual plenamente respeitada" dentro da Ufam. Conheço muito bem esses canastrões de corredores. Sei que, na prática, seus discursos não se sustentam. Agora, em 2013, rogo que os meus colegas da comunidade da Ufam, definitivamente, aprendam a respeitar o direito que o outro tem de pensar e fazer escolhas, às vezes, diferentes das deles. Adoraria, daqui a cinco anos, ser desmentido pelos fatos. Volto a apostar, porém, que a realidade será pouco diferente da atual.

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sábado, 6 de abril de 2013

Prefeito intervém de forma acintosa na política da Ufam


Pouco se viu, nos últimos 10 anos, uma ação tão orquestrada e estapafúrdia quanto a do prefeito de Manaus, Arthur Neto (PSBD), ao decidir apoiar explicitamente uma candidatura a reitor da Universidade Federal do Amazonas (Ufam). Depois do anúncio oficial, blogs, rádios e jornalistas de aluguel promoveram uma campanha maciça na tentativa de arrancar a professora Márcia Perales Mendes Silva da Reitoria da Ufam. Pensei, mil vezes, em fazer esta postagem antes da Consulta, ocorrida no dia 4 de abril. Não o fiz para não ser acusado de usar um episódio tão infeliz como forma de conseguir votos para a candidata que eu apoiava. Agora, porém, tenho todo o direito de manifesta a minha indignação. Não sei se o prefeito da cidade de Manaus é mal assessorado, ou não se deixa assessorar, ou se a equipe do candidato adversário também não conhece a própria história da Ufam, mas, o certo, é que de um lado e de outro, as urnas, com os votos de professores e técnicos, deram uma resposta nítida: não aceitaremos que a Ufam se transforme em um braço dos diretórios regional e municipal do Partido da Social Democracia Brasileira (PSBD). No material distribuído à imprensa pela assessoria da outra Chapa, há uma fala do prefeito de Manaus que, sem nenhuma prova cabal, acusa a reitora Márcia Perales de ser apoiada às escondidas por um grupo político, numa clara afronta à autonomia da Ufam e à própria professora Márcia Perales:" “Elogio bastante o desempenho de Puga e Waltair na eleição e os classifico como personagens de primeira grandeza durante o primeiro turno, não é nada fácil enfrentar os interesses de um grupo político que se esconde pelos bastidores da UFAM, não é mais segredo para ninguém que vou apoiar a chapa 33 de Puga e Waltair no segundo turno. Vou apoiar alguém que tem experiência e coração para administrar a Universidade Federal do Amazonas", afirmou Virgílio." Não como apoiador da CHAPA 10 - UFAM SEMPRE MELHOR, mas, como professor da Ufam, pergunto: "Quem é o prefeito de Manaus para se intrometer de forma tão direta na Consulta da Ufam? Não seria melhor ele parar de administrar pelo método do Oba-oba e apresentar as soluções que tanto prometeu para a cidade e até agora não cumpriu?" Como cidadão e como eleitor que nele votou, tenho todo o direito de me manifestar contra essa tentativa absurda de intervenção. Arthur, meu caro, preocupe-se com a cidade de Manaus, que está um caos nos transportes, as ruas todas esburacadas e uma adutora explodindo a cada semana sem que nenhuma providência séria seja tomada. Não se meta mais nos problemas internos da Ufam. Eles dizem respeito a nós, membros da comunidade da Ufam. Porque todas as vezes que qualquer político profissional quiser interferir diretamente nos destinos da universidade, terá a resposta que a comunidade da Ufam deu nas urnas. Esperava de você, Arthur Neto, a postura de um estadista. Tanto você quanto o vice-governador, José Melo, infelizmente, confundiram a consulta da Ufam com as eleições de 2014. Ainda espero que, ao invés de falar muito e fazer pouco, o prefeito de Manaus deixe as questões políticas internas da Ufam para serem resolvidas pela própria comunidade da Ufam. E que cuide bem da cidade de Manaus: obrigação assumida por ele ao ser eleito com ampla maioria dos votos.

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A balela de que a Ufam está dividida


Só pode ser balela, má-fé ou choro de perdedor essa visão que querem passar de que a Universidade Federal do Amazonas (Ufam) terminou a Consulta Pública dividida. Só se for dividida entre os que aceitam o resultado das urnas, erguem as mãos e começam a trabalhar no dia seguinte pela instituição e os que morrem de inveja e ficam a ranger os dentes pelos cantos. A primeira aberração é contestar a legitimidade da eleição com o argumento de que houve 75% de abstenção. E daí? Numa consulta na qual o voto não é obrigatório, comparece às urnas quem quer. Nas última consultas realizadas na Ufam o percentual de votantes é sempre o mesmo. Sair desta análise rasteira das abstenções e passar a forçar a barra e dizer que a universidade "está dividida", só pode ser coisa de quem não saber fazer uma operação básica de regra de três simples. Se não, vejamos os resultados por categorias. De um total de 1.291 professores que votaram, a CHAPA 10 - UFAM SEMPRE MELHOR, obteve 924 votos. Isso significa, em termos percentuais, que entre os professores da Ufam, 71,57% votaram na professora Márcia Perales Mendes Silva. Ao que me parece, nem com a maior boa vontade do mundo se pode dizer que os professores ficaram divididos no voto. Deram uma maioria folgada à CHAPA 10. Entre os Técnicos Administrativos em Educação (TAEs), 856, de um total 1.362 válidos, votaram na CHAPA 10. Em termos percentuais, foram 62,84% que votaram em Márcia Perales. Se isso é "estar dividida", minha capacidade de interpretar o termo dividida esvaiu-se com o trabalho realizado durante a consulta e a apuração. Entre os estudantes, dos 5.755 votos válidos, a CHAPA 10, obteve 2.745 votos. O percentual aqui é de 47,69% dos votos. O termo "dividida", na acepção que vem sendo amplamente divulgada nas Mídias Digitais por alguns perdedores, no meu modesto entendimento, significa "partida ao meio". Também poderíamos dizer que "próximos do meio". Do ponto de vista do erro amostral mais usado, de 3% para mais ou para menos, tendo como base o meio, ou seja, 50%. Quando, em uma disputa, os percentuais giram entre 47% e 53%, é perfeitamente aceitável se dizer que há uma "divisão". Dos três segmentos que votaram, portanto, entre os estudantes, se pode dizer que a Ufam ficou "dividida", uma vez que a CHAPA 10 obteve 47,69%. Mas, só nesse caso específico dos estudantes. Quando se somam os três segmentos e se jogam na fórmula da paridade, a CHAPA 10 termina a disputa com 60,76% dos votos. Com percentual desses, bem acima da metade, que é 50% e fora do intervalo de erro amostral, dizer que a "Ufam terminou dividida" só pode ser má-fé ou uma piada de extremo mal gosto de quem não sabe perder. Fosse eu um mal perdedor, diria, por exemplo, que os estudantes foram seduzidos pelo discurso (e pela propaganda) populista e demagógico do adversário. Poderia reforçar meu argumento dizendo que os estudantes que votaram foram dos períodos iniciais, portanto, não conhecem a realidade, não vivenciam a universidade. Seria, no entanto, um mero discurso de perdedor inconformado. Não cairei nesta balela! Não cairemos!

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OBS: Post do dia 05/04/2013

quinta-feira, 4 de abril de 2013

O dedo em riste dos que não podem fazê-lo


Quando decidi, após uma avaliação criteriosa da proposta dos candidatos e da participação que poderia ter com minhas ideias nos Planos de Trabalho, fazer parte da equipe de campanha e apoiar a candidatura da professora Márcia Perales Mendes Silva á reeleição na Universidade Federal do Amazonas (Ufam) não faltaram os que, dedo em riste, cobraram coerência. Outros, escondidos por trás de avatares, tiveram a ousadia de me chamar de sem-vergonha e "duas-caras", só para ficar em dois exemplos da forma baixa e rasteira como se comportam os covardes. Foram essas mesmas pessoas que, inescrupulosamente, destilaram veneno em um Blog, no início da campanha do segundo turno, com mentiras deslavadas e maledicências contra a professora Márcia Perales. Não contentes com as mentiras publicadas como se fossem notícias, pagaram um back ligth no próprio Blog associando a imagem da candidata ao ex-secretário de Educação, Gedeão Timóteo Amorim e ao senador Eduardo Braga. Uniram a foto dos três com um sinal de igual (=) como se tratassem da mesma pessoa e perguntaram:" você prefere uma UFAM voltada para interesses políticos ou compromissada com o ensino, a pesquisa e o desenvolvimento tecnológico?". Foi assim que tentaram, inicialmente, reverter a expressiva vantagem de 48,6% que a comunidade deu à CHAPA 10 - UFAM SEMPRE MELHOR. Ao que parece, não deu muito certo, e resolveram apelar para o que tanto condenaram no anúncio pago de segunda-feira: os interesses políticos. Foram ao vice-governador, José Melo (PMDB), que declarou apoio e passou a usar o telefone para pedir votos, e ao prefeito de Manaus, Artur Neto (PSDB), que também passou a usar o telefone até para pedir voto e "não-voto". São essas mesmas pessoas que me cobram coerência que aceitam, certamente em um ato de desespero na tentativa de "tomar" a Ufam, uma ingerência política tão escandalosa. Que o professor aposentado da Ufam, José Melo, interceda, é até aceitável, mas, e o prefeito de Manaus? Ele vota? Tem alguma ligação direta com a Ufam? O que mudou de segunda-feira para ontem? Já sei até o que os patrulheiros de araque vão dizer para justificar a mim cobrarem coerência e não demonstrarem publicamente coerência nenhuma: vão dizer que a professora Márcia Perales também tem o apoio do PC do B, do PMDB e do PT. Pergunto: será que o PMDB, se apoiasse a professora Márcia Perales como dizem, liberaria o vice-governador, José Melo, para pedir votos para a chapa adversária? E se o Partido dos Trabalhadores (PT) realmente apoiasse a CHAPA 10, não seria lógico que o candidato Henrique Pereira aderisse, imediatamente, à campanha da professora Márcia Perales? È bíblico que poucos são os que possuem moral para "atirar a primeira pedra". Portanto, quem não tem moral para criticar a minha possível "falta de coerência", não deve, nem pode, por o dedo em riste para me acusar. Devolvo a todos eles a pergunta que fizeram no anúncio pago em um dos blogs da cidade:" :" você prefere uma UFAM voltada para interesses políticos ou compromissada com o ensino, a pesquisa e o desenvolvimento tecnológico?" Os dias de convivência com a professora Márcia Perales, durante a campanha, me permitem afirmar com toda a convicção: institucionalmente, ela não deixará de conversar com nenhum partido político. No entanto, jamais permitirá qualquer tipo de ingerência externa na Ufam.

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quarta-feira, 3 de abril de 2013

Petulância e desrespeito ao direito do outro


É muita petulância e desrespeito ao direito de escolha do outro a posição assumida por algumas pessoas que não votam na Chapa 10 - UFAM SEMPRE MELHOR, que tem a professora Márcia Perales Mendes Silva como candidata a reitora e a o professor Hedinaldo Narciso como candidato a vice-reitor. Hoje, pela manhã, entrei em um dos setores da Universidade Federal do Amazonas (Ufam) para tratar de um assunto do meu interesse como professor e não como apoiador da Chapa 10. A pessoa com que eu devia tratar estava com uma "praguinha" da chapa concorrente. Sentei-me para resolver o problema e passei a ouvir a "figura", cujo nome não revelarei em hipótese nenhuma, cantarolar: "A Ufam está alienada, a Ufam está alienada..." Ignorei a falta de respeito. À tarde, um covarde, que se esconde por trás de um avatar no Facebook, passou, de novo, a me atacar veementemente pelo fato de eu ter escolhido apoiar a reeleição da professora Márcia Perales Mendes Silva. Sei, inclusive, a "identidade secreta" do sujeito que se arvora no direito de se considerar capaz até de avaliar meus sentimentos. Chegou, em uma das postagens, e me chamar de "sem-vergonha". Uma das formas de demonstrar o meu caráter é não revelar a identidade desse covarde que criou um perfil falso no Facebook para "prestar serviços" a uma determinada "figura carimbada" da Ufam. Só registro o fato para que a comunidade conheça o tipo de pessoa com quem tem de lidar: petulante, desrespeitoso e covarde. Volto a dizer: posso até errar nas minhas decisões, mas, não me escondo. E me espanto com algumas pessoas que se dizem democráticas a patrulhar as decisões individuais e o livre e sagrado direito que qualquer cidadão tem de rever suas posições. Avaliei os candidatos e as propostas e decidi apoiar a professora Márcia Perales e ponto final. Vou completar 49 anos de idade e não devo satisfação a ninguém da Ufam, a não ser ao Colegiado do curso no qual sou lotado. O ápice dessa petulância ocorreu em Itacoatiara, quando estudantes de Manaus visitaram o Instituto de Ciências Exatas e Tecnologia (ICET) e ofenderam quem votou na Chapa 10 com o adjetivo ALIENADO. Uma demonstração clara e evidente de total desrespeito ao sagrado direito que cada um tem de escolher em quem votar. Talvez os alienados e arrogantes sejam eles que não souberam respeitar o direito de escolha das pessoas do lugar. Pobres coitados!

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terça-feira, 2 de abril de 2013

A prática do jornalismo e a formação


O episódio ocorrido em um dos jornais de Manaus, quando se publicou inadvertidamente a forma como os adversários fazem chacota em relação ao time do Clube de Regatas do Flamengo, levou-me a refletir sobre a prática do jornalismo nas redações, no dia-a-dia, e a relação que existe com o processo de formação. Principalmente quando se trata da formação em ambiente universitário, como é o caso da Universidade Federal do Amazonas (Ufam), que possui um curso de Jornalismo. Não sei o que ocorreu, a não ser que a empresa aproveitou o fato para promover um processo de demissões em série, nem o que motivou a publicação de algo tão sem propósito. O episódio, acima de tudo, revela que existe uma vala extremamente larga entre a prática do jornalismo, nas redações dos mais variados meios, tais como Rádio, Jornal e TV, e o que se tenta "ensinar" nas universidades, centros universitários e faculdades. Isto porque, no mais das vezes, os estudantes, de forma equivocada, focam a formação apenas no aspecto técnico. Esqueçam o processo humanístico e de ampliação da visão de mundo, principalmente, a respeito do próprio papel que a profissão tem para a melhoria da relação entre as pessoas. Quando o uso de termos pejorativos transforma-se em regra até mesmo entre os colegas de trabalho, corre-se o risco de, em casos como o que ocorreu, se deixar passar, por ato falho, a publicação de um termo tão ofensivo como o que foi publicado no jornal de maior circulação de Manaus. É preciso mudar o foco da formação. Não se pode centrar as aulas única e exclusivamente nos aspectos técnicos. Sob pena de, na prática, Flamengo virar Flamer..., como ocorreu em Manaus. E isso é lastimável para os jornalistas e para o jornalismo tanto quanto para as escolas.

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segunda-feira, 1 de abril de 2013

A inteligência da comunidade da Ufam em xeque


A disputa pela reitoria da Universidade Federal do Amazonas (Ufam), no segundo turno, transformou-se em uma espécie de teste para a inteligência da comunidade universitária. É como se uma das chapas concorrentes estivesse a medir se temos o mínimo de capacidade de discernimento. É pouco crível que professores, técnicos e estudantes deem algum voto de credibilidade às maledicências terceirizadas. Desesperada com a possibilidade de derrota iminente, a Chapa adversária da Chapa 10 - UFAM SEMPRE MELHOR, tentou um expediente rasteiro, como os tantos que tem tentado para reverter vantagem acima de 15 pontos percentuais obtida pela Chapa 10: o adversário, entrou com o pedido de suspensão do segundo turno junto à Comissão Central de Consulta (CCC), certamente, com o nítido objetivo de ganhar tempo para que o "jogo sujo" patrocinado em Blog tenha mais tempo de tentar achincalhar a professora Márcia Perales Mendes Silva, reitora licenciada da Ufam. Não convenceu os membros da CCC e a consulta foi mantida para o dia 04 de abril de 2013. Não espantará se até a vida familiar da candidata Márcia Perales passe a ser devassada pelos corvos de aluguel que foram contratados para trabalhar nas Mídias Digitais (Blogs, Facebooks...). Assim como, também, não me espantará se, em último ato de desespero, depois de negado o recurso pela CCC, a Chapa adversária desista da disputa a fim de tentar, de alguma forma, pôr em xeque não só a própria consulta, mas também, a nossa inteligência. Depois dos absurdos, das mentiras e das maledicências que já li, não duvido de mais nada. E tenho a lamentar que a comunidade da Ufam ainda seja obrigada a lidar com esse pântano lamacento que foi transformada a disputa tão limpa e correta que ocorreu no primeiro turno.

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