No capítulo “A mão invisível do Estado e a concorrência em Manaus” da minha tese “Por um clique: o desafio das empresas jornalísticas tradicionais no mercado da informação – Um estudo sobre o posicionamento das empresas jornalísticas e a prática do jornalismo em redes, em Manaus. 2002. 309p. Tese (Doutorado em Ciências da Comunicação): Escola de Comunicações e Artes, Universidade de São Paulo, 2003”, o então presidente do Sindicato das Empresas de Jornais (Sineja), Guilherme Aluízio de Oliveira Silva, foi enfático: “Eu duvido muito que um jornal que não negocia a sua verdade, sobreviva”. A frase é lapidar e resume quem dita as regras da imprensa em Manaus. Eu já sabia disso há muito tempo, desde quando trabalhei em jornais. Só não tinha uma prova tão cabal como a que apresento na tese defendida na Universidade de São Paulo (USP). Porém, outra coisa eu não sabia: que, em plena democracia, teríamos a volta da repressão desmedida e que o Estado demonstraria a força não apenas da sua “mão invisível”, mas do corpo inteiro. Como um dos líderes da marcha “Todos contra a pedofilia”, enfrentamos manobras, prisão de estudante e uma tentativa clara de nos intimidar (a mim e à professora Arminda Mourão) com o boato de que nossa prisão estaria decretada. Fizemos a caminhada, sábado, dia 25 de setembro de 2010 (para quem não sabe, data do aniversário de Sena Madureira, cidade onde nasci). Em seguida, viajei a serviço do Ministério da Educação (MEC), só retornando a Manaus ontem. Ao navegar pela Internet, descubro que a marcha fora dispersada a pedido do governador. E onde li? No jornal Folha de S. Paulo. Bem, nada mais a comentar ou declarar.
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