Professores e professoras em greve deveriam copiar (ou adaptar) a “Operação-padrão”
realizada pelos policiais federais também em greve. Para quem não sabe o que é
essa operação, trata-se de algo simples: quando em greve, os policiais federais
passam a fazer aquilo que deveriam fazer sempre: fiscalizam efetivamente. E
quando isso acontece nos aeroportos e portos, o caos se instala. Há anos, a
universidade brasileira passou pelo que denominei de processo de “assepsia política”.
A “Operação-padrão” na Educação Superior, portanto, seria a retomada da efetiva
ação política dos professores em sala de aula como forma de preparar os
estudantes para o exercício pleno da cidadania. Como pode a universidade
cumprir o seu papel fundamental de preparar as pessoas para a vida e não-apenas
para o mercado. Essa é a proposta de radicalização da greve nessa nova fase: se
formos obrigados a retomar as atividades em sala-de-aula, que haja relação
entre todos os conteúdos e a política para a educação superior do País. Imaginemos
em cada turma de cada uma das universidades em greve se os professores
passassem a esclarecer os estudantes, por exemplo, sobre o uso dos recursos
públicos, com recursos do Fundo de Amparo ao Trabalhador (FAT) para financiar
Universidades, Centros Universitários e Faculdades? Ou, em cada aula, passar o
vídeo da palestra de Maria Lúcia Fatorelli sobre o quanto o Governo Federal
gasta para pagar os serviços da dívida e deixa de investir em Educação? É dever
de a universidade brasileira contribuir para o refinamento do processo político
da sociedade. Não pode se eximir de tratar de assuntos tão fundamentais para a
vida do cidadão. Portanto, é fundamental que o ato de terminar a greve não seja
seguido de uma “cruzada” de braços. É preciso, qualquer que seja a data do fim
da greve, que a mobilização permaneça. Que façamos esclarecimentos maciços
sobre a proposta de carreira do Sindicato Nacional dos Docentes das
Instituições de Ensino Superior (Andes-SN) e o perigo para a universidade
brasileira o acordo firmado pelo Governo com a “Federação Fantasma”, Federação
de Sindicatos de Professores de Instituições Federais de Ensino Superior
(Proifes-Federação). Penso que esse tipo de medida é essencial para que o
verdadeiro espírito que move a universidade renasça.
Se você ainda não leu a “Carta aberta ao secretário Sérgio Mendonça”, cliquei
aqui, leia e replique. Todos precisamos refletir sobre o problema. Juntos!
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Isso quer dizer, que chegando dia 31 de agosto, e o governo sem tomar nenhuma medida, é quase que certo que a greve acabe?
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