O exercício da democracia representativa é
mesmo algo difícil de se entender. Passei o final de semana a buscar explicação
para a “resposta que o novo HUGV” deu para a Magnífica Reitora da Universidade
Federal do Amazonas (UFAM), Márcia Perales Mendes Silva, no segundo turno da
consulta à comunidade para a escolha do novo reitor da Instituição. Confesso:
minha cabeça entrou em parafuso. Por duas vezes, em 2009 e em 2013, a
professora foi candidata. O HUGV era um prédio que dava vergonha: goteiras,
macas espalhadas pelos cantos, sem as mínimas condições de atender dignamente
os seres humanos que dele precisavam. Médicos e servidores tinham um sonho: um
novo hospital. A professora se comprometeu e cumpriu. Dedicou-se diuturnamente
a tirar do papel o projeto do novo HUGV: foram infindáveis reuniões em Brasília,
com deputados, senadores, a cúpula do MEC para que a primeira etapa do Hospital
fosse entregue na data prevista. Cumpriu o papel de gestora para o qual foi
designada. Os mais radicais diriam até que “não fez do que sua obrigação”. Certamente
que sim. E, certamente, quando se cumpre tanto promessas politicas quanto a
obrigação, existe a esperança de que o trabalho seja reconhecido. Qual nada! Entregue
o prédio, o que ocorreu? Revolta contra a Reitoria a ponto de o candidato
apoiado pela professora Márcia Perales perder a consulta justamente dentro do
Getúlio Vargas. Vá entender! Nas duas vezes que disputou a Reitoria, quando o
HUGV era quase um cenário de guerra, vitórias contundentes. Lembrei-me,
imediatamente, da mais conhecida frase do escritor, historiador e jornalista
português, Alexandre Herculano: “quanto mais conheço os homens, mais estimo os
animais”. E ele não ficou só nessa frase conhecida. Também lapidou pérolas
como: “o homem é mais propenso a contentar-se com as ideias dos outros, do que
a refletir e a raciocinar”. Há porém, uma menos conhecida, porém,
fundamentalmente real para quem é professor: “eu não me envergonho de corrigir
os meus erros e mudar de opinião, porque não me envergonho de raciocinar e
aprender.” Nem eu, Alexandre Herculano! Nem eu! É nas coisas incompreensíveis
que, talvez, estejam as grandes lições da vida. Corrigir erros e mudar de
opinião é para poucos: ajuda a nos tornar mais humanos.
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