Lidar
com estudantes, tanto em sala de aula quanto fora dela, principalmente em casa,
trata-se de uma arte. Para professores e pais. Nem todos, professores e pais,
estamos efetivamente preparados para lidar com o espírito contestador dos
jovens. Poucos de nós sabemos enfrentar situações nas quais eles literalmente
"testam" nossa paciência tanto na escola quanto na vida. Essas
considerações foram postas para levantar um problema que considero essencial no
processo educacional, do Ensino Básico, passando pelo Ensino Médio, e chegando
ao Ensino Superior: a relação entre a escola e o mundo. Aliás, tenho sérios
problemas, inclusive, com a conceituação desses níveis. Não sei que o nosso
papel de professor seja meramente de "ensinar". Modernamente, fala-se
em troca de saberes. Em um processo constante de aprendizagem de ambas as
partes: professor e estudante. Dá para desvincular a escola, também em todos os
níveis, do mundo? Muitos teóricos pregam que o "método Paulo Freire"
daria conta desta relação entre o mundo e a escola. Fico a me perguntar: quem,
efetivamente, pratica essa relação no dia-a-dia da chamada sala de aula? Lidar
com estudantes e inseri-lo nesta relação complexa de aprendizagem e troca de
saberes não é um simples exercício didático-pedagógico. Ao que parece, o
professor atual não pode ser mais um mero "transmissor" de
conhecimento. É preciso entender as interconexões de afeto, bem-querer e
generosidade envolvidas na própria complexidade humana. Talvez, só assim,
sejamos capazes de compreender até mesmo o espírito contestados do jovem. Quem
sabe nós, os mais antigos, não tenhamos muito a aprender com eles?
Se você ainda não leu a “Carta aberta ao secretário Sérgio Mendonça”, cliquei
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