Durante muito tempo fiz mea culpa por não entender o porquê de mais de 20% dos brasileiros
desejarem a volta de militares ao poder, agora, por meio do voto. Depois dos
recentes episódios e das declarações abertas de votos em “O Inominável” e de um
recém-formado pela Universidade Federal do Amazonas (UFAM) me “mandar” rasgar o
diploma, descobri, com atraso, que “mentes medianas, com diploma ou não, são um
perigo para a sociedade”. Como consequência, nós, professores e professoras, não
podemos sentir culpa pelas escolhas das pessoas, ainda que tenham passado pelas
escolas. Cérebros permanecem os mesmos, mentes podem se expandir. Com a expansão
das mentes, as pessoas melhoram. Há, porém, quem passe pelas escolas,
especialmente as universidades, por passar. São como batatas jogadas ao tempo:
mentes medianas, pessoas medianas. Como descobrir se a pessoa tem mente mediana
e continua mediana? Pelas escolhas feitas ao longo do tempo. Optar por
nazistas, fascistas, homofóbicos, misóginos e racistas, por exemplo, é uma
medida. Muito provavelmente, fui educado para ser assim. E ainda devo ter
alguns traços. Luto, todos os dias, para expandir a mente. Não quero ter a
mente mediana. Quero ver o mundo e as pessoas com outro olhar e corrigir erros
cometidos no passado. Porque não querer mudar para melhor como ser humano também
é um indicador das pessoas medianas. Quem nasce, cresce, vive e permanece como
pessoa mediana, não morrerá melhor. Será uma pessoa mediana independentemente
dos diplomas e títulos que obtiver. Seja mediano ou mediana se quiser. É um
direito atrofiar a mente para pior.
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