domingo, 30 de setembro de 2018

O que aprendi com a minha filha


A maior virtude de um ser humano é aprender com os próprios erros e com as outras pessoas. Mais ainda quando esta “outra pessoa” tem 18 anos e é sua filha. Muito provavelmente, em tempos idos, da minha infância, por exemplo, uma filha pouco tinha espaço para argumentar com os pais, principalmente com o pai. Tento ser e fazer diferente. Com todo carinho e jeito (ela sabe que sou radical em alguns posicionamentos) ela disse: “Papai, gosto do modo firme com que o senhor se posiciona e defende seus pontos de vista. Mas, o senhor não deve dizer que não respeita uma mulher só porque ela vota no Bol... Uma mulher destas só é digna de pena”. Argumentei que ser intolerante em relação ao fascismo e à misoginia é uma virtude. “Pai, é um ser humano. Vazia e sem noção, mas, é um ser humano. E quando o senhor diz que não a respeita, chega ao mesmo nível de violência deles”. Eis outra das minhas intolerâncias: o sentimento de pena. Quando alguém é digno de pena, está no último degrau do que se pode considerar humano. Mas, minha filha tem razão, ainda que no último degrau na minha classificação particular de humano, uma pessoa (e não apenas uma mulher, para ser mais exto) que vota no Besta-fera só é digna de pena. Por isso: #elenao, #elenunca! Obrigado pela lição, minha filha amada!

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sábado, 29 de setembro de 2018

Todos somos vítimas dos fascistas


Fico a imaginar um mundo no qual, se você discordar do modo de pensar extremista, fascista, misógino e homofóbico é imediatamente levado para a fogueira, como era feito com as bruxas. Coisas deste tipo só ocorriam na Idade Média? Ledo engano, leitores e leitoras. Já começou a acontecer no Brasil há algum tempo. Ganhou cores mais vivas nestas eleições de 2018. A líder do movimento “#elenao”, por exemplo, foi agredida ao sair de casa, no Rio de Janeiro. As insanidades são tantas, mas, principalmente artistas, sofrem ataques, quase atentados, pelas posições políticas que assumem. Marília Mendonça, rainha da sofrência, foi tão ameaçada que retirou a postagem que havia feito contra “O Coiso”. Os neofascistas brasileiros perderam a vergonha e partiram para a ação. Claro, seguindo as orientações do seu líder-mor. Momentos sombrios no País que parece permanentemente sonhar com salvadores da pátria e ditadores.

Nem sempre consigo, por isso: #elenao, #elenunca!

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sexta-feira, 28 de setembro de 2018

O permanente exercício da tolerância


Sei que não é nada fácil e, às vezes, perco as estribeiras. Ainda mais em função do momento político de polarização que enfrentamos. Porém, exercitar a tolerância sempre, é que devemos “exigir” de nós mesmos, se tentamos ser pessoas equilibradas. Acontece que não é apenas em época de polarização que perdemos o prumo. Pessoas próximas, às vezes amigas e queridas, são vítimas das nossas explosões. Não há outro jeito: temos de desenvolver o que se pode chamar de inteligência emocional. Nitidamente, em Roraima, por exemplo, alguém foi escalado para provocar o presidenciável do PDT, Ciro Gomes. Sabiam que ele tem “pavio curto” e fizeram um teste público. Gomes foi reprovado! Assim fazem conosco o dia todo, a vida toda. Quase sempre, atribuímos a quem provoca uma espécie de culpa pela nossa falta de inteligência emocional. Mas, cada um de nós tem de aprender a se controlar. É um desafio permanente. Figurativamente, é como levar uma tapa na face direita e oferecer a esquerda. Fosse fácil, todos estaríamos neste nível de domínio das emoções. É um desafio que poucos conseguem vencer ao longo da vida. Sigo a tentar. Nem sempre consigo, por isso: #elenao, #elenunca!

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