Há,
nas universidades brasileiras, um discurso de inclusão que não combina com a
prática exclusiva e elitista, apesar de todas as políticas públicas de quotas,
aliás, só aplicadas, em muitas delas, por força de lei. Os números da evasão e
da retenção, ano a ano, são assustadores e revelam uma universidade que, ao
invés de investir na agilidade, na flexibilidade e na qualidade dos cursos de
graduação, tem como política a expulsão, proibida, inclusive pela Lei de
Diretrizes e Bases da Educação Nacional (LDBEN) mas, posta em prática e de
forma míope, em nome da autonomia. É algo que me choca e dói, ver, anualmente,
estudantes expulsos das universidades, não por culpa única e exclusiva deles,
mas, de professores que não ministram as aulas que deveriam e coordenadores
que, no máximo, distribuem os horários das disciplinas mas se eximem de
qualquer atuação verdadeiramente pedagógica. Afora o fato de as instituições
não possuírem efetivo acompanhamento psicopedagógico e investirem na política
da exclusão e do cerceamento do direito dos estudantes como regra. O direito
básico da prova de segunda chamada, por exemplo, na prática, é ignorado pela
maioria dos professores. Quando não, há alguns que ainda avisam:"Você pode
até requerer a segunda chamada, mas, não será aprovado. Isso se eu for obrigado
a fazer a prova". Lastimável que aberrações como essas sejam muito mais
comuns do que se possa imaginar. E são comportamentos desse tipo, que parecem
de pouca importância para alguns, os que iniciam o processo de evasão ou retenção
de estudantes nas universidades brasileiras. Há muitos arautos da moralidade,
que perseguem, inclusive colegas professores e professoras, mas, admitem como
normais atrocidades como essas. Só não apelo para porem a mão na consciência
porque, certamente, teriam extrema dificuldade de localizá-la. Quem aceita como
normal esse tipo de comportamento, certamente, porá a mão no vazio.
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