domingo, 7 de abril de 2013

O cínico discurso da liberdade na Universidade


Na universidade brasileira, em muitos casos, o discurso em favor da liberdade plena mais parece um exercício diário de cinismo coletivo. Tive exemplo recente disto na disputa pela reitoria da Universidade Federal do Amazonas (Ufam), ao decidir apoiar a reeleição da professora Márcia Perales Mendes Silva. Fui tratado por inúmeros membros de uma esquerda barulhenta, que mostra a cara, e de uma esquerda covarde, que faz barulho por trás de máscaras e perfis falsos nas Mídias Digitais, como se fosse portador de doença contagiosa. Meu sagrado direito à liberdade, mais uma vez, foi patrulhado escandalosamente justamente por quem passa dias e dias, nos corredores da Ufam, cinicamente, a defender o "direito à liberdade". Hoje, dia 07 de abril de 2013, quase cinco anos depois, o deputado federal Francisco Praciano (PT), lembrou, no Facebook dele, um texto por mim publicado, aqui mesmo, no dia 07 de junho de 2011, cujo título era "Liberdade de araque". É com imensa tristeza que constato, após esses anos, que nada mudou. No campo da liberdade, a se levar em conta as mentiras e o cinismo com que se portaram alguns professores, jornalistas e blogueiros de aluguel, durante a Consulta Pública terminada quinta-feira, dia 04 de abril de 2013, os cinco anos foram de retrocesso. Por se tratar de uma das datas na qual se comemora o Dia do Jornalista, vale, porém, reproduzir o texto publicado em 2011 e bem-lembrado pelo deputado federal Francisco Praciano:"Do episódio da agressão por mim sofrida, no dia 11 de maio de 2009, no Auditório Rio Negro, do Instituto de Ciências Humanas e Letras (ICHL), da Universidade Federal do Amazonas (Ufam), uma das frases que mais me marcou foi do sociólogo Carlos Santiago. “A universidade é o único lugar que você pode até duvidar da existência de Deus e não ser punido por isso”. Foi uma bela defesa. No entanto, parafraseando uma conhecida propaganda de um falido banco: “o tempo passa, o tempo voa, e universidade é a mesma numa booooaaaaaaaa!” É preciso que, na prática, as universidades, e não apenas a Ufam, pratiquem a liberdade com respeito às diferenças de credo, raça, sexo. O que vejo hoje é uma liberdade de araque, de discurso, desconexa da prática. Posso estar equivocado, mas, gostaria muito de sentir-me livre até para duvidar da existência de Deus. No entanto, duvido, se assim o fosse, ter a posição individual plenamente respeitada." Em 2011, já previa que jamais teria minha "posição individual plenamente respeitada" dentro da Ufam. Conheço muito bem esses canastrões de corredores. Sei que, na prática, seus discursos não se sustentam. Agora, em 2013, rogo que os meus colegas da comunidade da Ufam, definitivamente, aprendam a respeitar o direito que o outro tem de pensar e fazer escolhas, às vezes, diferentes das deles. Adoraria, daqui a cinco anos, ser desmentido pelos fatos. Volto a apostar, porém, que a realidade será pouco diferente da atual.

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