A Universidade Federal do Amazonas (Ufam) vive um dos momentos mais ímpares de qualquer organização, quer pública, quer particular: o das mudanças. A reitora, Márcia Perales, proclamou o ano de 2010 como “ano da estatuinte”. A Adua-seção sindical tem novo presidente, novos conselheiros dos conselhos superiores foram eleitos e novos diretores das unidades do interior também foram eleitos. No entanto, é preciso estar atento para o viés centralizador e autoritário que se espalha, como um vírus, em cada uma das menores decisões, dos Departamentos à Administração superior. É como se o movimento Tradição, Família e Propriedade (TFP) se apresentasse em cada um dos rostos que nos olham. A TFP materializa-se na perseguição de colegas de departamento, em decisões que levam em conta interesses individuais ou de “panelinhas” e deságuam na sanha por exterminar quaisquer instâncias de decisão coletiva. É preciso estar alerta e combater esse tradicionalismo quase fundamentalista que tenta dominar o espaço da liberdade, do pensamento e da experimentação. Uma universidade que se amarra, inclusive no método, em valores tradicionais não passa de um templo do atraso.
quinta-feira, 21 de outubro de 2010
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