A maior virtude de um ser humano é aprender com os
próprios erros e com as outras pessoas. Mais ainda quando esta “outra pessoa”
tem 18 anos e é sua filha. Muito provavelmente, em tempos idos, da minha infância,
por exemplo, uma filha pouco tinha espaço para argumentar com os pais, principalmente
com o pai. Tento ser e fazer diferente. Com todo carinho e jeito (ela sabe que
sou radical em alguns posicionamentos) ela disse: “Papai, gosto do modo firme
com que o senhor se posiciona e defende seus pontos de vista. Mas, o senhor não
deve dizer que não respeita uma mulher só porque ela vota no Bol... Uma mulher
destas só é digna de pena”. Argumentei que ser intolerante em relação ao
fascismo e à misoginia é uma virtude. “Pai, é um ser humano. Vazia e sem noção,
mas, é um ser humano. E quando o senhor diz que não a respeita, chega ao mesmo
nível de violência deles”. Eis outra das minhas intolerâncias: o sentimento de
pena. Quando alguém é digno de pena, está no último degrau do que se pode
considerar humano. Mas, minha filha tem razão, ainda que no último degrau na
minha classificação particular de humano, uma pessoa (e não apenas uma mulher,
para ser mais exto) que vota no Besta-fera só é digna de pena. Por isso:
#elenao, #elenunca! Obrigado pela lição, minha filha amada!
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