O
problema da atração e fixação de doutores para as unidade localizadas fora de
Manaus, da Universidade Federal do Amazonas (Ufam), é um tema recorrente nos debates
deste ano para a sucessão à Reitoria da Instituição. Trata-se, porém, de um
problema antigo, cuja solução não depende única e exclusivamente de quem for o
gestor da Ufam. De 2004, quando fui candidato a reitor pela primeira vez, até
hoje, muita coisa mudou, é bem verdade. O Governo Federal, por meio das suas
agências de fomento, iniciou uma política de descentralização dos programas de
Pós-graduação, passou a lançar editais exclusivamente destinado aos
pesquisadores estabelecidos nas universidades da região Norte e, em alguns
casos, quando o edital é de concorrência nacional, destinou cotas aos projetos
oriundos da Amazônia. É um avanço e tanto. Não soluciona, porém, o problema,
tanto da atração quanto da fixação de doutores, nem mesmo em Manaus. Por mais
atrativo que fossem os salários, e, no caso dos professores federais, não o
são, ainda assim, um doutor não "vive" apenas dos rendimentos
mensais. É preciso oferecer condições dignas de trabalho e moradia, portanto, é
fundamental garantir o que se convencionou chamar de "qualidade de
vida". Como atrair alguém qualificado se o ambiente propício à pesquisa
não existir? Sem moradia e serviços, como alguém se fixa em uma cidade? Nessa
categoria dos serviços incluo, no mínimo, alimentação e telefonia, que deve
propiciar uma banda de acesso à Internet suficiente para suprir, por exemplo, a
falta de uma boa livraria na cidade, bem como falta de uma cinema e de um
shopping ou cadeia de lojas. O complexo estabelecimento dessa cadeia de
relações requer um olhar mais apurado do próprio Governo Federal para o
problema. Atrair e fixar doutores não é tarefa apenas para a administração
superior das universidades localizadas na Amazônia. Requer uma séria de ações
interconectadas com políticas públicas dos
Estados e dos Municípios nos quais as universidades possuem unidades. Aumentar
o número de doutores, de editais e de bolsas resolve parte do problema. Mas,
ainda está longe de solucioná-lo!
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