sábado, 30 de abril de 2016

O estado mínimo na Educação

Não sejamos ingênuos: a política de o estado mínimo na Educação foi implementada com mais força nos dois primeiros governos de Fernando Henrique Cardoso. E, ninguém se engane, não me canso de dizer, foi refinada, nos dois primeiros governos de Luiz Inácio Lula da Silva e perdeu um pouco o rumo no primeiro governo Dilma Rousseff (PT). Nem se pode falar de qualquer política no segundo governo Rousseff porque nem existiu. A Reforma Universitária que transfere para a iniciativa privada atividades de Pesquisa, Ensino e Extensão, no entanto, paulatinamente vem sendo tocada. E só não se dá conta disto que não quer. Aso poucos, no entanto, o Estado sai da prestação de serviços educacionais e transfere a tarefa para a iniciativa privada em todos os níveis. O anúncio de que em um possível governo Michel Temer haverá a privatização dos Ensinos Superior e Médio é película com data vencida. O que se terá, muito provavelmente, é o acirramento da politica de transferência de atividades da iniciativa pública para a iniciativa privada. O marco legal todo está pronto para este movimento. Basta a orquestra começar a tocar.


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sexta-feira, 29 de abril de 2016

Um cutelo na Educação Superior

Agora dá para entender perfeitamente o porquê de a A Associação Nacional dos Dirigentes das Instituições Federais de Ensino Superior (ANDIFES) ter publicado, dia 26 e abril de 2016, Nota Pública em defesa da Educação e da democracia como princípios constitucionais intitulada “A democracia e a educação pública são princípios constitucionais”, que reproduzimos à íntegra, ontem, neste mesmo espaço. Caso assuma a Presidência, algo que é muito provável ocorrer, partirá com um cutelo à mão para cima das universidades públicas federais com uma sinalização forte: a da privatização. Promete acabar com o Ciências sem Fronteiras, o PRONATEC, as bolsas de Pós-graduação e, até mesmo, mexer na política de ações afirmativas. Conheço muito professora e muita professora de universidade pública federal que botou “verde-amarelo CBF e foi às ruas” que, não demora, começará a chorar sangue. A universidade pública, gratuita, de qualidade e socialmente referenciada que tanto lutamos e defendemos, dará os últimos suspiros. O sistema será paulatinamente transferido para a iniciativa privada, como já o fez o Governo do PSDB em tempos idos (e, convenhamos, o PT também ajudou a fomentar, e muito, com o uso de recursos públicos). O desmonte de Educação Superior brasileira, retardado nos Governos do PT, ganhará celeridade. É só esperar para ver!


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quinta-feira, 28 de abril de 2016

ANDIFES em defesa da Educação

A Associação Nacional dos Dirigentes das Instituições Federais de Ensino Superior (ANDIFES) publicou, dia 26 e abril de 2016, Nota Pública em defesa da Educação e da democracia como princípios constitucionais intitulada “A democracia e a educação pública são princípios constitucionais”. Eis o teor da Nota na íntegra.

“Os (as) reitores (as) das universidades federais, reunidos em plenária da Andifes, em 26 de abril de 2016, reafirmam o compromisso da comunidade universitária com os valores e as conquistas democráticas consolidadas na Constituição Federal de 1988. A Andifes reitera que a saída para a crise política tem de respeitar os princípios do Estado de Direito e recusa qualquer alternativa fora dos marcos da Carta Magna. Medidas que desconsiderem os fundamentos da constituição não poderão criar as condições para a superação das crises econômica e política em curso e, ao contrário, poderão agravá-los de modo imprevisível.
A Andifes defende de modo determinado os fundamentos da autonomia universitária garantidos pelo Art. 207 da CF, que garantem a liberdade de pensamento indispensável para o fomento da ciência, da cultura e da arte. Recentes manifestações de intolerância com a liberdade de pensamento nas universidades são vivamente repudiadas e estão sendo acompanhadas com atenção, visto que colidem com os valores da democracia.
Todas as universidades federais reiteram que a conquista da vinculação da receita de impostos para a educação, consignada no Art. 212 da CF, é um dos pilares do Estado Nacional, conformando um dos princípios estruturantes da República, visto que a referida obrigatoriedade de repasses de recursos para a educação lastreia o direito humano fundamental de que “a educação é um direito de todos e um dever do Estado”.
Igualmente, defendemos o princípio da gratuidade do ensino nos estabelecimentos oficiais, nos termos do Art. 206, CF. São esses recursos públicos que consubstanciam o sistema federal de ensino superior, bem como os sistemas estaduais e municipais de educação básica. A garantia de recursos para a manutenção e desenvolvimento da educação pública, constantes nas leis orçamentárias, tem de ser assegurada para que as universidades possam seguir cumprindo suas elevadas funções sociais, a exemplo das pesquisas básicas e clínicas na área de arbovírus, - como Zika, Dengue e Chikungunya - e o desenvolvimento de tecnologia e inovação.
A manutenção e expansão do ensino superior público federal, possibilitada pela pactuação das universidades com o Estado Nacional em 2007-2008, que assegurou a ampliação de novas universidades, campi e matrículas. Foi essa expansão que possibilitou o aumento do número de vagas de 500 mil para 1.000.000 no período. Os reitores reafirmam sua defesa de ampliação dos recursos públicos para as instituições públicas.
As universidades federais, constitucionalmente, são instituições de Estado e autônomas, que zelam pela educação pública, pela ciência, pela tecnologia, pela arte e pela cultura. Reivindicam o aprofundamento das medidas que possibilitem a democratização e do acesso às universidades, colocando em destaque a necessidade de ampliação do PNAES e a aprovação, imediata, de um ousado Plano de Desenvolvimento das Universidades capaz de projetar um futuro promissor para o País.
Brasília, 26 de abril de 2016.”


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