sexta-feira, 9 de dezembro de 2011

A alfabetização da Pós-graduação no Brasil


Quando, nas discussões internas da Universidade Federal do Amazonas (Ufam), insisto que manter a nota 3 dos programas de Pós-graduação existentes é permanecer no patamar do que chamo de alfabetização da Pós-graduação, alguns olhos quase me comem. A Coordenação de Aperfeiçoamento de Pessoal de Nível Superior (Capes) parece confirmar as minhas suspeitas. A cada ano emite alerta às universidades: cursos que permanecem por dois triênios com a nota 3 serão descredenciados. Talvez pela maioria dos cursos de pós-graduação ser das universidades públicas (93% deles), as administrações superiores apostam que a promessa não será cumprida. Não se deve esquecer, porém, que, na Ufam, programas já foram descredenciados. Superar essa fase da alfabetização da Pós não depende única e exclusivamente dos programas. É bem-verdade que sem professores comprometidos e produtivos jamais algum programa se firmará. No entanto, a administração das universidades é responsável por criar as condições mínimas para o funcionamento efetivo dos cursos, algo prometido nos formulários da Capes, mas nem sempre cumprido quando os programas são aprovados. Com a carga horária de trabalho atual dos professores, a cada ano o perigo de descredenciamento de programas aumenta. Algo precisa ser feito para que os riscos sejam menores.

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