Sou de um tempo em que avós, de quaisquer das linhagens, eram as figuras mais queridas e respeitadas das famílias. Quando os filhos eram deixados com o avô ou com a avó, tinha-se a plena certeza de que os filhos seriam bem-cuidados. É bem-verdade que algumas avós, como a minha paterna, são capazes de alguns “atos terroristas”. A minha, por exemplo, adorava, quando a gente ia passando, esticar a perna e nos ver se espatifar no chão. Ria a valer. Certamente, não se tratava apenas de um ato de humor, muito menos de amor. Mas, quando abro os jornais de hoje e leio que a violência sexual de avós contra netos aumentou 46% (quarenta e seis por cento) em 2009, penso: como era doce a minha vovozinha. Pensar que não se pode mais confiar nem nos avós significa que irmãos e primos são menos confiáveis ainda. E ainda falam em desagregação da família. Oras, se não se pode confiar em ninguém dentro dessa própria célula, a desagregação já existe faz tempo. E tempos horripilantes, tanto agora quanto antes.
domingo, 10 de janeiro de 2010
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