terça-feira, 13 de dezembro de 2016

O preconceito do jornal popular

Há uma carga de preconceito, às vezes nem percebido, quando se usa a expressão “jornal popular” como sinônimo de “lixo de hoje”, de “jornal de baixo custo” como se estes tipos de jornais só existissem porque “é o que a população quer” ou “é o que vende”. Se há quem se alimente nos lixões, não é por opção. Ao contrário, é pela falta dela. Tivesse possibilidade de se alimentar melhor, acho pouco provável que alguém recorra ao lixo. Eis a metáfora deste tipo de jornal que dizem “ser popular”. Por que, afinal? Por se destinar ao povo?  Porque o povo não pode escolher? Ou porque a ele não é dado opção e escolher? Devemos, jornalistas e donos de jornais, refletir sobre o produto que oferecemos e o produto que podemos oferecer ao público. A desculpa de que “se dá ao povo o que ele quer” funciona mais como um escudo comercial que não serve para a sociedade.


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