Ontem,
aqui mesmo neste espaço, usei o termo "democracia universitária" na
postagem "O
direito à escolha na Democracia" como se houvesse uma Democracia para
a vida e outra para a universidade. De ontem para hoje passei a refletir sobre
o assunto e a me perguntar: mas, será que existe uma Democracia para consumo
interno e outra para consumo externo dentro da universidade? Talvez não exista!
Nos corredores, ao se falar desta tal "democracia universitária", o
que se quer mesmo é reforçar a velha e atrasada visão do que denominei, há
tempos de "assepsia política". É como se na universidade não se
devesse praticar a política em toda a sua essência. O que não se deve, e esse
foi o sentido que dei ao termo "democracia universitária", é trazer
para a universidade as práticas condenáveis e nocivas da política praticada
fora dela. Hoje, por exemplo, presenciei uma cena hilária se não fosse trágica.
Um técnico, cujo nome reservo-me o direito de não revelar, conversava com o
vice-reitor licenciado, professor Hedinaldo Narciso Lima, sobre o fato de estar
com o material de outro candidato. O dito senhor se explicava tanto que dava dó.
Era como se pedisse licença ao vice-reitor para fazer campanha para outro, algo
completamente desnecessário. Polidamente, Hedinaldo Narciso explicou que não
havia nenhuma obrigação de ele (o servidor) votar na chapa no qual ele é
candidato a vice. O servidor ressaltou que aquela era uma disputa de respeito,
apenas em torno de ideias. Não demorou, no hall do Instituto de Ciências
Humanas e Letras (ICHL), encontro o mesmo servidor, a praticar toda a disputa
"de respeito e em torno de ideias" que ele tanto aclamara em frente
ao vice-reitor licenciado. Dizia ele:"A Márcia é perseguidora e não ajuda
a ninguém". O que mais fez com que pessoas como eu e o diretor do ICHL,
professor Nelson Mattos de Noronha, tenham se posicionado em favor da
candidatura de Márcia Perales e Hedinaldo Narciso foi o fato de terem feito uma
administração republicana, sem nenhum tipo de perseguição aos adversários ou
até aos desafetos. Não encontrei nenhum tipo de sustentação para o argumento
"...e não ajuda ninguém". Será que o assistencialismo personalizado é
algum tipo de marca desta "democracia universitária". Ou essa dita
democracia é aquela que você jura "jogar limpo" em um lugar e, ao
virar as costas, passa a jogar sujo imediatamente? Talvez precisemos repensar
esse conceitos e unificá-los em torno de práticas efetivas de respeito ao outro
e às suas decisões. Parece mais razoável que proclamar uma "limpeza"
pouco usada na prática diária.
Se você ainda não leu a “Carta aberta ao secretário Sérgio Mendonça”, cliquei
aqui, leia e replique. Todos precisamos refletir sobre o problema. Juntos!
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