É preciso deixar claro, inclusive para grande parte dos professores e
professoras do movimento paredista, que a greve não é um cheque pré-datado.
Portanto, não pode ter data-limite para ser encerrada. Ao forjar um acordo com
a Federação Fantasma, o Governo Federal nos deixou em uma sinuca-de-bico: ou
seguramos a mobilização e o movimento até que essa situação estapafúrdia seja
resolvida ou sairemos dela totalmente desmoralizados perante a sociedade
inteira, principalmente os estudantes. Engolir a proposta de carreira do
Governo e da Federação-Fantasma agora, após mais de três meses parados, é um
recuo que nem o mais reacionário dos estudantes aceitará. Nossa greve não se
vincula ao “tempo” do Governo Federal. Não há nada que nos obrigue a sair da
greve porque a data-limite para mudanças na Lei de Diretrizes Orçamentárias
(LDO) é o dia 31 de agosto de 2012. Entramos em greve, dia 17 de maio, por uma
carreira digna e melhores condições de trabalho. Essa é a nossa luta! Portanto,
não podemos arredar o pé um milímetro dela. Aceitar o “acordo fantasma” do
Governo é a sentença de morte para a universidade pública, de qualidade e
socialmente referenciada que defendemos. É efetivação de um modelo
produtivista, baseado apenas na publicação de artigos e capítulos de livros,
como se a universidade se resumisse ao nível da Pós-graduação. Para piorar, a
nova carreira proposta pelo Governo tem a capacidade de, em curto e médio
prazo, destruir a própria Pós-graduação brasileira, principalmente nos Estados
do Norte e do Nordeste uma vez que será quase impossível atrair novos doutores
com as condições postas. O movimento dos quatro professores do programa de
Pós-graduação em História da Universidade Federal do Rio Grande Norte que
pediram descrendenciamento por discordar da política produtivista vigente, com
a nova carreira, será seguido por outros professores. Não duvidem! Além da
carreira e das condições de trabalho, temos uma pauta fundamental: não deixar
que essa carreira proposta pelo Governo seja aprovada pois é infinitamente pior
que a carreira atual. E é por isso que a nossa greve não pode ser vista como um
cheque pré-datado, com data definida para o resgate. Ou o Governo Dilma recua e
retira de pauta essa excrescência que é o “acordo fantasma” ou não devemos
retomar ao trabalho. Esse é o nosso maior desafio!
Se você ainda não leu a “Carta aberta ao secretário Sérgio Mendonça”, cliquei
aqui, leia e replique. Todos precisamos refletir sobre o problema. Juntos!
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