Dados da Secretaria de Estado da Ciência e Tecnologia (Secti) do
estado do Amazonas divulgados pelo Twitter, hoje, dão uma ideia de como a
política de Pós-graduação brasileira, volto a dizer, implantada no Governo de
Fernando Henrique Cardoso e refinada no Governo de Luiz Inácio Lula da Silva, é
baseada em uma espécie de marketing positivo, porém, em verdade, tende à desvalorização.
A secretaria divulgou que o valor das bolsas, tanto de mestrado quando de
doutorado, perderam 55% do valor, tomado como base o ano de 1994. Isso
significa que, de lá para cá, os governos fingem que investem em Ciência e
Tecnologia, porém, não conseguem repor nem a inflação do período. Esse é o
problema do “acordo” forjado entre o Governo Federal e a “Federação-Fantasma”
denominada Proifes: centra toda a lógica da Educação Superior brasileira nos
programas de Pós-graduação e seus métodos de avaliação. Além disso, esconde que
a o “acordo” imposto não consegue repor nem a inflação do período, muito menos
a inflação futura. A proposta de carreira que o Governo empurra goela abaixo
dos professores e professoras também esconde outro víeis perverso: tira dos
ombros do poder público o investimento na Educação Superior e transfere aos
professores a captação de recursos para as universidades federais. A armadilha
da tal proposta de “acordo” assinada pela Federação-Fantasma é exatamente essa:
transformar professores, que em muitos casos já se consideram apenas
pesquisadores, não mais trabalhadores, em “empreendedores da Educação”. Não
demora, e percentuais similares aos da queda nas bolsas de Pós-graduação também
serão diminuídos dos investimentos federais em Educação. Esse modelo perverso,
porém, incentiva o surgimento de fundações de apoio para, ao invés de apoiarem
atividades das universidades que fingem apoiar, transformem-se em lavanderias
dos recursos ilegais recebidos por professores-empreendedores nas chamadas
consultorias. Essa é a mágica do Governo para não pagar salários dignos e
satisfazer os “empreendedores” individuais. Com a legitimação do modelo ora
proposto o Governo ainda ganha, de quebra, a desmobilização das lutas coletivas
e o acirramento do individualismo acadêmico. Nada mais maquiavélico e perfeito
para solidificar o modelo de Estado mínimo na Educação.
Se você ainda não leu a “Carta aberta ao secretário Sérgio Mendonça”, cliquei
aqui, leia e replique. Todos precisamos refletir sobre o problema. Juntos!
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