sábado, 7 de dezembro de 2019

A autonomia que não se tem


Nós, os professores e professoras das universidades brasileiras falamos tanto em autonomia, mas, não as damos aos nossos filhos, em casa. Um ser autônomo decide o que fazer da vida de acordo com as próprias concepções de mundo. Efetivamente, nós deixamos que os nossos filhos tenham seus mundos? Presumo que não. No fundo, queremos que os filhos e filhas sejam a extensão do nosso mundo. Em alguns casos, eles ou elas nos tomam como espelho e, até, seguem a nossa mesma profissão. Somos uma sequência de (des) autonomia deixada pelos nossos pais. Talvez, por isso, o poeta Belchior tenha nos deixado o legado de que “ainda somos os mesmo e vivemos como nossos pais”.

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