sexta-feira, 31 de agosto de 2012

Professores votam pela manutenção da greve na Ufam


Em Assembleia Geral realizada hoje, às 15h, no auditório da Associação dos Docentes da Universidade Federal do Amazonas (Adua-SS), professores e professores, com 100 votos a favor e dois contrários, mantiveram a greve por tempo indeterminado na Ufam. Após várias rodadas de discussões e discursos inflamados contra o acordo forjado entre o Governo Federal e a Federação-Fantasma, os professores e professoras em greve votaram três encaminhamentos a serem enviados ao Comando Nacional de Greve (CNG): não aceitar a proposta do Governo, continuar em greve e discutir o horizonte político da greve, ou seja, “até onde temos fôlego para nos manter mobilizados e paralisados”. As falas dos professores Aloysio Nogueira e Sandra Noda foram importantes para que a Assembleia votasse pela continuidade do movimento. Nogueira conclamou a que não se “aceitasse o nada do Governo” e Noda contou um pouco da sua vida na Ufam, dos 30 anos de serviços exaustivos prestados e da revolta em, com a nova proposta, será obrigada a “estacionar” em um dos níveis da carreira de professora associada: “Por essa proposta esdrúxula e absurda, sem nenhuma lógica, não atingirei jamais o topo da carreira. Trata-se de uma situação, além de tudo, injusta. Por isso não devemos nos curvar e voltar ao trabalho”. Embora a votação da Assembleia pela continuidade da greve tenha sido esmagadora, o clima foi dos mais tensos. Um dos “representantes” da Federação-Fantasma na Ufam compareceu nitidamente com o intuído de provocar os professores e professoras presentes ao auditório da Adua-SS. Fez diversas provocações com certo ar de cinismo, tentou desqualificar a proposta de carreira do Andes-SN, foi rebatido à altura e, ao final, conseguiu fazer com que professores presentes ficassem ainda mais esclarecidos de o quanto é “chapa branca” o acordo forjado pelo Governo Federal. Em seguida, encaminhamentos de atividades da greve para a próxima semana foram votados e uma reunião do CLG foi marcada para segunda-feira, dia 03 de setembro, a fim de que seja definido todo o calendário de atividades de semana.

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quinta-feira, 30 de agosto de 2012

Ato público reitera a força da greve na Ufam


Professores e professoras da Universidade Federal do Amazonas (Ufam) realizaram um Ato Público hoje pela manhã, desde às 7h30 até às 11h, na entrada do Campus Arthur Virgílio Filho, como forma de demonstrar a força da greve na instituição e esclarecer a população sobre os motivos da continuidade do movimento. Professores e professoras, com o apoio de estudantes, reuniram-se desde cedo e explicaram, em carro de som, o motivo de a mobilização continuar. Um folheto, com história em quadrinhos, também foi distribuído para esclarecer os membros da comunidade da Ufam e da comunidade em geral sobre a forma unilateral com que o Governo encerrou as negociações e como a grande mídia manipula os números para jogar os estudantes e a população contra os professores e professoras em greve. No carro de som, constantemente era repetido um discurso da presidente Dilma Rousseff, no qual se diz professora, promete remunerar bem os professores e garante que não se deve encerrar o diálogo quando os aqueles estiverem a lutar por melhores salários. Palavras de ordem como “Dilma, a culpa é sua! A greve continua!” foram cantadas enquanto um “João-teimoso” era fantasiado de Dilma e vestido de preto. Preta também era a cor do TNT que passou a cobrir o totem da entrada da Ufam. Atos como o realizado na Ufam ocorrerem em todo o Brasil com o objetivo de a sociedade entender que a greve continua, pois, levados pelo noticiário manipulado das grandes emissoras nacionais, houve entendimento de que a greve acabara.




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quarta-feira, 29 de agosto de 2012

Acordo-fantasma mata a universidade em 10 anos


O acordo-fantasma assinado entre o Governo Federal e a entidade-fantasma denominada Federação de Sindicatos de Professores de Instituições Federais de Ensino Superior (Proifes-Federação) tem um potencial bélico homeopático: acaba com a universidade pública brasileira em menos de 10 anos. Podem escrever! E não se trata de um mero exercício de futurologia. Basta tomarmos alguns pontos da “nova proposta de carreira” que o Governo teima em enfiar goela abaixo dos professores e professoras em greve. No início, por exemplo, um professor com doutorado, terá de esperar no mínimo os três anos de estágio probatório para ter a primeira ascensão na carreira. Só depois disso poderá pedir a promoção para professor Adjunto I. Em sendo bem-avaliado e não tendo nenhum problema com os critérios (sabe Deus de onde o Ministério da Educação (MEC) os buscará) demorará mais 8 anos para ascender. Imaginemos que o professor deste exemplo hipotético tenha ingressado na universidade como recém-doutor. Já terá 11 anos de casa. Como o reenquadramento para a classe de Professor Associado I depende de 17 anos da obtenção do título de doutor, esse professor “estaciona” em Adjunto IV por mais seis anos. “Vira” Professor Associado I. Então, demora mais seis anos para ascender três níveis, ou seja, só após 23 anos de casa, passará a Professor Associado IV. Daí em diante, só com a morte de um professor titular, poderá concorrer à vaga. De novo, só Deus sabe o tempo que esse professor do nosso exemplo poderá chegar ao topo da carreira e receber os mágicos R$ 17 mil que o Governo promete para 2015. Para quem está na carreira atual, então, o golpe é ainda mais trágico. Hoje sou professor Associado I. Com o acordo-fantasma do Governo, só poderei ser reenquadrado como professor Associado II com 19 anos após a obtenção do título de doutor. Obtive o título em 2003. Logo, só poderei ser reenquadrado como Associado II em 2022, ou seja, ficarei estacionado como Associado I durante 10 anos. Passaria a Associado II ano que vem. Essa é a crueldade escondida por trás da proposta do Governo e que a mídia brasileira não esclarece. Minha forma de reagir coletivamente é manter-me em luta, na greve. Individualmente, não terei saída: tenho mais 15 anos de trabalho. Aposentar-me-ei aos 65 anos. Dos 15 anos de trabalho que ainda me restam, se vivo ficar, passarei 10 anos sem promoção. Lutarei de todas as formas e com todas as forças para que esse acordo-fantasma não seja referendado pelo Senado Federal. Caso não consigamos, tomarei a atitude individual que me cabe: solicitarei o descredenciamento dos dois programas de Pós-graduação nos quais atuo. Grande parte dos professores-doutores, quando acordarem desse torpor e perceberem a roubada para a qual foram levados pela Federação-Fantasma também tomarão a mesma decisão que tomarei. Um movimento coletivo desses, ao longo do tempo, também matará a Pós-graduação nas universidades públicas brasileiras. Quando, no dia 07 de julho deste ano, em Carta aberta ao secretário Sérgio Mendonça, chamei-o de covarde, exagerei. Covarde não é ele. Covarde é o Governo que ele representa. Covarde é essa trama urdida para acabar com a universidade pública brasileira e ainda enganar o povo fingindo que lança uma proposta sólida de carreira. O tempo dirá quem tem razão.

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terça-feira, 28 de agosto de 2012

Proposta do Governo cria empreendedores da Educação


Dados da Secretaria de Estado da Ciência e Tecnologia (Secti) do estado do Amazonas divulgados pelo Twitter, hoje, dão uma ideia de como a política de Pós-graduação brasileira, volto a dizer, implantada no Governo de Fernando Henrique Cardoso e refinada no Governo de Luiz Inácio Lula da Silva, é baseada em uma espécie de marketing positivo, porém, em verdade, tende à desvalorização. A secretaria divulgou que o valor das bolsas, tanto de mestrado quando de doutorado, perderam 55% do valor, tomado como base o ano de 1994. Isso significa que, de lá para cá, os governos fingem que investem em Ciência e Tecnologia, porém, não conseguem repor nem a inflação do período. Esse é o problema do “acordo” forjado entre o Governo Federal e a “Federação-Fantasma” denominada Proifes: centra toda a lógica da Educação Superior brasileira nos programas de Pós-graduação e seus métodos de avaliação. Além disso, esconde que a o “acordo” imposto não consegue repor nem a inflação do período, muito menos a inflação futura. A proposta de carreira que o Governo empurra goela abaixo dos professores e professoras também esconde outro víeis perverso: tira dos ombros do poder público o investimento na Educação Superior e transfere aos professores a captação de recursos para as universidades federais. A armadilha da tal proposta de “acordo” assinada pela Federação-Fantasma é exatamente essa: transformar professores, que em muitos casos já se consideram apenas pesquisadores, não mais trabalhadores, em “empreendedores da Educação”. Não demora, e percentuais similares aos da queda nas bolsas de Pós-graduação também serão diminuídos dos investimentos federais em Educação. Esse modelo perverso, porém, incentiva o surgimento de fundações de apoio para, ao invés de apoiarem atividades das universidades que fingem apoiar, transformem-se em lavanderias dos recursos ilegais recebidos por professores-empreendedores nas chamadas consultorias. Essa é a mágica do Governo para não pagar salários dignos e satisfazer os “empreendedores” individuais. Com a legitimação do modelo ora proposto o Governo ainda ganha, de quebra, a desmobilização das lutas coletivas e o acirramento do individualismo acadêmico. Nada mais maquiavélico e perfeito para solidificar o modelo de Estado mínimo na Educação.

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segunda-feira, 27 de agosto de 2012

Governo Federal jamais quis negociar com professores


Talvez tenha sido ingenuidade de nossa parte imaginarmos que o Governo Federal, ao convocar o Sindicato Nacional dos Docentes das Instituições de Ensino Superior (ANDES-SN), nosso único e legítimo representante sindical, tinha a intenção de negociar com a categoria. Ao que tudo indica, desde o primeiro encontro, o que havia era uma trama bem-urdida com um único objetivo: desmoralizar o ANDES-SN e ungir uma Federação-Fantasma que atende pelo nome de Proifes-Federação. A saída unilateral da mesa de negociações do Governo, em conluio com a Federação-Fantasma, só confirma a suspeita de que, em nenhum momento, havia predisposição para negociar. O que o Governo quis, e fez, foi impor o conceito de carreira gestado por ele, tendo a consultoria da própria Proifes. Da mesma forma intransigente que impôs um conceito de carreira baseado no produtivismo e na medição por meio de “artigos publicados em revistas Qualis A”, o Governo Federal usa a mídia chapa-branca com a qual se aliou, cujos representantes maiores são a Revista Veja e todos os produtos das Organizações Globo, para “acabar” com a greve dos professores e professoras das universidades federais “na marra”. Para todos os efeitos, e para a mídia vendida, os professores das universidades federais aceitaram o “acordo” proposto pelo Governo. Ignoram, por exemplo, que 54 das 59 universidades brasileiras estão há mais de 100 dias em greve. Isolaram e tentam anular, de todas as formas, o ANDES-SN, legítimo representante da categoria dos professores. Esperam, com isso, tirar nosso sangue, nossa força para resistir. Criaram uma data-mágica, o dia 31 de agosto, como o limite para as greves terminarem. Por fim, tentam impor aos demais servidores uma proposta indecorosa de 15,8% de aumento em três anos. Alguns desavisados aceitaram. Outras categorias resolveram ficar até sem reajuste, mas, não se dobram à proposta indecorosa do Governo. Resistir a essa imposição e ao autoritarismo e à prepotência desse Governo é nosso dever. E só se consegue isso em greve. Não é digno nos dobrarmos às pressões agora. Resistamos juntos!

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domingo, 26 de agosto de 2012

Governo não negocia, apenas impõe sua política


O governo do Partido dos Trabalhadores (PT), hoje representado por Dilma Rousseff, não negociou com nenhuma categoria em greve: fez sim, impor a sua política para o setor público. Em reunião com os servidores em greve, impôs a seguinte condição: que não aceitar os 15,8 % em três anos, ou seja, até 2015, ficará sem aumento. Isso é uma posição prepotente e autoritária, que beira o fascismo, de um governo que se diz dos trabalhadores. A mesma posição foi tomada em relação aos professores e professoras em greve: o governo forjou um acordo com uma “Federação-Fantasma” chamada Proifes e disse que os demais sindicatos podem assinar o acordo “quando quiserem”. Mais grave que isso é a mídia brasileira ao fazer o balanço da greve dos servidores públicos federais, anunciar que os técnicos e os professores das universidades federais aceitaram o acordo proposto pelo governo e sairão da greve. Ao invés de divulgar a verdade dos fatos e o golpe que foi o acordo forjado entre o Governo Federal e a Federação-Fantasma, rádios, jornais e televisões divulgam que os professores aceitaram o acordo. Talvez seja por isso que muita gente me procura e pergunta se as aulas retornarão dia 27, ou seja, amanhã. A mídia brasileira teve a oportunidade de denunciar o autoritarismo deste governo mas, por ser uma mídia comprometida com a antiga direita brasileira, detesta greves. Portanto, não aceita, de forma nenhuma, que os professores brasileiros lutem pelo direito de uma remuneração digna e melhores condições de trabalho. Chegamos a um ponto em que desistir seria trair a confiança dos estudantes e do povo brasileiro que entendeu os motivos desta greve. E por isso que devemos continuar! A sociedade precisa saber e ajudar a tirar a máscara deste governo que se nos apresenta prepotente e autoritário.

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sábado, 25 de agosto de 2012

Professores ameaçados de morte no Amazonas



Em Benjamin Constant, município do Amazonas no qual fica instalado o Instituto Natureza e Cultura (INC) da Universidade Federal do Amazonas (Ufam), dois professores, inclusive o diretor da unidade, receberam constantes ameaças via telefone celular, por estarem em greve. Foram quatro ameaças, as quais transcrevo na íntegra:
Mensagem 01:
“...AEW AGNO TM ALUNO DA UFAM ARMANDO P/ CIMA DE VC, STAO QRENDO A TUA CABECA. A GREVE SO ATRAPALHOU ALGUMAS ATVIDADS E TODO MUNDO SAB Q VC LIDEROU A MSMA. TOMA CUIDADO Q VAO T PGAR, VC VAI PGAR O PATO. QM AVISA AMIG E. QUALQR HORA TU VAI RECEBR UM RECADO T CUIDA”
Mensagem 02:
“...VCS PROFESORS ISTAO SEMPRE OMISOS P/ OS PROBLEMAS DOS ALUNOS, Ñ ISTAO NEN AI E AINDA QUEREN Q OS ALUNOS S DANEN Ñ E POS E VAI TR O DOCE Q MERECE, Ñ VEMOS A HORA DE VC MUITOS OUTROS CAIREM. VAI COMECAR CONTIGO E VAI SR O PRIMEIRO”
Mensagem 03:
“...OS DIAS STAO CONTADOS P/ ACABAR COM A PALHACADA E COM OS PALHACOS”
Mensagem 04:
“..VC TAMBM STA NA LISTA D PROFSORS MARCADOS DA UFAM. SO T FALO UMA COISA DPOIS DA GREVE VAI T PROFESOR IMPLORANDO P/ NÃO KAPOTAR P OD SPERAR”
Será que Benjamin Constant não supera essa fase de barbárie? Fatos como esses, ao invés de nos intimidar, devem ser o combustível para continuarmos a luta. A greve chegou a um ponto em que o Governo Federal aposta no nosso desgaste e no nosso cansaço para dizimá-la. A sociedade inteira sentir-se-á extremamente decepcionada se recuarmos. Temos de adotar o lema: Ou negocia ou não voltamos! Inclusive em respeito aos nossos colegas de Benjamin Constant que sofrem essas ameaças. Resistir na luta é a forma que temos de honrá-los.

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sexta-feira, 24 de agosto de 2012

O exemplo dos policiais federais para os professores


Em ato simbólico, todos os delegados da Polícia Rodoviária Federal (PRF) renunciaram aos cargos que ocupam. Eles recebem em torno de R$ 400,00 para exercerem o cargo de delegado. Defendo, há algum tempo, que chegamos a um pronto da greve dos professores e professoras que, ou tomamos uma atitude radical e dura ou sairemos dessa greve a engolir o acordo forjado entre o Governo Federal e a Federação-Fantasma que não nos representa. Posso estar enganado, mas, uma atitude que fere de morte a política para a educação superior deste Governo é mexer na joia da coroa: os programas de pó-graduação. Uma campanha de descredenciamento em massa dos programas de pós das universidades brasileiras de todos os professores e professoras em greve, como o fizeram os professores Ângelo Emilio da Silva Pessoa e José Jonas Duarte da Costa e as professoras Regina Célia Gonçalves e Regina Maria Rodrigues Behar, do Programa de Pós-graduação em História da Universidade Federal da Paraíba (UFPB). No dia 12 de julho de 2012, sob o título “A chave para o Governo negociar com os professores”, publiquei uma postagem neste mesmo espaço que versava sobre o tema. Volto a ele pelo momento agudo da greve, bem como em função da atitude tomada pelos Delegados da PRF.  Ou agimos e demonstramos força e mobilização ou feneceremos. Se afetar o coração dessa política para a Educação superior não conseguiremos nada. A hora é agora!

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quinta-feira, 23 de agosto de 2012

O discurso mal-intencionado a respeito da greve


Há um discurso mal-intencionado nas afirmações quando se discute a greve dos professores e professoras das universidades públicas brasileiras. Principalmente os que são plantados diretamente do Palácio do Planalto nas grandes empresas da mídia brasileira. Discursos do Governo a desqualificar o movimento dos professores e professoras, porém, são esperados. Dentro da própria categoria, porém, falas desse tipo assumem o caráter de traição do individual em relação ao coletivo. Há sete anos não fazíamos uma greve. Entre os pares, no entanto, há quem generalize a fala de quem “estamos sempre em greve”. E isso sai dos muros, invade as famílias e ficamos com a pecha de que “a universidade federal só vive em greve”. A greve atual é história não porque amanhã completa 100 dias. É pela força do movimento e por ter impregnado o conceito de carreira. Pela primeira vez, professores e professoras compreenderam que o modelo de remuneração define a política educacional do País. Durante anos, uma nuvem encobriu nossa visão e imaginamos que o Governo do Partido dos Trabalhadores (PT) era diferente do governo do Partido da Social Democracia Brasileira (PSDB). A greve atual desmistificou essa crença. O modelo neoliberal de “estado mínimo na educação” está posto. E é a essência da proposta forjada pelo Governo em conluio com a “Federação-Fantasma”. Essa, talvez, seja a razão pela qual o Governo tenta empurrar na marra essa “nova carreira”. Desse jogo brotam os discursos mal-intencionados que tentam nos desmoralizar. Não estamos em greve apenas por reposição ou aumento salarial. Queremos condições de trabalho, respeito e dignidade. E isso nenhuma campanha irá conseguir nos tirar se nos mantivermos fortes e mobilizados.

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quarta-feira, 22 de agosto de 2012

Greve não é cheque pré-datado


É preciso deixar claro, inclusive para grande parte dos professores e professoras do movimento paredista, que a greve não é um cheque pré-datado. Portanto, não pode ter data-limite para ser encerrada. Ao forjar um acordo com a Federação Fantasma, o Governo Federal nos deixou em uma sinuca-de-bico: ou seguramos a mobilização e o movimento até que essa situação estapafúrdia seja resolvida ou sairemos dela totalmente desmoralizados perante a sociedade inteira, principalmente os estudantes. Engolir a proposta de carreira do Governo e da Federação-Fantasma agora, após mais de três meses parados, é um recuo que nem o mais reacionário dos estudantes aceitará. Nossa greve não se vincula ao “tempo” do Governo Federal. Não há nada que nos obrigue a sair da greve porque a data-limite para mudanças na Lei de Diretrizes Orçamentárias (LDO) é o dia 31 de agosto de 2012. Entramos em greve, dia 17 de maio, por uma carreira digna e melhores condições de trabalho. Essa é a nossa luta! Portanto, não podemos arredar o pé um milímetro dela. Aceitar o “acordo fantasma” do Governo é a sentença de morte para a universidade pública, de qualidade e socialmente referenciada que defendemos. É efetivação de um modelo produtivista, baseado apenas na publicação de artigos e capítulos de livros, como se a universidade se resumisse ao nível da Pós-graduação. Para piorar, a nova carreira proposta pelo Governo tem a capacidade de, em curto e médio prazo, destruir a própria Pós-graduação brasileira, principalmente nos Estados do Norte e do Nordeste uma vez que será quase impossível atrair novos doutores com as condições postas. O movimento dos quatro professores do programa de Pós-graduação em História da Universidade Federal do Rio Grande Norte que pediram descrendenciamento por discordar da política produtivista vigente, com a nova carreira, será seguido por outros professores. Não duvidem! Além da carreira e das condições de trabalho, temos uma pauta fundamental: não deixar que essa carreira proposta pelo Governo seja aprovada pois é infinitamente pior que a carreira atual. E é por isso que a nossa greve não pode ser vista como um cheque pré-datado, com data definida para o resgate. Ou o Governo Dilma recua e retira de pauta essa excrescência que é o “acordo fantasma” ou não devemos retomar ao trabalho. Esse é o nosso maior desafio!

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terça-feira, 21 de agosto de 2012

Operação-padrão na Educação Superior


Professores e professoras em greve deveriam copiar (ou adaptar) a “Operação-padrão” realizada pelos policiais federais também em greve. Para quem não sabe o que é essa operação, trata-se de algo simples: quando em greve, os policiais federais passam a fazer aquilo que deveriam fazer sempre: fiscalizam efetivamente. E quando isso acontece nos aeroportos e portos, o caos se instala. Há anos, a universidade brasileira passou pelo que denominei de processo de “assepsia política”. A “Operação-padrão” na Educação Superior, portanto, seria a retomada da efetiva ação política dos professores em sala de aula como forma de preparar os estudantes para o exercício pleno da cidadania. Como pode a universidade cumprir o seu papel fundamental de preparar as pessoas para a vida e não-apenas para o mercado. Essa é a proposta de radicalização da greve nessa nova fase: se formos obrigados a retomar as atividades em sala-de-aula, que haja relação entre todos os conteúdos e a política para a educação superior do País. Imaginemos em cada turma de cada uma das universidades em greve se os professores passassem a esclarecer os estudantes, por exemplo, sobre o uso dos recursos públicos, com recursos do Fundo de Amparo ao Trabalhador (FAT) para financiar Universidades, Centros Universitários e Faculdades? Ou, em cada aula, passar o vídeo da palestra de Maria Lúcia Fatorelli sobre o quanto o Governo Federal gasta para pagar os serviços da dívida e deixa de investir em Educação? É dever de a universidade brasileira contribuir para o refinamento do processo político da sociedade. Não pode se eximir de tratar de assuntos tão fundamentais para a vida do cidadão. Portanto, é fundamental que o ato de terminar a greve não seja seguido de uma “cruzada” de braços. É preciso, qualquer que seja a data do fim da greve, que a mobilização permaneça. Que façamos esclarecimentos maciços sobre a proposta de carreira do Sindicato Nacional dos Docentes das Instituições de Ensino Superior (Andes-SN) e o perigo para a universidade brasileira o acordo firmado pelo Governo com a “Federação Fantasma”, Federação de Sindicatos de Professores de Instituições Federais de Ensino Superior (Proifes-Federação). Penso que esse tipo de medida é essencial para que o verdadeiro espírito que move a universidade renasça.

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segunda-feira, 20 de agosto de 2012

A militância em ação para acabar com a greve dos professores


Parece haver um movimento orquestrado dos professores e professoras tradicionais militantes do Partido dos Trabalhadores (PT) e do Partido Comunista do Brasil (PC do B) com o fim de acabar a greve nas universidades federais brasileiras. Eles participam de Assembleias Setoriais, tentam reiniciar as aulas nos programas de Pós-graduação paralisados e investem, principalmente, em conluio com a mídia, na disseminação de boatos que tenham por meta desestabilizar o movimento, jogar a população e os colegas contra os membros dos Comandos Locais de Greve (CLGs), para, enfim, atingirem o objetivo de tirar o governo Dilma Rousseff da enrascada que se meteu ao forjar um acordo com a “Federação Fantasma” chamada Federação de Sindicatos de Professores de Instituições Federais de Ensino Superior (Proifes-Federação) e empurrar goela abaixo da categoria que além de passar longe das reivindicações de nós grevistas, piora, e muito a carreira atual. Não tenhamos ilusões, o que está em jogo não é apenas um projeto de Governo para Educação. Acima disso, há o projeto de poder do Partido dos Trabalhadores e de seus aliados. E para manter esse projeto de poder, usarão de todas as armas para nos desmoralizar, inclusive aceitar o apoio explícito da revista Veja, hipotecado em editorial, esta semana. As universidades estão nesse bolo maior das privatizações tão elogiado pela Veja. Estejamos em estado permanente de alerta!

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domingo, 19 de agosto de 2012

Governo ameaça: reitores e reitoras rebelam-se


A declaração de apoio do ex-presidente Fernando Henrique Cardoso (FHC) à forma como a presidente Dilma Rousseff “trata” os grevistas parece confirma a tese que tenho defendido há tempos: a política de estado mínimo na Educação foi implantada no Governo FHC e refinada no Governo Lula. Agora, com a ameaça de corte de ponto e  o autoritarismo com que tenta, de todas as formas, não só acabar com a greve, mas, desmanchar o Sindicato Nacional dos Docentes das Instituições de Ensino Superior (Andes-SN), o Governo Dilma não só dá provas de que reza mais pela cartilha de PSDB do que do PT, mas também, demonstra que não sabe lidar com o aparato da democracia sindical. Querer empurrar goela abaixo de uma categoria um acordo forjado com uma “Federação Fantasma” chamada Federação de Sindicatos de Professores de Instituições Federais de Ensino Superior (Proifes-Federação) ao invés de acabar com a greve, acirra mais ainda os ânimos e provoca revolta da categoria. Foi por esse tipo de “movimentação” que Dilma recebeu apoio incondicional de FHC. Só falta mesmo ela tomar a decisão de, ao invés de sair do campo da ameaça, efetivamente cortar o ponto dos professores em greve. Terá, porém, de enfrentar a rebelião de alguns reitores e reitoras que não são ligados diretamente ao Partido dos Trabalhadores (PT). Dentre elas, a reitora da Universidade Federal do Amazonas (Ufam), Márcia Perales Mendes e Silva. Em reunião com representantes do Comando Local de Greve (CLG), sexta-feira, dia 17, a reitora da Ufam garantiu que não cortará o ponto de nenhum servidor em greve e acará com as consequências do ato, quaisquer que as sejam. Os reitores e reitoras foram ameaçados de sanções administrativas por parte da Controladoria Geral da União. No fundo trata-se de mais uma forma de pressionar de todas as formas para decretar o fim da greve na marra. Dilma corre o risco de terminar o ano tendo em FHC seu único admirador.

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sábado, 18 de agosto de 2012

Ufam e UnB iniciam parceria no Largo de São Sebastião


A Universidade Federal do Amazonas (Ufam), representada pelo Grupo de Pesquisa em Ciências da Comunicação, Informação, Design e Artes (Interfaces), liderado pelo professor Gilson Monteiro, que também coordena o Programa de Mídias Digitais da Ufam (Ecoem) e a Universidade de Brasília (UnB), por meio do Laboratório de Pesquisa em Arte Computacional (MidiaLab), coordenado pela professora Suzette Venturelli, deram hoje o primeiro passo para o surgimento de uma parceira de cooperação técnico-científica entre as duas instituições: realizam hoje, às 19h, no Largo de São Sebastião, a apresentação do Projeto Geopartitura. Os estudantes de doutorado em Arte Computacional da UnB, Claudia Loch e Francisco Barreto, acompanhados da técnica da UnB e pesquisadora do MidiaLab, Juliana Hilário, fazem hoje, na Praça, uma demonstração do Projeto Geopartitura, que estuda “questões emergentes envolvendo a música, a geografia, e dispositivos móveis como celulares para permitir a criação coletiva georeferenciada de um sistema multimídia em tempo real. O geoposicionamento de cada celular permitirá ao sistema conectar cada aparelho aos demais, dentro de um raio de “descoberta”, criando para cada conexão estabelecida uma corda virtual que vibra e soa de acordo com a distância entre os pontos.” Hoje, pela manhã, às 9h, Juliana e Francisco ministraram uma oficina sobre o Geopartitura para estudantes e membros dos grupos de Pesquisa Interfaces e Linguagens, Mídia e Moda (Mimo), ambos coordenados pelo professor Gilson Monteiro. Amanhã, os pesquisadores do MidiaLab deslocam-se ao município de Itacoatiara a fim de fazerem uma apresentação do projeto naquela cidade. Ao retornarem a Manaus, farão mais uma apresentação e uma oficina ainda em locais a serem definidos. Vale ressaltar que as atividades hoje realizada foram autorizadas pelo Comando Local de Greve (CLG) pois os estudantes e membros dos dois grupos de pesquisas participam ativamente das atividades “potencializadoras da Greve” promovidas pelo CLG.
Juliana Hilário reencontra em Manaus o Guaraná da sua infância

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sexta-feira, 17 de agosto de 2012

Prioridade do Governo: investir na Educação privada


A prioridade do Governo Federal, ainda que tenha mudado do PT para o PSDB, parece ser sempre o investimento na Educação superior privada. Hoje comentarei pouco. As fotos falarão por mim. Vejam, leitores e leitoras! Aqui funcionava o Hotel Maksoud Plaza, à Rua Augusta, bairro de Cerqueira César:

O prédio está em reformas. Funciona, agora, a Sociedade Educacional das Américas:

O detalhe da placa não deixa nenhuma dúvida: “Aqui tem investimento do Governo Federal”.

À esquerda, ao lado da logomarca do Banco Nacional de Desenvolvimento Econômico e Social (BNDES), uma sigla: Fundo de Amparo ao Trabalhador (FAT). Moral da história: recursos dos trabalhadores brasileiros financiam a educação privada. Nada mais a comentar!

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quinta-feira, 16 de agosto de 2012

Boato sobre a reabertura das negociações


Circula na Internet, especificamente no Facebook, o boato de que o Governo Federal teria reaberto as negociações com o Sindicato Nacional dos Docentes das Instituições de Ensino Superior (Andes-SN). Oficialmente, nenhum membro do Comando Nacional de Greve (CNG) foi informado da novidade. A notícia espalhou-se com um rastilho de pólvora. Por enquanto, porém, não passa de boato. O que se tem de oficial é que o Andes-SN, em ato público realizado hoje, pela manhã, foi recebido na Secretaria da Presidência da República e nova Carta à Presidente Dilma Rousseff fora entregue. O documento exigia a reabertura das negociações e reafirmava o Andes-SN como o único representante dos professores e professoras das universidades federais em greve. O boato tem certa lógica em função dos fatos ocorridos esta manhã, em Brasília. No entanto, não há nada de oficial. Pode até ser que, agora, quem conduza as negociações, se forem reabertas, seja realmente o ministro Gilberto Carvalho. Porém, a informação de que as negociações foram reabertas não está confirmada oficialmente. Haverá reunião do CNG hoje, às 20h. Caso tenha havido qualquer sinalização do Governo, a informação só será oficialmente repassada aos delegados nesta reunião.

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quarta-feira, 15 de agosto de 2012

Estudantes de Mestrado em Letras vão à Justiça


Hoje pela manhã, ouvi em uma rádio local, uma reportagem na qual “estudantes do Mestrado em Letras” da Universidade Federal do Amazonas (Ufam) ameaçam ir à Justiça para garantir o direito de defenderem as dissertações. Não vejo problema nenhum que qualquer pessoa, ao se sentir com seu direito ferido, procure a Justiça para que tente corrigir a situação de injustiça por ela alegada. A tal estudante do Mestrado em Letras “que não quis se identificar”, porém, proferiu uma série de inverdades que, levadas ao ar em uma rádio da cidade, tendem a jogar a opinião pública contra nós, os professores em greve e não contribuem em nada para que o problema maior que é o descaso do Governo Federal em relação à categoria dos docentes em greve seja solucionado. As inverdades fora tantas que, me parecem, tinham o fim não de solucionar o problema das estudantes (ela disse não ser só ela), mas, de ferir não só os grevistas, mas também, o Comando Local de Greve (CLG). A primeira alegação de que professores de fora, da Universidade Federal de Santa Catarina (UFSC), viriam para compor a Banca de Defesa da referida candidata não procede. A não ser que a própria coordenação do Mestrado em Letras tenha solicitado a passagem ilegalmente e marcado a defesa. Como o período letivo foi suspenso, não apenas para os cursos de Graduação, marcar defesas em Pós-graduação em período de greve, é, com a máxima boa vontade, furar a greve. Portanto, a passagem do professor que faria parte da banca nem deveria ser solicitada pela coordenação do Mestrado. Se o fez, tem de arcar com as consequências do ato. Alegar que serão jubilados se não defenderem no período previsto para a finalização do curso só pode ser visto, mais uma vez, como forma de tentar jogar a população contra os professores e professoras em greve. Quando uma categoria entra em greve, da mesma forma que o trabalho é suspenso, os prazos também o são. Assim sendo, enquanto a greve não for finalizada, é ilegal e impossível que os estudantes de qualquer nível sejam jubilados. Se os jubilarem, aí sim, essas estudantes estariam “com a faca e o queijo” à mão para ganhar a ação judicial. Ir à justiça é um direito. Ameaçar fazê-lo por meio da mídia parece mais uma tentativa de intimidação.

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terça-feira, 14 de agosto de 2012

Governo nem toca na questão dos professores em greve


O Governo Federal não aguentou a pressão e começa a receber hoje, pela manhã, parte dos servidores federais em greve. Os primeiros a serem recebidos são os representantes da Confederação dos Trabalhadores no Serviço Público Federal (Condsef). Essa entidade representa 26 categorias do funcionalismo público federal e é quem tem denunciado o governo federal junto à Organização Internacional do Trabalho (OIT), bem como ingressou com com Ação Direta de Inconstitucionalidade (ADI) no Supremo Tribunal Federal (STF) contra o decreto da presidente Dilma Roussef que permite a substituição de servidores federais em greve. Hoje, ainda, o Ministério do Planejamento também começa a negociar com os servidores em greve do Instituto Nacional de Colonização e Reforma Agrária (Incra) e do Ministério do Desenvolvimento Agrário (MDA). Amanhã, serão recebidos os policiais federais, dos servidores do Instituto Brasileiro de Geografia e Estatística (IBGE) e do Instituto Nacional do Seguro Social (INSS). Em nenhum momento, porém, o Governo sinaliza que esquecerá o acordo forjado entre ele e a Federação de Sindicatos de Professores de Instituições Federais de Ensino Superior (Proifes-Federação). Ao que tudo indica, continuará ignorando os servidores, professores e professoras das 54 universidades federais em greve assim como o faz com a entidade que representa os professores e professoras das universidades federais em greve, o Sindicato Nacional dos Docentes das Instituições de Ensino Superior (Andes-SN). Ao contrário, ameaça com o corte de ponto, o que só acirra os ânimos. Enquanto isso, a base do Andes-SN reúne-se em assembleias gerais nas universidades em greve, e reafirma a posição de não retomar as atividades enquanto não forem reabertas as negociações e feita uma proposta que reestruture a carreira e aborde as condições de trabalho.

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segunda-feira, 13 de agosto de 2012

Servidores federais recebem apoio das centrais sindicais


As mais de 30 categorias em greve, dentre elas os professores e técnicos das universidades e institutos federais, e os mais de 350 mil servidores públicos federais em greve receberam o apoio da Central dos Trabalhadores e Trabalhadoras do Brasil (CTB), Central Única dos Trabalhadores (CUT), Força Sindical, Nova Central (NCST) e União Geral dos Trabalhadores (UGT). A se levar em conta que a CUT é ligada umbilicalmente ao Partido dos Trabalhadores (PT), que governa o País, trata-se de um reforço e tanto ao movimento dos trabalhadores que exige do Governo não apenas a abertura das negociações, mas, respeito às entidades representativas das categorias. Em nota divulgada nos seus sites, as centrais sindicais repudiaram o que chamam de autoritarismo do governo federal na “condução” das negociações. No comunicado, “as centrais pedem a regulamentação da Convenção 151, da Organização Internacional do Trabalho (OIT) - que trata do direito à greve e organização coletiva dos trabalhadores. As entidades criticam o corte do ponto e a substituição de grevistas pelo governo, afirmando que isso "serve apenas para acirrar os ânimos e pôr lenha na fogueira do descontentamento do funcionalismo público federal." Com essa demonstração pública de apoio espera-se que o Governo sensibilize-se e retome as negociações com os professores e professoras em greve, suspensa desde o dia 03 de agosto após a assinatura de um acordo forjado entre o governo e a Federação de Sindicatos de Professores de Instituições Federais de Ensino Superior (Proifes-Federação). Que, definitivamente, o Governo entenda que essa Federação fantasma não representa a maioria dos professores e professoras em greve.

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domingo, 12 de agosto de 2012

A pressão do Governo Federal para acabar a greve


O Governo Federal usa de todos os artifícios de artimanhas possíveis para tentar acabar com a greve dos professores e professoras das universidades e dos intitutos federais de educação. Nem que seja se aliar aos grandes grupos e Comunicação como Rede Globo de Televisão e Folha da Manhã, que edita a Folha de S. Paulo. A matéria divulgada por aquele jornal na última sexta-feira e reproduzida em vários blogs e portais de notícias é um exemplo desse conluio contra a greve dos professores e professoras. É vergonhoso que um Governo que se diz do Partido dos Trabalhadores (PT) use esse tipo de artimanha para atingir trabalhadores legalmente em greve e jogá-los contra a opinião pública. Para fazer parte desse jogo, o jornal Folha de S. Paulo ouviu o advogado-geral da União, Luís Inácio Adams, ameaçar os reitores das universidades federais que não ser curvaram às pressões nem do senhor Sérgio Mendonça nem do senhor Amaro Lins e não informaram nem os nomes dos professores nem dos técnicos em greve. O titular da Advocacia Geral da União (AGU) disse que os reitores e reitoras que não informaram os nomes dos grevistas “serão responsabilizados por improbidade administrativa”. Adams declarou ao jornal que a responsabilidade dos reitores e reitoras que não mandaram a lista dos grevistas para efeito de corte de ponto deverão ser investigados pelo Tribunal de Contas da União (TCU), pela Controladoria Geral da União (CGU) e pelo Ministério Público. Fica mais do que evidente que se trata de uma nova forma de pressão com o fim de tentar desmobilizar professores e professoras em greve. É vergonhoso que esse Governo do Partido dos Trabalhadores (PT) tenha a ousadia de se unir aos setores mais retrógrados da mídia brasileira pata tentar desmoralizar trabalhadores em greve. O uso desse tipo de pressão via mídia é mais uma das tantas covardias desse Governo contra nós, professores e professoras e contra o sindicato que nos representa. Lastimável!

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sábado, 11 de agosto de 2012

A reação das particulares na Internet contra as cotas


Era só o que me faltava! Quando pensei já ter recebido os e-mails mais impossíveis, eis que me chega o convite para assinar uma “petição pública” contra a cota de 50% de vagas para os estudantes que cursaram integralmente o Ensino Médio nas escolas públicas. A tal petição é assinada apenas por “os signatários” e tenta dar a entender que se trata de uma reação da sociedade. A máscara cai, porém, no primeiro clique. Ao se abrir a página, depara-se com um link “Bolsa do Prouni”. Logo abaixo do link uma chamada: “Agora Você Pode Entrar na Faculdade. Conheça Nossos Cursos!”. Fica mais do que evidente que o lobby contra a cota de 50% de vagas destinadas aos estudantes provenientes das escolas públicas, aprovada no último dia 6 pelo Senado Federal, não é apenas das universidades, centros universitários e faculdades particulares. A tal petição pública, pelos anúncios e a forma como foi assinada, é o lobby, também, dos donos de cursinhos pré-vestibulares. Essa turma vende a Educação como se fosse um ingresso para o céu. Quando a universidade federal é empurrada, pelo Senado, por Lei, a cumprir efetivamente o seu papel social de criar oportunidades aos menos favorecidos a gritaria é geral. E são usados todos os artifícios possíveis, inclusive tentativas de burlar a boa fé das pessoas, por meio da Internet, com petições ditas públicas que, porém, escondem interesses particulares. É mister que estejamos atentos e não caiamos na lábia dessas pessoas, muito menos dos nossos colegas professores reacionários e refratários a qualquer tipo de Lei que aproxime, efetivamente, a universidade de cumprir o papel social que sempre deveria ter cumprido. Universidade pública tem de ser sim, o lugar para a entrada dos melhores, dos mais capazes. Porém, deve unir esse propósito ao de dar oportunidade aos filhos da classe trabalhadora. A política de cotas aprovada no Senado promove mais justiça social. Portanto, está no sangue de quem defende uma universidade pública, de qualidade e socialmente referenciada.

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sexta-feira, 10 de agosto de 2012

MEC/SESU oficializa uma mentira por ofício


Impressiona a cara-de-pau do Secretário de Educação Superior do Ministério da Educação, Amaro Henrique Pessoa Lins. Reproduzirei, na íntegra, o Circular nº 08/2012 GAB/SESU/MEC Brasília, datado do dia 03 de agosto de 2012. No documento, o Governo Federal desconhece completamente a existência Sindicato Nacional dos Docentes das Instituições de Ensino Superior(ANDES-SN). O assunto do documento revela isso: ” Conclusão das negociações com a representação sindical dos docentes federais.” Como as negociações podem ser concluídas se dois dos sindicatos envolvidos não dera aval ao que o Governo chama de “acordo”? Todo o teor do documento é prepotente e revela a presunção e o desprezo com que o Governo trata o ANDES-SN. Se não, vejamos:
“Ofício Circular nº 08/2012 GAB/SESU/MEC Brasília, 03 de agosto de 2012.
Aos: Magníficos(as) Reitores(as) das Universidades Federais
Assunto: Conclusão das negociações com a representação sindical dos docentes federais.
Magnífico(a) Reitor(a),
1. Informamos a Vossa Magnificência que o governo federal concluiu na noite de quarta-feira, 1º de agosto, as negociações com a representação sindical dos docentes federais. Seguem agora as etapas para aplicação do plano de carreira acordado, a ser implementado a partir de março de 2013. Na próxima segunda-feira, dia 6, serão abertas as negociações com os servidores e técnicos administrativos das universidades e institutos federais.
2. O plano prevê reajuste mínimo de 25% e máximo de 40% nos salários, dividido em três parcelas anuais, a partir de março de 2013, na proporção de 40%, 30% e 30%. Assim, um profissional com doutorado recém-ingressado na carreira passa a receber salário de R$ 8.439,77 durante o estágio probatório. Concluído esse período, de três anos, chegará a R$ 10.007,24. Para o topo da carreira — professores titulares com dedicação exclusiva —, o aumento proposto é de 40%, o que significa salários superiores a R$ 17 mil.
3. Para a concessão do reajuste, o governo federal liberou R$ 4,2 bilhões e pretende encaminhar esses valores na proposta orçamentária que será enviada ao Congresso Nacional até o fim deste mês. Na proposta apresentada às representações sindicais, o governo prevê ainda a criação de grupos de trabalho - formados por reitores indicados pela Andifes e Conif, representação de sindicatos que aderirem ao acordo MEC e MPOG - para discutir e aprofundar questões relativas ao plano de carreira dos professores, respeitados os limites da autonomia pedagógica e administrativa das universidades e dos institutos federais.
4. As negociações com os docentes das universidades e institutos federais iniciaram-se no ano passado. Em agosto de 2011, o governo concordou em conceder, em março deste ano, aumento linear de 4% nos salários e incorporar as principais gratificações. A seguir, abriria negociações sobre o plano de carreira. O aumento precisou da força de uma medida provisória (nº 568). Ela passou a vigorar em 11 de maio último, com efeito retroativo a março.
5. O ministro da Educação, Aloizio Mercadante, tem reiterado que, em um cenário de crise internacional e incerteza econômica, o governo federal reconhece o papel preponderante dos professores. De tal sorte que liberou R$ 4,2 bilhões para serem aplicados em três anos. Ressalto ainda que o plano contempla o fortalecimento dos pilares máximos da universidade de excelência, com foco na pesquisa, ensino e extensão.
6. Apesar da extensão da proposta, a representação sindical divide-se. O governo está convencido de que a base da categoria dos docentes é favorável ao acordo —
em plebiscitos realizados pela Federação de Sindicatos de Professores de Instituições Federais de Ensino Superior (Proifes), 75% dos professores optaram pela aceitação. Além disso, as universidades federais do Rio Grande do Sul e de São Carlos manifestaram-se pela volta às atividades normais. Assim, foi assinado termo de acordo entre o governo federal e o Proifes, nesta sexta-feira, 3, com base na proposta apresentada no último dia 24 de julho, incluída alterações pelos movimentos sindicais.
7. A expectativa do MEC é de que as universidades e institutos federais retomem as atividades e reponham adequadamente as aulas suspensas por conta da paralisação, reduzindo os prejuízos dos estudantes e toda a comunidade acadêmica.
8. Por fim, solicitamos o apoio de Vossa Magnificência para ampla divulgação das informações em sua comunidade e nos colocamos à disposição para qualquer esclarecimento que for necessário.
Atenciosamente,
Amaro Henrique Pessoa Lins
Secretário de Educação Superior do Ministério da Educação”
Não foi à toa que a decisão provocou revolta e indignação na categoria dos professores e professoras em greve. O tom do documento é revoltante!

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quinta-feira, 9 de agosto de 2012

Particulares ameaçam ir à justiça contra a cota nas federais


As Universidades, Centros Universitários e Faculdades acusaram imediatamente o golpe com a aprovação pelo Senado Federal das cotas de 50% das vagas para estudantes do Ensino Médio provenientes das escolas públicas. Ameaçam ir à Justiça para que a política de cotas não seja implantada. Isso prova que a minha análise de ontem, neste espaço, sob o título de “Senado força universidades a cumpri papel social” estava correta. Com a implantação plena da política de cotas nas federais, o filão das particulares seria atingido mortalmente. Como tinha ressaltado ontem: “Não é nem necessário se fazer uma pesquisa criteriosa e científica para se descobrir que os estudantes dos filhos das classes C, D e E, se quiserem, são obrigados a pagar mensalidades, na maioria das vezes caríssimas, em universidades, centros universitários e faculdades particulares. Filhos das classes média e alta eram os mais beneficiados com o ensino não pago diretamente, uma vez que a universidade é pública, não paga, porém, não gratuita. Com a medida, o Senado termina por forçar as universidades federais a cumprir o papel social de dar oportunidade às classes menos favorecidas de ter acesso ao ensino superior administrado pelo Estado.” A reação imediata das particulares é sinal de que, há muito, as universidades públicas, independentemente da Lei ora aprovada, já deveria ter assumido e implantado uma política de cotas decente. Que a defesa das cotas seja mais uma luta da nossa categoria dos professores (e professoras) nesta greve.

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quarta-feira, 8 de agosto de 2012

Senado força universidades a cumprir papel social


O Senado Federal aprovou, terça-feira, em votação simbólica, matéria relatada pela senadora Ana Rita (PT-ES), que institui a política de quotas que destina 50% das vagas nas universidades federais brasileiras aos estudantes negros, pardos e indígenas e que tenha cursado todo o segundo grau em escolas públicas. A matéria já foi aprovada na Câmara dos Deputados e agora segue para a sanção da presidente Dilma Rousseff. A reserva de 50% será dividida da seguinte forma: 25% será destinada aos estudantes negros, pardos ou indígenas de acordo com a proporção dessas populações medida pelo Instituto Brasileiro de Geografia e Estatística (IBGE). Os outros 25% serão destinados aos estudantes que cursaram todo o Ensino Médio, antigo segundo grau, em escolas particulares e cujas famílias tenham renda per capita que não ultrapasse um salário mínimo e meio. A Lei aprovada no Senado é uma combinação das políticas de cotas sociais e raciais existentes em algumas universidades federais brasileiras. Essa uniformização tem um lado bom: enfim, a universidade pública brasileira cumprirá o papel social a ela destinado, porém, pouco cumprido. Não é nem necessário se fazer uma pesquisa criteriosa e científica para se descobrir que os estudantes dos filhos das classes C, D e E, se quiserem, são obrigados a pagar mensalidades, na maioria das vezes caríssimas, em universidades, centros universitários e faculdades particulares. Filhos das classes média e alta eram os mais beneficiados com o ensino não pago diretamente, uma vez que a universidade é pública, não paga, porém, não gratuita. Com a medida, o Senado termina por forçar as universidades federais a cumprir o papel social de dar oportunidade às classes menos favorecidas de ter acesso ao ensino superior administrado pelo Estado. Merece loas a medida.

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terça-feira, 7 de agosto de 2012

O jogo do Governo para atingir o Andes-SN


Mais que assinar um acordo forjado conjuntamente com a Federação de Sindicatos de Professores de Instituições Federais de Ensino Superior (Proifes-Federação) o Governo Federal tenta, de todas as formas, atingir e desmoralizar o Sindicato Nacional dos Docentes das Instituições de Ensino Superior (Andes-SN). Esse parece ser o pano de fundo que se esconde por trás do jogo político do Governo desde o início da greve dos professores deflagrada no dia 17 de maio de 2012. Cada passo é orquestrado entre Proifes e Governo, inclusive as entrevistas às emissoras de televisão, não com o fim de negociar ou encontrar uma solução para a greve. Tudo é feito com um único foco: desacreditar o Andes-SN junto aos próprios professores das universidades e institutos federais e à sociedade. Isso tem de ficar muito claro entre todos nós, professores e professoras, na hora de discutir o reestabelecimento das negociações ou o fim da greve. Acima da negociação da carreira de professor federal proposta pelo Andes-SN está o jogo político entre quem irá ou não representar as bases dos professores e professoras daqui para a frente. Proifes e Governo apostaram que, com o alongamento da greve, o Andes-SN sairia tão chamuscado que seria obrigado a sair da greve e a engolir o arremedo de acordo empurrado por eles. O tiro saiu pela culatra. A greve ficou mais forte e os professores arrancaram a máscara da Proifes. O retorno do Governo à mesa de negociações é inevitável. Caso não ocorra, cairá sobre ele (e sua sócia Proifes) a pecha da intransigência. Manter a mobilização é fundamental para vencer esse jogo de nervos imposto a nós pelo Governo.

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segunda-feira, 6 de agosto de 2012

O exemplo dos estudantes chilenos para os brasileiros


Os estudantes o Chile estão nas ruas, praticamente em uma guerra aberta contra o estado chileno, em defesa de a educação ser gratuita em todos os níveis. O fato deve servir de alerta aos estudantes brasileiros. A defesa da universidade pública, gratuita, de qualidade e socialmente referenciada não passa por aceitar o arremedo de acordo forjado entre o Governo Federal e a Federação de Sindicatos de Professores de Instituições Federais de Ensino Superior (Proifes-Federação). Ao contrário, o que foi proposto é mais uma forma de privatizar por dentro a universidade brasileira. Antes de ferir a autonomia universitária, o acordo forjado fere a autonomia sindical e o conceito de representatividade. Ao por os professores em greve na parede e tentar impor um acordo na marra, o governo dá mostras de que não se curva às bases e aos processos democráticos de escolha das lideranças sindicais. Da mesma forma, quer, na marra, por as universidades públicas e os instituto federais nas cordas e obrigá-los a aceitar uma carreira que fere todos os preceitos democráticos construídos ao longo do tempo pela luta dos professores. O exemplo dos estudantes do Chile, numa hora dessas, é fundamental para fortalecer a luta dos professores, dos técnicos e dos estudantes. Fortalecer a greve é essencial para conseguirmos a vitória contra a tirania desse sindicalismo de Estado.

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domingo, 5 de agosto de 2012

Governo incentiva graduação na iniciativa privada


O governo brasileiro e parte dos intelectuais do País (se é que essa figura existe pelas bandas de cá) defendem, ainda que não abertamente, um modelo de educação no qual o Estado abre mão de “cuidar”, no nível superior, dos cursos de graduação e passa a ter um olhar dirigido aos cursos de Pós-graduação. A tendência atual parece ser de transferir à iniciativa privada a tarefa de formar os estudantes de graduação e, às universidades públicas, a formação em pós-graduação. Ao sancionar a lei que troca dívidas das instituições particulares por bolsas do Programa Universidade para todos (ProUni), o Governo Federal, além de transferir recursos públicos para a iniciativa privada, manda o recado: cuidem da graduação no País! Paralelo a esse movimento, o Governo, ao invés de investir efetivamente na carreira de docente federal, investe abertamente em criar uma disputa insana dentro da própria categoria: forja um acordo com a Federação de Sindicatos de Professores de Instituições Federais de Ensino Superior (Proifes-Federação) que só acentua a vala abissal que existe entre os professores dentro da própria carreira. E se isso já existe na carreira atual, com os 17 níveis, essa distância entre os que iniciam (com títulos menores como de especialização e mestrado) e os mais próximos do topo da carreira (com títulos de doutores), a carreira proposta acentua ainda mais esse desnível e, por incrível que pareça, prejudica sensivelmente os professores Associados, faixa na qual, ou estão, ou vão entrar os professores que atuam nos programas de Pós-graduação no País. Ora, ao retirar o incentivo financeiro, quando não, dificultar a progressão dos professores que trabalham nos cursos de Pós-graduação, o Governo manda outro recado: virem-se! A criação dos mestrados profissionalizantes, com a possibilidade de esses cursos serem pagos, é mais um movimento para, também, o governo sair, de mansinho da pós-graduação financiada pelo Estado. Esse modelo produtivista, portanto, tem uma lógica perversa: retira do Estado a obrigação constitucional de financiar a educação superior no País e transfere aos professores “produtivos” o mérito pelo financiamento das instituições. Na concepção de carreira defendida pelo Sindicato Nacional dos Docentes das Instituições de Ensino Superior (Andes-SN), os professores recebem uma remuneração justa e digna para ser professor e desenvolver atividades de ensino, pesquisa e extensão de forma equilibrada. E foi por acreditar nessa concepção de carreira que entramos em greve. Não cabe ao professor captar recursos para as instituições. Isso é tarefa do Estado e da administração superior. Ao cair na armadilha de que “é o melhor, o mais produtivo”, o professor termina por funcionar como fonte de exploração do capitalismo de Estado. Com isso, nas greves, passa a atuar ao lado do patrão, o Estado, e não ao lado dos demais colegas professores. Refletir sobre isso é fundamental para entender a lógica da carreira que defendemos conjuntamente por meio do Andes-SN.

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sábado, 4 de agosto de 2012

Presunção e prepotência do Governo Federal


Há, no meu entendimento, duas possibilidades de se analisar o movimento unilateral do Governo Federal em querer encerrar a greve dos professores e professoras “na marra”: ou os “negociadores” do Governo são inexperientes e estão completamente perdidos no processo ou acomodaram-se com a popularidade do Governo Dilma e resolveram demonstrar extremas presunção e prepotência. Porque não é possível que eles (os negociadores) acreditassem que as 54 seções sindicais filiadas ao Sindicato Nacional dos Docentes das Instituições de Ensino Superior (Andes-SN) aceitariam um “acordo” forjado entre o próprio Governo e a Federação de Sindicatos de Professores de Instituições Federais de Ensino Superior (Proifes-Federação). O resultado foi acirrar os ânimos dos professores e professores, já revoltados com o descaso do Governo, que votaram pela continuidade da greve. Tentar por fim a uma greve tão densa como a que está em curso pelo uso da força não parece ser a melhor estratégia do “governo dos trabalhadores”. Até militantes do Partido dos Trabalhadores (PT) não entendem a forma como se tem tratado o assunto. A continuar essa postura de prepotência, é bem possível que a greve seja muito mais longa do que o próprio movimento poderia imaginar. Negociação só existe se não houver imposição. Se não for falta de inteligência querer impor a vontade de apenas 5% da categoria aos demais 95% só pode ser a mais pura presunção.

Se você ainda não leu a “Carta aberta ao secretário Sérgio Mendonça”, cliquei aqui, leia e replique. Todos precisamos refletir sobre o problema. Juntos!

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