sábado, 16 de março de 2013

Universidades paulistas adotarão cotas até 2016


As três universidades paulistas, a Universidade de São Paulo (USP), a Universidade Estadual Paulista (Unesp) e a Universidade de Campinas (Unicamp) adotarão uma política de cotas similar à adotada pelo Governo Federal a partir do ano de 2014. Os reitores das três universidades participaram de uma audiência pública na Assembleia Legislativa de São Paulo (Alesp), dia 13 deste mês de março, para discutir formas de como incluir estudantes negros e de escolas públicas nas três universidades. O programa receberá o nome de Programa de Inclusão com Mérito no Ensino Superior Público (Pimesp). Há perspectivas de que a Faculdade de Tecnologia do Estado (Fatec) e as faculdades de Medicina de Marília e de Rio Preto também aderirem ao Pimesp. As discussões não foram nada fáceis, pois há resistência de estudantes, professores e representantes dos movimentos sociais. Embora esses grupos defendam que deve existir uma política de ações afirmativas, não concordam com o formato com que elas foram propostas. Curioso nisso tudo é que o projeto é muito similar ao do Governo Federal. E recebe, pelo jeito, as mesmas críticas duras dos professores e estudantes que não se conformam, em verdade, que haja uma política nacional e estadual, no caso, de ações afirmativas. De acordo com a proposta do Pimesp, até 2016, 50% das matrículas em cada curso das três universidades e das que aderirem serão destinadas aos estudantes que cursaram integralmente o ensino médio em escolas públicas – 35% desse total devem ser pretos, pardos ou indígenas. Até 40% desses estudantes devem ingressar a partir do Instituto Comunitário de Ensino Superior (Ices), que vai oferecer cursos preparatórios com duração de dois anos. Esses cursos garantem o diploma universitário e o ingresso automático nas universidades públicas estaduais, desde que o aluno tenha aproveitamento mínimo de 70%. Para se ter uma ideia da necessidade urgente de uma política de ações afirmativas, hoje apenas 7% dos alunos da USP são pretos, pardos ou índios e egressos de escolas públicas. Na Unesp, o índice é 10% e na Unicamp, 9%. O caso mais grave é o da Faculdade de Medicina de Marília. Lá, não há nenhum estudante que preencha os dois requisitos simultaneamente.

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