segunda-feira, 27 de agosto de 2012

Governo Federal jamais quis negociar com professores


Talvez tenha sido ingenuidade de nossa parte imaginarmos que o Governo Federal, ao convocar o Sindicato Nacional dos Docentes das Instituições de Ensino Superior (ANDES-SN), nosso único e legítimo representante sindical, tinha a intenção de negociar com a categoria. Ao que tudo indica, desde o primeiro encontro, o que havia era uma trama bem-urdida com um único objetivo: desmoralizar o ANDES-SN e ungir uma Federação-Fantasma que atende pelo nome de Proifes-Federação. A saída unilateral da mesa de negociações do Governo, em conluio com a Federação-Fantasma, só confirma a suspeita de que, em nenhum momento, havia predisposição para negociar. O que o Governo quis, e fez, foi impor o conceito de carreira gestado por ele, tendo a consultoria da própria Proifes. Da mesma forma intransigente que impôs um conceito de carreira baseado no produtivismo e na medição por meio de “artigos publicados em revistas Qualis A”, o Governo Federal usa a mídia chapa-branca com a qual se aliou, cujos representantes maiores são a Revista Veja e todos os produtos das Organizações Globo, para “acabar” com a greve dos professores e professoras das universidades federais “na marra”. Para todos os efeitos, e para a mídia vendida, os professores das universidades federais aceitaram o “acordo” proposto pelo Governo. Ignoram, por exemplo, que 54 das 59 universidades brasileiras estão há mais de 100 dias em greve. Isolaram e tentam anular, de todas as formas, o ANDES-SN, legítimo representante da categoria dos professores. Esperam, com isso, tirar nosso sangue, nossa força para resistir. Criaram uma data-mágica, o dia 31 de agosto, como o limite para as greves terminarem. Por fim, tentam impor aos demais servidores uma proposta indecorosa de 15,8% de aumento em três anos. Alguns desavisados aceitaram. Outras categorias resolveram ficar até sem reajuste, mas, não se dobram à proposta indecorosa do Governo. Resistir a essa imposição e ao autoritarismo e à prepotência desse Governo é nosso dever. E só se consegue isso em greve. Não é digno nos dobrarmos às pressões agora. Resistamos juntos!

Se você ainda não leu a “Carta aberta ao secretário Sérgio Mendonça”, cliquei aqui, leia e replique. Todos precisamos refletir sobre o problema. Juntos!

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