quarta-feira, 31 de dezembro de 2014

Novo prazo do Edital Mais Cultura nas universidades

Os ministérios da Educação e da Cultura ampliaram para até o dia 23 de março de 2015 a apresentação de projetos para universidades federais e institutos federais de ciência, tecnologia e inovação concorrerem ao Programa Mais Cultura nas Universidades. Os dois ministérios investirão R$ 20 milhões e cada universidade federal brasileira ou instituto de ciência, tecnologia e inovação poderão apresentar proposta de R$ 500 mil a R$, 1,5 milhão de reais. Cada projeto institucional poderá ser desenvolvido no período de 12 a 24 meses. Os eixos temáticos para a apresentação das propostas institucionais são:
• Educação básica.
• Arte, comunicação, cultura das mídias e audiovisual.
• Arte e cultura digitais.
• Produção e difusão das artes e linguagens.
• Economia criativa, empreendedorismo artístico e inovação cultural.
• Arte e cultura: formação, pesquisa, extensão e inovação.
• Memória, museus e patrimônio artístico-cultural.
A homologação do resultado final e a divulgação das propostas aceitas está prevista, no novo calendário, para o dia 29 de maio de 2015 nos sites do MEC e do MinC.


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terça-feira, 30 de dezembro de 2014

Boato sobre o novo SiSU

Corre um boato pela Internet de que o Sistema de Seleção Unificada (SiSU) de 2015 não terá mais segunda chamada pelo Sistema, mas, apenas por meio das universidades. Por enquanto, trata-se apenas de um boato. No entanto, se ocorrer, é algo que as universidades discutem desde a primeira vez que o Sistema começou a ser usado. As chamadas subsequentes causam um problema grave: estudantes novos nas turmas até quase o fim do semestre seletivo. Caso as universidades passem mesmo a controlar as chamadas, muito provavelmente será reduzida a uma ou, no máximo, duas chamadas. Há outro boato que também já fazia parte das discussões internas: um maior controle dos candidatos às vagas das ações afirmativas. Circula que só poderão se matricular os estudantes que estiverem inscritos no Cadastro Único de beneficiários de Programas Sociais do Governo Federal (CadÚnico). São mudanças que, se ocorrerem, darão mais credibilidade ao Sistema.  Essas mudanças, no entanto, devem atrasar a primeira fila no SiSU. O Instituto Nacional de Pesquisas Educacionais Anísyo Teixeira (INEP) tradicionalmente divulga os resultados do Exame Nacional do Ensino Médio (ENEM) entre os dias 2 e 5 de janeiro, com as inscrições no SiSU até o dia 15 de janeiro. Desta vez, pelo menos o calendário do SiSU pode ser mudado caso os boatos se transformem em fatos. 

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segunda-feira, 29 de dezembro de 2014

Educados para consumir

Ao vivenciar as festas do final de ano me vem uma certeza: somos, a cada dia, educados para consumir. E um consumo desenfreado de bens, de informações, inclusive, de relações. Pasmem, leitores e leitoras, de relações, sim. Ao que parece, no capitalismo moderno, não é mais bem-sucedido só quem possui o vil metal, mas, quem, digamos, tem uma carteira recheada de conquistas. Já não sei mais se se trata de uma visão machista travestida de consumista ou se é um consumismo a encobrir o machismo. O certo é que precisamos, urgentemente, do Ensino Básico ao Superior, começarmos a tratar o tema com mais acuidade. Não se pode mais formar pessoas apenas para o “ter”. Há que se focar na essência, no ser, na vida, na felicidade, que não pode se reduzir a comprar, comprar e comprar. Talvez, como no caso das Mídias Digitais, precisemos, todos, ser desintoxicados da doença do consumir. Para que isso aconteça, uma das saídas e termos a economia doméstica como parte do processo educacional desde as séries iniciais. A visão da sustentabilidade não combina com o consumismo desenfreado. Portanto, é algo para se pensar com muita seriedade se quisermos um mundo melhor para nós e nossos filhos.


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domingo, 28 de dezembro de 2014

Educação para as Mídias Digitais

Há pouco parei para observar minha filha e minha sobrinha. As duas, hipoteticamente assistem uma filme. Cada uma em um sofá. O filme é menos importa. É apenas um motivo para as duas disfarçarem o objetivo original: não desgrudarem  do dispositivo que possuem. Fosse só elas dar-se-ia um jeito. Eu, meu irmão e minha cunhada estamos em frente de casa a degustar um vinho por conta das festas de final de ano. Nenhum de nós larga seu dispositivo móvel. Cada um, a seu modo, no seu mundo. Uma certeza:estamos todos doentes. Viciados. Completamente dependentes. Temos necessidade de saber sobre o outro. O que fazem? O que pensam? O que dizem? Aparentemente, parece    vício saudável. Mas não o é. Porque   outro, em si, pouco importa. Nossa doença, quase uma tara, é nos expormos. Nada parece mais ser privado. A vida, ao que tudo indica, só existe se estiver registrada no Facebook, Twitter, Instagram e quietais. Estamos doentes. Precisamos, urgentemente, de um processo de Educação para as Mídias Digitais. Antes que seja tarde demais para a própria humanidade!


Fraude no ranking do ENEM

O Brasil, a cada dia, se revela “o País das fraudes”. E nem (com o perdão do trocadilho infame) o ENEM escapa. Pois não é que um jornalista descobriu que a escola campeã do Exame Nacional do Ensino Médio (ENEM) também é a mesma escola colocada em 569º lugar! Isso tudo porque a escola pratica uma esperteza que só se admite no Brasil. Em um mesmo local, mantém dois CNPJs. No primeiro, só vincula estudantes de desempenho excepcional, logo, candidatos ao primeiro lugar. No outro CNPJS ficam os estudantes, digamos, “normais”. Com isso, a escola consegue o milagre brasileiro de ser a primeira e, ao mesmo tempo, a 569ª da classificação geral do ENEM. Nana mais tenho a declarar sobre tão sórdida e legal artimanha da escola!

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sexta-feira, 26 de dezembro de 2014

Queremos ser tratados com respeito

Definitivamente, o restante do Brasil tem de entender que nós, os moradores da Amazônia, não queremos nenhum tipo de privilégio, queremos, apenas, ser tratados com respeito. E, por uma questão de justiça, não podemos ser tratados como iguais, se somos diferentes. Logo, temos de ser tratados como diferentes e ponto. E por que somos diferentes? Porque tudo que se faz na Amazônia tem um custo muito maior do que no restante do País. Levantar uma obra em Benjamin Constant, por exemplo, custa, aproximadamente 40% mais caro do que em Manaus. Sem contar que, em Manaus, o custo de uma obra já é até 30% mais caro do que nas demais regiões do Brasil. Assim sendo, se se quer mesmo reduzir as assimetrias regionais, é preciso que bolsas e projetos vencidos por pesquisadores que moram na Amazônia sejam acrescidos de um valor de 30% a 40% a fim de corrigir as assimetrias. Queremos ser avaliados com os mesmos critérios, mas, após o mérito do demonstrado, a correção do valor precisa ser feita. Só assim, efetivamente se terá uma política de Ciência, tecnologia e inovação para a Amazônia. 

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quinta-feira, 25 de dezembro de 2014

A fixação de doutores na Amazônia

Hoje recebi um e-mail de divulgação da senador Vanessa Graziottin (PC do B) com elogios rasgados à escolha de Eduardo Braga (PMDB) para o Ministério das Minas e Energias e de Aldo Rebelo (PC do P) para o Ministério da Ciência, Tecnologia e Inovação (MCTi). Relativamente ao ministro Eduardo Braga, a senadora exaltava os investimentos que ele pode fazer para resolver o problema da energia em Manaus e nas cidades do interior do Estado. Particularmente, depois da derrota como candidato ao Governo do Estado, penso que a atuação de Braga no Ministério é crucial para que ele não morra politicamente no Estado. Pelo que se conhece de Braga, talvez se torne um dos grandes caciques da política nacional. Só depende de o que ele fizer. Quanto ao ministro Aldo Rebelo, chamou-me a atenção no e-mail da senadora Vanessa Graziottin o foco na fixação de doutores na Amazônia. Nunca cruzei com Rebelo na vida. Não se se o que ele pensa é o que a senadora mandou no e-mail, mas, se ele centrar sua atuação em resolver o problema da assimetria da Região em relação às demais regiões do País, fará uma administração com excelentes resultados para a Amazônia. Que as palavras da senadora sejam abençoadas pelo ministro. O Norte inteiro agradecerá! 

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quarta-feira, 24 de dezembro de 2014

Cid Gomes confirmado na Educação

A confirmação do ex-governador do Ceará, Cid Gomes (PROS) como ministro da Educação serve, em primeiro lugar, para nós, os professores e professoras, passarmos um Natal e um Ano Novo de muita reflexão sobre, inclusive, o papel que representamos no processo educacional do País. Está mais do que na hora de começarmos a discutir todo o processo de escolha neste País. Dos ministros de Estado aos ministros do Supremo Tribunal Federal (STF). Da forma como as coisas ocorrem hoje teremos sempre uma democracia capenga. Em Educação, não se pode brincar de fazer política com políticos. Tomara ser surpreendido pelas ações do novo ministro, mas, tenho sérias desconfianças de que teremos problemas. Ao mesmo tempo, aumenta a nossa responsabilidade de fiscalizar, criticar e apontar caminhos. Que o ministro trabalhe e queime a minha língua é o que desejo neste Natal.


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terça-feira, 23 de dezembro de 2014

O método é a meta em Educação

Na fase atual que a educação brasileira se encontra, é impossível negar que se  deve repensar o método se é que queremos chegar à meta de todos: um país melhor. A reflexão serve, inclusive, para se questionar o método da escolha de um ministério, por exemplo. E a pergunta que não quer calar é: o fato de ter sido governador de um estado cujos índices na Educação melhoraram credenciam alguém a se transformar em Ministro da Educação. E se a meta é mesmo ter um país melhor, escolher por mérito técnico e não por ser membro de um partido, não seria a meta? Como nós, professores e professoras, lá na ponta, podemos falar em bons exemplos se, na outra ponta, a forma de se escolher ministros é reprovável? De acordo com Edgar Morin, o método éo percurso. É o modo como se fez o percurso que nos revela como se chegar às metas. Vale tanto para a escolha do ministro quanto do que se vai ministrar. Vale refletir sobre!


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A formação de gestores para a academia

As universidades brasileiras padecem de uma doença que pode se tornar grave à medida que aumenta a complexidade em administrá-las: a falta de formação dos professores e professoras para o exercício da gestão acadêmica e administrativa. Muito antes da Lei de Diretrizes e Bases da Educação Nacional (LDBEN) a comunidade universitária já havia optado pelo princípio da gestão democrática. A LDBEN apenas reforçou esta opção. Acontece, porém, que gestão democrática parece ter se confundido com eleição. Com o isso, o conhecimento técnico, a habilidade de administrar, foi substituída pela capacidade de fazer articulações políticas com o intuito de vencer as disputas internas. E o ato de administrar foi posto em segundo plano. Ora, como não se percebe nenhuma tendência de se rediscutir o processo de escolha dos gestores, há que se tomar uma medida crucial para a saúde administrativa das universidades brasileiras: um processo permanente de formação de gestores para que professores e professoras, quando vierem a assumir cargos administrativos, estejam minimamente habilitados. Sem isso, teremos sempre descontinuidade e solavancos administrativos que prejudicam, e muito, as próprias universidades.

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OBS: Post do dia 22/12/2014

domingo, 21 de dezembro de 2014

Inscrições para graduação sanduíche em Portugal

Estão abertas a partir de hoje e vão até o dia 15 de março de 2015 as inscrições para a 40 projetos de parceria entre as universidades brasileiras e universidades portuguesas. A Coordenação de Aperfeiçoamento de Pessoal de Nível Superior (CAPES) divulgou sexta-feira o Edital EDITAL Nº 74 /2014 que estabelece as regras para que as Instituições submetam seus projetos graduação sanduíche. Este edital se destina apenas aos estudantes de licenciatura nas áreas de Biologia, Física, Matemática, Química e Português, Veja no Programa de Licenciaturas Internacionais (PLI) – Portugal com quais universidades se pode propor projetos cuja finalidade é estimular a formação de professores de educação básica no Brasil. Os projetos terão a duração de dois anos, com possibilidade de prorrogação por mais dois anos com até sete estudantes por ano de vigência. Os projetos aprovados devem iniciar as atividades já em 2015. Os benefícios previstos são: bolsas no exterior, auxílio deslocamento, auxílio instalação e seguro saúde.


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Educar para ser e não para ter

A cada dia que passa tenho mais certeza: a universidade brasileira precisa, com urgência, assumir como missão, educar para ser e não apenas para ter. Ou assumimos isso ou vamos, ainda que indiretamente, deixaremos pistas de que a única forma de ser é ter. O mundo atual parece incrivelmente voltado para o ter dinheiro, sucesso e quetais. Alguém já se perguntou, porém, se é feliz quem tem muito dinheiro, mas, é extremamente solitário? Será que nesta corrida louca pelo ter, nós, da escola, em todos os níveis, não estamos a contribuir para a formação de pessoas mais solitárias, portanto, infelizes? Educar para ser feliz é educar para uma vida saudável, de harmonia com o planeta e com os semelhantes. Não é uma corrida desenfreada para o ter, na qual tudo vale. Pensar a Educação não apenas como um instrumento de formação profissional é o nosso desafio de educadores. que tenhamos forças e meios para vencê-lo!

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OBS: Post do dia 20/12/2014

sexta-feira, 19 de dezembro de 2014

A revolução que o Papa não faz

Que o Papa Francisco é um homem e um líder religioso diferenciado, fica cada vez mais difícil de negar. Defende posições tão avançadas que recomeço a ter orgulho de ser (e ter permanecido católico). Daí a ele dizer que "não há fogo no inferno, Adão e Eva não são reais" está além da conta. Um blog chamado "Sempre questione!" publicou tal nota, que passou a, digamos, "bombar" na Internet. Ao que tudo indica, trata-se de mais uma das tantas mentiras travestidas de verdade que pululam na Internet. Logo em seguida à divulgação da "notícia", passou a circular uma meme com os dizeres:"Fora Obama. E leve o Papa comunista junto". É mais do que evidente que, do ponto de vista jornalístico, a Internet é "terra de ninguém". Portanto, como o próprio Blog alerta, "sempre questione!". Tanto para o jornalismo quanto para o ciência, vale o conselho. Não há verdade absoluta. Tudo deve ser questionado, investigado, para que a "aparência de verdade" não se transforme nela. Que o Papa Francisco é mais do que avançado, não temos como negar. Propagar, porém, que ele faria uma revolução dessas de admitir que Adão e Eva não são reais não faz sentido dado o conservadorismo da Igreja. Mas que a "matéria" renderá muita discussão, isso é fato.


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quinta-feira, 18 de dezembro de 2014

CAPES decreta o fim da trienal

A Comissão de Aperfeiçoamento de Pessoal de Nível Superior (CAPES), decretou, por meio de Nota Oficial, que a Avaliação Trienal, no Brasil, não existe mais. A partir de agora, o Sistema Nacional de Pós-graduação (SNP) será avaliado de quatro em quatro anos. A primeira quadrienal ocorre em março de 2017, com base nos dados coletados nos anos de 2013, 2014, 2015 e 2016. A decisão foi tomada na 68ª reunião do Conselho Superior da CAPES, ocorrida no dia 11 de dezembro de 2014. Também foi aprovada a realização de uma análise de tendências dos programas de Pós-graduação, nascida dos "Seminários de Acompanhamento" introduzidos no Sistema desde 2011. A proposta de realizar uma avaliação quadrienal e começá-la já partir de agora foi da Diretoria de Avaliação da Capes (DAV). Na Comissão de Acompanhamento do Plano Nacional de Pós-graduação (PNPG), o único consenso era de que a Avaliação não poderia mais ocorrer apenas de três em três anos. Membros da Comissão, no entanto, entendiam que mudar as regras do jogo durante o jogo não seria o ideal. Portanto, o que deveria ocorrer era o fim da trienal e, em seguida, a implementação da quadrienal. Além disso, pela proposta, os programas com notas 6 e 7, só deveriam ser avaliados a cada cinco anos. Neste ponto, considero que a DAV da CAPES está correta em unificar o fechamento das avaliações. Com muito tato e habilidade política, valeu, mais uma vez, a "pro-imposição" do diretor de Avaliação da CAPES, Lívio Amaral, um ás em aprovar as propostas que defende.


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quarta-feira, 17 de dezembro de 2014

Exigir melhorias é fundamental

É preciso ficar claro uma coisa: ou como consumidores ou como cidadãos, não podemos somente esperar que haja melhorias na Educação simplesmente por força do mercado. Há que se lembrar que o capital é, foi e será sempre uma mistura de ave-de-rapina com ave-de-arribação: explora, explora até não poder mais para depois mudar de ninho. Esperar que a qualidade venha apenas em função da concorrência talvez seja, da minha parte, uma visão ingênua demais. A regulação e a supervisão por parte do Estado são essenciais para que se garanta um bom serviço educacional ao consumidor. Por outro lado, também é fundamental que o cidadão se mantenha em alerta para cobrar do Estado (e das organizações educacionais) que deem sempre o melhor de si. É deste processo de exigir melhorias permanentemente que, talvez, se tenha uma Educação melhor.


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terça-feira, 16 de dezembro de 2014

Qualidade: uma questão de sobrevivência

A dita mão invisível do mercado, em alguns ramos de negócio, é a única esperança de o consumidor ter mais qualidade. No campo da Educação como negócio, apesar do marco regulatório existente, uma das minhas crenças é de que a mão invisível de Adam Smith entre em ação para tornar melhor a vida de quem necessita dos serviços educacionais. E como isso pode ocorrer? Parece simples! Basta que o serviço público educacional explorado por particulares seja ofertado com nível acima, inclusive, do que é cobrado pelo marco regulatório. Mas, por que um capitalista, acionista de uma organização de educação, faria isso? Parece lógico que, quanto mais qualidade for ofertada aos clientes, no caso estudantes, mais estudantes podem ser atraídos para o negócio, ou melhor para a marca da empresa que explora os serviços educacionais. Qualidade dos serviços e bons laboratórios, portanto, parece ser uma questão de sobrevivência para as organizações educacionais.


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segunda-feira, 15 de dezembro de 2014

Ler, apenas, não basta

Não se mede um sábio pela quantidade de livros que lê, mas, pela capacidade de interpretar. Tanto os livros quanto o mundo. Aliás, é pouco provável que seja possível medir sabedoria, esta, resultado não apenas de medir, mas, de sentir. Tanto as pessoas quanto o mundo. Interpretar, portanto, parece ser o caminho para se chegar à sabedoria. Mas, para se interpretar bem é preciso basear os primeiros passos na leitura. Na qualidade da leitura e não na quantidade dos livros lidos. É preciso saber, porém, que não se cria o hábito da interpretação sem uma (boa ) quantidade de leitura. O desafio, ao que tudo indica, é um equilíbrio entre a leitura da palavra e do mundo, como preconizava Marisa Lajolo. Uma boa dica é recorrer sempre aos bons dicionários como auxiliar à leitura, mas, exercitar a interpretação do que os dicionários trazem. O equilíbrio entre a leitura do mundo e da palavra e a interpretação do que se lê e vê auxilia no desenvolvimento do intelecto.


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O foco da universidade pública brasileira

Fico a me perguntar se não chegou a hora de a universidade brasileira resolver um eterno dilema: ela existe para formar para o mercado ou para a vida? Ainda que a resposta seja para o mercado, acredito sobrar outro dilema: é para o mercado da ciência ou para o mercado das profissões? Não me parece possível fazer as duas coisas ao mesmo tempo. E isso fica evidente quando se tem de responder, exatamente, as duas perguntas aqui levantadas. Uma universidade cujo foco seja a formação para o mercado da ciência é aquela que forma pesquisadores, iniciados na ciência desde os primeiros anos. É uma instituição que busca, nitidamente, encontrar talentos para a pesquisa e para o desenvolvimento científico e tecnológico do País. Na outra ponta, ficam as que forma para o mercado das profissões, ou seja, formam profissionais para o exercício da profissão. E formar para o exercício da profissão não requer que o profissional, necessariamente, seja pesquisador, seja cientista. A instituição pública que não resolver este dilema terá sempre prejudicadas quaisquer tentativas de fazer planejamento estratégico, algo típico de empresas privadas. E, ainda que não faça planejamento estratégico, terá de resolver o dilema se quiser voltar o olhar para o futuro.

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OBS: Post do dia 14/12/2014

domingo, 14 de dezembro de 2014

Fazer jornal não é jornalismo

Tenho dito: há uma diferença abissal entre fazer jornal e fazer jornalismo. Fazer jornal, Impresso, no Rádio ou na Televisão, é tarefa das mais simples. Principalmente o "fazer jornal" que hoje se cobra do jornalista. Praticar o jornalismo, no entanto, vai muito além do ato de fazer o jornal. É uma opção de vida. Quem escolhe ser jornalista faz uma opção preferencial pela investigação profunda, por desvendar "mistérios", inclusive dos políticos e de quem ocupa o poder. Infelizmente, o que vejo hoje, no Brasil, é a Controladoria Geral da União (CGU) e a Polícia Federal (PF) exercendo o papel que seria dos jornalistas. Os jornalistas, digamos, desta nova era do jornalismo, limitam-se a "ter acesso exclusivo aos relatórios do CGU ou da PF". Ao que parece, mais vale ter boa relação com os delegados e ministros do que investigar. Em suma, o jornalismo brasileiro vive uma das maiores crises dos últimos anos. Talvez porque está mais do que na hora de entender que fazer jornal, nem sempre, é jornalismo.

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OBS: Post do dia 13/12/2014

sábado, 13 de dezembro de 2014

A face perversa da internacionalização

Há uma prática internacional reprovável que é a cobrança antecipada pela publicação de artigos em revistas ditas científicas. Trata-se, ao meu ver, de prática indigna, reprovável e que coloca a Ciência no patamar de um mero negócio. Mais ainda: de um negócio no qual predomina a ampla e total falta de escrúpulos. O que me deixa mais espantado é saber que, em algumas casos, tais cobranças são consideradas normais e até incentivadas. Esse é um das facetas perversas da internacionalização que precisam ser melhor avaliadas. Aliás, não apenas da internacionalização, mas, da medição da qualidade de um cientista ou pesquisador pelo número de artigos que publica. Mas, tal prática tem uma lógica: dificultar a competição entre as universidades dos menores centros em relação às dos maiores, pois, com isso, quem pode paga, que não pode, não publica. A redução das assimetrias, nesse caso, só pode ocorrer quando artigos pagos forem retirados da cesta da avaliação. Isso diminuiria um pouco a perversidade.

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OBS: Post do dia 12/12/2014

sexta-feira, 12 de dezembro de 2014

CNPq cria diretoria de Ciências Humanas

O Conselho Nacional de Desenvolvimento Científico e Tecnológico (CNPq), enfim, cedeu a uma pressão da Comunidade Científica brasileira e aprovou, em reunião do Conselho Deliberativo, no dia 26 de novembro de 2014, a criação da Diretoria de Ciências Humanas e Sociais Aplicadas. Esclareça-se, porém, que a demanda foi encaminhada pela Diretoria Executiva do CNPq ao Conselho Deliberativo. A aprovação, no entanto, não significa que já será implementada. A decisão deverá ser submetida ao Ministério da Ciência, Tecnologia e Inovação (MCTI), para, em seguida, às outras instâncias governamentais pertinentes. Hoje a área de Ciências Humanas, Sociais e Aplicadas vincula-se à Diretoria de Engenharias, Ciências Exatas, Humanas e Sociais (DEHS). De acordo com o projeto aprovado , a Diretoria atuará em ações especificas das áreas, mas também, em demandas transversais, tais como: ações de Editoração, Divulgação Científica, Gênero e Políticas Sociais Inclusivas. A Diretoria Executiva e pelo Conselho Deliberativo do CNPq acataram as recomendações apresentadas pelo “Simpósio de Ciências Humanas e Sociais nas Políticas de Ciência, Tecnologia e Inovação Contemporâneas”, realizado com o apoio do CNPq no dia 20 de agosto deste ano.

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OBS: Post do dia 11/12/2014

quarta-feira, 10 de dezembro de 2014

A presunção da melhor avaliação

Nós, os cientistas e pesquisadores, temos a petulância em pregar aos quatros cantos que temos o melhor sistema de avaliação "nunca d´antes visto na história deste planeta": a avaliação pelos pares. E, todas as vezes que é posta à prova, a tão propagada avaliação de qualidade não passa pela prova dos nove. Agora, circula pela Internet a notícia de que um "artigo científico" assinado Maggie Simpson fora aceito por uma dessas revistas científicas que se tornaram chiques pelo fato de cobrarem para publicar artigos. A impostura revelada pelo engenheiro norte americano Alex Smolyanitsky, ao expor os critérios duvidosos de revistas que cobram por artigos que publicam, lembra o que fizeram os físicos Alan Sokal e Jean Bricmont. Em 1998, o livro "Imposturas Intelectuais" no qual criticavam autores pós-modernos. E o livro foi motivado por um artigo publicado em 1996, em uma "revista científica" chamada Social Text. Sokal dizia defender o relativismo, por isso, escrevia sem rigor. Na verdade, o texto não passava de uma colagem de frases e parágrafos sem nexo. A história, mais uma vez, se repete como tragédia.


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terça-feira, 9 de dezembro de 2014

O mundo da Educação cada vez menor

O que os primeiros viajantes tentaram e, em algumas casos, não conseguiram, encurtar a distância entre os continentes e derrubar os limites burocráticos, a Educação começa a fazer. Programas de mobilidade acadêmica pipocam pelo mundo inteiro em busca de atrair estudantes. Não como prova de "bondade" acadêmica, mas, em alguns casos, como necessidade de sobrevivência das próprias nações. Irremediavelmente, o mundo envelheceu e já começam a faltar estudantes para as escolhas públicas em países como Portugal, por exemplo, cujas escolas fecham por falta de demanda. Em pouco tempo, faltarão estudantes em todos os níveis, caso algo não seja feito. Enquanto os europeus possuem infraestrutura de fazer inveja, nós, os brasileiros, temos as pessoas. E podemos aproveitar uma das maiores chances que temos de nos integrar, efetivamente, ao mundo, por dos acordos de mobilidade estudantes. Para tanto, precisamos arejar nossas estruturas curriculares e pensar grande: não podemos ceder às pressões das carreiras profissionais. Da mesma forma que podemos receber de volta nos estudantes com mais experiência internacional, podemos dar a chance de que exerçam a profissão fora do País. O Brasil tem uma grande oportunidade de avançar. Desde que o momento não seja olhado com preconceito.


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segunda-feira, 8 de dezembro de 2014

Queremos respostas para tudo

Decididamente, não nascemos para ser cientistas: queremos respostas para tudo. Esquecemos que o mundo avança, e a ciência também, a partir das melhores perguntas. Acontece que somos criados para as certezas e não para enfrentar as incertezas. Um ponto final significa, pelo menos do ponto de vista da escrita, uma certeza, uma resposta com tudo, digamos, acabado. O que mais desejamos para a nossa vida: certezas. Um ponto de interrogação, por seu turno, é a marca da incerteza, de uma possibilidade. De algo que pode ser certo ou não. A incerteza não nos atrai nem um pouco. Queremos, de preferência, respostas com uma espécie de "Manual de procedimentos". Assim o é na ciência. Nossos estudantes preferem modelos pré-moldados, pré-fabricados. Aliás, nem sei se só os nossos estudantes. Há professores que também optam por estes caminhos: os dos TCCs, Dissertações e Teses pré-fabricadas. Desconfio sempre de um trabalho científico pré-moldado. Baseado em modelos de qualidade pré-concebidos pelas iluminadas cabeças dos nossos doutores. Reafirmo: modelos são retratos imperfeitos da realidade baseados no passado. Se são baseados no passado, não servem para prever o futuro. O futuro, para nós, só pode ser livre se puder se reescrito. Este é o nosso maior desafio.


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domingo, 7 de dezembro de 2014

Nossa tendência a tudo arredondar

Hoje estou assim. A me perguntar: o que ensinar, o que aprender, se, às vezes, você não sabem nem quem é você? Atribuem ao Sócrates de Platão, o que ele,talvez, nem tenha dito. Muito menos com a precisão de um "só sei que nada sei". Também, se o tivesse dito, pela pena de Platão, seria um bem-dito. Porque quanto mais pensamos, quanto mais teorizamos, mais compreendemos que o equilíbrio do próprio planeta é resultado da rotação, que é de 23 horas 56 minutos 4 segundos e 9 centésimos. (23h56min04seg,09cen) e da translação, que 365 dias e seis horas (365,24 dias). Para facilitar a compreensão, portanto, o aprendizado, arredondamos o dia para 24h e o ano para 365 dias. Com isso, cada ano passa a dever 6h04min em relação ao real movimento de translação da Terra, que é ao redor do sol (e não o sol que se move como parece). Ao final de quatro anos, lá arredondamos, de novo, e acrescentamos mais um dia ao ano, digamos, normal. Daí, termos o que se chama de ano bissexto. Com isso, "acertamos" o calendário com o movimento de translação da Terra. Os modelos, em sala de aula e no fazer científico, são essas "marretadas" que usamos para "acertar" as coisas. São tentativas de aproximar a perspectiva do olhar da realidade. Não são, nem jamais serão, a realidade. Daí a necessidade de um olhar ecossistêmico para se tentar compreender a rotação e a translação ao mesmo tempo, ou seja, tentar entender o que ocorre entre os minutos que falta das 23h56min04seg,09cen até se chegar às 24h que arredondamos diariamente e às 6h04min que só "devolvemos" a cada quatro anos. Eis uma prova cabal e indelével da complexidade do mundo. Portanto, da vida!


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sábado, 6 de dezembro de 2014

A generosidade em pesquisa

A cada dia fico mais convencido de que a tese defendida por Maria Luíza Cardinale Baptista de que devemos ser mais generosos com os nossos leitores não se aplica, apenas, ao texto científico. Penso que é fundamental que a generosidade seja básica em pesquisa. Para que nós, os pesquisadores e pesquisadoras, sejamos mais generosos com os colegas e, principalmente, com a sociedade. A ciência não pode ser o clube dos gênios intocáveis. Muito menos, se deve considerar que o lugar da ciência é a universidade. Enquanto assim pensarmos, manteremos a aura de um saber que se autodefine como extremamente diferente dos demais saberes a ponto de se considerar único. Mas, ao mesmo tempo, corre o risco de ser um saber que fala pra si e entre si.


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sexta-feira, 5 de dezembro de 2014

O hermetismo do texto científico

"Manifiestos: incômodos, desobedientes, mutantes", organizado por Jesús Maríin Barbero e Ómar Rincón também pode ser visto como uma bandeira para se enfrentar o hermetismo do texto científico. É chegado o momento de os cientistas se manifestarem claramente de qual lado estarão, dos que defendem o texto científico similar a uma manual de eletrodoméstico, fadado a ter um número limitado de leitores que o entendem, ou se vão escrever preocupados em ser mais generosos com os leitores, como defende Maria Luíza Cardinale Baptista na sua tese da "paixão-pesquisa" e Rubem Alves, instigando que é possível estudar e pesquisar com prazer. Inclusive o prazer de ofertar aos leitores "notas de canapés" e não "notas de rodapés". Ou partimos para um outro jeito de fazer ciência ou a ciência está fadada ao que chamam "de lugar da ciência": a universidade, que Alves chama de "País dos Saberes". "...Eu me vi escrevendo um livro para os habitantes do "País dos Saberes". No "País dos saberes há regras precisas que regulam a fala e a escrita. Regras claras, rigorosamente definidas. Quem tropeça é expulso. Para se entrar no "País dos saberes" há de se passar por rituais de exame de linguagem. Tais rituais têm o nome de "defesa de tese". "Quando o eu cartesiano chama as ideias e elas obedecem, a isso se dá o nome de memória. Quando é uma ideia que chama as outras, a isso a psicanálise dá o nome de livre associação..." Ou enfrentamos os "Guardiões dos Saberes" ou não saberemos o gosto de fazer ciência com prazer.


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quinta-feira, 4 de dezembro de 2014

A academia ainda resiste ao prazer

A reação provocada por Rubem Alves, ao ser citado na Conferência "Ecossistemas comunicacionais: os dispositivos móveis como extensão da mente humana" com a qual o professor do PPGCCOM da UFAM, Gilson Monteiro, encerrou o II Congresso Internacional Jornalismo e Dispositivos Móveis (SMARTPHONES/TABLETS/WEB 2.0/CONVERGÊNCIA), na Universidade da Beira Interior (UBI), ontem, em Covilhã, Portugal, parece indicar que o educador e filósofo brasileiro tem dificuldades em ser aceito na academia. Ou, que a academia ainda reage ferozmente ao prazer. Talvez, induzida pela própria editora que na ficha catalográfica de "Variações sobre o prazer", de Rubem Alves, informa que o livro trata de Erotismo, Prazer, Corpo e Mente (terapia), Relaxamento, Sexo (Psicologia), Corpo Humano, Aspectos Sociais, Saúde." O livro de Alves é uma deliciosa e provocante crítica à Educação e à Ciência tradicionais, jamais um livro de Sexo, Relaxamento ou coisa parecida. Já no primeiro capítulo, provoca: "Por que não consegui terminar este livro - Originalmente: Contra o método", numa clara referência ao livro "Contra o Método", de Paul Karl Feyerabend. A provocação aparece logo no prefácio, com um ESCLARECIMENTO:"neste livro não haverá notas de rodapé. Rodapé é coisa que fica por baixo, na altura do pé, e é incômodo ficar olhando o tempo todo para baixo. Assim como estou escrevendo este livro sob uma inspiração culinária e gastronômica, incluirei, no meio do texto, "notas de canapé", coisas pequenas e saborosas, algumas doces, outras apimentadas, que abrem o apetite e que são servidos no meio da festa. Se você não quiser provar o canapé, pode declinar o contive e continuar a leitura". De forma genialmente criativa, Alves, de cara abomina a tradicionais "Notas de Rodapé" exigidas pelos tradicionais "cientistas" que tanto falam em Inovação, palavra que virou moda em algumas áreas ou campos do conhecimento, mas que, na prática, não aceitam anda de novo. Em seguida, Alves solta pitadas de provocações: "...Um artigo científico é isso: o relato do caminho que se seguiu para se ir do ponto de onde se partiu até o ponto aonde se chegou. Isso se chama método". "Mas o corpo não entende a linguagem do Método. Métodos são procedimentos racionais. Mas o corpo é um ser musical. Ele só entende a linguagem da Estética." "...O corpo, tocado por uma imagem poética, repercute, ressoa, vibra..." E tasca:
"...Eu me vi escrevendo um livro para os habitantes do "País dos Saberes". No "País dos saberes há regras precisas que regulam a fala e a escrita. Regras claras, rigorosamente definidas. Quem tropeça é expulso. Para se entrar no "País dos saberes" há de se passar por rituais de exame de linguagem. Tais rituais têm o nome de "defesa de tese".
"...O que se exige em um texto de saber é que o autor faça uma assepsia rigorosa nos seus materiais. Tudo aquilo que NÂO diz respeito ao caminho em linha reta, que leva do problema inicial à conclusão, deve ir para a lixeira. Assim, as experiências malsucedidas, hipóteses equivocadas e erros vão para a lixo do esquecimento. É como se não tivessem acontecido." (29/30)
É assim que se ensina ciência em nossas escolas. Os alunos aprendem a equação de 2° grau, mas não os caminhos e descaminhos do pensamento do matemático que a elaborou".
Há mais provocações, que devem ser deliciosamente devoradas por quem ainda não as leu. O livro de Rubem Alves, garanto, deve sim, ser usado como uma Introdução a Feyerabend. Com a vantagem fundamental de valorizarmos um filósofo e educador brasileiro com ideias extremamente provocantes e inovadoras. Talvez, assim, a academia deixe de reagir ao prazer como se fosse um pecado imperdoável.



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quarta-feira, 3 de dezembro de 2014

Dispositivos móveis: extensões do corpo

A Conferência "Ecossistemas comunicacionais: os dispositivos móveis como extensão da mente humana" com a qual o professor Gilson Monteiro provocou polêmica no encerramento do II Congresso Internacional Jornalismo e Dispositivos Móveis (SMARTPHONES/TABLETS/WEB 2.0/CONVERGÊNCIA), na Universidade da Beira Interior (UBI) parece ter tirado alguns cientistas presentes ao evento da zona de conforto. De um lado, digamos, cientistas tradicionais, que não admitem, de forma alguma, que o texto científico seja "mais generoso com o leitor", conforme prega Maria Luìza Cardinale Baptista. Do outro, o professor Gilson Monteiro, a defender o conceito de Ecossistemas Comunicacionais, área de concentração do Programa de Pós-graduação em Ciências da Comunicação (PPGCCOM) da Universidade Federal do Amazonas (UFAM) e a provar que Ciberespaço, Spam, Blog, Twitter, Facebook, Link e Hiperlink são "o mais do mesmo". Além de citar Maria Luíza Cardinale Baptista, o professor Gilson Monteiro recorreu a Rubem Alves, em "Variações sobre o prazer", para provocar mais ainda: "Ensinar o que não se sabe: isso se chama pesquisar, diz Barthes tranquilamente. Ensinar a pesquisar: essa é uma das grandes alegrias do professor, somente comparável à de um pai que vê o filho partindo sozinho como um pássaro jovem, que pela primeira vez, se lança sobre o vazio com suas própria asas. O professor vê o discípulo partindo para o desconhecido para voltar com os mapas que ele mesmo irá fazer, de um mar onde ninguém mais esteve. É isso que deve ser uma pesquisa e uma tese: uma aventura por um mar que ninguém mais conhece." Para pesquisadores acostumados a "preencher" questionários de pesquisa previamente definidos, para se chegar aonde já se sabe que se vai chegar, é uma heresia defender a cartografia como método de pesquisa e um mergulho no desconhecido como uma possibilidade de se fazer ciência. Ao final da palestra o professor do PPGCCOM da UFAM foi cercado por estudantes de jornalismo da Covilhã para entrevistas (veja foto). O que ele chamou de INQUIETANTES ACOPLAMENTOS DÉRMICOS parece ter dado resultado.




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Educação atingida pelo envelhecimento

Algo impensável no Brasil, está a ocorrer em Portugal: o envelhecimento da população obriga escolas a serem fechadas. O problema, combinado com a baixa taxa de natalidade, atinge quase toda a Europa. Agrava-se ainda mais, porém, nas cidades de Portugal, o que tem obrigado as escolas dos anos inicias a serem fechadas. Esse é o tipo de problema que, de forma geral, nem passa pela cabeça de nós, os professores e professoras, brasileiros. Acontece que, em Portugal, é tão grave que leva ao desemprego e já começa a preocupar quem trabalha nos níveis superiores, pois, a falta de estudantes é notória. Mais grave ainda é que o problema não tem solução a curto e médio prazo, a não ser atrair estudantes de outros países. Ao que tudo indica, em Portugal, em breve, se terá um programa similar ao Ciências Sem Fronteiras brasileiros, porém, com o objetivo de atrair estudantes e não de mandá-los para fora.

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OBS: Post do dia 02/12/2014

segunda-feira, 1 de dezembro de 2014

Abertura do XXIII CONIC da UFAM

Será hoje, no Auditório Rio Amazonas, da Faculdade de Estudos Sociais (FES), às 9h, a solenidade de abertura do XXII Congresso de Iniciação Científica (CONIC) da Universidade Federal do Amazonas (UFAM). A ideia é ser uma cerimônia simples que demonstra, cada vez mais, a integração entre a comunidade e a Pró-reitoria de Pesquisa e Pós-graduação da UFAM(PROPESP), principalmente após a realização do I Encontro de Pesquisa e Pós-graduação da UFMA. A abertura será feita pela Reitora da Universidade Federal do Amazonas (UFAM), Márcia Perales Mendes Silva. Antes, a Diretora de Pesquisa (DP), professora doutora Marne Carvalho de Vansconcellos, sobre a Iniciação Científica na UFAM. As inscrições ainda podem ser feitas até o início do evento no endereço http://www.eventos.ufam.edu.br/eventos/home/login. Após a abertura, o evento ocorre em seis unidades acadêmicas da capital: Faculdade de Educação (FACED), Instituto de Ciências Humanas e Letras (ICHL), Faculdade de Educação Física e Fisioterapia (FEFF), Faculdade de Ciências Agrárias (FCA), Faculdade de Ciências Farmacêuticas (FCF) e Escola de Enfermagem (EEM). O Centro de Convivência abrigará os temas livres.


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domingo, 30 de novembro de 2014

Perigo de morte da Língua

Faz tempo que mantenho a discussão de que a expressão castamente correta era "perigo de morte" e "não perigo de vida". À época, quando defendia a expressão e, inclusive, consegui incluí-la no Manual de Redação do Jornal A Crítica, por mim elaborado, fui criticado por um sem número de pessoas. Defendiam que a expressão "perigo de vida" era uma forma apócope de "perigo de perder a vida". Mantive a defesa até hoje e, em Lisboa, nos trilhos de uma estação do Metro da cidade, tive um certo sentimento de "alma lavada". Fotografei uma das placas que ficam espalhadas pelos trilhos do Comboio, vagões a vagões, aqui chamados de Carruagens, nos quais há um alerta: "Perigo de morte" (vejam a foto a seguir). Anos e anos depois, vejo comprovado que a expressão por mim defendida faz sentido. Pelo menos na capital portuguesa. Com certeza!



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sábado, 29 de novembro de 2014

Educação pelas atitudes

Há quem acredite que educar é um ato de amor. Estou no time dos que são alimentados por esta crença. Mas, sou daqueles que acredita que, talvez, também, educar seja um ato de demonstração, logo, como diziam os mais antigos, pelo exemplo. Nós, os professores e professoras, não temos como cobrar dos nossos estudantes posturas éticas se nas as tivermos. O professor ou professora que não ministra aulas regularmente não tem condições de exigir o mesmo dos estudantes. Quem não se dedica ao trabalho com a desculpa de que recebe mal, não tem como cobrar dedicação dos seus estudantes. São esses exemplos aos quais me refiro. Só se demonstramos ter compromisso e gostar da instituição qual trabalhamos, podemos ter o mesmo dos nossos estudantes. É bem verdade que temos o dever de reivindicar melhorias sempre. Não temos o direito, porém, de nos portar como irresponsáveis. Para o nosso próprio bem e da sociedade.


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sexta-feira, 28 de novembro de 2014

Abusos sexuais inconcebíveis

Está cada vez mais difícil aos integrantes da Associação Atlética Acadêmica Oswaldo Cruz (Aaaoc) explicarem a prática recorrente de violência sexual contra as estudantes de Medicina da Universidade de São Paulo (USP). As denúncias são de práticas repugnantes, acobertadas por todos os participantes da Associação. Ainda que o caso tenha chegado ao Ministério Público, é muito pouco. Quem incentiva a violência sexual contra a mulher e o preconceito racial deve ser punido exemplarmente. Não se pode admitir que em uma universidade a prática da violência sexual contra a mulher se transforme em algo rotineiro. Os relatos de abusos na USP revelam uma prática inconcebível, que, em hipótese nenhuma, pode ser aceita pela sociedade. Que as investigações cheguem aos culpados e que sejam punidos exemplarmente.


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quinta-feira, 27 de novembro de 2014

Cid Gomes no Ministério da Educação

Tão nociva quando a presença de Kátia Abreu no Ministério do Agricultura e de Gilberto Kassab no Ministério das Cidades, é a especulação de que Henrique Paim sai do Ministério da Educação e, no lugar dele, entra Cid Gomes (PROS). Governador do Ceará, o cotado para o Ministério da Educação, embora tenha melhorado alguns índices do Estado na área de Educação, é mais lembrado quando pregou, aos quatro cantos, que "professor deveria trabalhar por amor e não por dinheiro". Gomes, irmão de Ciro Gomes, quando ainda era do PSB, partido do qual saiu para se manter firme no apoio à Dilma Rousseff, contra o voo de Eduardo Campos, notabilizou-se por gastar R$ 388 mil em uma viagem à Europa, uma forma de agrado à sogra. Paim, um técnico experiente e muito bem conceituado entre os administradores da área, perde o cargo para um especialista em bajular o poder central que, na área de Educação, pouco entende. Não é possível que as entidades representativas de todos os segmentos da Educação, principalmente as que apoiaram a reeleição de Dilma Rousseff, aceitem caladas a nomeação de Gomes para a Educação. Seria decepcionante e lamentável!


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Educação não se mede por salários

O nível melhor ou pior de um sistema educacional não se mede apenas pelo salário dos professores. Assim como não se pode como não se pode avaliar os ganhos de uma categoria por um ou dos professores que recebem além do razoável. Mas, com os salários dos professores da Universidade de São Paulo (USP) aconteceu exatamente isso: a divulgação passou a falta impressão de que os professores (e professoras) são marajás. Um deles ganhava R$ 60 mil. Outro, R$ 45 mil. Eram dois casos de sinecuras particulares baseadas nas brechas deixadas pelas leis brasileiras e estaduais. Não se trata, nem de longe, do que é pago aos professores das instituições municipais, estaduais e federais de Ensino Superior. É inegável que os professores merecem, certamente, receber, pelo menos, salários iguais aos de um ministro do Supremo Tribunal Federal (STF), para se ficar só em um exemplo. É injusto pegar uma divulgação dessas e enquadrar professores, em geral, na categoria dos supersalários brasileiros.

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OBS: Post do dia 26/11/2014