A
modernização da universidade brasileira não passa meramente por mudanças
"de perfumaria" na estrutura administrativa. É preciso, antes de
tudo, que se mudem as mentes e corações. Que os corredores deixem de ser espaço
para meras fofocas e aleivosias. É mister que haja, antes de tudo, uma mudança
cultural das mais radicais para que alguns princípios se transformem em regra
para quaisquer dos grupos que nela convivem. Um deles é o princípio da
liberdade, inclusive de cátedra. Esse deve ser defendido com unhas e dentes.
Não se pode admitir, por exemplo, que governos municipais, como é o caso dos
cinco municípios nos quais a Universidade Federal do Amazonas (Ufam) possuem
campi, interfiram na autonomia da universidades e exijam quaisquer tipos de
punição aos professores, técnicos e até estudantes por se "sentirem
ofendidos". A Ufam inteira deve repudiar veementemente a pressão vinda das
prefeituras e não ceder a nenhum tipo de chantagem ou ameaça. Descontentes com
o que se fala em sala de aula, alguns prefeitos, que se consideram os donos da
cidade, ameaçam cortar convênios caso a sanha ditatorial deles não seja aceita
pela universidade. Convênios estabelecidos entre prefeituras e a Ufam, por
exemplo, nas cidades do interior, possuem como objetivo final o bem-comum.
Estão acima de quaisquer "picuinhas" e "zangas" dos
prefeitos. Nenhum dos diretores deve se sentir ameaçado ao receberem
"pressão". Modernizar, portanto, é, antes de tudo, garantir a
autonomia da universidade diante de todos os poderes constituídos no Estado. Sem
isso, os modelos administrativos, por mais modernos que os sejam, servirão
apenas para maquiar o pensamento atrasado que reina em algumas universidades,
inclusive, em parte da Ufam.
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