sábado, 23 de março de 2013

A atração e fixação de doutores na Amazônia


O problema da atração e fixação de doutores para as unidade localizadas fora de Manaus, da Universidade Federal do Amazonas (Ufam), é um tema recorrente nos debates deste ano para a sucessão à Reitoria da Instituição. Trata-se, porém, de um problema antigo, cuja solução não depende única e exclusivamente de quem for o gestor da Ufam. De 2004, quando fui candidato a reitor pela primeira vez, até hoje, muita coisa mudou, é bem verdade. O Governo Federal, por meio das suas agências de fomento, iniciou uma política de descentralização dos programas de Pós-graduação, passou a lançar editais exclusivamente destinado aos pesquisadores estabelecidos nas universidades da região Norte e, em alguns casos, quando o edital é de concorrência nacional, destinou cotas aos projetos oriundos da Amazônia. É um avanço e tanto. Não soluciona, porém, o problema, tanto da atração quanto da fixação de doutores, nem mesmo em Manaus. Por mais atrativo que fossem os salários, e, no caso dos professores federais, não o são, ainda assim, um doutor não "vive" apenas dos rendimentos mensais. É preciso oferecer condições dignas de trabalho e moradia, portanto, é fundamental garantir o que se convencionou chamar de "qualidade de vida". Como atrair alguém qualificado se o ambiente propício à pesquisa não existir? Sem moradia e serviços, como alguém se fixa em uma cidade? Nessa categoria dos serviços incluo, no mínimo, alimentação e telefonia, que deve propiciar uma banda de acesso à Internet suficiente para suprir, por exemplo, a falta de uma boa livraria na cidade, bem como falta de uma cinema e de um shopping ou cadeia de lojas. O complexo estabelecimento dessa cadeia de relações requer um olhar mais apurado do próprio Governo Federal para o problema. Atrair e fixar doutores não é tarefa apenas para a administração superior das universidades localizadas na Amazônia. Requer uma séria de ações interconectadas com políticas públicas dos  Estados e dos Municípios nos quais as universidades possuem unidades. Aumentar o número de doutores, de editais e de bolsas resolve parte do problema. Mas, ainda está longe de solucioná-lo!

Se você ainda não leu a “Carta aberta ao secretário Sérgio Mendonça”, cliquei aqui, leia e replique. Todos precisamos refletir sobre o problema. Juntos!

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