sábado, 31 de dezembro de 2011

Um bom exame que precisa se firmar

Um dos fatos que mais marcou em 2011 na areada Educação foi, mais uma vez, problemas de fraude com o Exame Nacional do Ensino Médio (Enem). A ideia de realizar um único exame, nacionalmente, para selecionar os estudantes que ingressarão nas universidades federais no ano seguinte não é das piores. Como ideia, inclusive, é boa. No entanto, não se pode transformar uma boa ideia em realidade se a operacionalização for ruim. E foi isso o que aconteceu com o Enem: uma ideia excelente operacionalizada de forma pífia. Muito mais por questões econômicas que pedagógicas, é cada vez maior o número de universidades brasileiras que usam o resultado do Enem para selecionar seus ingressantes. A continuar, porém, essa tendência de fraudes permanentes no Exame, ano-a-ano, corre-se o risco de o Enem perder credibilidade. A responsabilidade do Ministério da Educação (MEC) em 2012 e criar condições para que o Enem ganha a credibilidade que nunca teve. O desafio está lançado!

sexta-feira, 30 de dezembro de 2011

Números mascaram problemas na Educação

É mais que evidente que os governos, nos três âmbitos (Municipal, Estadual e Federal), usam as estatísticas relativas à educação para tentar convencer a sociedade de que empregam bem o dinheiro público. Não devem esquecer, porém, que os números, pura e simplesmente, revelam pouco do processo educacional. No varejo ou no atacado, podem mascarar problemas graves. Ainda mais quando são contratadas empresas para promoverem treinamentos ou a “formação” em série de professores. Pacotes e programas criados para este fim entregam, ao final, como se fossem bem-treinados, um número espetacular, como, por exemplo, foram os 7 mil professores formados pela Universidade do Estado do Amazonas (UEA) de uma única vez. Desconfio sempre quando pessoas são transformadas em números como se saíssem de uma linha de montagem. O Governo Federal só libera verbas para estados e municípios condicionadas ao desempenho das prefeituras e dos governos dos Estados. A liberação de verbas para as universidades federais segue a mesma lógica. O perigo dessa liberação condicionada é o processo educacional se transformar em uma espécie de “fábrica de diplomas” para dar respostas aos financiadores apenas com números. É preciso avaliar a qualidade do processo e a efetividade da formação. Caso contrário, o que se tem é o inicio de uma cadeia de problemas que levará décadas para ser solucionada.

quinta-feira, 29 de dezembro de 2011

Regulamentos, regimentos e a complexidade

É curioso que alguns nomes da universidade brasileira, bem como ocorre na Universidade Federal do Amazonas (Ufam), se nos apresentem como estudiosos e defensores da chamada “Nova Ciência”. Teoricamente citam Edgar Morin, Fritjof Capra, Maturana, Varela e quetais. No processo de tomada de decisões, porém, seguem rigorosamente os regimentos e regulamentos. O tão propagado “olhar do pensamento complexo” é substituído por decisões lineares e rígidas, baseadas na letra morta da lei. Causa estranhamento alguém defender com unhas e dentes determinada visão de mundo, mas não praticá-la. Uma universidade autopoética, circular, deve testar formas administrativas mais ousadas, abertas, fora dos padrões tradicionais. Os regimentos e regulamentos precisam refletir essa visão de mundo diferenciada. Caso contrário, as pessoas que fazem parte da comunidade desconfiarão de que “a teoria, na prática, é outra coisa”. Decisões administrativas afetam permanentemente a vida da comunidade e das pessoas diretamente envolvidas nos processos. Devem ser tomadas, portanto, levando em conta a complexidade de cada atitude humana. Sem que as pessoas sejam o centro, as decisões serão sempre lineares, logo, nada processuais. Em assim não as sendo, portanto, nada complexas na prática. Reflitamos!

quarta-feira, 28 de dezembro de 2011

Promissórias rasgadas na academia

Durante anos rezei pela mesma cartilha de um dos meus professores e ídolos: a de que as questões ou hipóteses de pesquisas eram promissórias que, portanto, deveriam ser resgatadas ao final do trabalho de pesquisa. Só recentemente, após me aprofundar nos estudos das teorias da complexidade e dos ecossistemas comunicacionais, percebi que a máxima do meu “velho mestre” não se aplica aos trabalhos de pesquisa que nos autorizam às descobertas. Transformar a pesquisa acadêmica em um resgate de promissórias é não deixar espaços para o novo, para o que há de primordial na pesquisa científica: a descoberta. É preciso investir em uma nova forma de ver o mundo. E essa forma não passa apenas pelo crivo do olhar da Ciência tradicional. Louvar o método em cânticos e orações diárias é a forma mais fundamentalista de engessar a pesquisa acadêmica. É mister que nos libertemos dessa visão e rasguemos todas as promissórias. Para o bem da universidade brasileira e dos pesquisadores que acreditam ser possível pesquisar para não descobrir apenas o óbvio.

terça-feira, 27 de dezembro de 2011

Vagas para a Ufam e o Ifam no SISU do MEC

Estão abertas desde a segunda-feira, dia 26 de dezembro, as consultas ao Sistema de Seleção Unificada (SiSU), do Ministério da Educação (MEC) para o ano de 2012. No Amazonas, a Universidade Federal do Amazonas (Ufam) disponibiliza 2.603 vagas e o Instituto Federal de Educação do Amazonas (Ifam), 119 vagas. Ao todo, o SiSU abre 108.552 vagas em 95 instituições de ensino superior. Por enquanto, os candidatos podem, apenas, consultar as vagas abertas por Instituição. As inscrições só começam no dia 7 de janeiro e vão até o dia 12. O MEC promete que o Site do SISU ficará disponível 24h por dia para que os candidatos façam as consultas iniciais e as inscrições. A divulgação da primeira lista será no dia 15 de janeiro, com as matrículas previstas para o período de 19 a 23 de janeiro. Quem não fizer a matrícula nesse período perde a vaga para a qual se inscreveu. As vagas remanescentes serão disponibilizadas para uma lista de segunda chamada que será divulgada no dia 26 de janeiro. O calendário completo pode ser obtido no próprio site do SISU.

segunda-feira, 26 de dezembro de 2011

Ritmo de trabalho lento na Ufam

Embora não haja oficialmente recesso nas atividades, o ritmo de trabalho na Universidade Federal do Amazonas (Ufam) recomeçou hoje com certa lentidão. De acordo com o Ministério do Planejamento e Gestão (MPOG), poderá haver plantão de técnicos no período entre o Natal e o Ano Novo, no entanto, é obrigatória a reposição das horas não-trabalhadas a partir de abril de 2012. Talvez em função disso o ritmo de trabalho esteja mais lento na instituição. Deve-se levar em conta, também, que foi decretado ponto facultativo nos dias 23 e 30. Com isso, a semana de trabalho termina na quinta-feira para grande parte das pessoas. Afora as ações mais urgentes e as autorizações e pedidos de compras, os serviços devem retormar o ritmo normal somente após a primeira semana de fevereiro, quando passar o Carnaval. Isso porque grande parte dos professores e técnicos está em usufruto de férias no mês de janeiro.

domingo, 25 de dezembro de 2011

A Estatuinte e a nova Ufam


A Estatuinte da Universidade Federal do Amazonas (Ufam) não foi concluída. Será retomada em março de 2012. Deve-se, porém, desde já, refletir sobre a Ufam que se quer para o futuro. O desenho administrativo que se montou é um monstro que, talvez, se transforme em algo indomável. Misturar Institutos e Faculdades numa mesma escala hierárquica é algo impensável em tempos modernos. É bem-verdade que os estudos da complexidade avançam a cada dia. No entanto, levar ao extremo a ideia de que do caos surgirá algo talvez não seja o melhor caminho. É preciso inovar, e a Ufam já o fez ao criar a Pró-reitoria de Inovação Tecnológica (Protec). Uma inovação administrativa sem nexo como a que foi proposta, no entanto, só serve aos interesses particulares. A principal característica de uma universidade é a visão de conjunto, respeitando as diversidades. A função precípua da administração, no entanto, é a organização racional das atividades de uma empresa, qualquer que seja a sua classificação. Uma universidade na qual Institutos e Faculdades possuem mesmo peso administrativo tem poucas chances de funcionar adequadamente. Vale refletir sobre o assunto!

sábado, 24 de dezembro de 2011

A falta de ousadia das universidades

Uma herança deixada pelo governo FHC e refinada no governo Lula dará trabalho imenso aos educadores e pesquisadores: a universidade de viés tecnicista e formadora para o mercado. Insisto no tema por se tratar de uma época de avaliações: Natal e virada do ano. Também, é claro, porque essa universidade tecnicista que aí está, baseada no produtivismo e nos números de artigos produzidos a cada ano, não me agrada. Quero uma universidade ousada, que se volte para os grandes problemas da sociedade. Que não se limite a formar jovens para o exercício de profissões seculares. Penso que a universidade brasileira tem de ser inventiva, inovadora. Uma universidade que reconhece a arte, a música, as culturas como parte do processo de religação dos saberes. A universidade que não ousa configura-se como vanguarda do fracasso. E dessa universidade não quero fazer parte. Daí a minha rebelião intelectual contra o modelo vigente. Aliás, contra os próprios modelos. Quem disse que é preciso um modelo, um padrão de universidade? A universidade que ousa, que avança, que vence os conceitos e preconceitos, essa sim, talvez seja a universidade dos sonhos. A universidade a ser perseguida diuturnamente por nós.

sexta-feira, 23 de dezembro de 2011

Relfexão natalina nas universidades

O Natal é tido como tempo de reflexão. Deveria sê-lo para os administradores das universidades públicas brasileiras desde sempre. Principalmente no que tange a forma de administrá-las. Grande parte deles reclama da falta da atuação da Controladoria Geral da União (CGU) que, segundo eles, lhes tira a autonomia. Esse discurso da falta de autonomia das universidades brasileiras é antigo. Há sempre um chororô de reitores que, no fundo, querem fazer o que bem-entendem. Sonham, no fundo, em administrar sem serem fiscalizados. Autonomia não é sinônimo de desmando. O que muitos querem é a liberação de verbas públicas como se o fosse a fundo perdido. Uma coisa é ter autonomia administrativa para gastar no que for decidido pela própria instituição. Outra é não querer prestar contas a ninguém dos atos administrativos. Que o Natal, efetivamente, ilumine esses gestores!

quinta-feira, 22 de dezembro de 2011

Amazônia: o pensamento do Sul

Na palestra de ontem, “Amazônia e o pensamento complexo”, ocorrida ontem, das 14h às 17h no auditório Rio Negro, do Instituto de Ciências Humanas e Letras (ICHL) da Universidade Federal do Amazonas (Ufam), o Professor Edgard Assis de Carvalho, do Programa de Estudos Pós-graduação em Ciências Sociais da Pontifice Universidade Católica de São Paulo (PUC/SP), dissecou a proposta de Edgar Morin, que situa a Amazônia, com suas tribos e comunidades ainda autóctones, como o local capaz de ainda surgir um “pensamento do Sul” em contraposição ao pensamento dominante do Norte. O problema é que “pensamentos do Sul”, como os de Morin e Edgard Assis de Carvalho, são minorias e meros focos de resistência diante da dominação tecnicista do “pensamento do Norte” dentro das universidades que, atualmente, guiam-se exatamente pelo quadrimotor da técnica, da ciência, da exploração e do lucro. E isso se reflete nos trabalhos acadêmicos produzidos. Nas universidades, são cobrados TCCs, monografias, dissertações e teses, muitas vezes maçantes. O ensaio, reflexivo, inovador e autoral, é considerado um gênero menor. Em Congressos, Seminários e Encontros, dificilmente um ensaio é aceito. Nas próprias revistas chamadas científicas, trata-se de um gênero raramente encontrado. Enfrentar o predomínio da técnica e do tecnicismo e mudar os rumos da universidade brasileira parece ser um desafio diário. Quem dele quer participar e rasgar os velhos manuais de elaboração de trabalhos acadêmicos, dissertações e teses?

quarta-feira, 21 de dezembro de 2011

Edgar Morin e Walter Benjamin se encontram no ICHL da Ufam

O ponto alto da palestra “Amazônia e o pensamento complexo” do Professor Edgard Assis de Carvalho, do Programa de Estudos Pós-graduação em Ciências Sociais da Pontifice Universidade Católica de São Paulo (PUC/SP), será a exibição de meia hora de um vídeo gravado por ele (Carvalho) com Edgar Morin, hoje, às 14h no auditório Rio Negro, do Instituto de Ciências Humanas e Letras (ICHL) da Universidade Federal do Amazonas (Ufam). Entre as temáticas que serão abordadas destacam-se as questões socioculturais da Amazônia, o pensamento complexo, aspectos antropológicos, espaço e territorialidade e desigualdades na produção do conhecimento. Essa palestra faz parte do encerramento do Ciclo de Palestras do Programa de Pós-Graduação em Sociedade e Cultura na Amazônia (PPGSCA), que teve como objetivo iniciar um debate permanente sobre a Amazônia considerando as dimensões da sustentabilidade e das especificidades culturais, étnicas, históricas, econômicas e sociais. Pela manhã, no mesmo auditório do ICHL, a partir das 9h, o professor Gunter Karl Pressler, do Programa de Pós-Graduação em Letras e do Programa de Pós-Graduação em Linguagens e Saberes na Amazônia, ambos da Universidade Federal do Pará (UFPA), fará a alestra se intitula “A recepção de Walter Benjamin no Brasil”. Entre as temáticas que serão abordadas pode-se destacar as teorias da comunicação, a teoria crítica, análise sociopolítica e críticas as implicações do sistema capitalista. Essa palestra faz parte do encerramento das atividades do Grupo de Teoria Crítica, coordenado pelos professores Ernesto Renan Melo de Freitas Pinto e Nelson Matos de Noronha. O referido grupo foi criado a partir do projeto ENCONTRO DE IDÉIAS-CAMINHOS DA TEORIA CRÍTICA. Sua finalidade é promover uma interlocução entre a Universidade Federal do Amazonas e pesquisadores e autores representativas dos diferentes caminhos que tem percorrido a Teoria Crítica no Brasil, com ênfase particular na obra de Theodor Adorno.

terça-feira, 20 de dezembro de 2011

"Mídias digitais e ecossistemais comunicacionais" aceito em Congresso Internacional

O ensaio “Mídias digitais, ecossistemas comunicacionais vivos e o consumo de informações’, do professor da Universidade Federal do Amazonas (Ufam), Gilson Monteiro, foi aceito para ser apresentado no GT 6 de Economía Política de las Comunicaciones, do XI Congresso Latinoamericano de Investigadores de la Comunicación, que será realizado em Montevideo, no Uruguai, de 9 a 11 de maio de 2012. O Grupo de Estudo é coordenado por Anzinar Navaez (UNP Colombia) e discutirá temas relacionados às análises econômicas dos meios de comunicação. O tema do Congresso é “Interdisciplina, Pensamiento critico e Compromiso Social” e o professor Gilson Monteiro será acompanhado do seu orientado no doutorado em Sociedade e Cultura na Amazônia, Sandro Conferai, O trabalho “Isolamento revisitado: as disparidades no acesso às tecnologias da comunicação na Amazônia Brasilaira” foi aceito para ser apresentado GT 10 “Comunicación, Tecnologia y Desarrollo”, coordenado por Eduardo Villanueva (PUCP, Perú). Os dois artigos possuem algo em comum: abordam os problemas de pesquisa com o olhar teórico dos ecossistemas comunicacionais, área de concentração do Programa de Pós-graduação em Ciências da Comunicacão (PPGCCOM) da Ufam, muito embora o doutorado de Conferai seja desenvolvido no Programa de Pós-graduação em Sociedade e Cultura na Amazônia (PPGSCA), programa no qual o professor Gilson Monteiro também desenvolve suas atividades profissionais.

segunda-feira, 19 de dezembro de 2011

Suspeitas de irregularidades na Ufam somem da Net

Causa estranhamento que a matéria de um dos jornais locais sobre as investigações do Ministério da Educação (MEC) na Universidade Federal do Amazonas (Ufam), por suspeitas de irregularidades em licitação não seja mais encontrada no endereço inicialmente postado. No Blog Jambo Verde é possível encontrar resquícios do assunto, publicados no dia 13 de dezembro: “De acordo com a reportagem, pelo menos 16 instituições, em 13 estados, são alvos de processos administrativos, auditorias, inquéritos e ações na Justiça por deslizes que vão desde o favorecimento a parentes e amigos ao desvio de verbas. O MEC apura 23 casos similares que podem culminar em punições, tais como o afastamento de função e cassação de aposentadorias...”. Como os processos e as supostas irregularidades não foram revelados, há todo tipo de ilações pelos corredores. A maior delas diz respeito a Instituto Natureza e Cultura (INC) de Benjamin Constant. Lá, os prédios orçados em R$ 9,2 milhões, já foram pagos R$ 8,6 milhões sem que as obras tenham sido entregues. Os prédios estão em completo abandono. Quando servidores solicitaram informações e documentos para acompanhar a aplicação dos recursos da construção, receberam, como resposta, processos administrativos disciplinares por indisciplina. Para quem prega democracia e transparência, trata-se de uma atitude vergonhosa!

domingo, 18 de dezembro de 2011

Viés tecnicista perigoso

A Educação Superior brasileira, desde o governo FHC e refinado pelo Governo Lula, implanta uma tendência de universalização ensino técnico. Nada contra a expansão das escolas técnicas país afora. No entanto, é um erro grave querer que as universidades públicas brasileiras também se transformem em mero lócus de transmissão do fazer. A universidade é o local de se pensar o fazer e não apenas de se ensinar a fazer. Não é de hoje, também, há de se admitir, a exigência dos estudantes, por conseguinte, da sociedade, de que as disciplinas de formação humanísticas sejam retiradas das estruturas curriculares, principalmente nos anos iniciais. Grande parte das universidades, inclusive a Universidade Federal do Amazonas (Ufam), cedeu a essa espécie de pressão. Com isso, a formação humanística para a vida deu lugar à formação para o mercado. E esse é o perigo: formar exclusivamente para o mercado. Há que se repensar esse caminho a fim de que a universidade cumpra a missão de universalizar o saber e não apenas o fazer.

sábado, 17 de dezembro de 2011

O espaço amazônico de Thiago de Mello em Natal

A professora do Departamento de Língua Portuguesa e Literatura (DLPL) da Universidade Federal do Amazonas (Ufam), Cássia Maria Bezerra do Nascimento, estudante do doutorado em Sociedade e Cultura na Amazônia, apresenta amanhã, nas sessões orais do VI Congresso de Pesquisa e Inovação da Rede Norte Nordeste de Educação Tecnológica (CONNEPI 2011), o artigo “O espaço poético amazônico em Thiago de Mello”. O evento ocorre todos os anos e é promovido pela Rede Norte Nordeste de Educação Profissional e Tecnológica e pela Secretaria de Educação Tecnológica (SETEC) do Ministério da Educação. Começou dia 16 e vai até amanhã, na cidade de Natal. Este ano o tema do Congresso é "Tecnologia inovadora sustentável: Ações afirmativas, equidade e promoção da qualidade de vida". No resumo, a autora explica que se trata de um estudo transdisciplinar que vai da Literatura à Geografia. Ela fez “uma leitura do espaço geográfico e poético amazônico de Thiago de Mello em Faz escuro, mas eu canto: porque a manhã vai chegar.”. No final, o resumo esclarece: “A revisão bibliográfica fundamentou-se em: Aristóteles, Bachelard e A Poética do Espaço e Massaud Moisés, para uma percepção do espaço literário; e Edward Soja e suas Geografias Pós-Modernas, e Maturana e Varela e a Árvore do Conhecimento, Boaventura de Santos Sousa e sua espistemologia transdisciplinar ou Ecologia dos Saberes e Edgar Morin e a teoria da complexidade. Nesta perspectiva, compreendeu-se o espaço como categoria epistemológica nas relações entre Literatura e Geografia.”

sexta-feira, 16 de dezembro de 2011

O contrato social em sala-de-aula

Ontem, comentei neste espaço, sobre o uso do celular em sala de aula. É preciso ficar bem-claro, e talvez isso não tenha sido dito ontem, que todo o processo educacional baseia-se no contrato social que se estabelece nos primeiros dias de aula, de convivência com a turma que se está a trabalhar. Antes de tratar do uso do celular, a primeira coisa que lembro a eles e a elas é que existem algumas “palavrinhas mágicas”: bom dia, boa tarde, com licença, por favor. Transparência e respeito, portanto, são a base desse contrato. Em seguida, deixo claro aos estudantes, que todos, inclusive eu, podemos ficar o aparelho ligado, claro, no modo silencioso. Devem, porém, se acostumar a só atender fora da sala e a pedir licença a mim e aos colegas da turma para se retirar da sala. É mais do que evidente que usam o aparelho, também, para, desrespeitosamente, por exemplo, tuitarem enquanto o professor ministra a aula. Sem que seja uma obrigação, procuro incentivar todos e todas a me seguirem nas mídias digitais. Quer no horário da aula quer fora dele, não há melhor forma de o professor avaliar seu desempenho. Já tive casos de estudantes que, sem nenhuma sensibilidade, queriam resolver problemas eminentemente de sala de aula no Twitter ou no Facebook. Mais uma oportunidade de explicar, didaticamente, que há problemas que podem sim, ser discutidos abertamente, outros, porém, devem ser discutidos apenas no grupo: entre os estudantes e o professor. Estabelecidos os limites da convivência respeitosa, tudo pode.

quinta-feira, 15 de dezembro de 2011

O uso do celular em sala-de-aula

No início, como todo professor com formação plenamente tradicional, fui um dos que abominava o uso do celular em sala de aula. Na época, leis municipais foram criadas no Brasil inteiro proibindo o uso dos aparelhos nas escolas. Um exagero dos legisladores para acalentar professores, como eu, tradicionais. O tempo e o amadurecimento nos faz mudar. Ainda bem! Hoje vejo que o uso do celular não deve ser proibido. O excesso, como em qualquer coisa na vida, no entanto, deve ser combatido. Não com leis, mas, num processo didático de convencimento dos estudantes para o uso parcimonioso do aparelho. Trata-se, na verdade, de um processo educacional. Não está no campo das leis, mas, do respeito entre as pessoas. Em sendo usado de forma respeitosa, não vejo problemas. Aliás, na configuração atual multiplataforma dos aparelhos, pode ser usado como auxiliar ao processo pedagógico. Afinal, já possuem acesso à Internet, podem ser usado como fonte de pesquisa, logo, pode ser transformado em um aliado e não em um problema. Gerenciar o uso adequando em sala-de-aula é um desafio. Aceita que quer!

quarta-feira, 14 de dezembro de 2011

Educação: a base da democracia

A democracia não se conquista por decreto. De que adianta pregá-la todos os dias se, na família e na escola, não for praticada? Como praticar a democracia sem o exercício pleno da cidadania? Sem que a resposta para essas duas questões seja encontrada na família e na escola, não se pode falar em democracia plena. Portanto, família e escola são fundamentais para mudanças na própria sociedade. Uma sociedade só se faz democrática se o exercício da democracia ocorrer na família. Enquanto o processo de tomada de decisões no núcleo familiar for centrado na figura masculina ou em quem exercer esse papel, teremos um ser acostumado com a centralização do poder. Da mesma forma, enquanto as decisões forem centralizadas em todos os níveis, na escola, teremos pessoas acostumadas com a centralização do poder. É nesse sentido, portanto, que a Educação é essencial para que haja mudanças na sociedade. Pensemos nisso!

terça-feira, 13 de dezembro de 2011

"Ïsolamento revisitado" aceito em Congresso Internacional

O trabalho “ISOLAMENTO REVISITADO: AS DISPARIDADES NO ACESSO ÀS TECNOLOGIAS DA COMUNICAÇÃO NA AMAZÔNIA BRASILEIRA”, do estudante de doutorado do Programa de Pós-graduação em Sociedade e Cultura na Amazônia (PPGSCA) da Universidade Federal do Amazonas (Ufam), Sandro Alberto Colferai, foi aceito para ser apresentado no XI Congresso Latinoamericano de Investigadores de la Comunicación, que será realizado em Montevideo, no Uruguai, de 9 a 11 de maio de 2012. O artigo foi aceito no GT 10 “Comunicación, Tecnologia y Desarrollo”, coordenado por Eduardo Villanueva (PUCP, Perú). O estudo reflete “sobre o acesso na Amazônia brasileira às tecnologias da comunicação e informação, em especial à internet. Os dados disponíveis apontam a região Norte com os menores índices médios de acesso no Brasil. O que propomos é, a partir do olhar atento sobre um conjunto de dados, problematizar a questão, principalmente nas diferenças entre as Amazônias rural e urbana.” O autor diz que usar a média nacional de domicílios como parâmetro é uma visão parcial. “... tomar a região Norte desde a proporção média de domicílios com acesso à internet, sendo fundamental diferenciar as áreas rurais e pequenas cidades dos grandes centros urbanos. Este movimento é capaz de revelar disparidades significativas e provocar questões relevantes para o tema”.

segunda-feira, 12 de dezembro de 2011

A necessidade da alfabetização ecológica

Há anos o físico Fritjof Capra prega, em seus livros, principalmente na obra Conexões Ocultas, o conceito de “ecologia profunda” e a necessidade de o ser humano passar por o que chama de alfabetização ecológica. Fosse realmente praticada como propõe Capra, haveria uma revolução pedagógica inclusive nos métodos e nas metodologias. Seria necessário praticar o que Edgar Morin chama de “religação dos saberes”. O saber científico teria de reconhecer e dialogar com o saber tradicional, das comunidades, da vida. É bem-verdade que parte das universidades brasileiras já abre as portas para Capra, Morin, Maturana e Varela e para os demais autores que contestam a forma tradicional de a academia ver o mundo. Paul Feyerabend, desde seu “Contra o Método”, passando por “A Ciência em uma sociedade livre” e chegando a “Adeus à razão”, ainda precisa ser melhor estudado. A academia ainda precisa conhecer “A biologia da crença”, de Bruce H. Lipton. Há entraves, mas a Ciência, os cientistas e a academia começam a derrubar muros e a reconhecer que o método científico não é a única forma de produzir conhecimento: esse é um dos passos para uma alfabetização ecológica que, ao que parece, está em curso.

domingo, 11 de dezembro de 2011

Sociedade careta, Educação também

Cada dia que passa mais me convenço que não há a menor possibilidade de se praticar a “Educação libertadora” e outros chavões do gênero se a própria sociedade não é libertadora. É evidente se a sociedade é careta a castradora, a Educação também o será. Dessa forma, falar em “Educação libertadora” é um eufemismo que não leva em conta o processo de aprendizagem fora da escola, ou seja, ao longo da vida. De que adianta o professor (ou a professora) querer um estudante politizado e participativo se, na política, a participação ocorrer, quase sempre, na base franciscana do “é dando que se recebe”? Educar para a libertação e para o exercício pleno da cidadania, antes de ser um apontamento escolar, é uma prática de vida. Em assim não sendo, bordões são meras palavras jogadas ao vento.

sábado, 10 de dezembro de 2011

Dia da Universidade Pública o Palhaço

Há exatamente um ano postei aqui neste espaço a seguinte nota: “Hoje é o Dia Nacional da Universidade Pública. Na Universidade Federal do Amazonas (Ufam), bem como nas demais universidades púbicas brasileiras, o dia deveria ser usado para se discutir qual modelo de universidade se quer para o País. O modelo administrativo atual, por exemplo, é tradicional, burocrático e não valoriza a criatividade nem as pessoas. Isso se reflete na postura acadêmica, que padece dos mesmos problemas. Ainda centrada na figura do professor como o detentor do conhecimento, a universidade brasileira esquece que se vive na sociedade da informação e do conhecimento. Logo, a figura central deixou de ser o professor e passou a ser a troca de saberes. E essa é uma quebra de paradigma ainda não deglutido nas universidades. Hoje é um belo dia para se refletir sobre novos rumos. Façamos isso!” Um ano se foi, quase nenhuma mudança se viu. De novo, apenas, a descoberta de que o Dia 10 de dezembro também é o “Dia do Palhaço”. Nossas homenagens àqueles que fazem do riso a arte de amainar dores coletivas.

sexta-feira, 9 de dezembro de 2011

A alfabetização da Pós-graduação no Brasil


Quando, nas discussões internas da Universidade Federal do Amazonas (Ufam), insisto que manter a nota 3 dos programas de Pós-graduação existentes é permanecer no patamar do que chamo de alfabetização da Pós-graduação, alguns olhos quase me comem. A Coordenação de Aperfeiçoamento de Pessoal de Nível Superior (Capes) parece confirmar as minhas suspeitas. A cada ano emite alerta às universidades: cursos que permanecem por dois triênios com a nota 3 serão descredenciados. Talvez pela maioria dos cursos de pós-graduação ser das universidades públicas (93% deles), as administrações superiores apostam que a promessa não será cumprida. Não se deve esquecer, porém, que, na Ufam, programas já foram descredenciados. Superar essa fase da alfabetização da Pós não depende única e exclusivamente dos programas. É bem-verdade que sem professores comprometidos e produtivos jamais algum programa se firmará. No entanto, a administração das universidades é responsável por criar as condições mínimas para o funcionamento efetivo dos cursos, algo prometido nos formulários da Capes, mas nem sempre cumprido quando os programas são aprovados. Com a carga horária de trabalho atual dos professores, a cada ano o perigo de descredenciamento de programas aumenta. Algo precisa ser feito para que os riscos sejam menores.

quinta-feira, 8 de dezembro de 2011

Problemas em cadeia na Educação


Comentei ontem, aqui neste espaço, os resultados parciais das seleções para os Programas de Pós-graduação da Universidade Federal do Amazonas (Ufam). Falei da tragédia que é a própria universidade se reprovar. Mais grave que isso, porém, e que terminei por não abordar, são os problemas em cadeia que a “frouxidão” nos cursos de graduação pode provocar. São os mesmo estudantes de graduação que se transformam em professores. E vão trabalhar nos ensinos Fundamental e Médio. Se saem despreparados das universidades, são o primeiro elo de uma cadeia trágica que eleva significativamente o número de analfabetos funcionais do País. Entra-se numa cadeia de problemas que, se não resolvidos, transformam-se em um ciclo da incompetência: estudantes de formação básica sofrível tornam-se universitários medíocres, que se tornam professores mais ainda, que tentam entrar em cursos de pós-graduação e não conseguem. Trata-se de um ciclo perverso. Algo tem de ser feito. Não tenho a fórmula. Mas,o problema está posto.


quarta-feira, 7 de dezembro de 2011

A falência da Educação Superior brasileira


Os resultados parciais das seleções para os Programas de Pós-graduação da Universidade Federal do Amazonas (Ufam) já revelavam uma tragédia: a universidade se reprovava. Os números consolidados de cada seleção decretam a falência completa da Educação Superior ou indicam um descompasso imenso, quase uma vala intransponível, entre o que se cobra nos cursos de graduação e o que se exige para o ingresso nos programas de Pós-graduação. É urgente que as pró-reitorias de Pós-graduação e de Graduação da Ufam reúnam-se e avaliem os resultados à luz do processo de aprendizagem. Não dá para simplesmente ficarmos “horrorizados” com a reprovação em massa dos candidatos. É preciso pensar no processo de aprendizagem. O que ocorre nos cursos de graduação? Que tipo de profissional estamos a formar? Vale a pena assumir a postura de Pilatos:”deixa que o mercado seleciona?” A Ufam em particular, e a universidade brasileira, no todo, precisam assumir o ônus e o bônus do processo de aprendizagem. Não dá para se preocupar meramente em “formar para o mercado” ou “deixar que o mercado selecione os melhores”. Cabe à universidade formar um cidadão para o pleno exercício da democracia e da cidadania. Deixar que o mercado dite o padrão de formação dos estudantes é apostar no fracasso e na falência. Lavar as mãos é apostar no processo de exclusão de um mercado aviltante. A universidade que lava as mãos é irresponsável e não assume o seu papel de transformadora da sociedade.


segunda-feira, 5 de dezembro de 2011

MEC faz valer regras vigentes da avaliação

Quem pensou que o Ministério da Educação (MEC) não cumpriria as regras vigentes no País relativas à avaliação quebrou a cara. Essa parece ter sido a aposta de algumas universidades, faculdades e centros universitários. Pois o MEC cortou mais de 7 mil vagas em cursos que não ficaram entre as notas 1 e 2 nas últimas avaliações realizadas. Em Manaus, a Uninorte perdeu 137 vagas em enfermagem e 119 em farmácia. A Uninorte oferecia 683 vagas e passará a oferecer 546 vagas para Enfermagem e 398 em farmácia, curso no qual oferecerá 289 vagas. Na Nilton Lins, o corte foi de 33 vagas no curso de farmácia. Na MaterDei, foram cortadas 33 das 74 vagas oferecidas pela instituição. A Ulbra perdeu 2 das 40vagas que oferecia em enfermagem. O que se pode ler dos números, mesmo com os cortes de vagas, é que o Amazonas não terá problemas com falta de enfermeiros e farmacêuticos nos próximos 20 anos. Nem é preciso ir muito longe para perceber o exagero de vagas oferecidas o que, ao final das contas, só afeta o mercado de trabalho dos profissionais da área.

domingo, 4 de dezembro de 2011

Arte: no celular, em um avião, nas nuvens

Hoje postei o primeiro experimento de criação poética por sobre as nuvens, dentro de um avião 737-800 da Gol. Retornava de uma viagem de trabalho a Brasília. Lá, instalei um editor de textos no celular e comecei a experimentar escritos. Nada de muito longo: algumas notas. Dentro do avião, na volta, com o celular em mãos, a ler algumas notícias off-linne, no Twitter, lembrei-me do encontro com Thiago de Melo, na ida para Brasília. Ele ia para o Rio de Janeiro, participar de um Seminário sobre a Palavra, na Universidade de São Paulo (USP). Comecei a conversar com ele ainda na sala de embarque, em Manaus. Falei do trabalho da Cássia Maria Bezerra Nascimento, estudante do doutorado em Sociedade e Cultura da Universidade Federal do Amazonas (Ufam), orientada por mim, que estuda a poesia de Thiago de Melo e a propaganda. No meio da conversa disse a ele do desafio que havia estabelecido para mim: “publicar um novo poema a cada dia no Blog Gilson Monteiro Em toques”. Ele me disse: “Isso é inédito no mundo. Merecia um Seminário na Livraria Valer e uma reportagem com destaque em A Crítica.” Fiquei até sem jeito e disse a ele: “Você é quem deve dizer isso a eles”. Aquilo pra mim foi um choque: um misto de alegria e incredulidade. Daí, puxei no celular, alguns escritos do Blog e mostrei ao Poeta. Ele leu, disse que se tratava de puro “divertimento”. Que era uma influência tardia do concretismo. “Aliás, vou falar isso no Seminário na USP: que ainda há uma influência do concretismo nas produções atuais”. Se ele falou, não sei. O que sei é que, ao ficar em Brasília, despedi-me do Poeta e ele me disse: “Exercite fazer poemas com frases mais longas”. Com o celular em mãos, a operar o teclado no máximo com dois dedos, lembrei do pedido de Thiago de Melo. Certamente por estar em um avião. Olhei para as nuvens, pensei nas gotas que dela se formam e dela fazem parte. Criei “Gotas”, publicado hoje no meu Blog, em homenagem a Thiago de Melo. Se tem valor como arte, valor literário, ou é apenas um divertimento, não sei. Só sei que viajei inúmeras vezes em uma viagem só. Foi mais uma ousadia: experimentar o processo criativo em um aparelho celular. Agora, ao escrever a nota para o Blog Ufam para o futuro, lembrei-me, de novo, do Poeta: “Uma obra de arte só se completa com o outro, com a leitura do outro”. E tascou: “Eu já disse para Cássia: a Teoria da Literatura está acabando com a arte, com a própria Literatura”. Para refletir! Para refletirmos!

sábado, 3 de dezembro de 2011

Seminário termina com muita emoção e troca de afeto

O “Seminário de Acompanhamento e Avaliação dos programas da Área”, da área de Ciências Sociais Aplicadas I, formada por cursos de Comunicação, Ciências da Informação e Museologia, terminou ontem, às 18h, na sala J do Prédio da Coordenação de Aperfeiçoamento de Pessoal de Nível Superior (Capes), num clima de acolhimento e integração nunca visto em toda a história da área. Visto inicialmente com desconfiança por grande parte dos participantes, o Seminário terminou como uma das trocas de experiências mais importantes que já se fez no País. Programas com notas maiores narraram como resolvem problemas. Programas com notas menores expuseram suas franquezas e potencialidades. O clima foi de intensa cooperação e acolhimento. Cada participante saiu do encontro com a certeza que área superou a fase darwiniana de “o mais forte destruir os mais fracos” e passou para a fase de lamarckhiana de “os mais fortes crescerem juntos com os mais fracos” em efetiva colaboração. Ao fim, todos os coordenadores e coordenadoras fizeram questão de ressaltar a condução democrática e acolhedora dos trabalhos feita pelas coordenadoras de área da área de Ciências Sociais Aplicadas, Comunicação, Ciências da Informação e Museologia, professoras Maria Helena Weber e Nair Kobashi. O sinal mais evidente do clima de carinho e afeto foi que cada coordenador fez questão de falar e agradecer a participação do outro. As falas foram tão carregadas de emoção que a imensa maioria terminou com os olhos marejados. Ao fim, um abraço afetuoso entre cada um dos participantes selou, definitivamente, um novo rumo para a o campo do conhecimento. Maturana e Varela, ao que parece, estavam corretos: não há comunicação sem amor. Ontem, os coordenadores que participaram do Seminário descobriram isso. Espero que cada um leve um pouco desse amor e desse afeto como forma de mediar as relações nas suas universidades e, especificamente, nos seus programas de Pós-graduação. Maria Luiza Cardinale Baptista, minha querida amiga, nossa “paixão-pesquisa” parece, enfim, ganhar mais legitimidade, a cada dia.

sexta-feira, 2 de dezembro de 2011

Fase de desnatação na Pós-graduação brasileira

A impressão que se tem é que a política pública de expansão da Pós-graduação brasileira entrou numa fase, que no Marketing, é chamada de desnatação. Dito de forma mais explícita, entra naquele período traduzido por um dito popular: “quem tem competência se estabelece, que não tem, sai do sistema”. Nada disso foi dito no “Seminário de Acompanhamento e Avaliação dos programas da Área” da área de Ciências Sociais Aplicadas I, formada por cursos de Comunicação, Ciências da Informação e Museologia, que termina às 18h de hoje, no Prédio da Coordenação de Aperfeiçoamento de Pessoal de Nível Superior (Capes). No entanto, a fala dos 54 coordenadores de programas deixa antever que o crivo será cada vez mais fino. Isso indica que os programas terão de agir organicamente, investir nos grupos de pesquisa e, cada vez mais, apresentar publicação não apenas em quantidade, mas, de qualidade. O desafio está posto e o trabalho coletivo estudantes e professores é fundamental.

quinta-feira, 1 de dezembro de 2011

Avaliação qualitativa da Pós-graduação

O que para muitos gerou medo, por nunca ter sido tentado, revelou-se ontem uma experiência trabalhosa, é bem-verdade, mas, muito frutífera. Coordenadores de todos os 54 programas de Pós-Graduação da área de Ciências Sociais Aplicadas I, formada por cursos de Comunicação, Ciências da Informação e Museologia, reuniram ontem, das 9h às 18h, no Prédio da Coordenação de Aperfeiçoamento de Pessoal de Nível Superior (Capes) no que foi denominado “Seminário de Acompanhamento e Avaliação dos programas da Área”. O encontro estende-se até sexta-feira, às 18h e já no primeiro dia se revelou uma das experiências mais ricas e profícuas de avaliação oficialmente realizada no País. As falas de cada coordenador e coordenadora indicavam a surpresa pelo resultado tão rico das discussões. A própria pauta proposta foi modificada e reconstruída num movimento de riqueza teórica e de trocas de saberes ainda não experimentada. Ao final do dia, exaustos, todos deixaram o prédio da Capes na certeza de que o trabalho coletivo contribuirá para a riqueza e para o reconhecimento das forças e fraquezas da área ao mesmo tempo que apontará caminhos para o amadurecimento de toda a Pós-graduação no País.

quarta-feira, 30 de novembro de 2011

Seminário de Acompanhamento começa em Brasília

A área de Ciências Sociais Aplicadas I inicia hoje, às 9h, no Prédio da Coordenação de Aperfeiçoamento de Pessoal de Nível Superior (Capes) uma nova fase da avaliação, com o chamado “Seminário de Acompanhamento e Avaliação dos programas da Área”. A diferença basilar do processo anterior é que hoje, todos os coordenadores dos programas de pós-graduação da área de Ciências Sociais Aplicadas, Comunicação, Ciências da Informação e Museologia, sob a coordenação das professoras doutoras Maria Helena Weber e Nair Kobashi, reúnem-se para discutir acompanhar e avaliar uma síntese dos formulários do Coleta/Capes 2010, de todos os programas. A sistemática proposta foi dividir as sínteses por módulos assim distribuídos: proposta dos programas, inserção social, corpo docente, produção intelectual, corpo discente e teses e dissertações. Serão três dias de trabalho ao final dos quais a Capes espera que seja elaborado um documento denominado “síntese da área”, uma espécie de diagnóstico a ser disponibilizado para todos os programas e para a comunidade na página da Capes na Internet.

terça-feira, 29 de novembro de 2011

Resultados alarmantes na Educação Superior

Os resultados das seleções dos Programas de Pós-graduação da Universidade Federal do Amazonas (Ufam), que começam a ser divulgados parcialmente são alarmantes e não devem ficar meramente no assombro inicial e no estarrecimento dos examinadores pela má-qualidade dos projetos e das provas de conhecimento específico. Não vou revelar nomes nem programas, por uma questão de ética e respeito ao trabalho realizado pelas bancas examinadoras, porém, os percentuais variam de 50% a 84% de reprovação já na primeira fase dos processos de seleção. Esses números indicam que a mesma universidade que aprova nos cursos de graduação, reprova em massa o ingresso dos seus egressos nos cursos de Pós-graduação. Logo, é urgente que seja feita uma avaliação profunda dos projetos pedagógicos e do processo de aprendizagem. A forma tradicional como se ministra aulas e se avaliação nos cursos de graduação é completamente falida e precisa ser revista. Quem terá coragem de “pegar esse touro pelos chifres”, domá-los e propor uma mudança pedagógica radical? Reclamar da qualidade dos estudantes, reprová-los e não fazer nada para que o processo mude por dentro é agir como Pilatos, ou seja, lavar as mãos. Como está, pode-se dizer que “a mão que aprova é a mesma que reprova”.