sexta-feira, 19 de abril de 2013

A universidade que não se aventura


No livro "A aventura da universidade", lançado em 1994, o então professor Cristovam Buarque, hoje senador pelo PDT do Distrito Federal, elaborou uma crítica ácida sobre a crise que a universidade enfrentava. Mas, na obra, defendia que a universidade tinha um papel transformador da sociedade. No entanto, esse papel transformador, só poderia ser exercido se houvesse ousadia, se a universidade "se aventurasse". Ocorre que os anos se passaram a universidade, não apenas a brasileira, não se liberta do ranço, do cheiro de mofo que a afeta mais e mais. A premissa de Buarque para que a universidade assumisse um papel libertador parece não ter sido entendida pela comunidade, nem pela própria universidade. Rígida nos regimentos e avessa ao sonho, as pesquisas nela produzida, como ressaltei no texto de ontem denominado "A metodologia como nota promissória", pouco apresentam de novo, de descobertas. Quando a pesquisa se burocratiza a ponto de a aventura ser engolida pelos formulários, a universidade deixa de cumprir o papel transformador que tanto chama a atenção Buarque no seu livro. É essencial que a pesquisa seja o fio-condutor de um olhar para o sonho, para a aventura das trocas de experiências entre a academia e os saberes tradicionais. Sob pena de a universidade se isolar e, ao invés de ser transformadora, se transformar em um aparelho ideológico do Estado com o fim de referendar o modelo de Ciência pré-existente. Há que se investir na ousadia e na inovação como forma de vencer a letargia e fazer com que a universidade efetivamente volte a ser vanguarda.

Se você ainda não leu a “Carta aberta ao secretário Sérgio Mendonça”, cliquei aqui, leia e replique. Todos precisamos refletir sobre o problema. Juntos!

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