A versão brasileira do Jornal El País,
tascou a seguinte manchete para a medalha de Ouro olímpica conquistada pela
judoca brasileira, Rafaela Silva: “Negra, pobre e Silva: o primeiro ouro da Rio
2016 é a cara do Brasil”. Em cada palavra uma mentira deslavada, um cinismo que
as ruas e as memes espalhadas pela Internet não conseguem esconder. Ser negra,
pobre e Silva jamais foi aceito no Brasil, no máximo, tolerado. Qualquer
política de estado de inclusão social é vista como favor. Mas, a conquista
atual de Rafaela Silva foi saudada como uma conquista do Brasil, outra das
tantas mentiras que se tentou incutir nos brasileiros. Rafaela Silva saiu das
ruas e da miséria absoluta por conta de uma conjunção de fatores, nunca,
apenas, pelo esforço individual. Quando estava nas ruas da Comunidade de Deus,
foi ajudada pelo técnico Geraldo Bernardes, hoje com 73 anos, que usou dinheiro
do próprio bolso para comprar passagens, patrocinar as primeiras competições e
dar dignidade à Rafaela Silva. Depois, a judoca se tornou a revelação do
Instituto Reação, do também judoca, Flávio Canto. Passou a receber “Bolsa
Atleta”, instituída no Governo de Luís Inácio Lula da Silva. Foram políticas
afirmativas oficiais ou de indivíduos que se preocuparam com o outro que nasceu
a campeão Rafaela Silva. É evidente que não se pode atrelar a conquista apenas
às políticas de inclusão. O esforço individual, a garra e a vontade de vencer
somam-se. Não é, no entanto, a cínica mentira que direitopatas espalharam pela Internet
após a conquista. Precisamos estar permanentemente atentos ao discurso
individualista e exclusivo dos insanos direitistas que tomaram conta do País.
Eles escondem ou mascaram a exclusão social. A medalha de ouro de Rafaela Silva
é dela. Mas, qualquer ação afirmativa que tirar pessoas da miséria vale ouro
sim.
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Nunca investiram em inclusão real. Egoístas, machistas e sem alma. Ver o país na mão das trevas dói muito.
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