sábado, 11 de agosto de 2012

A reação das particulares na Internet contra as cotas


Era só o que me faltava! Quando pensei já ter recebido os e-mails mais impossíveis, eis que me chega o convite para assinar uma “petição pública” contra a cota de 50% de vagas para os estudantes que cursaram integralmente o Ensino Médio nas escolas públicas. A tal petição é assinada apenas por “os signatários” e tenta dar a entender que se trata de uma reação da sociedade. A máscara cai, porém, no primeiro clique. Ao se abrir a página, depara-se com um link “Bolsa do Prouni”. Logo abaixo do link uma chamada: “Agora Você Pode Entrar na Faculdade. Conheça Nossos Cursos!”. Fica mais do que evidente que o lobby contra a cota de 50% de vagas destinadas aos estudantes provenientes das escolas públicas, aprovada no último dia 6 pelo Senado Federal, não é apenas das universidades, centros universitários e faculdades particulares. A tal petição pública, pelos anúncios e a forma como foi assinada, é o lobby, também, dos donos de cursinhos pré-vestibulares. Essa turma vende a Educação como se fosse um ingresso para o céu. Quando a universidade federal é empurrada, pelo Senado, por Lei, a cumprir efetivamente o seu papel social de criar oportunidades aos menos favorecidos a gritaria é geral. E são usados todos os artifícios possíveis, inclusive tentativas de burlar a boa fé das pessoas, por meio da Internet, com petições ditas públicas que, porém, escondem interesses particulares. É mister que estejamos atentos e não caiamos na lábia dessas pessoas, muito menos dos nossos colegas professores reacionários e refratários a qualquer tipo de Lei que aproxime, efetivamente, a universidade de cumprir o papel social que sempre deveria ter cumprido. Universidade pública tem de ser sim, o lugar para a entrada dos melhores, dos mais capazes. Porém, deve unir esse propósito ao de dar oportunidade aos filhos da classe trabalhadora. A política de cotas aprovada no Senado promove mais justiça social. Portanto, está no sangue de quem defende uma universidade pública, de qualidade e socialmente referenciada.

Se você ainda não leu a “Carta aberta ao secretário Sérgio Mendonça”, cliquei aqui, leia e replique. Todos precisamos refletir sobre o problema. Juntos!

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