domingo, 2 de abril de 2017

Os puritanos das universidades brasileiras

Nas universidades brasileiras há um grupo de puristas e puritanos que, geralmente, se intitulam de esquerda, às vezes da mais radical, cujo discurso público é um e a prática quotidiana completamente diferente. Em público, defendem a universidade, pública, gratuita e de qualidade. Nos bastidores, trabalham assiduamente para a volta da “farra dos cursos de especialização pagos”. Só esquecem que o pagamento direto de cursos de especialização pelos estudantes, portanto, pela sociedade, não significa que os professores e professores destes cursos também devam ser remunerados. A universidade pública brasileira não é um balcão de negócios de meia-dúzia de pessoas. E não o será sem que haja muita resistência. Os benefícios dos serviços prestados por uma universidade e as parcerias legalmente autorizadas devem beneficiar diretamente a própria universidade e não podem (nem devem) servir de complemento, de uma espécie de caixa dois. Nossos olhos estarão abertos. Quem quiser implementar tal prática e transformá-la em algo corriqueiro, tenha certeza, não o fará tão facilmente. Ainda que se nos apresentem como membros do grupo de puritanos de araque.


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