quarta-feira, 28 de dezembro de 2011

Promissórias rasgadas na academia

Durante anos rezei pela mesma cartilha de um dos meus professores e ídolos: a de que as questões ou hipóteses de pesquisas eram promissórias que, portanto, deveriam ser resgatadas ao final do trabalho de pesquisa. Só recentemente, após me aprofundar nos estudos das teorias da complexidade e dos ecossistemas comunicacionais, percebi que a máxima do meu “velho mestre” não se aplica aos trabalhos de pesquisa que nos autorizam às descobertas. Transformar a pesquisa acadêmica em um resgate de promissórias é não deixar espaços para o novo, para o que há de primordial na pesquisa científica: a descoberta. É preciso investir em uma nova forma de ver o mundo. E essa forma não passa apenas pelo crivo do olhar da Ciência tradicional. Louvar o método em cânticos e orações diárias é a forma mais fundamentalista de engessar a pesquisa acadêmica. É mister que nos libertemos dessa visão e rasguemos todas as promissórias. Para o bem da universidade brasileira e dos pesquisadores que acreditam ser possível pesquisar para não descobrir apenas o óbvio.

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