Durante o
processo de consulta à Reitoria da Universidade Federal do Amazonas (Ufam) para
o Quadriênio 203-2017, ouvi, inúmeras vezes, que eu deveria me conformar pois
"a universidade é um espelho da sociedade". Não posso crer em uma
metáfora dessas. A não ser que seja a metáfora do espelho destruído. Jamais
irei aceitar a vilania e o patrulhamento como regra. Muito menos a defesa
pública do pensamento livre e do não-preconceito, porém, na prática, uma velada
aceitação das duas coisas. Percebi isso, com clareza, em três episódios fora da
universidade, mas, que pululam no ambiente acadêmico, muitas vezes, encoberto
por nuvens de discursos ambíguos. O primeiro deles foi quando Thammy Gretchen
resolveu assumir a homossexualidade. Até hoje, nas Mídias Digitais,
principalmente em redes como o Twitter e o Facebook, piadas jocosas são feitas
constantemente. E elas voltaram com maior força por ocasião da mesma decisão
tomada pela cantora Daniela Mercury que, também, assumiu a homossexualidade. De
outro lado, tanto nas Mídias Digitais quanto na vida real, percebo que há um
universo de pessoas a concordar com as aberrações propagadas pelo pastor e dublê
de deputado Marcos Feliciano. Somos espelho desta sociedade? Devemos aceitar,
sem nenhum tipo de reação demonstrações, muitas vezes explícitas, de preconceito?
Nessas horas, os mesmos que promovem um patrulhamento interno assombroso
levantam a voz em defesa da "liberdade de expressão" como
demonstração de que, na universidade, não se deve impor limites à liberdade.
Será, porém, que a liberdade de expressão deve atingir a integridade moral das
pessoas? Quando essa liberdade atinge o extremo, não deixa de ser liberdade e
passa a ser agressão? Ou será que, em função de estarmos na universidade,
devemos aceitar a agressão, de qualquer tipo (física ou moral), como expressão
plena da liberdade? Não posso crer! Penso que a universidade deve ser propulsora
de comportamentos que, inclusive, mudem a sociedade na qual está inserida. Que
tenha a tolerância como pedra fundamental. No entanto, no caso da violência,
creio que devemos ser intolerantes constantemente como valor essencial para a
vida em comunidade. Quer dentro, quer fora da universidade. Sob pena de o
espelho ficar em frangalhos.
Se você ainda não leu a “Carta aberta ao secretário Sérgio Mendonça”, cliquei
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