O
estágio obrigatório, em muitos casos, como o é, agora, na área de jornalismo,
principalmente no Amazonas, ao invés de ser uma forma de o estudante se
preparar para o exercício da profissão no mercado, transforma-se em mais um dos
fatores cruciais da evasão escolar. Se em outros locais do País contribui para
a formação, em Manaus tira estudantes das salas de aulas desde cedo. Aqui, nos
primeiros períodos, pelo menos no curso de jornalismo da Universidade Federal
do Amazonas (Ufam), estudantes são recrutados por rádios, jornais, televisões e
portais para "estágios". Os estudantes, porém, realizam o mesmo
trabalho que deveria ser realizado por profissionais da área e, ao chegarem no
quinto período, começam a reclamar que não conseguem mais "dar conta do
curso". É evidente que, quem vai para o mercado de trabalho precocemente,
começa a absorver todos os defeitos das práticas jornalísticas (quando
existem). Alguns ainda encontram na família suporte para se afastar das
"arapucas dos estágios" e terminam o curso. A grande maioria, porém,
passa a engordar as estatísticas tanto da retenção quanto da evasão. A
transformação deste "estágio-de-faz-de-conta" em estágio obrigatório
não mudará o quadro em Manaus. O nó da questão é este: dentre os vários fatores
de retenção e evasão, o estágio, pelo menos em jornalismo, é ponto central. Enquanto
o estudante não optar pela permanência no curso nos períodos iniciais, terá
sempre problemas para concluí-lo. Ainda que, modernamente, não haja nenhum
pré-requisito no curso de Jornalismo da Ufam. A permanência do estudante na
universidade é essencial para a qualidade do processo educacional. E qualquer
variável que interfira neste processo deve ser estudada para que sejam
encontradas estratégias capazes de mudar o quadro. Como está, definitivamente,
não pode mais ficar.
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