A crise enfrentada pela universidade pública brasileira não é apenas de modelo gerencial: é uma crise política. Após se transformar em ‘prestadora de serviços’, a universidade parece ter perdido completamente a capacidade de fazer leitura política dos fatos. A presença de um estudante portando arma de foro e um facão dentro da sala de aula da Universidade Federal do Amazonas (Ufam) foi tida como fato normal por alguns professores, inclusive do Departamento de Geografia, onde o fato ocorreu. Alguns geógrafos entenderam que um policial pode, normalmente, estar armado, ainda que seja em sala de aula. Esquecem que em sala, um policial é um estudante com outro qualquer, portanto, o máximo permitido a ele seria estar fardado. As armas, porém, só deveria portar quando estivesse em serviço. A não ser que o serviço dele, naquele momento, dentro da Ufam, fosse intimidar o professor. Mas sabem por que os geógrafos foram benevolentes? Porque já ofereceram curso de pós-graduação e os estudantes, todos, podiam permanecer fardados. A universidade sempre deve ser uma organização política. Quando se deixa cegar pela “prestadora de serviços” que funciona dentro dela, perde a razão de existir.
segunda-feira, 6 de setembro de 2010
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