A língua falada nos impõe armadilhas consolidadas pela fala do dia-a-dia. E poucos e poucas delas escapam. Nos corredores e nos gabinetes oficiais da Universidade Federal do Amazonas (Ufam) não ouvi, em nenhum momento, alguém se referir à I Mostra Interinstitucional de Ensino, Pesquisa e Extensão (MIEPEX) no feminino. Todos e todas diziam sempre “O Miepex”. E não é que até eu cai na esparrela? Ao atualizar o Blog do Grupo de Pesquisa em Linguagens, Mídia e Moda (Mimo) tasquei: “Mídia e moda no Miepex”. Quando me dei conta da bobagem preferi deixá-la lá para comprovar que de tanto falar, acabamos por errar na hora de escrever. O que determina o gênero das siglas é a primeira palavra. Se for no masculino a sigla será no masculino. Caso seja no feminino, o gênero da sigla será o mesmo. Acontece que a língua falada é mais impregnada do machismo e isso é transposto para a escrita. Enchemos a boca para falar o tempo inteiro em “o Miepex” e esquecemos que “mostra” é do gênero feminino, logo, o correto é “a Miepex” e não “o Miepex”. Curiosamente, ao abrir ontem o Blog do Mimo, uma das mimosas já o tinha atualizado com as fotos. E usou correta e castamente o gênero ao apor a manchete: “Stand na Miepex”. Louvável! Na escrita, todo o cuidado é pouco com os registros da fala.
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