Essa proposta do vereador Gilmar Nascimento (PSB) de lutar para que o Exame Nacional do Ensino Médio (Enem) não seja usado pela Universidade Federal do Amazonas (Ufam) é ridícula e não tem a menor chance de ser operacionalizada. Ridícula porque decisões desse tipo cabem ao Conselho Universitário (Consuni) e, se tiverem de ser tomadas, devem ser discutidas no âmbito da Ufam. Fazer proselitismo eleitoral à custa da Ufam é inaceitável. Desde o início posicionei-me contra o Enem como forma de entrada. Cantei a pedra e aconteceu exatamente o que previa ainda na campanha para a reitoria. No entanto, reconheço que houve um lado extremamente positivo do uso do Enem: desnudar o discurso público dos políticos locais de que ofereciam ao povo uma Educação de qualidade. O rei está nu, a Educação no Estado é péssima e ponto. Hoje integro o time dos que não se negam a discutir melhorias no Ensino Médio, mas abomino essa ideia xenófoba de que Ufam é apenas para os Amazonenses. Isso é uma bobagem sem tamanho. Fiz meu mestrado e meu doutorado na Universidade de São Paulo (Usp), financiado com recursos do contribuinte paulista e paulistano e não fui expulso de lá por ser acreano e residente no Amazonas. Por favor, não embarquem nesse discurso de “a Ufam é nossa”. É preconceituoso, perigoso e esconde o problema maior: a deficiência do Ensino Médio no Estado.
sábado, 31 de julho de 2010
Assinar:
Postar comentários (Atom)
Nenhum comentário:
Postar um comentário
Participe! Comente! Seu comentário é fundamental para fazermos um Blog participativo e que reflita o pensamento crítico, autônomo livre da Universidade Federal do Amazonas.