Recebi,
ontem, a cópia de uma carta indignada do diretor do Instituto de Ciências
Humanas e Letras (ICHL), professor Nélson Noronha, endereçada ao presidente da
Adua, Belizário Neto. Tive o cuidado de entrar em contato com o professor Noronha
para solicitar autorização para publicar o texto neste espaço a fim de provocar
a reflexão da comunidade da Ufam, principalmente dos filiados à Adua, em
relação ao ocorrido. No JORNAL DA ADUA, n 51, de fevereiro de 2013,
publicaram uma "matéria" intitulada “Irregularidades: CGU aponta 33 falhas
em procedimentos da UFAM”. Ao ler a matéria, chamou a atenção a coincidência
das coincidências: o número de "falhas" ser, exatamente, o mesmo
número de uma das chapas concorrentes à reitoria da Ufam, por um merco acaso,
justamente o da chapa que faz oposição à reeleição da professora Márcia Perales
e do professor Hedinaldo Narciso, que contam com o meu apoio. Conversei com os
dois e me foi explicado que esse tipo de procedimento da CGU ocorre anualmente
e que, detectada alguma falha, o procedimento da Administração Atual tem sido
sempre o de corrigi-las. Diante das explicações e do quadro de disputa pela
reitoria da Ufam, e da decisão dos dois candidatos de não interpelarem a Adua,
preferi manter-me calado diante de tamanho absurdo perpetrado por meu colegas da
Adua, pois, o que se tem ali sob aquele título eivado de coincidências, pode
ser tudo, menos jornalismo. Diante da manifestação do professor Nélson Noronha,
não fazia mais sentido esperar o fim do processo de consulta para me
manifestar. Encaminhei o e-mail do professor Noronha ao presidente da Adua com
o seguinte comentário: " Li,
envergonhado, o texto publicado no Jornal da ADUA. Lastimável! O mínimo que
aprendi com o meu querido colega e professor Antônio José Valle da Costa, o Tom
Zé, ainda quando aluno dele, é que não se pode fazer uma denúncia de tamanha
gravidade como aquela que foi feita, como bem disse o nosso colega, Nélson
Noronha, pela ADUA, sem que a parte "acusada" seja ouvida. Só tenho a
lamentar o "enterro" de qualquer resquício de jornalismo (ainda que
sindical) praticado pela ADUA! Aquilo que foi publicado é um lixo. Um lixo
manobrado em favor de um candidato! Pela primeira vez sinto vergonha de fazer
parte desta ADUA VELHA DE GUERRA pela qual tanto trabalhei. Que cada um assuma
suas preferências na disputa pela reitoria da Ufam, tudo bem. Aparelhar o
Jornal da ADUA, sem o direito de manifestação de quem é acusado, é, além de
tudo, criminoso!" Em seguinda, e com autorização do autor, publico a
manifestação de protesto do Professor Nélson Noronha:
"CONTRA O APARELHAMENTO DA ADUA
Prezados
Senhores Diretores da ADUA,
Dirijo-me
a vossas senhorias para expressar meu veemente protesto contra a forma com foi
publicada a matéria intitulada “Irregularidades CGU aponta 33 falhas em
procedimentos da UFAM” no JORNAL DA ADUA, no. 51, de fevereiro de 2013.
Trata-se
de matéria maculada por declarações infundadas. Além disso, sob a forma de
notícia, o texto é, na verdade, um material de publicidade eleitoral travestido
dos acessórios de seriedade que lhe são dados pela credibilidade da ADUA e de
seu veículo de comunicação, construída ao longo de décadas por nossa categoria
docente.
A
referida “matéria” consiste tão somente em uma suposta análise de um
“especialista” do qual se identificam as qualificações acadêmicas, mas
ocultam-se as suas conhecidas ações em favor da candidatura do Professor Dr.
Sylvio Puga.
Cada
um de nós, associados, dirigentes ou não da ADUA, temos o dever de declarar e
manifestar publicamente nossas escolhas nesse processo eleitoral a fim que os
atos cometidos na esfera política sejam públicos. O que é um requisito
essencial para a vida democrática.
Não
foi o caso da matéria acima cogitada. Como se trata de texto não assinado, a
responsabilidade de seu conteúdo recai integralmente sobre os ombros da
Diretoria da ADUA.
Ora,
gostaria de interrogar os senhores Diretores de nossa querida Associação se, em
seu perfeito juízo, estão de acordo com aquelas declarações. Se os mesmo têm
CORAGEM de levá-las diante de um tribunal?
Pergunto
se, no tribunal de suas consciências, tais declarações têm alguma consistência?
O
Jornal da ADUA, pelo que sei, é editado por uma equipe de jornalistas. Gostaria
de perguntar a eles se a referida “reportagem” interrogou os dirigentes da UFAM
sobre as supostas notícias da CGU? No que consta, para o público, uma “verdade”
veio à luz. Ainda que possamos mostrar ou retificar a falta de fundamento de
tal informação, o desastre já alcançou seus resultados.
Quais
são tais resultados?
1. Como ninguém engana o público, tornou-se
claro, com essa “matéria”, que a ADUA
está sendo utilizada como aparelho para beneficiar uma candidatura a reitor.
2. A intriga, que tem vida própria, haverá
de se espalhar e, com isso, não será a atual administração que receberá a
infâmia, mas toda a UFAM, malhada por sua associação de docentes.
3. A VERDADE tornou-se vítima de um grave
atentado a sua integridade factual e espiritual em um ambiente cujos habitantes
supostamente são seus guardiães.
Justifico
minha veemência, apesar de que isso não seja necessário, por motivos óbvios.
Aqui
não venho em defesa de uma candidatura, mas em defesa da ADUA, nossa ADUA VELHA
DE GUERRA. Tenho orgulho de ter cerrado fileiras junto aos companheiros em
defesa de nossas causas históricas. O legado de seriedade e credibilidade de
nossa Associação não pode ser jogado fora. No entanto, esse é o risco que
corremos ao permitir que aquele ato infame tenha sido cometido.
Por
isso, estou interpelando vocês, meus queridos amigos, a providenciarem uma
rigorosa investigação da pertinência daquelas declarações, a abrir o espaço do
Jornal da ADUA para o contraditório. Caso sejam provadas tais irregularidades,
serei o primeiro a exigir que elas sejam corrigidas, que sejam advertidos ou
punidos os responsáveis por seu cometimento.
Advirto,
porém, que não será possível apagar a leviandade com que foi publicada a
referida reportagem, pela falta do contraditório e pelo uso eleitoral de uma
informação enviesada.
Com
renovada amizade, reitero meu compromisso com nossas lutas históricas.
Atenciosamente,
Professor Dr. Nelson Matos de Noronha
Se você ainda não leu a “Carta aberta ao secretário Sérgio Mendonça”, cliquei
aqui, leia e replique. Todos precisamos refletir sobre o problema. Juntos!
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