quinta-feira, 1 de maio de 2014

A desterritorialização do trabalho

Está mais do que na hora de largarmos, definitivamente, o quadradismo do olhar e entendermos que o mundo do trabalho mudou. Logo, as leis também precisam mudar a fim de termos possibilidades de controlar a assiduidade do trabalhador não tão a ferro e fogo. Lembro-me que, em 1993, quando trabalhava no Jornal A Crítica, fiz uma material Especial sobre como o trabalho mudaria no futuro. Naquela matéria já apontava as possíveis profissões cujos trabalhos poderiam ser desenvolvidos de dentro da própria casa. Aliás, lá pelos idos de 1993, repórter especial que era, não batia ponto e nem comparecia à redação. E era um dos repórteres mais produtivos do jornal. O que quero dizer com isso? Que há muito existe a possibilidade de desterritorialização do trabalho e as organizações não aproveitam para tornar seus colaboradores mais produtivos e felizes. Talvez porque ainda mantenhamos uma visão atrasada de tudo, ressaltada nos versos de Antônio Carlos e Jocafi, no primeiro álbum da dupla, Mudei de ideia, lançado em 1971, na música Você abusou:"... Se o quadradismo dos meus versos/Vai de encontro aos intelectos/Que não usam o coração como expressão..." Manter o trabalhador dentro da empresa, controlar a sua assiduidade, não significa que o trabalho será realizado rapidamente e com a qualidade necessária. Com a mudança do mundo e as velocidades de banda cada vez maiores da Internet, o mundo do trabalho (principalmente o do controle e da assiduidade do trabalhador) precisa acompanhar a mudança do mundo. É necessário implodir o quadradismo da perspectiva do olhar sobre o trabalho e entendermos que no mundo de hoje é fundamental termos metas diárias a serem cumpridas. E que, não necessariamente, se precisa ver como essas metas são cumpridas, mas sim, que as sejam, sempre, no final de cada dia de trabalho. E quem as cumprir primeiro que faça o que bem entender com tempo que sobrar do "dia de trabalho". O que fazer com quem não cumpre constantemente as metas estabelecidas até por ele mesmo? Que seja transferido para outro setor no qual seja capaz de cumpri-las. Trabalhador feliz é essência de uma organização. E se, de tudo, a organização não puder fazê-lo (o trabalhador) feliz. Que novos rumos sejam buscados.


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