domingo, 31 de outubro de 2010

Adeus, meu pai

Todos os dias da minha vida, tinha certeza que receberia um telefonema desses. Mas, saber da notícia de que meu pai jazia em uma pedra fria do hospital João Câncio Fernandes, em Sena Madureira, foi uma dor inenarrável. Recebi a notícia agora há pouco. Meu irmão, Gilberto Monteiro, inconsolável e revoltado, depois de muitas tentativas, conseguiu falar comigo. Revoltado e inconsolável porque papai teve uma crise, mas estava bem. No entanto, o soro terminou e demoraram 20 minutos para repô-lo. Nesse ínterim, ele morreu. Como uma flor. Como um beija-flor. Como Vovô Alfredo Guedes, que morrera em meus braços. Nunca esqueço: Vovô tomou uma respiração mais forte e se foi. Eu ao lado dele. Agora foi papai. Velho turrão, grosso, mal-educado para os padrões atuais, mas, que me deu todos os ensinamentos do libertário que sou. Pedro Paulo Guedes Monteiro sempre lutou contra as regras estabelecidas. Contra o que a sociedade impunha. Um dos poucos, na minha família tradicional, a reconhecer o que Lula fez pelo País. Vai, meu pai, descansa em paz, tenho certeza que votaria em Dilma. Pena que neste dia histórico, teu destino tenha sido o hospital, a morte e o cemitério. Descanse em paz. Xero no teu coração. Mesmo que este ato jamais possa ser concretizado.

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