domingo, 7 de dezembro de 2014

Nossa tendência a tudo arredondar

Hoje estou assim. A me perguntar: o que ensinar, o que aprender, se, às vezes, você não sabem nem quem é você? Atribuem ao Sócrates de Platão, o que ele,talvez, nem tenha dito. Muito menos com a precisão de um "só sei que nada sei". Também, se o tivesse dito, pela pena de Platão, seria um bem-dito. Porque quanto mais pensamos, quanto mais teorizamos, mais compreendemos que o equilíbrio do próprio planeta é resultado da rotação, que é de 23 horas 56 minutos 4 segundos e 9 centésimos. (23h56min04seg,09cen) e da translação, que 365 dias e seis horas (365,24 dias). Para facilitar a compreensão, portanto, o aprendizado, arredondamos o dia para 24h e o ano para 365 dias. Com isso, cada ano passa a dever 6h04min em relação ao real movimento de translação da Terra, que é ao redor do sol (e não o sol que se move como parece). Ao final de quatro anos, lá arredondamos, de novo, e acrescentamos mais um dia ao ano, digamos, normal. Daí, termos o que se chama de ano bissexto. Com isso, "acertamos" o calendário com o movimento de translação da Terra. Os modelos, em sala de aula e no fazer científico, são essas "marretadas" que usamos para "acertar" as coisas. São tentativas de aproximar a perspectiva do olhar da realidade. Não são, nem jamais serão, a realidade. Daí a necessidade de um olhar ecossistêmico para se tentar compreender a rotação e a translação ao mesmo tempo, ou seja, tentar entender o que ocorre entre os minutos que falta das 23h56min04seg,09cen até se chegar às 24h que arredondamos diariamente e às 6h04min que só "devolvemos" a cada quatro anos. Eis uma prova cabal e indelével da complexidade do mundo. Portanto, da vida!


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