sábado, 31 de dezembro de 2016

Os anos que não nos ensinam

Temos a triste mania de não dar uma olhadinha sequer nas anotações históricas e, mal chega próximo do dia 31, passamos a atribuir todas as mazelas das nossas vidas ao “velho e cansado” ano que se foi. Ao mesmo tempo, distribuímos mil palavras e juras de que o “ano seguinte” será melhor. Pura balela. No dia 02 de janeiro as pessoas fazem filas nos bancos, pagam contas atrasadas, voltam a ser mal-educadas, grosseiras, rudes, com os seus e com os outros e nada muda. Desde 1852 vivemos sob a égide do Calendário Gregoriano, promulgado pelo Papa Gregório XIII, em 4 de outubro de 1852, por meio da bula inter gravíssimas. Encher a cara de álcool e acreditar que o mundo ficará cor-de-rosa a partir de meia-noite beira a ingenuidade. O calendário é uma criação imaginária do homem. A vida não tem datas limitantes. Começa um dia (e noite) qualquer e termina em outro (outra). Simples! Se você quer mudar o mundo, mude-se! Caso não, todo virada de 31 de dezembro para 1 de janeiro será apenas mais um motivo para fogos e bebidas.


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sexta-feira, 30 de dezembro de 2016

Paciência para a Ciência

É preciso paciência, às vezes ao extremo, para conviver com “a Ciência dos bebês”. Paulo José, meu sobrinho de dois anos, é um grude comigo. Inseparável. Manhã, tarde, noite e, se duvidar, madrugada. Quer saber de tudo. Para tudo, uma pergunta. Explicações detalhadas para cada coisa que ele quer saber. Curiosidade aguçada. “Cientista de nascença”. Nascemos cientistas e somos transformados ao longo do tempo. Paciência contém Ciência. Grandes descobertas científicas requerem paciência, dedicação, persistência, trabalho árduo. Meu sobrinho me treina todos os dias. Principalmente a minha paciência. Com ele, talvez eu consiga aprender mais de didática do que nos livros. Exercito a tolerância que não tenho com muitos adultos. Nem meus próprios filhos. Aprendizado permanente dói. E exige paciência!


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quinta-feira, 29 de dezembro de 2016

Ciência não é adivinhação

Uma coisa é olhar para a bola de cristal e predizer o futuro, outra coisa é fazer Ciência. Até acredito que os sensitivos existam. Devem ser poucos. Cientistas, no entanto, são muitos. No entanto, não praticam a adivinhação. Observam a realidade, colhem evidências ou dados científicos e criam modelos de observação da realidade. Esses modelos, no entanto, assim como as teorias, devem ser aceitos pelos demais cientistas, pela comunidade. Caso não, “caem em desgraça”. Muitos modelos e teorias atravessam os tempos, outros ficam pelo caminho. A Ciência segue justamente por ser baseada em verdades relativas. Modelos aceitos hoje amanhã talvez não o sejam. E é desta dinâmica que nascem as descobertas.


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