Sou de um tempo
em que os professores de metodologia da pesquisa defendiam que as hipóteses (ou
questões de pesquisa) eram notas promissórias que deveriam ser resgatadas ao
final do trabalho. Durante anos rezei por esta cartilha, pratiquei, e obriguei
meus estudantes orientados a praticar, um tipo de pesquisa que, finalmente,
passei a contestar: a pesquisa extremamente tradicional e cartesiana. Não que
este tipo de pesquisa tenha de ser totalmente abandonada. Acontece que, com o
tempo, se percebe que a pesquisa tradicional é mais um dos aparelhos
ideológicos do estado com o fim de manter o status quo. Aliás, nem sei se o
olhar da "nova ciência" é capaz de libertar-nos de alguma coisa no
campo da pesquisa, portanto, da Educação. Só sei que hoje integro o time dos
inconformados com as metodologias tradicionais que empurram a prática
científica para atos tão burocráticos que se assemelham a preenchimento de um
formulário. Aliás, na pesquisa, a burocracia é tamanha que se poderia dizer que
vivemos a "era do não pode". Um estudante de Pós-graduação, ao chegar
ao programa para o qual foi aprovado, recebe uma espécie de "lista do não
pode": não pode isso, não pode aquilo, não pode aquil´outro. As práticas
burocráticas da pesquisa como noto promissória são transferidas o processo
administrativo, também extremamente burocrático, o que tira, quase que
totalmente, o prazer da descoberta. Não tenho saída efetivas para este nó ao
qual somos submetidos. Penso, porém, que temos, urgentemente, de nos rebelar
contra a tradição do olhar com a qual se faz pesquisa nas universidades
brasileiras.
Se você ainda não leu a “Carta aberta ao secretário Sérgio Mendonça”, cliquei
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OBS:
Post do dia 19/04/2013
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