terça-feira, 30 de junho de 2015

O Brasil pintado de vermelho e azul

Após a divulgação do resultado do Festival de Parintins tive a certeza de que o Brasil é um País dividido entre o vermelho e o azul. Membros da antiga esquerda (vermelha), torcedores do boi azul (a velha direita) simplificaram o problema da antecipação de qual seria o resultado por meio do áudio divulgado: “Há 12 anos o contrário ganha assim. Agora, temos é de comemorar”. É como se, candidamente, pudéssemos dizer: ora, se desde o descobrimento a direita roubava neste país, agora, chegou a nossa vez de nos vigarmos (roubarmos também?). Não! Não posso admitir que assim o seja. É verdade, porém, que, para alguns, o roubo de um lado significa uma espécie de hebeas corpus preventivo para o outro lado. É uma simplificação sim, mas, não ingênua. Os que comandaram, pelo menos o áudio revela, o azul de hoje eram o vermelho de ontem. Se relativizarmos e aceitarmos como normal o que ocorreu em Parintins só porque durante anos a prática corrente “do contrário” era a compra de jurados, consideraremos que a esquerda, ao chegar ao poder, se esbalde com o dinheiro público, só porque a direita o fez desde o descobrimento. Não é nada pedagógico e faz um mal danado à sociedade aceitarmos os argumentos simplistas que nos foram postos.


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segunda-feira, 29 de junho de 2015

LDBEN não garante estabilidade

A primeira turma do Tribunal Superior do Trabalho (TST) derrubou a decisão de primeira instância da Justiça do Trabalho do Paraná que determinou a nulidade da dispensa e a reintegração de uma professora universitária (universidade particular). O juiz da primeira instância acatou a alegação da professora de que não fora dispensada por ato colegiado. Em relato no TST, o ministro Luiz Philippe Vieira de Mello Filho, argumenta que a Lei 9.394/96 (Lei de Diretrizes e Bases da Educação Nacional, ou LDBEN) “não garante ao professor universitário estabilidade no emprego nem exige a dispensa por ato colegiado.” A alegação da professora se baseia, de acordo com o TST, em uma interpretação equivocada do Inciso VIII do Art. 3º da Lei, que preconiza: “O ensino será ministrado com base nos seguintes princípios: [...] VIII - gestão democrática do ensino público, na forma desta Lei e da legislação dos sistemas de ensino”. Entende o TST que, aceitas as alegações da postulante, se estaria implantando um regime de estabilidade no emprego para o professor universitário das entidades particulares, algo que não há, certamente, nem no espírito da LDBEN.


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domingo, 28 de junho de 2015

Vale tudo em nome da causa

Hoje cedo postei o seguinte questionamento no Facebook: "Em nome da causa", vale mentir, ser leviano e manipular fatos?! Quantas saudades das aulas de ética em jornalismo? Não é possível que se aceite a manipulação descarada dos fatos “em nome da causa”. Fica insustentável manter o discurso da transparência quando, nas notícias, não se tem transparência nenhuma. Fica mais impossível ainda quando se tenta manipular fatos em defesa de o que se chama assessoria. Pelo que aprendi com os meus saudosos professores de ética, não apenas em jornalismo, mas, em comunicação, qualquer tipo de manipulação deve ser condenado. Enfim, não vale tudo em nome da causa. Não se pode manipular os fatos. É impossível aceitar que “meias verdades” se transformem em notícia. Se não houver ética nas relações, falar em ética é mero exercício de retórica. Pelo visto, é só o que se faz hoje no Brasil: exercícios de retórica.


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sábado, 27 de junho de 2015

Nosso Paper, nossa métrica

Ainda sobre o que tema que ontem abordei aqui, não sei se pela métrica que adotamos, ou pela nossa tendência a querer comparar o incomparável, mas, somos levados a medir a competência dos nossos colegas pesquisadores e pesquisadores apenas pelo número de Papers ou artigos publicados. Acredito ser uma medida fragilíssima. Basta que analisemos as diferenças existentes entre as distintas áreas do saber. Em umas, vale mais a apresentação de trabalhos em congressos. Em outras, a publicação de artigos. Há ainda, as áreas que valorizam mais os livros. Sem contar as diferenças cada vez mais abissais nos critérios para a aceitação e publicação de trabalhos. Hoje em dia, algumas revistas internacionais só publicam trabalhos se forem pagas para tal. A ciência foi transformada em negócio. E um lucrativo negócio de aceitação e publicação de artigos. Quando apenas o critério econômico determina o número de artigos a serem publicados, esta última variável não me parece a mais justa para se avaliar o colega ao lado.


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sexta-feira, 26 de junho de 2015

Viver não é só publicar

Nosso modelo de cobrança excessiva de publicações leva a um ritmo desumano imposto aos doutores das universidades brasileiras. Dia desses publiquei: ”Vitória e derrota não existem. Existe VIDA”. Nós, os doutores e doutoras, pesquisadores e pesquisadoras, talvez, tenhamos de repensar a forma como olhar a vida. A nossa e a das outras pessoas. É impossível olhar para alguém e só conseguir enxergar Qualis A e B em tudo o que fazemos. Bem, talvez não seja impossível, pois, é o que estamos a fazer há tempos. A vida de qualquer ser humano não pode se resumir apenas ao número de artigos que publica. A Ciência deve contribuir para mudar (para melhor) a vida das pessoas. Mas, não pode mudar (para pior) a vida dos pesquisadores. Há que se refletir sobre o modelo que queremos para nós e para a sociedade. Sob pena que sermos obrigados a esquecer a família e os amigos em prol de publicações em série. Particularmente, não meço minha reputação científica pelo número de artigos que publica, mas, pelo grau de inquietações que podem provocar.


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quinta-feira, 25 de junho de 2015

A guerra eletrônica da informação

As Mídias Digitais ganharam importância ímpar no processo de Comunicação. A Organização que não der importâncias às redes sociais, por exemplo, corre risco de, inclusive, o trabalho tradicional de mídia se tornar um fracasso. Principalmente em função do tema que abordamos ontem, aqui neste espaço: a guerra eletrônica da informação e da contrainformação. De todos os lugares pipocam denúncias de cortes, de fins de programas governamentais ou de números engordados pelo desejo de provocar um clima de instabilidade. Ao que tudo indica, com um único fim: desgastar, sem dó, o Governo Federal. Certamente porque, logo após assumir o segundo mandato, a presidente Dilma Roussef (PT) declarou que o Brasil, a partir de então, seria “a pátria educadora”. Com o corte na Educação provocado pelo ajuste fiscal, a pátria talvez não seja, assim, tão educadora. Os cortes se tornam o combustível para esta guerra eletrônica.


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PIBID não será descontinuado

A Coordenação de Aperfeiçoamento de Pessoal de Nível Superior (CAPES), divulgou Nota Oficial desmentindo os boatos que circulam pela Internet de que o Programa Institucional de Bolsa de Iniciação à Docência (PIBID) seria descontinuado. A CAPES esclareceu que todas as bolsas que já estiverem implementadas não serão suspensas e que há negociações permanentes com o Ministério da Educação (MEC) a fim de que todos os Programas gerenciado pela Agência não sejam descontinuados. Não se sabe de onde sugerem boatos deste tipo, mas, é certo que, de repente, iniciou-se uma guerra de informações falsas ou meias verdades contra os programas do Governo Federal. Que o momento é de ajustes drásticos torna- se impossível negar. Há que se desconfiar, porém, das tintas que aparecem nos anúncios de medidas, principalmente quando elas veem de fontes nada confiáveis, que, historicamente, se utilizam da manipulação de informações como uma espécie de “tática de guerrilha”. Para muitos pode ser aceitável. Ao meu ver, porém, manipular informações é condenável sejam que for e qualquer que seja o fim. Nem jornalismo nem assessoria de comunicação devem ser feitas com base na manipulação de informações.

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OBS: Post do dia 24/06/2015

terça-feira, 23 de junho de 2015

Perillo quer usar OS contra grevistas

A Lei nº 9.637, de 15 de maio de 1998, que instituiu as Organizações Sociais (OSs), e foi julgada constitucional pelo Supremo Tribunal Federal (STF), em decisão no dia 11 de abril de 2015, nasceu no colo do Partido da Social Democracia Brasileira (PSDB), há 17 anos, e pelo PSDB pretende ser usada. Em um evento, o governador de Goiás, Marconi Perillo (PSDB), deixou claro qual o seu objetivo em relação às OSs: “Eu vou implantar as OSs para transformar a Educação de Goiás”. E complementou: “"Quem tem voz e vez é o aluno, e não o baderneiro". Fica mais do que evidente qual foi o objetivo do PSDB ao aprovar a Lei: usá-la contra os grevistas, principalmente, professores das universidades federais brasileiras. Até então, a Lei não conseguiu emplacar e, pelo que garante o MEC, não será usada nas universidades federais. Em Goiás, no entanto, o governador já ameaçou grevistas com, digamos, as “OSs” à mão. Mais que a ameaça, é deplorável que um governador trate grevistas como se fossem baderneiros.


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segunda-feira, 22 de junho de 2015

Dispositivos móveis como extensão do corpo

Acaba de ser lançado, em Portugal, pela Editora Livros LabCom, da Universidade da Beira Interior (UBI), o livro “Jornalismo para Dispositivos Móveis: produção, distribuição e consumo, organizado por João Canavilhas e Ivan Satuf. No livro, o professor da Universidade Federal do Amazonas (UFAM), Gilson Monteiro, tem um capítulo denominado “Ecossistemas comunicacionais: os dispositivos móveis como extensão do corpo humano” no qual tece provocações a respeito de o que é novo afinal na Internet. Para além das provocações, o professor discute o conceito de Ecossistemas Comunicacionais, área de concentração do Programa de Pós-graduação em Ciências da Comunicação da Universidade Federal do Amazonas (PPGCCOM) em correlação com os conceitos explorados por Sandro Colferai no seu “Jeito amazônida de ser mundo”. O livro está disponível para download grátis.



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domingo, 21 de junho de 2015

O mito do pênis ereto

A sociedade brasileira é, no conjunto, machista, preconceituosa e reacionária. Minha convicção se confirmou no recente episódio no qual o jornalista Ricardo Boechat, no ar (em uma cadeia de rádio), mandou, literalmente, o pastor Silas Malafaia, “procurar uma rola”. De imediato, o áudio ganhou as redes sociais e se transformou em top trend da rede e das discussões Brasil afora. Boechat ganhou cores de herói nacional. Fiquei a me perguntar o porquê de tanta excitação. Seria pela rola, usada como sinônimo de pênis, e ereto, porque um pênis mole, na mente coletiva, jamais seria uma rola, ou por ter desancado publicamente uma figura tão abominável quanto Malafaia? Talvez, pelas duas coisas. Porém, o que mais deve ter provocado a excitação coletiva tenha sido a expressão “procurar rola”. Quer ofender um macho, um machista assumido, manda-o “procurar rola”. O imaginário coletivo vibra até com o significado real do passado. Vejamos, por exemplo, o que é uma rola roxa: “Mede 17 centímetros de comprimento e pesa 47 gramas.” Dá vontade até de gritar “Uuuiiiiiii, pluma”. Machismo e preconceito se juntam na mesma expressão. “Procurar rola” é expressão que fere de morte o macho, por se entender que quem gosta de “procurar rola” às escondidas é um macho que não assume a homossexualidade. Cabe a nós, nas universidades, lutarmos para, aos poucos, banir expressões que tenha o mesmo cunho: “vá tomar no cu, seu filho da puta” e coisas do gênero, condenam, antecipadamente o sexo anal, o oral e até a mais antiga das profissões. Quem ganha a vida com o sexo é porque tem clientes ávidos. Respeitemos! Quem gosta de sexo oral que o pratique. Respeitemos! E quem adora sexo anal, que também o pratique sem restrição de gênero. Respeitemos! Na sociedade machista na qual vivemos, damos vivas ao pênis ereto e condenamos os clitóris excitados. Sejamos mais honestos com o que praticamos na intimidade e paremos de condenar a prática sexual dos indivíduos. Um dia, “procurar rola” ocupará o lugar que deve estar: o de uma decisão individual, independente do gênero e da forma com que for procurada. É hipócrita esta posição machista, preconceituosa e reacionária que assumimos publicamente. Pense nisso!


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O machismo nas entrelinhas

Hoje, de mediato, bastou-me ler, compartilhei uma postagem do humorista Maurício Meirelles sobre o Acre. Limitar-me-ei ao que se refere ao Acre: “Quero é falar do Acre, talvez o lugar com mais preconceito e piadinhas do Brasil. "Ah, o Acre não existe", "Lá só tem unicornio", "Só tem índio".
Como humorista, eu poderia pensar nas piadas mais fáceis a respeito da região. Mas eu estaria sendo injusto. O ACRE é DO CARALHO!!!!!
Rio Branco é uma cidade muito bacana e charmosa. Limpa, divertida, jovem e, pasmem, com algo genial chamado Floresta digital, proporcionando internet wi-fi GRATUITA no meio da rua, praça. Atrasados?
Povo feio? Olha, já viajei o Brasil inteiro e facilmente colocaria Rio Branco como uma cidade com as mulheres mais bonitas. É só você pensar que é quase uma "colonização" da Região Sul, que migrou para o Norte em busca de melhores oportunidades e bons salários.
"Ah, o Acre não existe?". Po, deixa acharem. Assim ninguém vai e sobra mais mulheres bonitas pros moradores.
Povo avançado, bonito e gente fina. Fiz um dos melhores shows da minha vida e, como gratidão, me senti na obrigação de escrever este texto aqui para as quase 800 pessoas que lotaram o teatro da Faao.
Muito obrigado pelo carinho. Espero voltar em breve. Mesmo que pra chegar eu leve quase 3 anos.”
Vejamos o porquê de o Acre ser “DO CARALHO”. Porque Rio Branco possui uma praça com wi-fi gratuita, por Rio Branco ser uma cidade com as mulheres mais bonitas e por ser um “povo avançado, bonito e gente fina”. “Do caralho, do cacete” e coisas do mesmo sentido não escondem o desejo coletivo do brasileiro por um “pênis ereto”. Machismo e preconceitos que não conseguimos nos livrar ao longo dos anos. As mulheres de Rio Branco só são bonitas por serem ascendentes de “mulheres do Sul”. Mais preconceito, assim como considera uma cidade legal apenas por ter mulheres bonitas. Sem falar no preceito que motivou a postagem do humorista: o ACRE não existe. Brasileiros, uni-vos contra o preconceito. Mito embora, humor sem preconceito se torne uma coisa sem graça.

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OBS: Post do dia 20/06/2015

sexta-feira, 19 de junho de 2015

A barbárie nas universidades

Estou chocado, abalado e envergonhado com as proporções que a violência física e moral começam a ganhar corpo nas universidades brasileiras. Não temos o direito de pregar aos quatro cantos que a universidade é o lugar da civilidade, do respeito às diferenças se, na hora que alguém discorda de mim, parto para a desqualificação e para o linchamento público. Senhores, grevistas e não grevistas das universidades brasileiras, quer sejam professores, professoras e Técnicos Administrativos em Educação (TAEs). Precisamos exercer a tolerância e a sensatez antes que seja tarde. Urge que, juntos, combatamos quaisquer tipos de violência na sociedade. Não é possível, por exemplo, que fiquemos imunes à violência estarrecedora que aconteceu na Escola Superior de Agricultura Luis de Queirós (ESALQ). A intimidade sexual das alunas foi exposta em cartazes, na área de convivência daquela escola. É inaceitável que tal tipo de comportamento esteja a se reproduzir nas universidades. Tenhamos temperança para respeitar nossos colegas de trabalho. Conviveremos depois, com ou sem greve. Que seja uma convivência respeitosa sempre. Pelo bem de todos nós. E que o machismo e a violência explicitados em listas como a da ESALQ sejam veemente combatidos.


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quinta-feira, 18 de junho de 2015

O futuro nas mãos de cunha e do PSDB

Seria cômico se não fosse uma tragédia brasileira, ou brasiliense, previamente anunciada: o futuro da juventude do País está nas mãos de ninguém menos que Eduardo Cunha (PT), do Partido da Social Democracia Brasileira (PSDB) e do Partido dos trabalhadores (PT). A sanha conservadora e direitista de Eduardo Cunha, que foi capaz até de fazer um culto no plenário da Câmara dos Deputados, encaminha na direção de se reduzir a maioridade penal. Acuado, o PT pretendeu se aliar ao PSDB para que o projeto de redução da maioridade penal não fosse aprovado. Mais uma vez, os conservadores não entendem que o processo de inclusão de pessoas socialmente vulneráveis só ocorre de modo efetivo por meio da Educação e não da pressão. Reduzir a maioridade penal é trilhar o caminho da força, da opressão, “de punir para não educar”, parafraseando Michel Foucault. O futuro da nossa juventude não pode depender de Cunha e da aliança PSDB-PT. Se assim o for, se nos apresenta sombrio. Deu no que deu: aprovação, em primeiro turno, com ampla maioria.


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quarta-feira, 17 de junho de 2015

Décimo quarto salário para professores

O senador Cristovam Buarque, senador pelo Partido Democrático Trabalhista (PDT) do Distrito Federal (DF), inegavelmente, luta por uma Educação Pública de qualidade. E tem uma vantagem: já deixou de lado aquela ideia de apenas, digamos, “se repassar” recursos públicos para as escolas como forma de melhorá-las. Ainda mais quando se questiona o modelo atual da Educação brasileira, suas ideias voltam a ser repercutidas. Desde agosto de 2008, por exemplo, tramita no Senado Federal, o PLS 319/2008, que “Cria o décimo-quarto salário dos profissionais da educação da rede pública e dá outras providências”. A proposta é de uma simplicidade que nem parece Lei:
“Art. 1º Os profissionais da educação de base, lotados e em exercício nas escolas públicas de educação básica do Distrito Federal, dos Estados e Municípios, que tiverem elevado no ano escolar o Índice de Desenvolvimento da Educação Básica – IDEB de sua escola em pelo menos cinqüenta por cento, receberão, no mês de dezembro, o décimo-quarto salário.
§1º Os profissionais da educação de base das escolas que alcançarem Índice de Desenvolvimento da Educação Básica – IDEB igual ou superior a sete receberão o benefício previsto no caput automaticamente.
§ 2° O pagamento do décimo-quarto salário deverá ser realizado até o final do semestre subseqüente ao da publicação do resultado da avaliação de desempenho indicado no art. 1° da presente Lei.
§ 3º. As escolas que alcançarem índice de desenvolvimento da educação básica – IDEB, igual ou superior a 7.0 farão jus automaticamente ao décimoquarto salário”.
O problema é que a proposta está há sete anos no Congresso e nada de ser discutida. Certamente, gerará muita polêmica. Mas, que o problema deve ser levantado, isso deve.


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terça-feira, 16 de junho de 2015

A crise não é só financeira

A maior crise que o Brasil passou a enfrentar após o resultado das eleições do ano passado não é a crise financeira, a recessão. É a crise de valores, de respeito às diferenças. Ao que tudo indica, alastrou-se em todos os patamares da sociedade. Quando parecia que a Lei de Gerson, aquela que pregava levar vantagem em tudo, era algo morto e enterrado na sociedade brasileira, ela parece ter voltado com força total. No Congresso Nacional, então, o que se vê é uma espécie de Mercado aberto. A troca de favores assumiu proporções inimagináveis e, ao final de tudo, o que se quer, é fragilizar o Governo. Por seu turno, o Governo quer transferir para a sociedade o ônus da crise que não foi por ela criada. A crise é resultado da má-administração e da inépcia. Transferir para a sociedade, além de ser injusto, não é pedagógico. E demonstra que a crise de valores tem proporções idênticas à crise financeira. Lastimável que assim o seja!


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segunda-feira, 15 de junho de 2015

A Democracia do extermínio

Fico a me perguntar se não estamos vivendo, no Brasil, nas universidades e fora delas, um momento de violência surda e estarrecedora. É como se o que aconteceu nas ruas recentemente, tivesse sido transposto para o interior das universidades. Algo que se poderia denominar de “A Democracia do extermínio”. E como isso funciona? De um lado, os perdedores querem, de todas as formas, exterminar o Partido dos Trabalhadores (PT) e a presidente Dilma Rousseff, inconformados com o resultado das urnas eletrônicas. De outro, os inconformados com os “votos por correspondência”, querem, também, de modo figurado, é claro, “esmagar a ADUA”. Se existiram procedimentos discutíveis na Assembleia que deflagrou a greve, devem ser definidos, soberanamente, pela própria categoria, no âmbito da própria categoria, até por meio de outra Assembleia. Judicializar a discussão é, de certa forma, a demonstração clara de fragilidade da nossa compreensão de o que é um grupo, uma categoria, uma representação sindical. Não me cheira bem a Democracia do extermínio, porque, por meio dela, se perdemos a discussão, pregamos a deserção. A dinâmica da correlação de forças impõe respeito até nas guerras. Não nos deixemos cair em nenhuma armadilha!


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domingo, 14 de junho de 2015

Boato não é Ciência

O que mais me impressiona ao dar voltas pelos corredores da Universidade Federal do Amazonas (UFAM) é o caráter nada científico das conversas. Mais impressionante, ainda, é o quando a boataria, a fofoca, ganha, digamos, “ares de ciência”. Pessoas afirmam as coisas, até sobre você, o interlocutor, com tamanha convicção que, às vezes, até você mesmo chega a duvidar de si. Há quem diga, no Marketing, a propaganda boca a boca é a mais eficaz. Há também, quem diga, que uma mentira repetida mil vezes, com convicção, tem o poder de se transformar em verdade. E depois que a mentira passa a ser parte da verdade coletiva, é quase impossível desmenti-la. O que eu não posso, em hipótese nenhuma, é me deixar convencer. Tenho convicção de que boato não é Ciência. Epa! Mas, quem sabe, o boato não pode ser objeto de um excelente trabalho científico nos corredores de quaisquer das universidades brasileiras? E quem ninguém duvide!


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A correlação de forças nas universidades

Há algo, principalmente nas universidades públicas brasileiras, que pouca gente presta a atenção ou faz questão de não ver: todo e qualquer movimento político, mesmo entre os que se auto intitulam, apolíticos, é uma manifestação da eterna correlação de forças. E isso fica mais evidente nos momentos de rompimento, como acontece em uma greve. O embate, que, em tempos de normalidade, é travado na surdina dos corredores e cantinas, ganha corpo, ganha força. Ganha vida. Pulsa! O que move uma instituição do porte da universidade é a política sim. E quem mais a exerce, permanentemente, somos nós, os membros da comunidade universitária. Querer negá-la, se não é ingenuidade, é uma forma de tentar “se manter neutro”, “não enfrentar ninguém”. O problema é que não há vida na universidade sem política pela própria essência da universidade: a decisão colegiada. Neste permanente jogo de ganha perde e perde ganha só há uma arma: a argumentação. E que tenhamos habilidade para entender isso.

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OBS: Post do dia 13/06/2015

sexta-feira, 12 de junho de 2015

A desinformação inaceitável

É de causar urticária ouvir de quem participou da Assembleia Geral da ADUA, votou a favor da greve, que, porém, só vai parar depois que o Conselho Universitário (CONSUNI) da Universidade Federal do Amazonas (UFAM) deliberar sobre o tema. Leitores e leitoras! Se não é um caso de completa alienação, trata-se de má-fé levada ao extremo. Pelo amor de Deus! Não é possível que um professor, ou professora, de uma universidade, não saiba que quem delibera sobre entrar ou não em estado de greve, são as categorias profissionais, por meio das respectivas e soberanas assembleias. Não dependem, em hipótese nenhuma, de autorização (ou mesmo deliberação) de quaisquer dos conselhos da Instituição. Vincular a entrada em greve a uma decisão do CONSUNI é um desrespeito inaceitável à própria decisão da categoria. E uma demonstração de desinformação que não tem paralelo. Ninguém é obrigado a fazer greve. O direito à greve pode ser ou não exercido. É individual e inalienável, assim como o direito de não entrar em greve. Não depende de nenhuma autorização da Instituição. Qualquer coisa que aponte nesta direção é, no fundo, uma demonstração de extrema covardia.


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quinta-feira, 11 de junho de 2015

Serenidade na hora de abordar o novo

Em tempos de ânimos exaltados em função da Assembleia da ADUA que decidiu pela deflagração da greve dos professores na Universidade Federal do Amazonas (UFAM) a partir de segunda-feira, dia 15, é preciso ler cada ponto de vista com muita serenidade para não sermos mal-educados, intolerantes e desrespeitosos com os nossos colegas de trabalhos. Afinal, abominamos e lutamos contra este tipo de comportamento na sociedade e não podemos deixar que se instale entre nós. De longe, pois viajava a trabalho no dia 9, acompanhei várias manifestações, às vezes até raivosas, de quem é contra ou a favor à greve. Reafirmo: por princípio, sou sempre a favor de qualquer greve, por se tratar de um direito líquido, certo e sagrado do trabalhador. A forma e o momento no qual a greve será deflagrada, sim, são passíveis de discussão. Pelo que li, a ADUA resolveu somar os votos das Assembleias Setoriais ocorridas nas unidades da UFAM fora da sede, a partir das atas das setoriais enviadas de cada um dos locais. É uma mudança e tanto. Se para melhor ou para pior, só a prática e o tempo irão dizer. Espero que a nossa valorosa ADUA passe a usar o mecanismo em todas as decisões que tomar daqui para a frente a fim de que a prática seja efetivamente consolidada. Em contraposição à decisão política, apareceu a proposta de que se realizasse um plebiscito. Com voto eletrônico ou sabe-se Deus como? Da mesma forma que o “voto por correspondência” para decisões tomadas em Assembleia é discutível, o plebiscito também o é. Hoje, li uma nota compartilhada pelo colega Welton Oda, assinada por outro colega do ICHL, professor Luis Antônio Souza, que também compartilhei no meu Facebook, a qual reproduzo aqui: “"É preciso deixar claro aos defensores do plebiscito ou votação online que a discussão e votação presencial vai muito além de uma simples assembléia...ali se vivência a POLIS, a POLÍTICA. Não se faz política por meio de voto a distância, mas no enfrentamento de opostos, no debate (por vezes duro)"de idéias e pontos de vista divergentes...É ali que se promove a pedagogia do esclarecimento e convencimento. Que se use os smartphones para compras ou votar Brother que se pretende mandar para o Paredão". O tema é polêmico, as ideias estão lançadas. Que haja o debate! E que tenhamos serenidade na hora de abordar o novo. Para não cairmos na perigosa armadilha de discordar sempre de quem não pensa igual a nós.


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A Educação que não impõem limites

Vivemos um momento interessante para repensarmos, no todo, qual o tipo de pessoa queremos para a vida em sociedade. O questionamento é fundamental pois, é certo, será a base para educarmos nossos filhos na família e para funcionar como fundante no processo educacional, desde a Educação Básica até a Educação Superior. E por que o momento é crucial para se repensar? Porque, nos noticiários e nas manifestações atuais aparecem, em todos os níveis, professores sendo agredidos, quando não fisicamente, verbalmente, tanto no exercício da sala de aula quanto no exercício administrativo temporário. Será que na vida em sociedade tudo pode? Ou há limites? Ao que parece, só se vive em sociedade caso as pessoas entendam, e respeitem, os limites estabelecidos pela própria sociedade. Vive-se um momento político perigoso no Brasil. As pessoas passaram a cobrar direitos sem cumprir seus deveres. Daí a necessidade de repensarmos o que queremos para a vida em sociedade, portanto, para a Educação. Antes que passemos a praticar a barbárie sem perceber.

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OBS: Post do dia 10/06/2015

quarta-feira, 10 de junho de 2015

Os ônus e bônus da Democracia

A quem ocupa um cargo público de confiança, como o faço agora, não cabe ser contra ou a favor a greve. Só deve, por dever de ofício, respeitar os direitos constitucionais. E o direito à greve é um deles. Por princípio, a decisão de fazer greve ou não, é da categoria. E, por princípio, também, principalmente dentro de uma universidade, as pessoas votam como bem entenderem nas assembleias das suas respectivas categorias. Assim deve funcionar na democracia, tanto dentro quanto fora da universidade. Muito embora nem sempre aconteça. Não há nenhuma decisão que se tome na vida que não tenha ônus e bônus. Assim como as moedas possuem cara e coroa e não cara ou coroa, as decisões possuem ônus e bônus e não apenas um ou outro. A decisão de aceitar um cargo de confiança me faz, hoje, um observador. Que considera legal e legítimo que cada categoria tome a decisão que tomar nas vossas assembleias. E que sejamos capazes de manter o diálogo respeitoso em todos os momentos. A democracia também tem seus ônus e bônus. Que cada um pese e decida o caminho que considerar melhor, com todos os seus ônus e bônus!

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OBS: Post do dia 09/06/2015

segunda-feira, 8 de junho de 2015

Escravos da estrutura

Às vezes penso que o uso da expressão “grade curricular” não é mera coincidência. É uma forma de reafirmarmos, nós, os professores e professoras, o quanto somos escravos da estrutura, da grade, do que nos prende aos ditames tradicionais da profissão. Penso que mal vencemos a sina de Santo Agostinho e raros são os que chegam a Comenius. Querer que nossos colegas tenham lido e ponham em prática os ensinamentos de Paulo Freire é ilusão das maiores. Somos tradicionalmente tradicionais. Temos aversão ao novo e às mudanças. Queremos a caretice como regra. Somos escravos da estrutura. Não é à toa que usamos a expressão “grade curricular”. Somos escravos dela. Não queremos ousar, mudar. Idolatramos a doutrina. Somos fundamentalistas. A zona de conforto nos escraviza a todos. Temos medo de nos libertar. De vencer os limites para os quais fomos “formados”. Ou deformados. As categorias profissionais que representamos nos escravizam. Triste fim de quem se torna escravo da estrutura. E nós, professores e professoras, nos deparamos com o fim e não reagimos. Lastimável chegarmos a este patamar. O que nos resta?!


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domingo, 7 de junho de 2015

Sobre a universidade da utopia

Até algum tempo, acreditei piamente que a universidade é o espaço da pluralidade, do respeito ao outro e às diferenças, a ponto de ser possível duvidar até da existência de Deus e não ser penalizado, perseguido ou criticado por ninguém. Em tese, e no sonho de algumas pessoas, incluso eu, talvez exista. Nem que seja como meta, como possibilidade, quiçá como utopia. Na prática, porém, há uma universidade do discurso, muito diferente da utópica universidade que criamos na nossa mente. O direito a ser diferente, a pensar diferente, no mais das vezes, não é respeitado. Percebe-se o retorno de um clima de patrulhamento (não apenas ideológico) inaceitável. Se antes era um peco mortal “ser de direita” dentro da universidade, hoje, parece só existir o “coletivo”. O direito individual, inclusive a ser diferente, se não é malvisto, às vezes é negado. A universidade pública, gratuita e socialmente referenciada que tanto defendemos não pode cair na armadilha do pensamento único, do patrulhamento. Qualquer que seja o seu matiz. Vencer ou não nos embates faz parte do processo de crescimento tanto do ser humano quanto das organizações. Por favor, que não sejamos capazes de matar a universidade pela qual lutamos e sonhamos!


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sábado, 6 de junho de 2015

Até o MEC reconhece o voto paritário

Há quem diga que exagero ao propagar que as três organizações mais reacionárias da sociedade são o exército, a igreja e a universidade. Mantenho a convicção, porém, hoje, com um diferencial: enquanto a igreja e o exército são assumidamente reacionárias, a universidade finge ser libertária, mas, só prega a liberdade no discurso. Na prática, é, sem dúvidas, uma das mais reacionárias instituições. E, só consegue manter a aparência de libertária pela luta de pessoas que, digamos, comungam de ideias revolucionárias e por elas brigam. Todo este preâmbulo é para dizer que até o Ministério da Educação (MEC) reconhece o voto paritário para a escolha dos reitores e reitoras das universidades. Nas instituições, no entanto, há reacionários de carteirinha que chegam a recorrer ao Ministério Público para manter o percentual de 70% de peso dos professores na escolha dos demais dirigentes da Instituição. Não tem lógica e não se sustenta. Faz parte do olhar reacionário predominante entre a imensa maioria que, às vezes, tem vergonha de admitir. Sou defensor do voto paritário desde que concorri pela primeira vez, em 2005, à Reitoria da Universidade Federal do Amazonas (UFAM). E não deixo de manter a convicção de que é o modo mais justo de se praticar a democracia nas universidades. Com a chancela do MEC ou sem ela.


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sexta-feira, 5 de junho de 2015

Não aprendemos a viver em sociedade

Definitivamente, não aprendemos a viver em sociedade. Somos, como seres sociais, uma farsa. Não sabemos conviver com as diversidades, não respeitamos as diferenças e, o que é pior, queremos levar vantagem em tudo. Talvez, um dia, comente o problema quando se trata das relações em comunidade dentro das universidades. Hoje, comentarei, apenas, a dificuldade que se tem em viver em sociedade dentro dos condomínios. Para, pelo menos, discutirmos o problema de se aprender a viver em sociedade. Oras, para se enfrentar o desafio, o essencial é aprender a respeitar o outro. Mas, o que se vê, é um total despeito ao outro e à coletividade. É possível se admitir alguém que, literalmente, rouba energia das áreas comuns? E o roubo de brinquedos da brinquedoteca? Agimos como se fossemos uma nação de zumbis a nos canibalizar, a destruir o outro. Por isso destruímos a vida em comum, em comunidade e investimos em um individualismo que destrói a confiança mútua e implanta a desconfiança como regra. Precisamos vencer esta visão. Antes que tenhamos de admitir que a vida em sociedade seja um fenômeno pautado no cinismo. Eis o desafio: vencer o marasmo.


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quinta-feira, 4 de junho de 2015

A nossa mente periférica

Sou de um tempo, entrei na Universidade Federal do Amazonas (UFAM) em março de 1993, em que se acusava o Governo Federal de querer segregar as universidades entre as “de excelência” e as “de periferia”. Desde então, combato o que chamo, até hoje, de “Complexo de Porto de Lenha”: nas relações, Manaus se autoflagela como se ainda fosse aquela província a sonhar ser Liverpool. Nosso complexo de subserviência ao que vem de fora parece ser hereditário: passar de geração para geração. E quando um conceito, como o de periferia, parece ter sido superado, é trazido de volta como se estivesse introjetado na nossa mente periférica coletiva. E sempre interpretamos “periferia” com a carga preconceituosa que o termo carrega quando é visto pelo olhar do urbanismo, conforme o Dicionário Michaelis online: “região distante do centro urbano, com pouca ou nenhuma estrutura e serviços urbanos, onde vive a população de baixa renda”. Por aproximação, passamos a nos julgar uma universidade de periferia, ou seja, “com pouca ou nenhuma estrutura de serviços”. Em se tratando de universidade, o “nosso maior patrimônio” são as pessoas, suas mentes, seus servidores, seus professores, seus cientistas. E, em termos de mentes, o que nos diferencia não é a localização geográfica, mas, a capacidade de fazer ciência. Por isso, combato veementemente essa segregação, que existe mais na nossa mente coletiva. Nasci no Acre, sou professor na UFAM, no Amazonas, mas faço ciência para o mundo. Sou do mundo e não considero o meu local de trabalho periferia, muito menos o meu local de nascimento. Na Anatomia, periferia significa “superfície externa do corpo ou de um órgão.” A periferia existe sim, neste sentido anatômico de limite, ou seja, de mente limitada e periférica.


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quarta-feira, 3 de junho de 2015

Educação pela pressão

Enquanto o Instituto Municipal de Engenharia e Fiscalização do Trânsito (Manaustrans), em Manaus, comprovou que a Educação pode ocorrer pelo convencimento, a Comissão Brasileira de Arbitragem dá provas de que, em alguns casos, só se educa pela pressão. Quando se trata de jogadores de futebol, por exemplo, a única forma que a Comissão encontrou de que as decisões dos árbitros sejam respeitadas (errando ou acertando) foi determinar que reclamações não podem ser aceitas. Geram punição com cartão amarelo e, caso, haja a reincidência, a expulsão será imediata. Ao que parece, o resultado tem sido excelente. Os jogos de futebol deixaram de ser um espaço permanente de reclamações. Resta saber se, como consequência, os jogadores mudaram a postura ou só ficarão mais “calminhos” enquanto durar o período de punição dura às reclamações. De qualquer forma, fica a comprovação de que, em Educação, às vezes dá certo o convencimento, às vezes, a pressão. Equilibrar ações em uma direção ou em outra é o desafio de quem educa.


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terça-feira, 2 de junho de 2015

Educação pelo convencimento

O Instituto Municipal de Engenharia e Fiscalização do Trânsito (Manaustrans) deu provas e que campanhas educativas capazes de convencer o público ao qual se destina são capazes de surtir efeito e gerar resultados tão ou mais positivo que as campanhas coercitivas e punitivas. Com o final do contrato para lá de problemático entre a Prefeitura Municipal de Manaus (PMM) e a Consladel, a empresa responsável pela instalação dos radares de controle de velocidade em Manaus, a cidade passou o mês de maio sem os radares. De acordo com o próprio Manaustrans, o número de acidentes envolvendo veículos diminuiu 30%. Isso mesmo, caros leitores e leitoras. Sem os radares, os acidentes diminuíram 30%. Uma prova de que o investimento em Educação rende muito mais frutos do que os milionários contratos com empresas instaladoras de radares, os quais são popularmente associados ao que se chama de “a indústria da multa”. Quero ver, também, se a Prefeitura ainda será capaz de tentar justificar a colocação de radares e não investir no convencimento, na Educação dos condutores de veículos. Comprovadamente, educar rende bons resultados. O Manaustrans que o diga!


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segunda-feira, 1 de junho de 2015

As dinâmicas na aprendizagem

É fato, nos treinamentos empresarias, que as dinâmicas de grupo são fundamentais para que se crie um clima melhor e mais ameno na convivência entre os pares nas organizações. É fato, também, que as dinâmicas de grupo são pouco usadas ou não são tão usadas quando deveriam no processo de aprendizagem escolar. Se possuem tanta eficácia no treinamento empresarial, por que não podem ser adaptadas e usualmente aplicadas no processo de aprendizagem? Talvez porque estejamos, todos nós, os professores e professoras, contaminados pela visão atrasada do processo nas escolas, em todos os níveis. É bem possível que a visão de educação centrada no professor apague a perspectiva da aprendizagem como processo. E, com isso, as dinâmicas de grupo não ganhem a importância que poderiam, ou deveria, ter. Vale refletirmos mais sobre o problema para, em conjunto, mudarmos nossas práticas.


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