Quando, nas discussões internas da Universidade Federal
do Amazonas (Ufam), insisto que manter a nota 3 dos programas de Pós-graduação
existentes é permanecer no patamar do que chamo de alfabetização da
Pós-graduação, alguns olhos quase me comem. A Coordenação de Aperfeiçoamento de
Pessoal de Nível Superior (Capes) parece confirmar as minhas suspeitas. A cada
ano emite alerta às universidades: cursos que permanecem por dois triênios com
a nota 3 serão descredenciados. Talvez pela maioria dos cursos de pós-graduação
ser das universidades públicas (93% deles), as administrações superiores apostam
que a promessa não será cumprida. Não se deve esquecer, porém, que, na Ufam,
programas já foram descredenciados. Superar essa fase da alfabetização da Pós
não depende única e exclusivamente dos programas. É bem-verdade que sem
professores comprometidos e produtivos jamais algum programa se firmará. No
entanto, a administração das universidades é responsável por criar as condições
mínimas para o funcionamento efetivo dos cursos, algo prometido nos formulários
da Capes, mas nem sempre cumprido quando os programas são aprovados. Com a
carga horária de trabalho atual dos professores, a cada ano o perigo de
descredenciamento de programas aumenta. Algo precisa ser feito para que os
riscos sejam menores.
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