sexta-feira, 26 de abril de 2013

A universidade ideal e a universidade possível


Tenho a nítida impressão que todos nós temos uma universidade imaginada, criada na mente, a conviver, conflituosamente, com a universidade real, a qual chamo de universidade possível. A universidade ideal é feita de pessoas perfeitas, todas éticas, que não comentem nenhum tipo de erro ou deslize. Já a universidade possível, ou seja, a universidade real, é aquela feita por pessoas que padecem de um problema que é a essência dos humanos: a falibilidade. Essa universidade não pode ser perfeita em seus procedimentos porque os seres humanos não são perfeitos em essência. A universidade que temos, portanto, é resultado desse constante conflito, individual e coletivo, entre a universidade ideal e a universidade possível. Não entender isso é criar problemas constantes para si e para o grupo do qual você faz parte. Recentemente conclui a disciplina Fundamentos de Administração em Jornalismo. Um dos pontos mais lembrados pelos estudantes, ao final do curso, no processo de avaliação, foram as "lições" sobre a falibilidade das pessoas. O exercício de quem administra, alertei a eles, é conseguir que as habilidades sejam incentivadas e as falibilidades sejam recolhidas, ao máximo. Sem isso, administrar será sempre um exercício de estresse pessoal e coletivo. Jamais teremos condições de ter nas mãos uma organização perfeita, ideal. Ela é feita por pessoas, que falham. O desafio é sempre diminuir as falhas e otimizar os acertos. Na universidade, na vida e em qualquer organização.

Se você ainda não leu a “Carta aberta ao secretário Sérgio Mendonça”, cliquei aqui, leia e replique. Todos precisamos refletir sobre o problema. Juntos!

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