Durante algum tempo fui um dos mais árduos críticos da entrevista em quaisquer dos processos nas universidades brasileiras, por uma questão mais legal que social: o temor de que a entrevista tornasse o processo de escolha dos candidatos menos impessoal. Hoje vejo que, se corretamente, usada pelas bancas (de concurso público de carreira ou de seleção para os cursos de Pós-graduação) é o instrumento mais eficaz e deve constar em todos os processos, muito embora a justiça diga sempre que não. Oras, por mais que tenha apresentado bom desempenho nas demais provas, quem tem visão estreita sobre a universidade e o mundo, como pode fazer parte dela? Pensar que depois de entrar o candidato a professor ou professora ampliará a visão e mudará é utópico. A universidade brasileira tornou-se a vanguarda do atraso exatamente pela visão míope dos seus membros a respeito do que seja uma universidade. Da mesma forma, ocorre, com os candidatos aos cursos de pós-graduação: quem não tem compromisso com a pesquisa e com a vida acadêmica deve procurar um MBA ou um Mestrado Profissionalizante. O mestrado acadêmico não deve ser um enfeite para os currículos de profissionais bem-posicionados no mercado. Ou se demonstra compromisso imediato com a vida e a carreira acadêmica ou não se deve nem ser selecionado. Daí a importância fundamental da entrevista.
terça-feira, 12 de janeiro de 2010
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Caro Professor,
ResponderExcluirConcordo plenamente sobre a questão da entrevista para o ingresso no mestrado. Por outro lado, de uma forma geral, os entrevistadores já fecham o cerco quando o candidato não pertence a Universidade de origem , no caso da pública. Muitas vezes alunos recem saidos da graduação sem nenhuma experiencia profissional ingressam no mestrado. Neste caso sou obrigada a perguntar que a única forma de ter uma visão ampla seria por meio academico? E o mercado, a sua vivencia profissional?