Fico a me perguntar o que seria do mundo se não fossem os revolucionários, os ousados, os que, inclusive, quebram a regra da lógica capitalista em nome de uma utopia. Ontem, quando ocorria a manifestação dos estudantes da Universidade Federal do Amazonas (Ufam) contra o aumento das passagens de ônibus e o fim da “domingueira”, preços diferenciados aos domingos para estudantes, li no Twitter conselhos e argumentos idiotas e imbecis para todos os gostos. Sempre terminavam da seguinte forma: ”... desde que não prejudique a coletividade”. Um, porém, me fez lembrar o maior sucesso da Internet, com mais de 600 milhões usuários no mundo todo e uma taxa de permanência de quase 70%: o Facebook. O “conselho” dado ontem era mais ou menos o seguinte: “Vocês não deviam usar a ferramenta de vocês para fazer manifestação.” Dá para imaginar o CEO do Facebook, Mark Zuckerberg, aconselhando os usuários da ferramenta que criou a não usarem-na para promover manifestações? Dois pilares foram responsáveis pelo sucesso da plataforma que hoje domina a Internet: a teimosia de Zuckerberg e a sua convicção, o seu sonho de tornar o mundo mais transparente e promover a interação das pessoas usando a verdadeira identidade. Para manter suas convicções, resistiu a uma oferta de compra de U$ 15 bilhões por sua empresa que não dava lucros e tinha apenas dois anos de idade. Resistir às pressões dos maiores capitalistas do mundo transformou esse menino em um dos maiores deles. Resistam meninos e meninas da Ufam. Não desistam diante de nenhum conselho reacionário e babaca. Promovam sim, manifestações e até revoluções que transformem as vossas vidas e a vida das pessoas.
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