terça-feira, 12 de janeiro de 2010

Em defesa da entrevista

Durante algum tempo fui um dos mais árduos críticos da entrevista em quaisquer dos processos nas universidades brasileiras, por uma questão mais legal que social: o temor de que a entrevista tornasse o processo de escolha dos candidatos menos impessoal. Hoje vejo que, se corretamente, usada pelas bancas (de concurso público de carreira ou de seleção para os cursos de Pós-graduação) é o instrumento mais eficaz e deve constar em todos os processos, muito embora a justiça diga sempre que não. Oras, por mais que tenha apresentado bom desempenho nas demais provas, quem tem visão estreita sobre a universidade e o mundo, como pode fazer parte dela? Pensar que depois de entrar o candidato a professor ou professora ampliará a visão e mudará é utópico. A universidade brasileira tornou-se a vanguarda do atraso exatamente pela visão míope dos seus membros a respeito do que seja uma universidade. Da mesma forma, ocorre, com os candidatos aos cursos de pós-graduação: quem não tem compromisso com a pesquisa e com a vida acadêmica deve procurar um MBA ou um Mestrado Profissionalizante. O mestrado acadêmico não deve ser um enfeite para os currículos de profissionais bem-posicionados no mercado. Ou se demonstra compromisso imediato com a vida e a carreira acadêmica ou não se deve nem ser selecionado. Daí a importância fundamental da entrevista.

Visite também o novo Blog do professor Gilson Monteiro.

Um comentário:

  1. Caro Professor,
    Concordo plenamente sobre a questão da entrevista para o ingresso no mestrado. Por outro lado, de uma forma geral, os entrevistadores já fecham o cerco quando o candidato não pertence a Universidade de origem , no caso da pública. Muitas vezes alunos recem saidos da graduação sem nenhuma experiencia profissional ingressam no mestrado. Neste caso sou obrigada a perguntar que a única forma de ter uma visão ampla seria por meio academico? E o mercado, a sua vivencia profissional?

    ResponderExcluir

Participe! Comente! Seu comentário é fundamental para fazermos um Blog participativo e que reflita o pensamento crítico, autônomo livre da Universidade Federal do Amazonas.