quarta-feira, 13 de março de 2013

A democracia universitária existe?


Ontem, aqui mesmo neste espaço, usei o termo "democracia universitária" na postagem "O direito à escolha na Democracia" como se houvesse uma Democracia para a vida e outra para a universidade. De ontem para hoje passei a refletir sobre o assunto e a me perguntar: mas, será que existe uma Democracia para consumo interno e outra para consumo externo dentro da universidade? Talvez não exista! Nos corredores, ao se falar desta tal "democracia universitária", o que se quer mesmo é reforçar a velha e atrasada visão do que denominei, há tempos de "assepsia política". É como se na universidade não se devesse praticar a política em toda a sua essência. O que não se deve, e esse foi o sentido que dei ao termo "democracia universitária", é trazer para a universidade as práticas condenáveis e nocivas da política praticada fora dela. Hoje, por exemplo, presenciei uma cena hilária se não fosse trágica. Um técnico, cujo nome reservo-me o direito de não revelar, conversava com o vice-reitor licenciado, professor Hedinaldo Narciso Lima, sobre o fato de estar com o material de outro candidato. O dito senhor se explicava tanto que dava dó. Era como se pedisse licença ao vice-reitor para fazer campanha para outro, algo completamente desnecessário. Polidamente, Hedinaldo Narciso explicou que não havia nenhuma obrigação de ele (o servidor) votar na chapa no qual ele é candidato a vice. O servidor ressaltou que aquela era uma disputa de respeito, apenas em torno de ideias. Não demorou, no hall do Instituto de Ciências Humanas e Letras (ICHL), encontro o mesmo servidor, a praticar toda a disputa "de respeito e em torno de ideias" que ele tanto aclamara em frente ao vice-reitor licenciado. Dizia ele:"A Márcia é perseguidora e não ajuda a ninguém". O que mais fez com que pessoas como eu e o diretor do ICHL, professor Nelson Mattos de Noronha, tenham se posicionado em favor da candidatura de Márcia Perales e Hedinaldo Narciso foi o fato de terem feito uma administração republicana, sem nenhum tipo de perseguição aos adversários ou até aos desafetos. Não encontrei nenhum tipo de sustentação para o argumento "...e não ajuda ninguém". Será que o assistencialismo personalizado é algum tipo de marca desta "democracia universitária". Ou essa dita democracia é aquela que você jura "jogar limpo" em um lugar e, ao virar as costas, passa a jogar sujo imediatamente? Talvez precisemos repensar esse conceitos e unificá-los em torno de práticas efetivas de respeito ao outro e às suas decisões. Parece mais razoável que proclamar uma "limpeza" pouco usada na prática diária.

Se você ainda não leu a “Carta aberta ao secretário Sérgio Mendonça”, cliquei aqui, leia e replique. Todos precisamos refletir sobre o problema. Juntos!

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